O chamamento do deserto

Deserto

Si les gens sont si méchants, c’est peut-être seulement parce qu’ils souffrent, mais le temps est long qui sépare le moment où ils ont cessé de souffrir de celui où ils deviennent un peu meilleurs.

Louis-Ferdinand Céline

Eis a lista completa e exaustiva de todos os Primeiros-Ministros do Partido Socialista nestes quase 40 anos desde o 25 de Abril:

Mário Alberto Nobre Lopes Soares

António Manuel de Oliveira Guterres

José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa

Um grandioso total de três, a que espero bem se junte muito em breve outro, perfazendo então um total de quatro, dois dos quais Antónios.

Mas não é de Antónios que trata este post, e sim do do terceiro, José. Que apesar de não conhecer pessoalmente, nunca com ele ter falado, a ele nunca ter sido apresentado, e nunca lhe ter sequer apertado a mão num comicio qualquer, é alguém que admiro. Mas cujo futuro politico começa a preocupar-me um bocadinho. E como me preocupo, aqui fica pois uma opinião não solicitada, mal informada, até provavelmente inapropriada, mas que tem no entanto o mérito de ser sincera: José, está na altura de te pores na alheta.

Fui um dos que, após alguma surpresa e até receio inicial, apoiou o regresso de José Sócrates à vida publica após um periodo relativamente curto de exilio e estudo em Paris. E digo curto porque ocorreu numa altura em que o seu sucessor ainda lutava para se impôr, a maioria dos portugueses ainda tinha memórias muito frescas da sua governação, que era usada para justificar todo o tipo de patifarias, e havia ainda muitas feridas abertas que não tinham sarado. O seu regresso foi assim, ao mesmo tempo, um risco enorme e uma absoluta necessidade. Um risco enorme porque veio interferir nessas memórias frescas e mexer nas feridas abertas, e uma absoluta necessidade porque a sua herança politica estava a ser destratada de uma maneira tal que se arriscava a ficar permanentemente deformada à medida que as feridas fossem sarando. Em sumo, veio defender o seu legado sozinho, uma vez que muito poucos o faziam, a começar por quem tinha essa obrigação.

E caramba, foi um regresso apoteótico. Recordo-me bem do Museu da Electricidade apinhado para um dos acontecimentos políticos do ano, dos intenso interesse da sua primeira entrevista, de um livro sobre um tema relativamente obscuro nos tops de vendas, e do sururu que o seu comentário politico na RTP gerou. Já para não falar da ajuda dada pelo pobre Henrique “Kantinflas” Monteiro, ao ter a generosidade de permitir um brilharete de Sócrates como há muito não se via. O regresso veio provar a quase todo país que aquele a quem culpavam por todos os males ainda tinha muitos, muitos apoios e admiradores, e que era capaz de gerar uma onda de entusiasmo enorme. E com ela imprimir a sua versão da história, a sua narrativa, no imaginário e memórias nacionais. Isso, estou em crer, foi conseguido o mais que lhe era humanamente possível.

Até que o entusiasmo, não tendo grande coisa para onde ser canalizado, nenhum objectivo preciso, nenhuma candidatura a alguma coisa, nenhum projecto em especial, foi naturalmente esmorecendo. E Sócrates, tirando umas desventuras na campanha de Seguro para as Europeias, foi ficando apenas com o papel de comentador político ao Domingo na RTP. O que tem dois problemas na minha modesta opinião: primeiro, diminui-lhe a imagem, coloca-o ao nível de um Marcelo ou Marques Mendes. Segundo, e relacionado, o espaço e o comentário é demasiado condicionado para ser eficaz, precisamente porque Sócrates tem um estatuto muito superior aos dois anteriores. O que lhe coloca um problema singular: qualquer coisa que diga relacionado com o PS, qualquer crítica, qualquer opinião minimamente dissonante com a linha oficial do partido poderá (e será) imediatamente interpretada como uma interferência e tenderá a gerar reacções desproporcionais. Ou seja, Sócrates em relação ao PS tem o seu próprio princípio da incerteza: qualquer coisa que diga tem tendência a influenciar o rumo dos acontecimentos, o estatuto de mero observador está-lhe vedado. O próprio sabe disso, pelo que evita a todo custo sair da linha do politicamente correcto no que ao PS diz respeito. O que não só torna os seus comentários nesse aspecto absolutamente desinteressantes, como a sensação de estar ali a debitar mera propaganda básica acaba por contaminar o restante comentário.

