Um ano a dar razão a Tucídides

Um ano depois de invadir o resto da Ucrânia, com a Crimeia já no papo desde 2014, a situação criada por Putin está essencialmente na mesma. A Rússia não vai conseguir vencer a guerra e a Rússia pode continuar a escolher não perder a guerra. A única diferença a registar é a de que a chantagem de conflito nuclear passou de bocas laterais e cobardolas vindas de figuras secundárias para se tornar na principal manifestação de força de Putin, reduzido a clone de Kim Jong-un. O que, como ensina Tucídides mutatis mutandis, corresponde afinal à maior manifestação de fraqueza que um general pode exibir: comportar-se como um miserável bandido, simulando estar disposto a assassinar o seu próprio povo, e pôr em risco as populações de todo o Planeta, caso não o deixem matar ucranianos e destruir as suas infraestruturas sem a chatice de eles terem com que se defender.

O espectáculo mediático dos discursos e encontros entre estes e aqueles nada nos diz sobre o que se passa realmente, seja de que lado da barricada for. São inevitáveis para a liturgia e sociologia do poder, e são completamente falhos de informação útil para medir eventuais alterações na correlação de forças. O único guia seguro para a assistência é outra vez Tucídides e a sua antropologia analítica. Putin tudo fará para sair vencedor da desgraça que iniciou, recorrendo a delírios com nazis e delírios com o direito histórico a anular a soberania da Ucrânia sobre os seus territórios. Uma retórica que nem para os próprios russos faz algum sentido. O que tem como consequência que a única resposta racional por parte de quem se sente ameaçado é a de tudo fazer para que Putin perca. E quem se sente ameaçado corresponde a um grupo com muitos países, dentro e fora da Europa.

Como é que se sai deste impasse? Ser fraco com tiranos e assassinos alimenta a sua impunidade e gula. A lição de Tucídides é a de que a força é necessária para chegar à segurança, não se podendo confiar nunca no agressor enquanto ele imaginar que pode vencer. No actual quadro, portanto, a situação vai evoluir de duas maneiras. Por um lado, admitindo que factores imprevistos vão ser decisivos, como em todas as guerras. Por outro lado, tendo a noção de que nada há para negociar com Putin, um infeliz afundado numa tragédia de destruição por sua exclusiva responsabilidade. A negociação a fazer é com a Rússia, entidade que consta ser maior do que Putin e que continuará a existir por algum tempo mais depois do ex-KGB já ser apenas memória, de preferência em paz e de excelentes relações com o resto do Mundo. Também por aí a situação é exactamente a mesma, passado um ano. Quando a elite russa quiser, a guerra acaba.

70 thoughts on “Um ano a dar razão a Tucídides”

  1. “A última vez que a Europa e o mundo viram 200 mil almas num estádio a gritar pela guerra e a aplaudir a morte foi na Alemanha nos idos de 1935. E contam com cúmplices em Portugal, os que se reclamam da luta contra o fascismo. É o exército dos mal-formados. Como receberam educação em casa e os pais lhes incutiram valores só podem ser maus por natureza para compactuarem e justificarem a barbaridade e selvajaria com a argumentação mais obtusa.”
    “Paz. Paz mas a paz que nasce da liberdade, da dignidade, do direito a viver num país independente, autónomo, autodeterminado.
    A paz que apenas será possível quando a Rússia tirar as patas e as mãos ensanguentadas da valente e gloriosa Ucrânia.
    E que todos os cidadãos decentes, democratas e solidários, se mantenham firmes no apoio à Ucrânia e na condenação da Rússia de Putin.”

  2. e se Putin morresse? partindo do pressuposto de que já temos rendinhas neuronais que nos permitem comunicar sem dizer uma palavra, o Musk que vá pastar porque preciso dele para nada nem da década de avanço que vislumbra, então eu poderei usá-las para levar o Putin ao suicídio apesar de que matá-lo dar-me-ia muito mais alegria mas não está assim tão ao meu alcance. de maneira que vou tentar ligar-me ao seu cérebro, perscrutar-lhe o buraco negro e atiçar-lhe a vertigem. vou sugerir-lhe que se enforque com um lençol de bandeira da ucrania. deverá estar nu. mas antes disso vou ordenar-lhe que escreva uma carta manuscrita, assinada, com indicações precisas de perdão e reconstrução da Ucrânia. no final, em post sriptum, deixará um recado em meu nome. isto tudo depois de enfardar um rico almoço com tudo aquilo que eu acho que o seu estômago e fígado têm direito até incharem bem. também estou a pensar ordenar-lhe que meta silicone nos guizinhos porque tenciono que seja cremado e que os guizos dele quilhem os fornos e assim fique na história o que apenas dele restará. vou-me preparar a rigor.

