Boa gente antecipou que estas eleições presidenciais seriam as mais emporcalhadas de sempre. Por causa do Ventura, o qual iria lançar sórdidos e desvairados ataques contra os restantes candidatos. Por exemplo, dava-se como inevitável que Marcelo seria alvo de insinuações descaradas a respeito dos seus laços pessoais com Salgado, assim aparecendo o caso BES como arma de arremesso sensacionalista e caluniosa contra si. Só que não, desse tema não há nem haverá o menor vestígio na comunicação de Ventura por ser tabu até para ele – se o violar, terá em Marcelo um inimigo mortal e todo o seu projecto de parasitar o PSD e a República vai para o galheiro. Em vez disso, no debate entre eles, trouxe uma fotografia tirada no bairro da Jamaica que é irrelevante do ponto de vista político e inócua eleitoralmente para Marcelo, apenas serviu para Ventura realçar aspectos já batidos da sua marca. O momento em que Marcelo perdeu o decoro e as responsabilidades de estadista, revelando o que não tinha o direito nem a moral para revelar, nasceu de uma crítica banal na direita ressabiada e rancorosa à sua postura de respeito institucional pelo Governo e de apoio à estabilidade política consoante as conjunturas. A ironia (e a gravidade do erro) não podia ser maior.
Desde Setembro, há quatro meses, que Ana Gomes sabia ir ser confrontada, num debate presidencial, com referências a Pedroso, à Casa Pia e à pedofilia. Se não podia adivinhar de que forma exactamente, já não podia duvidar que tal iria acontecer inevitavelmente. Pelo que se esperava que viesse preparada para a ocasião. Mentes mais criativas até poderiam ter planeado uma estratégia de debate centrada nessa evidência – por ser uma situação perfeita para apanhar Ventura desprevenido e levá-lo para a luz que o transforma em pó: a do humanismo, dos direitos humanos, do Estado de direito democrático. Em vez disso, quando o fatal futuro se transformou em violento presente, vimos outra coisa. Uma coisa inesperada, para mim, e inexplicável, para Ana Gomes. Vimos uma resposta de fuga e descontrolo emocional. Aparentemente, Ana Gomes acha que há alguma relação entre ser mãe e avó de sete netos com a defesa da honra de Paulo Pedroso e dos seus direitos cívicos e políticos ameaçados pela boca de um candidato presidencial, que é também deputado e líder partidário. Porque é disso que se trata, de uma ameaça feita à sua frente, e para também a atingir, ao bom nome e liberdade de Paulo Pedroso.
Ventura considerou que a matéria relativa ao caso Casa Pia era tão valiosa que tinha planeado encerrar o debate com ela para assim ter mais impacto. Antecipou o uso da cartada porque, no que é um padrão pulsional, recorre às provocações mais fortes quando se sente atingido. É a lógica da porrada, da cultura de violência onde é idolatrado pelos deploráveis à portuguesa. Mas não desistiu do plano inicial, acabando por duplicar a afronta. Em nenhuma das duas ocasiões houve resposta sequer mínima no plano da responsabilidade ética e política por parte de uma candidata presidencial que, também em Setembro, anunciava que pretendia “limpar o País” e acabou mediaticamente soterrada pelo lixo despejado por um crápula ignóbil.
A justificação para esta implosão de carácter pode ser encontrada revisitando uma outra parte do debate, aquela em que os dois candidatos jogaram ao “o teu Sócrates é pior do que o meu”. Assistir a Ventura ir buscar Sócrates causa menos estranheza do que registar o dia a suceder à noite. Sócrates continua a ser apaixonante para a direita decadente e para a indústria da calúnia, seria até estúpido que Ventura não utilizasse o Diabo em que continuamos a tropeçar constantemente no discurso político do PSD, no editorialismo e no comentariado. Esta direita do poder pelo poder e do fanatismo não tem mais nada que alimente a sua auto-estima, precisa de Sócrates para se levantar da cama e calçar as chinelas. O que fica como antropologicamente notável é a cena de vermos Ana Gomes a usar Sócrates para atacar André Ventura. E nesse momento desolador, vexante, está a chave para se compreender o resto: quem não está apaixonado pelo Estado de direito democrático não consegue lidar com um pulha.
Levarmos com Ana Gomes a sorrir, a rir, a mandar boquinhas sobre “piadas novas”, teatro e o Big Brother perante a exibição de um patife foi intensamente penoso. E depois vê-la a fazer uma pergunta infame e cosmicamente imbecil, aproveitando para si a falha institucional de Marcelo, levou-me a ponderar se aquele debate não teria como única finalidade obrigar-me a prestar contas cármicas por acções minhas e de antepassados meus até aos tempos da Reconquista cristã. Ter usado o seu momento final para misturar coelhos, gatarrões (!?) e a Le Pen obriga-me a recorrer a uma imagem futebolística para conseguir relatar a minha perplexidade. Aquilo foi equivalente a contemplar um guarda-redes, com a bola na mão, a chamar os avançados da equipa adversária até à sua pequena-área, depois colocar a bola aos seus pés, afastar-se três metros para o lado e começar a gritar “Marca! Marca! Marca!” E o coiso marcou.
Ventura saiu dos debates com os três candidatos da esquerda sem ter ouvido uma única vez a expressão “25 de Abril”. Vou repetir de outra maneira: depois de Ventura ter subido a um palanque na Praça do Município para prometer acabar com o regime democrático e ter ameaçado prender quem o defenda, nenhum dos candidatos presidenciais da esquerda achou curial perguntar a Ventura se era só bazófia para animar a sua malta ou se é fruta para o Ministério Público. Donde, temos de reconhecer que, nos debates com Ventura, quem melhor defendeu o 25 de Abril foi o improvável e desconcertante Tiago Mayan. O único a tratar Ventura como um tachista com quem não há alianças, não há cedências, não há complacência para quem ameaça os direitos humanos e a liberdade.
Enche-te de vergonha, esquerda portuguesa.
ana gomes e o ventura são iguais, oportunistas, aldrabões e sem pingo de vergonha na cara, ambos querem protagonismo para ter poder e meter a mão no pote. uma diz que é de esquerda e o outro assume-se facho num debate onde a peixeira ataca o cromo por trabalhar numa empresa que assessorou “o patrão do sócrates” em litígio fiscal, relacionado com isenção de iva, num negócio de exportação de serviços de saúde no âmbito de um protocolo com o estado líbio e o facho defende-se com uma fotografia da miss gomes com o sócras. estão bem um para o outro, mas o ventura vende melhor o peixe.
Confesso que não tenho visto os debates entre os candidatos para a PR,
excepto em, pequenos excertos nos telejornais que, não primam pela isen-
ção pois, todos carregam o andor do recandidato!
Todavia, sendo como diz, não há dúvidas que o “facho” não deve ser tratado
como democrata nem com punhos de renda mas, parece estar enraizado
na acção política o recurso ao uso de “lama”, mentira, com vista a atingir os
adversários, colando rótulos ou seja o tal assassínio de carácter tão usado
pelas direitas com especial distinção para o PSD!
Até os tão ofendidos Rangel conhecido por pézinhos de garrafão e, o peque-
no Maduro que se saiba não é bailarino, pediram ao partido para processar
judicialmente o P. Ministro que denunciou o seu comportamento fora de
portas sobre o “caso” da nomeação do procurador europeu, usando um erro
num curriculum onde foram trocados os Guerras pois, há um que de facto
é procurador geral adjunto e dirigiu o DCIAP e, outro que é só procurador!
Depois há esquerdas e esquerdas por onde aparecem interessados mais em
tratar das suas vidas do que, tratar da coisa pública usando os partidos!!!
O Mayan é um idiota arrogante que vem vender uma idiologia praticada pelo psd quando está no poder (é claro que estão todos ligados à mesma merda).
A única diferença entre o psd e a iniciativa liberal é que os últimos ainda têm vergonha na cara e assumem querer vender o país a retalho aos privados e ainda ficamos a pagar rendas. Enfim, transformar portugal numa enorme PPP.
Não consigo perceber onde está o mérito do gajo.