Esta particularidade esteve em cruel evidência na noite das eleições europeias. Quando toda a gente percebeu imediatamente que os resultados do PS de Seguro tinham sido um completo desastre, e quando toda a gente teve a percepção imediata que esse desastre significava que algo ia mudar, que fazia Sócrates? Bom, macaqueava na televisão a tese oficial da “vitoria” do PS e da “hecatombe da direita”, perante um Morais Sarmento perfeitamente divertido com a situação. Só para, no dia imediatamente a seguir, vir para a rádio declarar o seu apoio a Costa. Portanto, num dia está na TV a alardear uma vitória do PS, e no outro está na rádio contra o líder que lhe deu essa vitória? Isso em linguagem técnica chama-se uma triste figura. E no entanto sabemos perfeitamente que não poderia ter sido de outra forma. Alguma palavra em falso nessa noite e toda a gente o teria entendido como uma ordem para outros avançarem. Estava portanto de mãos atadas. Como está até hoje. Uma coisa tenho a certeza quanto à Opinião de José Sócrates: no que concerne aos assuntos internos do PS, aquilo não é a opinião de José Sócrates. É algo totalmente filtrado pelas suas condicionantes particulares.

E isso não são condições para se fazer comentário politico, embora possam ser condições para se fazer propaganda politica e ataques ao governo e ao presidente em prime-time. Mas não comentário político. Para o fazer eficazmente, teria curiosamente que descer de estatuto, de tornar-se menos importante, ao nível de um Marcelo Rebelo de Sousa, que toda a gente ouve, porque toda a gente gosta de tricas, de perceber as jogadas políticas, o funcionamento do governo e dos partidos, de entender os recados e as pequenas conspirações, mas ninguém leva demasiado a sério, como este aliás vai descobrir quando tentar concorrer à Presidência. É uma porteira de prédio, toda a gente se delicia a ouvir os mexericos do condomínio mas a ninguém sonha fazê-la administradora do mesmo. A Sócrates, por outro lado levam bastante a sério, porque está noutro campeonato. Ele quer perder isso? Pode perfeitamente perder, é só uma questão de trocar ética por eficácia. E de qualquer maneira, como é que vai fazer quando o PS for governo?  E Guterres presidente? Debita loas ao governo e à presidência todos os Domingos e ataca a oposição? É assim que se vê no futuro? Não faço ideia, mas não seria um futuro que me agradasse particularmente.

O que nos leva novamente à listinha no início do post.

O estatuto de ex-primeiro-ministro, sobretudo um que ganhou duas eleições seguidas, é tão raro que em 40 anos de democracia apenas 3 pessoas no PS se podem gabar de o ter. Isto significa também que não há grandes precedentes sobre o que fazer depois, embora haja o bom-senso de saber que esse precioso estatuto não é indestrutível.

Do meu ponto de vista, Sócrates só teria a ganhar retomando neste ponto uma travessia do deserto prematuramente interrompida por motivo de força maior. O seu legado está agora bem entregue a pessoas que o valorizam e que sobre ele construirão, já se começa a ver aqui e ali uma conversa entre os socialistas, há muito adiada, sobre os méritos e erros da sua governação, e há um futuro imediato a construir-se que contará com a sua herança politica mas não com a sua pessoa. Há um futuro político para José Sócrates? Isso não tenho grandes duvidas, mas não me parece que possa ser agora, e para assegurar esse futuro não convém desbaratar capital e imagem politica num comentário politico domingueiro bastante abaixo das suas reais capacidades e com cada vez menos eficácia. É uma pena perder um espaço em prime-time numa comunicação social dominada pela direita? Bom, é. Mas é uma pena ainda maior perder coisas mais importantes.

Como Guterres tão bem demonstrou, há muitos locais nesse deserto onde as qualidades, conhecimentos e contactos de um ex-PM seriam postas a bom uso da humanidade, e há maneiras bem piores de aguardar os efeitos do tempo sobre uma governação, para o bem e para o mal, muito marcada. Pensa nisso, José, e um abraço.