  3. “Um ano depois de invadir o resto da Ucrânia, com a Crimeia já no papo desde 2014, a situação criada por Putin está essencialmente na mesma”.
    É óbvio que sim. A União Europeia não se tem fartado de despejar dinheiro na Ucrânia, os países da NATO de enfiar armamento para apoiar o exército ucraniano e as economias estão em potencial pungência. A Alemanha, aquela que era considerada o motor da Europa, não está totalmente dependente e subjugada. Os exércitos europeus não estão a ficar sem armamento sendo curioso perceber como é que esses países vão repor os seus stocks de equipamento militar.

  4. “Quando a elite russa quiser, a guerra acaba.”

    já não ouvia uma frase com este pedigree democrático há muitos anos. partido negócio impõe ftw!

  5. não hostilizasse o oxidente inteiro a Rússia e a saída do impasse seria muito mais fácil. quando se cava um buraco , às vezes também se cai nele, o Tucídides não te explicou isso isso? é de senso comum , não é preciso ciência nenhuma.
    a diplomacia é uma arte da qual os cromos actuais percebem nada.

  6. Eh pá, o Tucídides ainda joga no Real Madrid? O Neves acha que deviam trocá-lo por um sumério, vê lá tu!

  7. yo e Camacho, estão oficialmente convidados para o derradeiro almoço de Putim. Camacho, por favor, leve os guizos cheios; yo, leve no saco toda a nossa hostilidade para acrescentar ao Putin e muita da sua má fé – não esqueça, por favor, de não se lavar: estará lá para feder e aviar. !ai! que riso

  8. Yo,

    As pessoas têm memoria. Putin preparou as tropas durante varios meses em 2021 e depois, em Janeiro de 2022, exigiu garantias que a Ucrânia não seria aceite na NATO. Obteve-as por varios responsaveis de Estados membros da Nato que declararam que o assunto não estava na ordem do dia, nem de perto nem de longe (sendo que a adesão à Nato deve ser votada por unanimidade). Putin passou então a exigir que a Ucrânia se comprometesse juridicamente a nunca pedir a adesão, ou seja que renunciasse expressamente ao exercicio da sua soberania…

    Os esforços incansaveis dos parvalhões que por aqui andam para mudar esta realidade não conseguem apagar a historia, nem as profundas incoerências da posição russa : ao principio pretensamente preocupada com uma “ameaça” que não existia e que continua a não existir (“ameaça” tem um significado preciso em termos juridicos, o mesmo que o que justifica a legitima defesa em direito interno, nada do que sucedeu na Ucrânia, desde 2014 ou mesmo antes, se aproxima de uma “ameaça” à Russia em sentido juridico), depois pretensamente investida em resolver uma guerra anterior (no territorio de outro Estado !), hoje assumindo claramente a sua postura imperialista e a vontade de voltar à situação que da antiga URSS.

    Portanto desculpe la, mas a historia da hostilização da russia pela europa esta muuuuuuito mal contada. De resto, hoje ainda, na Europa, em França, na Alemanha, não faltam vozes que pretendem defender os interesses russos. Com argumentos por vezes audiveis. Felizmente, ou se calhar nem tanto, em Portugal, estamos protegidos disso pela corja de idiotas que diariamente demonstram, por exemplo neste blogue, que a defesa da russia assenta quase exclusivamente no reflexo pavloviano de uma caricata brigada do reumatico nostalgica do estalinismo.

    Boas

  9. muito bem , mas a minha memória vai mais atrás , vai ao incumprimento dos tratados de minsk e aos massacres à população do donbass.
    se Olivença quisesse ser portuguesa e os espanhóis a bombardeassem para calar e domesticar a população , o estado português ficava de braços cruzados?

  10. “Putin preparou as tropas durante varios meses em 2021 e depois, em Janeiro de 2022, exigiu garantias que a Ucrânia não seria aceite na NATO”

    e eu que pensava que ele queria invadir Paris e Berlim. afinal era só que a ucrânia não entrasse na NATO, uma organização militar que tem a russia como principal inimigo.