Nunca votei no PCP, mas o João Ferreira demonstrou, não só, mas também pela postura, ser um candidato digno de ocupar a cadeira presidencial.
Vi o debate deste com o burgesso convencido do Tino em que o jornalista de futebol chegou preparado com perguntas armadilhadas para entalar o candidato do PCP. Isso é que é uma vergonha.
Repararam como os jornaleiros introduzem o Ventas na discussão e depois vêm os comentadores dizer que só se falou dessa besta?
Voltando à vaca fria:
O Mayan pode prometer criticar o que quiser porque não passa de retórica, nem sequer acredito que sejam polos opostos pois, na prática a ideologia é a mesma .
Ele sabe que não tem hipóteses de ser eleito e a função que tem é igual à do Ventura: Capitalizar votos de descontentes à direita.
Só acho que esta tua busca incessante (pelo conhecimento permanente do Relvas?) por uma direita “não decadente” já tem laivos de desespero, Valupi.
Shame on you.
?
Vieira, também acho que o João Ferreira é a melhor escolha nestas eleições presidenciais. E existe uma direita não decadente, a qual é invisível porque não está a liderar o PSD nem o CDS. Talvez, porém, já esteja à vista na IL, como Mayan aparenta representar. O facto de ele ter ideias para um modelo de sociedade diferentes das tuas não o faz ser indecente desde que esses ideias não sejam indecentes.
Mas tu falhas o alvo porque o que me interessa na relação do Mayan com o Ventura nem sequer aparece nas tuas palavras. Vou então inferir que, para ti, isso do “25 de Abril” não é matéria que te desperte grande, sequer pequeno, interesse.
Não sejas ridículo, Valupi. As minhas tomadas de posição demonstram, facilmente, a importância que dou à revolução dos cravos sem necessitar de gritar repetidamente qualquer data que seja.
Agora, só não acho piada quando alguém se agarra a um detalhe para elogiar um idiota em detrimento dos candidatos de esquerda (podes levar a bicicleta com a Ana Gomes) quando, no concreto, sabes que o Mayan se encontra no mesmo patamar que o Ventas com respeito ao 25 de Abril.
E quanto à direita não decadente, andas à caça de gambuzinos.
Vieira, aparentas ter dotes telepáticos. Se for o caso, aconselho-te a abrir uma barraca na feira de Carcavelos, quando passar a pandemia, para começares a encher o bolso.
Do Mayan, só sei o que o homem disse nos debates. Não consta dessas intervenções qualquer ataque ao 25 de Abril, bem pelo contrário.
Quanto à direita decente, é abrires os olhos. Freitas do Amaral, Basílio Horta, Adriano Moreira e Narana Coissoró são exemplos da direita decente. Lucas Pires, Amaro da Costa e Sá Carneiro igualmente nada fizeram de indecente, pelo contrário. Jorge Moreira da Silva, aquando do acordo do PSD com o Chega para os Açores, veio mostrar a sua indignação e pedir um congresso. E depois há uma nova geração que está a nascer na direita que recusa o fanatismo e o ódio tribal. Se ela vai crescer e liderar, essa é uma incógnita.
Bem, quanto à importancia dada ao 25 de Abril, percebe-se o teu posicionamento quando defendes ser a IL
uma “força de direita decente”, portadora de um ideário do qual (apenas eu, por palavras tuas) discordo.
Não creio que tenha sido lapso o facto de ficares de fora da minha discordância política, por isso perdeste qualquer autoridade moral para me falar da defesa das conquistas da revolução.
Não me leves a mal, fala as vezes que quiseres sobre a esquerda, o 25 de Abril, etc…, apenas te falta crédito para ser levado a sério por alguém de esquerda. Digo eu, valha o que valer.
Quanto à direita decente, bem, se eu sou vidente, tu tens que ser o Dalai Lama para conseguir ressuscitar a maioria dos exemplos que deste.
Conheci pessoalmente o Francisco Lucas Pires e confirmo que era um sujeito simpático, acessível e, tanto quanto percebi, com bom fundo. Mas não o compares a Narana Coissoró que, lá por ser mais velho, não deixa de estar enquadrado no perfil natural da maioria, quanto à baixeza argumentativa, calculismo e oportunismo político.