26 thoughts on “O chamamento do deserto”

  1. primeiro: citar um facho a propósito das travessias do deserto de 3 democratas não cabe na cabeça daquele amigo careca do marcelo.

    segundo: curiosamente era essa a tese da direita para não haver programa. o sócras é maior e vacinado.

    terceiro: desde quando é que guterres é candidato à presidência, já se propôs a isso e tens apoios? cá para mim o próximo candidato presidêncial do ps depende do resultado das legislativas e caso ganhe com maioria, como espero, vou ter o prazer de ver o cavacoise em transe vagal na passagem de testemunho ao sócrates.

  2. Então o homem saiu do pântano e agora vinha presidir ao pântano?
    Ó ignatz estou por ti,também quero ver o outro entrar em transe vagal.

  3. carlos sousa,o homem não saiu do pântano.o que guterres disse foi o seguinte: para evitar que portugal ENTRE no pântano,peço a minha demissão como primeiro ministro.

  4. Provavelmente o Vega tem razão, dado o contexto merdiático em que estamos atolados. Mas talvez por isso eu preferisse que o Sócras se mantivesse ativo, quanto mais não fosse, para proteger o flanco que diz respeito à sua imagem, que pode ser o elo mais fraco do PS na futura batalha eleitoral.
    Ao contrário do Ignatz, por muito que me custe e pelas mesmas razões que já referi, acho que será muito cedo para Sócrates se candidatar à presidência. A campanha nojenta de assassinato de caráter foi das mais bem sucedidas que já vi e ficou encrustada na mente deste povo pequenino e merdoso.

  5. Ó Nuno ainda bem que estás aí para traduzir a linguagem do Guterres, é que a língua portuguesa é muito traiçoeira, já parece aquela coisa do “manter-se” e do “manter-se-ão”, eu não percebi nada, aposto que tu viste logo que ali havia marosca. Ah! Sabão.

  6. Ninguém lhes nega as boas intenções, mas se têm razão, também a não têm. Sócrates já provou, e bem, que embora saiba ouvir, só pensa pela sua cabeça. Deixem pois o homem seguir o caminho que já traçou e do qual, acredito, não se desviará.

  7. “A campanha nojenta de assassinato de caráter foi das mais bem sucedidas que já vi e ficou encrustada na mente deste povo pequenino e merdoso.”

    pelos vistos convenceram-te, mas com um novo discurso e uma maioria absoluta mudas de opinião.

  8. Os casos BES e PT vieram mostrar que a governação Socrates teve mais que se lhe diga… A modernização que ele fez das infraestruturas do país eram necessárias para que Portugal pudesse vir a acolher empresas modernas, porém os parceiros financeiros a quem esteve associado deixam muita o desejar.
    A cegueira de correr com Sócrates afinal escondia uma enorme vontade de correr com Ricardo Salgado. Isto quando Ricardo deixou de meter medo aos seus inimigos, por ter entrado em declínio.

  9. Acredito que todas essas questões, que passam pela tua cabeça e por acaso também pela minha, devem também já ter passado pela dele. Quando pôr um ponto final no comentário? Espero que saiba. Ora, para mim, podia ser já. É que ser comentador, como dizes, é muito pouco, por um lado, tratando-se de quem se trata, e potencialmente prejudicial, pelas razões que apontas, por outro. O seu nome, de qualquer modo, continua a ser falado e o seu trabalho lembrado e não só pelos pulhas. Aliás, cada vez mais pelos não pulhas. E nada disso acontece por ter um espaço de comentário. Não chamaria a essa saída do Telejornal uma travessia do deserto. Chamar-lhe-ia a preservação de um estatuto. Depois veremos.

  10. “A cegueira de correr com Sócrates afinal escondia uma enorme vontade de correr com Ricardo Salgado.”

    estava convencido que tinha sido a dupla judite sousa & ricardo salgado que tinha corrido com o sócras.

  11. O seu legado não está bem entregue, pois Costa não o representa. O seu legado precisa de um Platão que o teorize. E de um Aristóteles que o multiplique.

  12. carlos sousa,eu não traduzi nada,guterres falou no portugues que nos habituou.ele, tambem foi vitima da narrativa do pntano, que a direita e a extrema explorou!no youtube, és capaz de ouvir, esse discurso de renuncia.se não acreditas, tenho muita pena, mas não posso fazer nada por ti!

