Inestimáveis lições desta edição:
– Lobo Xavier acha que o caso da licenciatura de Sócrates é, num certo sentido, pior do que o caso da licenciatura de Relvas, embora não saiba bem o que terá acontecido no primeiro caso, talvez uma dúvida acerca da cadeira de Inglês Técnico, ou coisa que o valha. Seja como for, os casos são iguais nisso de ambas as figuras terem obtido graus formais sem realmente terem estudado ou aprendido fosse o que fosse.
– Pacheco Pereira, o arauto que apanhou “empregados do Governo e mais acima” a escrever neste e noutros blogues da Frente da Calúnia, o valente que denunciou as técnicas dos serviços secretos usadas a partir do gabinete de Sócrates, o herói que andou a cheirar as cuecas de um primeiro-ministro envolvido em manipulações avassaladoras mas que depois nada fez para o levar à Justiça e nem sequer explicou do que se tratava, diz que a situação de Relvas é exactamente igual à de Sócrates, os dois tendo recebido favores para tirarem cursos de plástico. Pacheco sabe o que se passou e quem fez o quê. Por exemplo, sabe que nada nos papéis da licenciatura de Sócrates bate certo, algo que talvez deva merecer a renovada atenção do Ministério Público assim haja alguém que lhes envie o link. E também sabe que Sócrates passou numa cadeira com um trabalho enviado de casa, algo que não terá desculpa possível e prova a complexa perfídia daquela operação. Pacheco tem toda a razão, escusado seria dizer, pois não há notícia de algum outro aluno em qualquer outro curso ter sido avaliado com trabalhos feitos em casa, em bibliotecas ou em mesas de esplanada. Os trabalhos legítimos são só aqueles que se fazem sob o olhar aquilino do professor ou de terceiros devidamente autorizados para esse controlo. É isto o ensino superior, aquele onde os avaliadores pairam por cima dos cábulas e não os deixam sair da sala para se dedicarem a leituras perigosas ou falar com estranhos.
– Pacheco igualmente nos pinta o enésimo retrato da miséria da classe política e sua gula infrene. Ele explica como as coisas se passam, como as coisas se fazem e como as coisas acabam. Tendo em conta que o próprio Pacheco faz parte desta classe política vai para 40 anos, e tendo em conta que é a maligna classe política que lhe permite ser uma vedeta da indústria da opinião, as suas detalhadas descrições adquirem automático estatuto de verdade. Faltaria só tirar as consequências de tão pudendas contradições éticas – mas talvez seja sensato abdicar de lhe exigir a perfeição.
– Lobo Xavier, Pacheco Pereira e António Costa estão de acordo no seguinte diagnóstico: o Governo está nas mãos de Luís Filipe Menezes, o qual vai metendo o seu Norte nos lugares de poder e prepara o regresso de Durão Barroso para substituir Cavaco. Provavelmente, tanta inteligência junta não poderá estar enganada.
Se o Relvas vê isto, tira já uma licenciatura em ciências da comunicação.
paciência política, talvez.
NOTICIA DE ULTIMA HORA: Miguel Relvas ofereceu-se para tirar o Curso de Medicina esta tarde, de forma a poder dar uma ajuda nos hospitais durante a garve dos médicos!!!
A única coisa que este caso demonstra é que Miguel Relvas sofre desse mal português da reverência tacanha pelos títulos académicos.
casos perdidos, custa-lhes reconhecer a sua própria desonestidade, e não podem perder a face nem mesmo perante nojos como Relvas e Cª.
maria,
acho que se trata antes de um caso de reverência tacanha dos académicos pelo político distribuidor de favores (claro que a reverência não terá sido desinteressada). A propósito, ainda estou para ver como é que o homem vai descalçar a bota de vender a RTP à Ongoing; as coisas tomaram outro rumo…Só ralações.
Realmente isto nem chega a ser um caso. Até hoje o Relvas só conseguiu enganar quem verdadeiramente o desejou.
É o perfeito protótipo do “palavras para quê? É um artista português!”. Aqui a política é muito melhor do que a pasta medicinal Couto. Se tivesse sido necessário, ele até com os dentes tinha tirado cadeiras.
Quem é que não sabia que também tínhamos cadeiras de Politiquês Técnico, quem? O Crato, claro. Até quer inventar um regulamento, vejam lá.
