As críticas feitas a Costa por este se recusar a apresentar soluções de governo sem para tal estar mandatado têm vindo da esquerda e da direita. Há força nelas pois é inquestionável que tudo e todos na cena política nacional ganhariam em conhecer o que Costa tem a dizer a respeito. Ou seja, é cómodo exigir-lhe um programa eleitoral mesmo que esteja a um ano das eleições e nem sequer seja o secretário-geral do PS, nada mais parece contar para a vozearia. A sua recusa em especificar o teor das soluções, contudo, é o que melhor defende a racionalidade da sua eventual acção futura. Por exemplo, Seguro foi eleito líder do PS com a promessa de ir limpar o partido dos socráticos corruptos e mais nada de concreto. Recorde-se o que ele disse antes das eleições socialistas em 2011 e no congresso da entronização onde apresentou as suas prioridades. É uma mão-cheia de nada.
Em especial, as críticas que vêm da direita poderiam levar a um útil – ou tão-só divertido – exercício de honestidade intelectual. Seria assim: primeiro listavam-se os direitolas que não se têm calado com essa conversa, depois seriam recolhidos por autocarros com ar condicionado e transportados para o Campo Pequeno, e dali só seriam libertados quando opinassem sobre o que Passos Coelho prometeu para se abraçar ao pote. O Pedro protagonizou a maior fraude eleitoralista de que há memória na democracia portuguesa, tendo jurado ir acabar com os sacrifícios, não aumentar impostos, não despedir funcionários públicos, conseguir libertar a economia e salvar a juventude. Foi com esse programa, para o qual também jurou ter as contas todas feitas e devidamente vistoriadas pela Troika, que ele ganhou as eleições. E esta burla foi feita estando António Borges, ideólogo do PSD passista, no FMI com o pelouro da Europa. Borges não só sabia desde 2010 o que a Troika iria fazer em Portugal como trabalhava para que as suas consequências fossem as mais demolidoras, o seu sonho delirante sendo o de que não ficasse pedra sobre pedra do Estado social. Que diriam os direitolas sobre o valor político e moral do que o homem de Massamá fez se fossem obrigados a dizer alguma coisa? Em público, nada. Entre os amigalhaços, que foi muito bem feito, que assim é que é, vale tudo.
Não critico Costa por estar a exibir competências ligadas à inteligência e à coragem nestas matérias voláteis e imprevistas das políticas económicas e de finanças. Critico-o é por não ter falado o suficiente do trauma que se abateu sobre o País por causa da decadência rapace do PSD e do CDS.
:-) ai que risota! aí a chover canivetes e depois os touros a fazerem -lhes carícias com a ponta dos cornos. uma tarde de ponta e mola para os bacanos da pesada no campo pequeno. e no regresso? no regresso o ar condicionado gargalha e, olhando uns para os outros, coçam a memória das cócegas do touro. perfeito! :-)