  13. Tenho por Sócrates que é uma pessoa inteligente e, sobretudo, especialmente visionário mais competente que qualquer um de nós.
    Penso que, se continua ou vai continuar na tv, mesmo perante um Costa PM e todas as dificuldades derivadas e inerentes apontadas, é porque continua sentindo-se capaz de não só defender-se dos ataques à sua governação como defender simultaneamente a governação de Costa.
    Percebo a boa intenção do Veja mas não o empurrem e deixemos que seja o próprio a decidir por si. Ele já deu provas bastantes, e dá semanalmente, que sabe pensar pela própria cabeça melhor que uma maioria absoluta.
    Também a hipótese do ignatz tem pernas, e muitas, para poder acontecer. Sei de ouvir muita gente que a propaganda cerrada anti-Sócrates se incrustou forte no inconsciente de muito povo mas também sei, de ouvir, que muita gente já percebeu que a propaganda vem deste governo e comentadores afectos que, hoje, já considera uma cambada de estarolas malfeitores. Realmente o povo começa a dar pouco crédito ao que vem do lado do governo e está receptivo a que lhe contem outra história com dados, factos e estatísticas e menos de boca e superficial como convém a ilusionistas mentirosos.
    E neste caldo actual de mudança de olhar e pensar face ao antes e agora, para a qual a presença e intervenção de Sócrates tanto tem feito, uma situação favorável pode ser o catalisador para desencadear um volte-face na opinião pública.
    Suponham que Costa obtém uma confortável maioria absoluta, mesmo fazendo a defesa clara da governação onde participou e, não havendo melhor candidato posicionado no terreno do PS, apoiava uma candidatura de Sócrates.
    Já imaginaram o que seria Costa e Sócrates em campanha desfazendo em pedaços a falsa narrativa dos estarolas desacreditados? O problema está em saber se eles, os dois, acham que está na altura certa e Sócrates está decidido a isso.
    Valupi, Sócrates, tal como o outro vai precisar um dia de um Platão que lhe faça a apologia e o teorize. Certamente haverá muita gente a querer fazê-lo, não ainda, mas com certeza quando a poeira suja for limpa e deixar a obra brilhar.
    Aqui, o problema é que Platão foi único e incomparável e levou vida e obra longas a teorizar tendo sempre presente o seu mestre e seu destino.
    Talvez uma tarefa para o Valupi até porque, não raras vezes, quase se entende que já a iniciou.

  14. para a obtenção de melhores resultados eleitorais, o ps, tem que de imediato,começar a desmontar a narrativa da bancarrota,que já passou a pre-bancarrota.a discussaõ da divida publica,julgo que em sede de comissaõ,vai ajudar a desmontar esta vergonhosa mentira (mais uma )protagonizada pela direita, com o silêncio cúmplice dos suspeitos do costume!

  15. Ó nuno, o Crato também achou que a “malta”era “estúpida” , e veio explicar melhor o que quis dizer (!?)
    O que é que te leva a pensar que decifras melhor que os outros a atitude do Guterres?

  16. Pra que conste:
    O Socrates NUNCA falou em vitória histórica do PS nas europeias. Apenas falou na hecatombe da direita, com aliás, António Costa também. Por isso essa história de ter feito “tristes figuras” na noite das eleições é uma inverdade.

  17. Lê-se e anui-se naturalmente!!!! porque é sensato e bem observado !!! E também porque a admiração e estima que muitos portugueses tem para com Sócrates pede que se preserva a sua imagem !!

    O que parece é que “alguém” promove a continuação da “opinião” para que q imagem se desgaste !! O povo diz, com sabedoria:- ” Vale mais ser desejado do que aborrecido”

    Foge Sócrates, dessa ratoeira disfarçada de pluralismo !!!!

  18. Ignatz, primeiro, não conheço o Céline de lado nenhum, mas achei a citação apropriada. Não assumas que sou culto. Não sou. Disfarço é bem.
    Segundo: o que é que o post tem a ver com teses da direita?
    Terceiro, o candidato presidencial será Guterres. Isso para mim é adquirido. Sócrates não teria a mínima hipótese nesta altura.
    ***
    Manolas, mas alguém o está a obrigar a alguma coisa? É uma opinião, nada mais
    ***
    Penélope. de acordo. Quanto a travessia do deserto, continuo a dizer que é a expressão adequada
    ***
    Valupi, estou a falar de respeito pelo legado, não necessariamente da sua continuação nos moldes em que foi construído. Isso será irrepetível. E de certo modo ainda bem.
    ***
    jose neves, que pensa pela sua própria cabeça é uma evidência. Isto não passa da minha opinião. Quanto ao resto, desculpa mas estás a sonhar. As hipóteses de Sócrates ganhar a presidência são nulas nesta altura, e ele sabe disso (ou espero que saiba). Uma revanche contra a politica de ódio da direita em forma de candidatura pode parecer tentador, mas é uma fantasia. A governação Sócrates, por muitos méritos que tenha tido e independentemente das circunstâncias, acabou mal. A reposição da verdade do que foram esses anos e como acabaram começou a ser feita precisamente com o regresso de Sócrates, mas vai demorar ainda bastante tempo. É a vida.
    ***
    rukka, nunca falou nisso, é verdade. Mas basta ver o video para perceber que valorizou a “hecatombe” da direita e desculpou os números do PS como um bom resultado (“basta ver que o PS ficou 10 pontos à frente da direita quando não consideramos as coligações”) quando toda a gente percebeu que, nessa noite, a surpresa e o acontecimento politico eram precisamente os fracos resultados do PS. Ficou pois Morais Sarmento a dizer o óbvio sozinho. Isto não é comentário politico, é propaganda. Quando juntas isso à entrevista na rádio no dia seguinte, lamento mas tens uma triste figura.

  19. ninguém me perguntou nada, é certo. mas isto de ser rainha depois – de se lutar e de se multiplicar toda – de assassinada pelos seus é mesmo coisa de Inês de Castro.
    acontece que Sócrates levou facadas mas não morreu, está vivo para contar.

  20. “Ignatz, primeiro, não conheço o Céline de lado nenhum, mas achei a citação apropriada. Não assumas que sou culto. Não sou. Disfarço é bem.”

    a celina do titanic tamém não ficava mal e evitavas o desconforto de ter de disfarçar a falta de cultura.

    “Segundo: o que é que o post tem a ver com teses da direita?”

    não sei, só constatei que os motivos que evocas para o sócras sair de cena são os mesmos que a direita usou para tentar inviabilizar o programa.

    “Terceiro, o candidato presidencial será Guterres. Isso para mim é adquirido. Sócrates não teria a mínima hipótese nesta altura.”

    duvido que sejas tu a escolher, mesmo assim é preciso que ele aceite e se aceitar precisa de votos para ser eleito, aqui a porca torce o rabo: é o candidato ideal da direita para perder com o marcelo e o melhor de esquerda para voltar a referendar o aborto. o sócras não precisa de ter hipótese nesta altura, só precisa de ser hipótese em janeiro de 2016.

  21. “É a vida.”
    Esta é a frase evidente, cabal, total e definitiva dos indecisos que em todo e qualquer processo difícil logo sacam de mil dúvidas e dificuldades para não ousarem.
    “É a vida”, em qualquer contexto político quer dizer; deixa estar, não faças ondas, fica quieto, está sossegado, não vale a pena. Equivale, num contexto religioso, ao “é o destino”. E submeter-se resignadamente.
    No fundo é a desculpa dos que receosos do futuro ousam pensar para fundamentar o não agir, o deixa correr até que as condições concretas, objectivas e subjectivas de vitória certa estejam concluídas e maduras.
    As revoluções provam que é no desencadear do processo e seu desenvolvimento galopante que as condições de sucesso surgem imparáveis. Foi assim que Mário Soares ganhou as presidenciais e também assim que António Costa ganhou as primárias contra o que se dizia ser do domínio e controle total do aparelho.
    O que este governo tem feito aos portugueses transforma o próximo processo eleitoral praticamente quase num processo de vingança democrático. Daqui a mais de um ano e não já “nesta altura”, como bem lembra o ignatz, ainda muita coisa vai mudar e uma campanha de um PS socraticamente empenhado, com sucesso já nas legislativas e relançada nas presidenciais, pode provocar o tal volte-face das consciências acerca do legado e pensamento visionário socrático.
    Pensar que o que está tem toda a força e, “é a vida” imutável “nesta altura”, descurando que a vida que é foi uma construção das pessoas e a que será, será igualmente, tão só e apenas novas construções pela mão e acção das pessoas também.

  22. evidência de um empréstimo recebido em 48 h

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  23. oh alonzo, não orientas aí uma mala de notas para a campanha santana2016, a coisa aqui tá preta desde que os bancos patrocinadores foram de vela e a santa casa tem uma auditoria à perna.

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