Uma direita que não tem dúvidas e raramente se engana

A coincidência de o auge da crise grega, na sua relação com a Europa, coincidir com o período eleitoral para as legislativas portuguesas leva a que tenhamos a direita nacional a exibir-se num estado de violência emocional extremo. A retórica do castigo, do desprezo e do ostracismo escorre imparável por todos os canais, desde a arraia-miúda nas redes sociais, passando pelos comentadores profissionais e chegando aos políticos – onde se destaca Cavaco, supremo chefe de facção e factual substituto do ministro dos Negócios Estrangeiros. A direita portuguesa, esta direita decadente, não passa da face visível da oligarquia, colocando sempre em último lugar as necessidades das populações mais pobres e remediadas. Um qualquer ganho do Syriza deixaria em pânico quem já sacrificou – sem a mínima hesitação e cheios de furor – a população de Portugal à pura sede de poder.

Claro que podemos entender esta agressividade como sendo uma expressão natural das dinâmicas políticas, sociais e mediáticas. Há um constante fluxo de adrenalina que vicia. Mas o aspecto ideológico é mais interessante como dimensão analítica. A infantilização de tratar a economia de um Estado como se fosse a economia de uma casa familiar, juntamente com a moralização culpabilizadora agitada como critério político absoluto, não são apenas manifestações de um delírio da vontade, elas ficam igualmente como transparências para o interior intelectual e ético de quem assim se assume no espaço público. Andar a promover o ódio aos gregos, como fazem Passos e Cavaco, é significativo na sua correlação com outras temáticas onde essas figuras têm responsabilidade política. Para alguns, o que se revela de ambos no modo como reagem às históricas dificuldades do povo grego é crucial para a compreensão da sua relação com o povo português.

A decadência desta direita consiste em ir buscar o seu apoio aos piores instintos das comunidades ameaçadas por crises. Em 2011, esta direita decadente jurou à nossa comunidade que as responsabilidades internacionais não existiam e que os sacrifícios acabariam assim que corressem com os malditos socialistas. Logo que se agarraram ao pote, soltaram a besta do empobrecimento fanático e fizeram magníficos negócios, devastando económica e socialmente o País. Agora, dizem para se correr com os malditos gregos. Não têm dúvidas e raramente se enganam: querem estar do lado dos fortes e estão dispostos a tudo para os servir.

17 thoughts on “Uma direita que não tem dúvidas e raramente se engana”

  1. Valupi,

    Concordo! Mas há uma consequência que temos de retirar deste seu texto: se queremos apear esta direita, não é recusando o voto ao Costa por-não- sei- quê que vamos lá !

  2. Hum, alguém me faz um resumo?

    Olinda, sabe, concordo com você. Acrescentaria ao seu parágrafo « …da miúfa e da cobardia». Evidentemente, que me reporto tão só à sua frase, que se aplica em tudo o que é agressividade…

  3. numbejonada, bastaria o prejuízo, financeiro e estratégico, que o país teve nos negócios da venda da EDP e da REN, já devidamente documentado pelo Tribunal de Contas, e na venda Fidelidade, que daqui a 100 anos ainda haverá gente na China a contar essa anedota, para eliminar qualquer possibilidade de afirmar como patriota ou competente os que, actualmente, dizem representar a direita em Portugal ou os defendem. Não fosse a falta de carácter que a vossa escrita trocista denuncia, até tu e o Básico teriam vergonha de apoiar essa indigência.

  4. Ó GALUCHO, mas tu achas que eue vou ligar ao que tu escrebes, pá? Tu brincas, num é? hum?Num se liga ao cu galucho escrebe, pá.

    tira as palas, pára, respira fundo, (olha pra trás, num benha o BADALHOCO do IGNATZARALHO com um sabonete, pá,) e depois recomeça o andamento. Sempre à volta, puxa a águinha e ebita as humidades na cabeça. tixao.

  5. oube, num boltes a dizer queue num tenho caráter, tá beie? Num sou eue que mando no diretor da choldra de Ébora, tá beie? Nem telefono do gabinete do capataz nem recebo quem quero e quando quero, precebestes? Hum? bê lá!

  6. Camaradas, bem sei que andais com o ânimo em baixo, apesar de o vosso timoneiro apregoar que trabalha com RIGOR. É grande a estrada que palmilhais nesta altura, pois não só não conseguis governar o Rato e os Ratos e ratitos satélites, como não sabeis como governar o poleiro de Passos.

