Crises simples de explicar

António José Seguro sabe perfeitamente que perderia caso se realizasse um congresso. O actual Secretário-Geral do Partido Socialista, se há uma coisa que sabe, e sabe-o mesmo muito bem, fruto de um longo percurso e anos e anos de trabalho por dentro, é ler um partido, ter a percepção imediata e instintiva de qual o sentido do vento. E António José Seguro sabe perfeitamente bem que para si, desde o ultimo Domingo, o vento mudou.

Acontece que após esse longo percurso, e anos e anos de trabalho intenso junto das estruturas do partido, António José Seguro não aceita que o vento mude quando está tão próximo de poder concorrer a Primeiro-Ministro.

E por isso socorre-se de todos os expedientes que lhe ocorrem para tentar evitar isso. As primárias abertas a militantes e simpatizantes ou talvez não não se sabe bem e vamos estudar isso mas apenas para candidato a primeiro-minstro e não a Secretário-Geral mas não é uma liderança bicéfala porque ele se demite se perder mas não se vai demitir porque não vai perder (perceberam? Pois, ninguém percebe mas também não é para perceber)  são apenas isso mesmo: um expediente, um esquema absurdo para tentar evitar o que todos sabem ser inevitável. Algo para meter as pessoas a falar de outra coisa qualquer que não um congresso. Nada, mas rigorosamente nada, tem a ver com vontade de “reformar o sistema politico” ou “aproximar os cidadão dos partidos” ou outra coisa qualquer. Trata-se apenas de protelar, de manter-se no lugar negando ao seu adversário as mesmas condições que ele próprio teve na sua eleição. E disfarçar com supostos nobres motivos.

É isto que se trata neste triste folhetim em que se transformou a vida interna do PS. Uma verdade muito simples e óbvia para todos: António José Seguro sabe que perde um congresso, e por isso António José Seguro não quer um congresso.

É tudo.

 

14 thoughts on “Crises simples de explicar”

  1. Só não vê quem não quiser, utilizando a expressão de seguro – o candidato asséptico – “em política não vale tudo” menos blindar estatutos, burocracias, encontrar morais e éticas que sirvam os seus interesses e a sua preservação na secretaria do pequeno poder.
    Depois de toda a papelada que o homem inventou, o que o PS precisa é de um SIMPLEX.
    Convoque-se o congresso e esclareça-se o país e o partido.

  2. Sábias Palavras e Coisas simples de explicar

    “É certo que depois da figura a que António José Seguro se prestou com a moção de censura do PCP ao governo, a única saída com um mínimo de dignidade que lhe restava era demitir-se de secretário-geral do PS e, a seguir, emigrar durante pelo menos 6 meses. Mas também é verdade que António Costa, coitado, não merecia os apoios que tem vindo a receber. Depois dos socráticos – que já estão exibindo em full speed tudo o que melhor caracterizou a época socrática: rancor, raiva, ressentimento, desrespeito pelos adversários (ou, para esta gente, inimigos, que quem não é por eles está contra eles), insultos, sentenças morais sobre os que se lhes opõe (como se tivessem eles próprios alguma moral a que se agarrar), uma relação fugaz com a verdade e a realidade – só faltava mesmo a Costa o apoio do mestre sócrates. É azar.

    Sócrates, claro, é sócrates. Como sucede com muita gente que faz de hábito de vida enrolar os outros, sócrates está convencido que os portugueses – que já lhe aturaram tanta porcaria (até a falência do país) – são parvos e vão continuar a aturar indefinidamente os mimos psicopatados da criatura. Sem perceber que a tolerância para o disparate e a falta de respeito alheia são bens finitos e que, a certa altura, ups, já estão esgotados. Como a criatura julga que está acima das regras que se aplicam aos comuns mortais, e que mal nos mostra o seu raciocínio pouco sofisticado todos nos rendemos à sua dúbia argumentação, lá nos fez o favor de mostrar pela 1598ª vez a sua coerência: na noite das europeias considerou que não fazia sentido pôr em causa a liderança de Seguro; menos de uma semana depois já estava a pedir a realização de um congresso do PS e nova liderança para o seu amigo Costa. O mundo já muda para sócrates em menos de 15 dias.

