Paulo Querido cita um artigo de Alan Mutter que está cheio de bons conselhos para quem gosta de fazer e ler jornais. O segredo para a captação da relevância perdida, acrescento às ideias do texto, será também a recuperação da ligação política à comunidade na sua universalidade, não aos grupos particulares que calhem estar a condicionar um dado órgão de informação (accionistas, directores, facções partidárias na redacção). Isso pedirá um tipo de jornalista que acredite no lado idealista da profissão, para além de ter a força para resistir às tentações narcísicas e venais do meio. Aves raras, pois.
Esperemos que um dia se faça essa experiência em Portugal. Para que volte a ter o prazer de comprar um jornal de referência. Um jornal de eleição. De paixão.
Ainda não li o que diz o Paulo Querido, mas parece-me que querias dizer «headlines»?
Desculpa, é mesmo «deadlines», é que o link estava a demorar demasiado a abrir…
Mas headlines tb se aplicaria; seria outro artigo, no entanto.
Bom, já fui ler. Parece-me um problema muito americano, ou, vá lá, de países grandes, sem aplicação directa em Portugal. Não consta por aqui que as redacções fechem demasiado cedo… No entanto, é evidente que a imprensa está a passar forçosamente por uma transformação, devido às comunicações electrónicas.
Achei interessantes os comentários, que vale a pena ler. Na minha opinião, haverá lugar para todo o tipo de informação: local, mais desenvolvida, geral, internacional e instantânea. O suporte é que pode variar. Mas, como diz um dos comentadores, não me parece que seja boa ideia transformar um jornal numa revista. Enfim, os jornalistas que meditem. Nesta e noutras temáticas, como, por exemplo, os «headlines» já por mim referidos e que, a meu ver, «don’t matter that much any more».
Vejo como um problema inerente às sociedades onde a Internet está instalada. De repente, todas as notícias dos jornais ficam obsoletas ainda antes de elas saírem, porque a Internet oferece um melhor produto em directo e sem custos ou limites de actualização. Logo, a rapidez deixa de ser um objectivo que valha a pena perseguir na imprensa, por ser uma guerra perdida.
Solução? Fazer aquilo que os semanários fizeram para se justificaram face aos diários: acrescentar profundidade. Isto é, imitarem as revistas.