    O único homem com chumbo neste país, mártir da era moderna, está preso. Corajoso, forte, sem medo – da raça do AVANTE-, não quiz a liberdade da pulseira eletrónica. Preferiu a reclusão, a corrida à volta do recinto, a visita dos camaradas. Sossegai contudo: um dia o enaltecerão com voz embargada pelas lágrimas, comparando-o a Mandela. E será aplaudido pelos ignaralhos que levantarão as bandeirinhas e se porão a jeito para mais uma sabonetada e aprovação de mais uma lei maricas.
    E Costa, que trabalha com rigor, será para sempre banido da ratoeira, e deixará vago o buraco para o homem mais honesto de Portugal.
    Passos, esse gajo, que anda a fazer corridas no IC 19 com viaturas pagas do meu bolso, às tantas da noite, será confinado a Massamá, em jeito do Marquês de Oeiras e nunca mais porá os cotos no IC 19, porque quem se mete com o PS COME, tá beie? Oqueie.

  7. 1. Cavaco diz que ficam dezoito, esquecendo-se que Portugal é o 18º ou, melhor dizendo, 17º, se contarmos com Chipre (que, dada a dimensão da economia cipriota, não conta verdadeiramente como escudo defensivo da pátria lusitana).

    2. É que, em boa verdade, a direita tuga não compreendeu que a última trincheira que, com o seu sacrifício, ia defendendo Portugal de ser visado pelos mercados financeiros, era a mui vilipendiada Grécia.

    (-3). A direita tuga, a começar por Cavaco Silva, agradeceu com a maior gratidão o esforço grego, oferecendo aos heróis helénicos os mais altos agradecimentos… (Ops!… creio não foi bem assim…)

    3. Esta elite nacional, que vive de se rebaixar ante os seus patronos estrangeiros, de que é vassala com toda a fé e orgulho, voluntariou-se para a degola da Grécia. E eis como o (des)governo de Passos & Cavaco acabou a servir de camartelo à demolição a trincheira grega, que vinha defendendo a pátria tuga do mau olhado dos mercados financeiros.

  8. Transparencia para o interior intelectual e ético?
    Uma frase um pouco deslocada para quem acha que fotocopias é um legitimo adjectivo!
    para quem desconfia do sistema bancario é bue da fixe!
    e quem acha que a culpa de tres banca rotas foi dos governos deles os direitolas?
    tenho que discordar deste interior etico muito pouco intelectual!!

  9. Vários procuradores, que se pronunciaram no Facebook sobre a sua prisão, vão ser alvo de inquérito disciplinar, apesar da oposição da procuradora-geral da República. Quer comentar?

    Bom, julgo que devemos ser compreensivos com este episódio. Afinal os senhores magistrados perceberam bem que não se estavam a pronunciar sobre um processo de justiça, mas sobre um processo político. E, assim sendo, manifestaram-se como militantes políticos a quem é deslocado pedir que considerem a presunção de inocência. Para o fanático só existe a presunção de culpabilidade. Seria, creio eu, pedir demais que lhes exigissem que se expressassem sem rancor, com racionalidade ou com inteligência.
    O mesmo esforço de compreensão devemos ter com o comportamento da senhora procuradora–geral. Nunca entenderemos as suas declarações se pensarmos que elas respeitam a simples representação de uma instituição com especiais deveres com a letra da Constituição. A senhora procuradora-geral pronunciou-se como “chefe de clã” – defendeu os seus, com os pobres argumentos que arranjou.

    A política para si acabou?
    Oh, pelo contrário. Isto ainda agora começou.

    http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4652277&page=-1

  10. antonio cristovao, fiquei com a ideia, nesse teu comentário, de que querias falar de alguma coisa. Não percebi foi do quê. Mas podes tentar outra vez que não pagas mais por isso.

  11. oh antonio cristovao,
    if I may, um conselho de amigo, que valupi é um oponente formidabel :

    Cuidado com o que se diz e se escreve, ou nem os ossos se aproveitam .

    Emboramente, eu próprio, não tenha percebido bem, partes do seu raciocínio.
    Deficiência minha, sem dúbeda.

    agora intendo o que IGNATZ queria dizer, quando referiu TER MAIS QUE FAZER :
    Andava à procura de palha .

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