    Evidentemente sócrates vira-se para quem lhe propiciar a oportunidade de uma candidatura à presidência (Deus nos livre e guarde). Esperemos que Costa faça parte daqueles políticos socialistas que António Barreto dizia que, em privado, percebiam o que o partido tinha feito ao país. O mesmo é dizer: que perceba o quão tóxico sócrates e os seus indefetíveis são e os ponha na linha e, preferencialmente, à distância das decisões sobre o país.”

  3. como não consegui ler o teu texto até ao fim,só te posso mandar pela tua prosa,para a puta que te pariu! é violento,acredito que seja,mas não suporto a desonestidade intelectual!

  4. Já cá faltavam as arrastadeiras da maioria a tentar
    consporcar o debate sobre a despedida do Tozé!
    Continuam com a lenga lenga agravada com o rancor,
    e a falta de respeito pelos adversários na passada era
    da maioria de Sócrates, em que por falta de competên-
    cia os lideres do PSD caíam como tordos apesar de, se
    ter montado a maior campanha de difamação de um
    P. Ministro em funções (tudo serviu; homosexual, cor-
    rupto, atentados contra o estado de Direito, etc.), nun-
    ca se provando qualquer das acusações/insinuações!
    Porque será que ninguém fala no maior erro político
    de Sócrates? Com a sua “neutralidade” ter permitido
    a eleição de Cavaco para a Presidência da República!
    Já foi explicado que, quando instado no domingo elei-
    toral, os comentadores falaram sobre projeções e não
    resultados reais, onde se admitia que o PS chegasse
    aos 36% … e a festa preparada pelo Tozé ía nesta onda
    que, acabou por não se verificar!
    Qual a incoerência em reconhecer que o resultado foi
    mau para o PS ? Ou será preferível seguir o rumo de
    vitória em vitória até à derrota final ?
    Pois, assim se compreende o desnorte em que a direita
    se sente, foi o que disse o “entertainer” ontem no seu
    comentário na TVI !!!

  5. O Humberto é tão fraquinho que nem ideias próprias tem. Ó Humberto pagam-te à linha?

  6. “que já estão exibindo em full speed tudo o que melhor caracterizou a época socrática: rancor, raiva, ressentimento, desrespeito pelos adversários (…), insultos, sentenças morais sobre os que se lhes opõe (como se tivessem eles próprios alguma moral a que se agarrar), uma relação fugaz com a verdade e a realidade”. Tudo integralmente aplicável a esta arrastadeira e cª.
    “Sem perceber que a tolerância para o disparate e a falta de respeito alheia são bens finitos e que, a certa altura, ups, já estão esgotados. ” – idem, acabaram de esgotar estrondosamente nas urnas.

    “Como a criatura julga que está acima das regras que se aplicam aos comuns mortais, e que mal nos mostra o seu raciocínio pouco sofisticado todos nos rendemos à sua dúbia argumentação” – magnífico auto-retrato

  7. Não sendo militante do PS, disse a mim próprio que não me ia meter nesta questão; mas, depois dos últimos dias, é difícil ficar de bico calado.

    Assim sendo — e correndo o risco de enunciar o óbvio — aqui vai, a minha opinião:

    Eu prefiro que o PS organize um congresso onde os seus militantes possam escolher a direcção para onde vão remar; o que consiste em os mesmos discutirem e votarem
    (1) O programa eleitoral do PS;
    (2) A pessoa responsável por o pôr em prática;
    só assim poderei decidir, em plena consciência, o sentido do meu voto.

  8. respeito os advesarios,não suporto é a mentira e calunia.não gostar de socrates,é normal. Deus se existe nao agrada a todos .o que não é normal é justificar a sua posiçao com calunias.fundamentem a vossa posiçao com verdade,é isso que se pede.eu não gosto de passos coelho,mas fundamento,sempre que necessario,não gosto do pcp e bloco e fundamento.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *