11 thoughts on “Vamos lá a saber”

  1. Maior poder económico, mais cultura e acesso à informação, maior poder reinvindicativo, uma gota que fez transbordar o copo, uma explosão de massas relativamente controlada, uma tentativa de aproveitamento de forças de extrema direita. Este seria o meu resumo.

  2. “Que se está a passar no Brasil?”

    provavelmente aquilo que acontece a qualquer emergente, tá a levar umas amonas da cia enquanto a máquina de imprimir dollars entra em manutenção. sempre foi assim, mas agora nota-se mais porque os ciclos são mais curtos.

  3. diz o Pitta «Dizem as estatísticas que os governos Lula tiraram 30 milhões de brasileiros do limiar da pobreza. É obra! Mas isso criou um problema adicional. A classe média standard, que aforrava em divisas, fazia férias no estrangeiro, ia à ópera em Nova Iorque e às compras em Milão, foi “insuflada” com a chegada dessa nova fatia de consumidores, que agora pode comprar geladeiras e ipads mas continua sem acesso a cuidados de saúde básicos, educação igual para todos, transportes públicos dignos desse nome, segurança no desemprego e na velhice, etc. Cidades como o Rio e São Paulo são hoje tão caras como Londres ou Tóquio. Nos últimos anos, alargou o fosso entre “quem tem” e “quem não tem”. Um dia a bolha tinha de estourar. Estourou.»

    Eu diria que é mais a ponte aérea com Miami e o «dê-me dois» das brasileiras

  4. “Que se está a passar no Brasil?”
    É a cidadania. É a capacidade reivindicativa. São os intelectuais na rua, os artistas, sem medo de sujar o fato (o terno) ou de perder o tacho numa qualquer telenovelazinha merdosa. Todos ao lado do povão. É a juventude, ao lados dos menos jovens, na rua.
    É o que já se previa para quem conhece minimamente o Brasil.
    Os arregimentados do costume dizem, afivelando ares de missa dominical, que Portugal segue com atenção a situação brasileira…….me poupem!!!!
    Caras, me mandem de retorno, URGENTEMENTE, um cheirinho de alecrim.
    Kúidosoaindanãoperdeuaesperança!!!!!!!!!!!!!!!

  5. está a começar a ter uma verdadeira classe média. Que é uma classe chata para caraças. Por isso é que deste lado se quer acabar com ela. O problema é ter de recorrer a outras classes médias para nos comprarem as exportações. Portanto, não podem acabar com elas em todo o lado, infelizmente.

  6. O que se passa no Brasil, foi o que se passou cá na TSU quando a quiseram aumentar para os mais pobres para a diminuir para os mais ricos.
    No Brasil, será que havia necessidade nesta altura de aumentar os transportes? Se os ricos querem fazer investimentos que os façam, escusam é de vir roubar aos mais pobres.

  7. Não acredito que um aumento de 3,0 para 3,2 reais no preço dos bilhetes de autocarro explique muito do que se está a passar. Havia muita insatisfação popular contida, que agora aproveitou a janela.

    Mas os manifestantes já começaram a descobrir que há muito oportunista no meio deles, incluindo vândalos, ladrões, traficantes queixosos da polícia e os habituais calhaus de extrema esquerda a sonhar com o paraíso terrestre.

    Quando teve a bota dos militares no pescoço, o povão dançava o samba e lambia o tacão. Agora que têm a Dilma, a democracia, economia ainda a crescer, desemprego ainda baixo, protestam contra a puta da vida. Acham mole, carregam…

  8. O que se está a passar no Brasil é mais ou menos o que se passou em França, em Setembro de 2005, ou no Reino Unido uns anos mais tarde, misturado com as explosões inorgânicas mais recentes, casos da Tunísia, Egipto e Turquia.

    É sempre um mal-estar indefinido, uma raiva acumulada, uma insatisfação mansa, mas que se vai, gradualmente, tornando insuportável e que um dia, com uma gota mínima, descamba para a explosão.

    Tal como a matriz original deste tipo de catarses colectivas, o Maio de 68, dá algum espectáculo durante uns tempos, anima os espíritos mais alvoroçados, mas depois redunda em pouca coisa de concreto…

    O único problema do Brasil agora é saber se consegue diminuir a pressão e instalar as necessárias válvulas até ao «Mundial», ou se, pelo contrário, a malta já percebeu que isto é só o ensaio geral e que, para o ano, é que vai ser mesmo o desfile do “Samba” completo.

    E nós por cá, tudo bem? Ou com “eles” muito apertadinhos a ver se não seremos o próximo País a animar as notícias de um sempre taciturno Outono?

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