Além do mais, creio que confundes pessoas, indivíduos, decentes com um grupo ideológico que atrai maioritariamente bandidos, vigaristas e biltres de toda a espécie. Nem vale a pena enumerar bestas como o Cavaco, Dias Loureiro, Catroga, Relvas, Passos, Cherne Barroso, Portas…E para ir ao encontro da paridade: Milú Albuquerque, Paula Teixeira da Cruz, etc, etc.
O teu exemplo actual com um ex-acessor do malfadado “presidente” Cavaco também me parece demasiado esperançoso.
Se um dos únicos blogues, com alguma inclinação de esquerda, que frequento, tem um administrador que se preocupa em credibilizar e defender indivíduos ou a própria ideologia a que nos opomos, estamos esclarecidos sobre o pluralismo e equilíbrio existentes nas redes sociais. Isto é só uma constatação, um lamento, não critico um direito que te assiste.
Infelizmente, é o contexto em que nos encontramos e não parece que vá melhorar.
Vieira,
Falas de “um dos únicos blogues, com alguma inclinação de esquerda”. Estas redondamente enganado. A unica e exclusiva inclinação deste blogue, pelo menos desde 2010, é defender o bom nome e a memoria de José Socrates. Tenta encontrar um texto de critica ao Socrates, ou mesmo um texto de elogio a quem tenha criticado o Socrates, e vais ver que não consegues. Alias, tenta encontrar um texto um bocado elaborado que não tenha sido escrito na perspectiva de arranjar argumentos para defender, proteger ou rehabilitar o Socrates, também não vais conseguir. Não sei se a escolha é profissional ou religiosa, mas não interessa, é esta a unica marca absolutamente constante neste blogue.
Repara que isto não é uma critica. Num universo em que as linhas estão em constante evolução, o Aspirina B oferece um ponto de estabilidade absoluta. Desde que se fale do periodo pos-2010. Antes disso, existiam discrepâncias. Por exemplo, o Valupi era contra a despenalização do aborto, muito bem decidida durante o socratismo (porra, la vou eu receber uma concordância em forma de oferta de vinho).
Boas
Viegas,
Bateste à porta errada.
Eu sou dos tais que se atrevem a mijar fora do penico e defendo o Sócras. Sou, portanto, uma viúva do pinóquio, ou lá o que quiserem chamar.
Acompanho desde há muito a política portuguesa (e não só) para me permitir distinguir o que foi a sua actuação concreta a nivel politico, no âmbito nacional e internacional e saber separar a realidade da fantasia gerada por um assassinato de carácter extremamente eficiente.
Existiu um caldo contextual extremamente propício que permitiu todo este enredo, ao qual algumas atitudes do visado não foram estranhas. Mas não quero estar aqui a tentar endoutrinar-te, a cada um o seu túnel de realidade.
Para mim, o Sócras é completamente irrelevante quando comparado aos criminosos que referi. Um menino, quando posto ao lado desses porcos que, sabe-se lá como (eu sei), nunca foram escrutinados e passaram entre os pingo de chuva grossa de casos de corrupção, pela destruição deliberada do patimónio nacional e entrega total à dependencia de interesses estrangeiros obscuros (?).
Mas isto é tudo teoria da constipação, claro, não ligues porque a história já foi escrita por quem ganhou a guerra.
Daí que, para resumir, a “defesa do Sócras” é o aspecto que menos abalos ao pífaro me dá. Pelo contrário, merece elogio pela coragem, dado o contexto merdiático.
Vieira,
Não pretendi bater em ninguém, e muito menos numa porta. Para mim, o José Socrates é anedotico. Concordei com algumas coisas que ele fez (até cheguei a votar nele), discordei de outras. Quanto ao que esta em causa nos tribunais, nunca comentei até hoje. Tanto quanto percebo, não ha sentença definitiva (e ninguém sabe quando havera), de maneira que comentar é vão, é provavlemente inoportuno e não leva a lado nenhum.