Vamos fazer uma vaquinha para lhe pagarmos umas férias a sós com o Relvas para ele perceber o que custa a verdadeira ciência. E dois pares de óculos. Um para ele e outro para o Paulinho Macedo.
Crato, o evangelista do antieduquês, rigor, exigência e avaliação, acha que as equivalências do colega Relvas começaram na primária?
O seu a seu dono.
Ouviu mal. O Lobo Xavier entende que o caso Relvas é muito pior que o caso Sócrates.
Ouvi o primeiro, Lobo Xavier, e ja não poso mais. E posivel tanto cinismo junto?. Dalhe voltas e voltas para justificar o qué. A corrupção é corrupção e quem não diz branco o branco está á ajudar o corrupto. Iste tipo deu-me nojo.
edgar, abre a pestana.
“As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco.” George Orwell
Comparar um individuo que frequenta em coimbra durante 3 anos ,um curso de engenharia,depois em lisboa tem mais um de frequencia (bacharelato já estava garantido) e depois vai para uma universidade fazer um curso que desconheço qual,com o que M.relvas fez, dá vontade de rir. lobo xavier ressalvou as diferenças,Pacheco Pereira mantem o discurso, por que a sua honestidade intelectual não lhe permite alterar a narrativa que utilizou durante anos.uma pergunta: O que socrates estava a fazer nessa universidade permitia-lhe a licenciatura de engenharia ou era outro curso? a “marosca” foi só no ingles tecnico?Com Bolonha em vigor quantos creditos davam ter sido deputado e secretario de estado do ambiente na altura?resumindo: Um é no minimo engenheiro tecnico, o outro tem o 12 ano e sem grandes notas tirado, num colegio privado (Colegio N.Alavares de Tomar.Relvas tambem foi forcado do grupo do colegio? se foi, tambem teve direito a creditos…
Maria Rita, quando fala em “honestidade intelectual” refere-se exactamente a quem? Não terá antes querido dizer “desonestidade” (intelectual e nao só…)?
Uma resposta à sua questão: tanto quanto julgo saber, José Sócrates terminou o Bacharelato no ISEC (três anos completos), o que lhe conferiu lógicamente o grau de Engenheiro Técnico Civil (pré-Bolonha). Depois foi para o ISEL frequentar o CESE, que lhe daria equivalência legal a Licenciado em Engenharia Civil (pré-Bolonha), em dois anos, mas não concluíu. Veio a fazê-lo na Universidade Independente, onde terá terminado as Disciplinas que lhe faltavam (não sei quantas) para concluír a Licenciatura em Engenharia Civil por essa Universidade, o que fez ainda no tempo pré-Bolonha!
Se acaso tivesse apanhado Bolonha já em vigor, com os três anos do ISEC seria logo Licenciado, não precisando para isso de se inscrever no antigo CESE do ISEL (que muitas centenas ou milhares de Bacharéis em Engenharia tiveram de concluír para serem Licenciados).
Claro que, em bom rigor (ainda que ninguém faça caso dele, sobretudo no mundo das Autarquias…), esses milhares de Licenciados pelos CESE’s (creio que Cursos de Estudos Superiores de Engenharia, se não erro) não são considerados Engenheiros, porque esse título não é académico, mas sim profissional. À semelhança dos Licenciados em Direito, ou em Medicina, que não são Advogados, ou Médicos, enquanto não forem admitidos na respectiva Ordem.
Mas se for a uma qualquer Câmara Municipal, todos aqueles (e são milhares!) que detêm as mesmas habilitações de José Sócrates (ou equivalentes) são universalmente reconhecidos, pelo empregador e pela linguagem popular, como “senhores engenheiros”! Daí que sempre me tenha incomodado esta hipocrisia em torno do “caso” da Licenciatura do ex-Primeiro-Ministro socialista…
Esta gentinha parece que não andou a roçar os fundilhos em faculdades onde a norma, durante alguns anos, se chamava “passagem administrativa”!
Pelos vistos, já nenhum dos ilustres académicos se lembrará dos seus tempos de estudante onde algumas cadeiras pura e simplesmente não se fizeram por várias razões que íam desde a falta de professores que entretanto tinham sido saneados, passando pela falta às aulas em manif’s e encerramentos compulsivos de faculdades onde discursavam conhecidas figuras da politiquice nacional.
