Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Maior poder económico, mais cultura e acesso à informação, maior poder reinvindicativo, uma gota que fez transbordar o copo, uma explosão de massas relativamente controlada, uma tentativa de aproveitamento de forças de extrema direita. Este seria o meu resumo.
“Que se está a passar no Brasil?”
provavelmente aquilo que acontece a qualquer emergente, tá a levar umas amonas da cia enquanto a máquina de imprimir dollars entra em manutenção. sempre foi assim, mas agora nota-se mais porque os ciclos são mais curtos.
a panela das assimetrias, essencialmente sociais, está a ferver – o que constitui evidência de que o desenvolvimento económico tem mesmo de fazer parceria de velocidade com o social.
mas Boaventura Sousa Santos explica isto, que está absolutamente de acordo com o que penso, maravilhosamente bem.
diz o Pitta «Dizem as estatísticas que os governos Lula tiraram 30 milhões de brasileiros do limiar da pobreza. É obra! Mas isso criou um problema adicional. A classe média standard, que aforrava em divisas, fazia férias no estrangeiro, ia à ópera em Nova Iorque e às compras em Milão, foi “insuflada” com a chegada dessa nova fatia de consumidores, que agora pode comprar geladeiras e ipads mas continua sem acesso a cuidados de saúde básicos, educação igual para todos, transportes públicos dignos desse nome, segurança no desemprego e na velhice, etc. Cidades como o Rio e São Paulo são hoje tão caras como Londres ou Tóquio. Nos últimos anos, alargou o fosso entre “quem tem” e “quem não tem”. Um dia a bolha tinha de estourar. Estourou.»
Eu diria que é mais a ponte aérea com Miami e o «dê-me dois» das brasileiras
“Que se está a passar no Brasil?”
É a cidadania. É a capacidade reivindicativa. São os intelectuais na rua, os artistas, sem medo de sujar o fato (o terno) ou de perder o tacho numa qualquer telenovelazinha merdosa. Todos ao lado do povão. É a juventude, ao lados dos menos jovens, na rua.
É o que já se previa para quem conhece minimamente o Brasil.
Os arregimentados do costume dizem, afivelando ares de missa dominical, que Portugal segue com atenção a situação brasileira…….me poupem!!!!
Caras, me mandem de retorno, URGENTEMENTE, um cheirinho de alecrim.
Kúidosoaindanãoperdeuaesperança!!!!!!!!!!!!!!!
está a começar a ter uma verdadeira classe média. Que é uma classe chata para caraças. Por isso é que deste lado se quer acabar com ela. O problema é ter de recorrer a outras classes médias para nos comprarem as exportações. Portanto, não podem acabar com elas em todo o lado, infelizmente.
O que se passa no Brasil, foi o que se passou cá na TSU quando a quiseram aumentar para os mais pobres para a diminuir para os mais ricos.
No Brasil, será que havia necessidade nesta altura de aumentar os transportes? Se os ricos querem fazer investimentos que os façam, escusam é de vir roubar aos mais pobres.
Não acredito que um aumento de 3,0 para 3,2 reais no preço dos bilhetes de autocarro explique muito do que se está a passar. Havia muita insatisfação popular contida, que agora aproveitou a janela.
Mas os manifestantes já começaram a descobrir que há muito oportunista no meio deles, incluindo vândalos, ladrões, traficantes queixosos da polícia e os habituais calhaus de extrema esquerda a sonhar com o paraíso terrestre.
Quando teve a bota dos militares no pescoço, o povão dançava o samba e lambia o tacão. Agora que têm a Dilma, a democracia, economia ainda a crescer, desemprego ainda baixo, protestam contra a puta da vida. Acham mole, carregam…
O que se está a passar no Brasil é mais ou menos o que se passou em França, em Setembro de 2005, ou no Reino Unido uns anos mais tarde, misturado com as explosões inorgânicas mais recentes, casos da Tunísia, Egipto e Turquia.
É sempre um mal-estar indefinido, uma raiva acumulada, uma insatisfação mansa, mas que se vai, gradualmente, tornando insuportável e que um dia, com uma gota mínima, descamba para a explosão.
Tal como a matriz original deste tipo de catarses colectivas, o Maio de 68, dá algum espectáculo durante uns tempos, anima os espíritos mais alvoroçados, mas depois redunda em pouca coisa de concreto…
O único problema do Brasil agora é saber se consegue diminuir a pressão e instalar as necessárias válvulas até ao «Mundial», ou se, pelo contrário, a malta já percebeu que isto é só o ensaio geral e que, para o ano, é que vai ser mesmo o desfile do “Samba” completo.
E nós por cá, tudo bem? Ou com “eles” muito apertadinhos a ver se não seremos o próximo País a animar as notícias de um sempre taciturno Outono?
Maior poder económico, mais cultura e acesso à informação, maior poder reinvindicativo, uma gota que fez transbordar o copo, uma explosão de massas relativamente controlada, uma tentativa de aproveitamento de forças de extrema direita. Este seria o meu resumo.
“Que se está a passar no Brasil?”
provavelmente aquilo que acontece a qualquer emergente, tá a levar umas amonas da cia enquanto a máquina de imprimir dollars entra em manutenção. sempre foi assim, mas agora nota-se mais porque os ciclos são mais curtos.
a panela das assimetrias, essencialmente sociais, está a ferver – o que constitui evidência de que o desenvolvimento económico tem mesmo de fazer parceria de velocidade com o social.
mas Boaventura Sousa Santos explica isto, que está absolutamente de acordo com o que penso, maravilhosamente bem.
http://outraspalavras.net/2013/06/20/o-preco-do-progresso-e-os-dois-brasis/
diz o Pitta «Dizem as estatísticas que os governos Lula tiraram 30 milhões de brasileiros do limiar da pobreza. É obra! Mas isso criou um problema adicional. A classe média standard, que aforrava em divisas, fazia férias no estrangeiro, ia à ópera em Nova Iorque e às compras em Milão, foi “insuflada” com a chegada dessa nova fatia de consumidores, que agora pode comprar geladeiras e ipads mas continua sem acesso a cuidados de saúde básicos, educação igual para todos, transportes públicos dignos desse nome, segurança no desemprego e na velhice, etc. Cidades como o Rio e São Paulo são hoje tão caras como Londres ou Tóquio. Nos últimos anos, alargou o fosso entre “quem tem” e “quem não tem”. Um dia a bolha tinha de estourar. Estourou.»
Eu diria que é mais a ponte aérea com Miami e o «dê-me dois» das brasileiras
“Que se está a passar no Brasil?”
É a cidadania. É a capacidade reivindicativa. São os intelectuais na rua, os artistas, sem medo de sujar o fato (o terno) ou de perder o tacho numa qualquer telenovelazinha merdosa. Todos ao lado do povão. É a juventude, ao lados dos menos jovens, na rua.
É o que já se previa para quem conhece minimamente o Brasil.
Os arregimentados do costume dizem, afivelando ares de missa dominical, que Portugal segue com atenção a situação brasileira…….me poupem!!!!
Caras, me mandem de retorno, URGENTEMENTE, um cheirinho de alecrim.
Kúidosoaindanãoperdeuaesperança!!!!!!!!!!!!!!!
está a começar a ter uma verdadeira classe média. Que é uma classe chata para caraças. Por isso é que deste lado se quer acabar com ela. O problema é ter de recorrer a outras classes médias para nos comprarem as exportações. Portanto, não podem acabar com elas em todo o lado, infelizmente.
pois, tamém acho que só há revoluções onde há dinheiro e boa noite
http://oglobo.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/webchamada/2648926
O que se passa no Brasil, foi o que se passou cá na TSU quando a quiseram aumentar para os mais pobres para a diminuir para os mais ricos.
No Brasil, será que havia necessidade nesta altura de aumentar os transportes? Se os ricos querem fazer investimentos que os façam, escusam é de vir roubar aos mais pobres.
Não acredito que um aumento de 3,0 para 3,2 reais no preço dos bilhetes de autocarro explique muito do que se está a passar. Havia muita insatisfação popular contida, que agora aproveitou a janela.
Mas os manifestantes já começaram a descobrir que há muito oportunista no meio deles, incluindo vândalos, ladrões, traficantes queixosos da polícia e os habituais calhaus de extrema esquerda a sonhar com o paraíso terrestre.
Quando teve a bota dos militares no pescoço, o povão dançava o samba e lambia o tacão. Agora que têm a Dilma, a democracia, economia ainda a crescer, desemprego ainda baixo, protestam contra a puta da vida. Acham mole, carregam…
http://www.causabrasil.com.br/
O que se está a passar no Brasil é mais ou menos o que se passou em França, em Setembro de 2005, ou no Reino Unido uns anos mais tarde, misturado com as explosões inorgânicas mais recentes, casos da Tunísia, Egipto e Turquia.
É sempre um mal-estar indefinido, uma raiva acumulada, uma insatisfação mansa, mas que se vai, gradualmente, tornando insuportável e que um dia, com uma gota mínima, descamba para a explosão.
Tal como a matriz original deste tipo de catarses colectivas, o Maio de 68, dá algum espectáculo durante uns tempos, anima os espíritos mais alvoroçados, mas depois redunda em pouca coisa de concreto…
O único problema do Brasil agora é saber se consegue diminuir a pressão e instalar as necessárias válvulas até ao «Mundial», ou se, pelo contrário, a malta já percebeu que isto é só o ensaio geral e que, para o ano, é que vai ser mesmo o desfile do “Samba” completo.
E nós por cá, tudo bem? Ou com “eles” muito apertadinhos a ver se não seremos o próximo País a animar as notícias de um sempre taciturno Outono?