Lamento que este blogue viva exclusivamente para isso e que, em vez de debater questões de fundo (como foi o caso ha anos atras), se contente com esta postura de agit-prop. Os comentarios do Valupi sobre as presidenciais em geral e sobre a Ana Gomes em particular são tipicos. Idem sobre a corrupção : como o Socrates foi acusado de forma alegadamente injusta, a corrupção passou a ser considerada como uma fantasia inventada para tramar os amigos…
Não fosse isso, o blogue daria azo a debates e trocas de ideias. Mas quem é que se interessa por isso hoje ? So idiotas como eu para quem “esquerda”, “direita”, “liberalismo”, redistribuição” e outros palavrões semelhantes não se limitam a ser jogadores de uma ou de outra equipa num campeonato de futebol.
Boas
Valupi, eu nunca votaria em nenhum candidato do PC para a presidência da república pela simples razão de que transportaria a ortodoxia do partido para o cargo institucional, ponto final . Aliás, do mesmo, não retenho nada de especial .
Ana Gomes levou uma tareia monumental de Marcelo com aquela imprudente punhalada florentina sobre o Salgado . O mesmo sucedeu com Ventura quando este s e espalhou no modo como tentou atingir Marcelo de forma acintosa, e este lhe descobriu a careca sobre o modo dúplice de comportamento, seja em audiência privada, seja nas vestes de candidato e em público.
Tino de Rans é um simplório que usa metáforas – seja de cantoneiro com pedras grandes e pedras pequenas, seja de agricultura, com minas e distribuição de água – raia o ridículo quando se arvora em grand seigneur ( os meus conselheiros ) e que faz lembrar o célebre personagem interpretado por Peter Sellers, Mr. Chance, no filme Being There, em português, bem-vindo Mr. Chance . Em suma, dá um aire de pitoresco e a sensação de participação popular .
Quanto a todos os restantes, nada tenho a relevar, excepto talvez a dúvida de que Mayan possa estar certo quanto ao que diz sobre o sector privado da Medicina . E digo isto, porque um médico conhecido, cirurgião no sector público, me assegura que muitos actos cirúrgicos ficam menos caros no sector privado, do que no sector público, vulgo SNS, e tenho razões para acreditar nisso, caso contrário não faria qualquer sentido Costa e a ministra da Saúde distribuirem cheques cirurgia, e já foram atribuídos muitos mais que 5.000 .
Seja como fôr, tenho para mim que Marcelo é o mais bem preparado para o cargo, e sendo assim, será o eleito, como tudo parece apontar .
Vieira, vai por aí nas tuas bandas argumentativas grossa confusão. Vou organizar por tópicos para tentar clarificar:
– A referência à suposta decência da IL está circunscrita às declarações de Mayan nos debates. Não acompanho a actividade desse partido para me pronunciar sobre outras das suas figuras. Porém, o seu ideal político – resumindo agora à padeiro como “menos Estado, melhor Estado” – nada tem de indecente. Desconfio que tu e eu não estamos a usar a palavra “decência” com o mesmo significado.
– “Não creio que tenha sido lapso o facto de ficares de fora da minha discordância política, por isso perdeste qualquer autoridade moral para me falar da defesa das conquistas da revolução.” Tens de me explicar esta frase, please, pois não a estou a perceber. De que discordância política falas e a que te referes com o ficar de fora?
– O que dizes sobre Lucas Pires e Narana Coissoró apenas consegue fazer de ti um fanático sectário, nada acrescenta para a discussão da sua decência ou falta dela. Mais uma vez me parece que para ti a decência ou indecência em política se afere pela ideologia, enquanto para mim essa discussão está estritamente relacionada com o respeito pelo Estado de direito democrático.
– Neste blogue não escrevo apenas eu, embora, e infelizmente (para mim e para os malucos que aqui perdem o seu tempo), a produção dos meus colegas já tenha conhecido melhores dias (nada contra por eles, fazem muitíssimo bem). Ora, se há cá outros autores assumidamente de esquerda, eu nunca o afirmei pois não me considero tal. O que poderás encontrar da minha lavra são declarações onde defendo o centro. Assim, a ser alguma coisa, serei centrista, por me parecer a posição politicamente mais inteligente para lidar com a complexidade do real. Tens, então, de rever os teus critérios sobre este blogue se me estás a tomar como bitola ideológica do mesmo.
joão viegas, acertaste: larga o vinho.