Obrigada Marco, pelos esclarecimentos.
em matéria de estudos universitários, relvas e socrates, ambos tem canudos que não valem mais que rolos de papel higienico, por falar nisso, noticia da TV diz que seguro tirou o curso em 3 anos e “cuelvas” ou seja, coelho mais relvas, em 4 anos. Por este andar, não tarda, temos o Dr. Ronaldo (do futebol), pois que, a experiência profissional do mesmo dá créditos que são mais do que suficientes para o dispensaram da frequência de qualquer faculdade de desporto.
Não admira pois, que seguro, que chega a ser irritante de tanto se agarrar ao mais pequeno e insignificante pintelho para tentar fazer política de oposição (isso, à falta de ideias políticas próprias, claro) tenha dito que, “esse assunto, é entre relvas e a lusofona” … pudera, tem o cú trilhado, não é … lá calha trilhado, tri, três …
quantos ‘assessores’ haverá aqui, que tem o curso tirado na “Facilitas” ?
e o snr val que curso tem ? Culto da personalidade e seguidismo ? Ou era um simples engraxador, e também tirou o curso à bolonhesa, ou foi, à antiga portuguesa, no tempo da outra senhora, isto é, frequência de liceu e Dona Cunha, para tirar 14 e entrada directa na Universidade com dispensa de exame de admissão?
vai uma apostinha que o seu menino socrates vai regressar da Escole des Altes Estudes Politiques com a formula infalível e certeira para resolver o problema da dívida ?
Deve ser do género: a dívida externa, congela-se, põe-se ao Sol, e deixa-se derreter.
Ide todos pastar !
Caro Marco,
tudo correcto, só um esclarecimento: CESE significa Curso de Estudos Superiores Especializados. Tratava-se de uma especialização pós-bacharelato que era ministrada por Institutos Superiores e Institutos Politécnicos, no tempo em que tais instituições não estavam autorizadas a atribuir grau de licenciatura (era reservado às Universidades). Assim, no fim dos bacharelatos, essas instituições ministravam esses cursos de especialização, creio que com a duração de dois anos. Penso que, em algumas profissões, esse CESE permitia a equiparação a licenciado, mas assumo que desconheço em pormenor como funcionava. Presumo, também, que as instituições em causa já á época estivessem a trabalhar no sentido de obterem autorização para atribuir licenciaturas, pelo que provavelmente os CESE fossem também um recurso para se precaverem para o futuro (e, de facto, tal veio a acontecer, pois nos finais dos anos 90, deu-se essa alteração e muitos ex-alunos que tinham concluído o CESE foram automaticamente equiparados a licenciados). Não sou desse tempo, mas ainda conheci muita gente que tinha feito CESE e, do que sei, o que aprendiam no mesmo já era, em termos científicos, muito semelhante ao que se esperaria de uma licenciatura.
Lobo Xavier (?!) é mesmo lobo ?…. Efetivamente, MORDENDO a lingua disse que Sócrates, era mais EnGENHEIRO, que Relvas DOUTOR…..Sabem lá o que lhe CUSTOU dizer isso em público . «« ele sabe que nós sabemos, que ele também sabe…. que Relvas só tinha a 4ª classe antiga. O resto, Também MORDENDO A LINGUA…. “Comprou” nas “Novas Oportunidades, da Lusófuna!!!!!
NB: Quadratura do circulo, é digno de ser visto….Pacheco e Xavier ” Mordendo a lingua”…
Mas do que gostei mais, ” AMEI”… com a afirmação de ANTÓNIO COSTA ( O lider desejado )…..
«« Preto no BRanco… Filipe Menezes é um INDIGENTE Politico!!!!! Como se pode classificar o filho ??
Caro Torquemada,
obrigado pela oportuna retificação.
Quanto às consequências práticas dos antigos CESE’s, em termos de equiparação às Licenciaturas em Engenharia, posso informá-lo de que foram enormes, nomeadamente ao nível da sua empregabilidade na Administração Pública (nas Empresas Privadas isso é quase irrelevante), onde todos os diplomados com CESE’s foram legalmente reconhecidos como Técnicos Superiores, a um nível idêntico ao dos formados pelas Licenciaturas em Engenharia que conferiam admissibilidade à Ordem, ou seja, em Português fluente, foram colocados em pé de igualdade com os verdadeiros Engenheiros.
Não, não, Sócrates não é o único (muuuuito longe disso)…