Nada mais há para te dizer pois tu preferes as tuas alucinações. És incapaz de distinguir entre o Sócrates político (alguém que, como refere o Vieira, teve políticas que se podem admirar pelos valores, pelos resultados e visão de futuro) e o Sócrates cidadão, o qual está envolvido num processo judicial que ainda não terminou, sequer gerou qualquer tipo de sentença. Neste momento em que teclo, Sócrates é inocente à luz das leis portuguesas. Isso em nada se relaciona com a sua eventual culpa por actos criminosos – os quais podem ou não ter ocorrido (não faço ideia), e a terem ocorrido podem ou não vir a ser provados (não faço ideia), e a virem a ser provados essa prova pode ou não parecer legítima aos olhos de um leigo em matérias jurídicas (o meu caso).
Ao longo destes anos nunca defendi outra coisa que não fosse o apelo a que a Justiça seja implacável e célere no desfecho de um caso com a gravidade inaudita deste. Em vez disso, e ainda antes do seu começo oficial para o público (com a detenção no aeroporto), já a investigação estava politizada e assim continuou até o processo ter ido para o Ivo Rosa. Apesar disto que é uma evidência, tu optas pelo teu delírio predilecto. Vou então continuar a atribuir ao vinho esse fenómeno.
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D. Pedro Tinto, a ortodoxia do partido é o que, nestas presidenciais, faz do candidato do PCP a melhor opção. João Ferreira promete respeitar a Constituição, pouco importando que nesse respeito recorra a uma sua interpretação própria ao PCP ou lá perto. Mil vezes isso a quem não quer saber da Constituição e do Estado de direito democrático para nada.
“Tino de Rans é um simplório que usa metáforas – seja de cantoneiro com pedras grandes e pedras pequenas, seja de agricultura, com minas e distribuição de água – raia o ridículo quando se arvora em grand seigneur ( os meus conselheiros ) e que faz lembrar o célebre personagem interpretado por Peter Sellers, Mr. Chance, no filme Being There, em português, bem-vindo Mr. Chance . Em suma, dá um aire de pitoresco e a sensação de participação popular .”
pois… pois faz-te azia, tira votos ao teu candidato, o cagão do ventralhas. as concelhias chega das caldas, bombarral, óbidos e ansião já apelam ao voto no tino de rãs.
https://www.facebook.com/pages/category/Political-Party/CHEGA-%C3%93bidos-113728413679244/
Vieira, tiras-me palavras da boca e poupas-me tempo. Os meus mercis.
“Ao longo destes anos nunca defendi outra coisa que não fosse o apelo a que a Justiça seja implacável e célere no desfecho de um caso com a gravidade inaudita deste”
hahahahahahahahaha !
Eu até ja nem contesto o teu direito de estares convencido que o homem (o cidadão) é inocente, como admito que seja possivel, ou que ele foi ou é vitima de injustiças. Mas dai a teres 99 % dos posts a bater nesta tecla… Acho pena, é so. Um desperdicio…
Boas
joão viegas, não perderam uma vírgula de actualidade:
https://aspirinab.com/valupi/o-que-ha-de-bom-no-chilindro-de-socrates/ – Novembro 2014
https://aspirinab.com/valupi/a-politica-o-que-e-da-justica/ – Novembro 2014
https://aspirinab.com/valupi/amicus-socrates/ – Novembro 2014
Pois, se por “implacavel e célere” entendes na realidade “se forma excepcional sem passar pelos trâmites normais nem estar submetida às regras do direito comum”, como pedes nos posts citados, então talvez a frase tenha algum fundamento, OK…
Longe de mim querer abrir mais uma discussão sobre o caso, que desconheço, nem posso nem quero conhecer mais do que atravês do que foi publicado até hoje, que é pouco e que é contestado. Apenas digo que não ha um unico post teu em que o desgraçado do homem não apareça. Os 3 que mencionas, o que esta aqui em cima, etc., etc. Alucinações, dizes tu ? Desafio-te a dares um exemplo, um que seja, de pagina do teu blogue onde o Socrates não apareça citado pelo menos três vezes…
Boas
joão viegas, tens de tomar uma decisão a teu próprio respeito: afinal, queixas-te de andares a gastar o teu rico tempo num blogue que defende Sócrates, o que te parece errado seja lá pelo que for, ou lamentas-te por andares a desperdiçar o teu precioso tempo num blogue que se pronuncia a respeito das problemáticas onde Sócrates aparece envolvido, o que te parece inaceitável seja lá pelo que for?
Aparentemente, como passas tanto do teu tempo a seviciares-te com as alusões a Sócrates que encontras neste blogue, escapa-te que o resto do mundo político e mediático português não larga o homem. Aconselho-te a saíres mais à rua.
Valupi,
Ninguém se queixa. Limito-me a emitir opiniões acerca do que leio e a responder a perguntas. Não percebo o teu comentario : pretendes que eu saia à rua para constatar que não é apenas este blogue que anda obcecado com Socrates, mas que isso é uma tendência geral do universo inteiro e que não existe galaxia onde não pululem as erinias que perseguem incansavelmente o desinfeliz ? Temo que andes a confundir “a rua” com o cenario dum filme mediocre. Mas que acredites que existe uma realidade é um bom sinal. Pode ser que nos encontremos por la qualquer dia. Faço votos nesse sentido.
Boas
joão viegas, ok mano. E entretanto, já sabes: larga o tintol.
Não é na Bounty, é no charco . A Bounty foi no alto mar . Tomei conhecimento ontem mesmo, dessa autêntica pedrada no charco, consubstanciada na campanha “ chega de rãs ! “
Mas não vejo que isso, essa transferência de intenções, tenha consequência alguma na eleição do candidato em que vou votar, que, caso o baralhado autor do coment das 17:54 – que ora assina assim, como depois assina assado, e que não consegue sequer esconder a frustação de quem não tem candidato – soubesse ler e interpretar o que escreví .
E então, a título de gentileza e como contributo para a sua cebeça pequenina, acrescento mais : limito-me a acolher a boa sugestão que sua excelência o PM, apontou .
Portanto já sabe quem é o meu candidato, passe a inconfidência.
Valupi, vou começar pelo fim:
Eu não disse que eras de esquerda, falei no blogue em termos gerais e o blogue não és tu, graçádeuz.
Embora concorde com algumas das tuas postas, não venho aqui para ler as tuas poéticas dissertações.
Gosto de apreciar alguns texto de outros (cada vez mais raros) colaboradores, os comentários e a discussão que, frequentemente, supera o post inicial.
Que não és definitivamente de esquerda (centro, o que é isso?), já estou careca de saber. Não serás propriamente um revolucionário de Abril, daí a minha chamada de atenção quanto à tua preocupação em criticar a esquerda por não mencionar a revolução vezes suficientes.
Tendo em conta que aproveitaste para elogiar o arrogante Mayan, parece-me uma crítica demasiado forçada, para não dizer estúpida.
Só te peço desculpa por não ter percebido que apoiavas o discurso neo-liberal e extremista ( não é centrista, certamente)do candidato da IL “menos estado, melhor estado” que me parece, repito:parece ser oposto aos ideais de Abril.
Também não entendo como me transformas em sectário só porque faço uma distinção elogiosa do Lucas Pires face à postura e discurso do Narana Coissoró.
Não entendo o teu discurso, parece que nem lês em condições o que os outros escrevem e, dá-me a impressão, que nem sequer relês o que tu próprio escreves. Leitura transversal ou soberba, não sei nem me interessa, mas não me parece decente ( e prontes, lá se foi o único que restava. Lóle).
No hard feelings, Valupi. Dado que estou esclarecido, vou ficar aqui no meu cantinho a mandar bitaites ( se me deixares, claro. Tu és o DDT) e não te dirijo mais a palavra para não ferir a tua suscetibilidade “centrista” (wink, wink)