    “Ucrânia se comprometesse juridicamente a nunca pedir a adesão, ou seja que renunciasse expressamente ao exercicio da sua soberania…”

    mais uma vez!estava convencido de que o utin queria reconstituir a URSS e por as liberdades da europa ocidental em risco. afinal não. era só mesmo que a ucrânia não entrasse para uma organização militar que tem a russia como principal inimigo. e quanto á soberania do irão e da possiblidade de investigar e investir no nuclear, viegas? nada a dizer? pois, é o costume

    “Os esforços incansaveis dos parvalhões que por aqui andam para mudar esta realidade não conseguem apagar a historia”

    a história de que as invasões do afeganistão e iraque foram ilegais à luz do direito internacional? a história dos mais de 40 anos de ocupação israelita da palestina? de facto, há coisas inapagáveis

    “Portanto desculpe la, mas a historia da hostilização da russia pela europa esta muuuuuuito mal contada.”

    principalmente porque tu estás empenhado em não a entender. e é praticamente impossivel fazer alguem compreender algo se essa pessoa tiver interesse em não o fazer. existem inumeros relatos de oficiais das nações unidas que deixam claro que a politica da nato sempre foi hostil à russia, mesmo depois da desagregação da urss, e que nos ultimos anos essa hostilidade foi intensificada (como já deixei aqui anteriormente mas para os que falharam é só procurar por jeffrey sachs democracy now). os tais latidos de que fala o papa francisco.

  11. “se Olivença quisesse ser portuguesa e os espanhóis a bombardeassem para calar e domesticar a população , o estado português ficava de braços cruzados”

    a yo alguma vez ouviu o viegas a queixar-se da guerra no iémen? claro que não. e era só a maior tragedia humanitária da decada passada. mas como o viegas estava do lado dos agressores, moita.

  12. relembrando incumprimento de tratados…ainda não meteu guerras , felizmente, suponho por Olivença ter apenas 430,1 km² e 11 871 habitantes e não ser uma zona especialmente rica.

    O Tratado de Alcanizes, de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado a Espanha. Em 1817 a Espanha reconheceu a soberania portuguesa subscrevendo o Congresso de Viena de 1815, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível. Porém, até aos dias de hoje, tal ainda não aconteceu.

  13. Claro que operações anti-separatismo em Olivença por parte de Espanha não poderiam justificar acções armadas portuguesas contra a Espanha à luz do direito internacional, nem tão pouco operações de repressão do separatismo basco, ou catalão justificariam uma agressão armada por parte da França. Isto parece-me claro. E também é claro para o Putin, tanto que ele achou indispensavel invocar outros motivos, variaveis no tempo, mas invariavelmente infundados à luz do direito e do simples bom senso, que a memoria selectiva da Yo escolhe comodamente por de parte… Alias, hoje, invoca o direito natural da russia aos seus territorios ancestrais, ou esta parte também lhe escapou ?

    Boas

  14. este post é a versão bloguística do argumento daquele filme “300”. um hino à mentalidade militar e à odiosa moral da honra, disposto a sacrificar tudo e todos, a vitória na guerra inclusivé, por uma bravata momentânea e os risos e aplausos dos correligionários.
    madness? this is aspirina!

  15. bem , João , os actos terrorristas no pais Vasco e na Catalunha nunca foram conhecidos como a guerra do país Vasco ou a guerra da Catalunha , pelo contrário, os acontecimento entre 2014 e 2022 no Donbass são conhecidos como ” a Guerra na Donbass” . E nem nunca a Espanha mandou tropas para bombardear as Vascongadas ou a Catalunha.

  16. a história que conta a menina dos olhos do V , a Open IA: ( fiquei a saber uma coisa nova , a retirada do russo como 2ª língua oficial.., só doidos conflituosos podiam fazer isso)

    La guerra en Donbass es un conflicto armado que comenzó en abril de 2014 en la región de Donbass, en el este de Ucrania. La disputa se originó por una serie de factores, incluida la anexión de Crimea por parte de Rusia en marzo de 2014 y la decisión del gobierno ucraniano de eliminar el estatus de lengua rusa como segundo idioma oficial del país.

    En respuesta, se produjeron protestas y enfrentamientos en el este de Ucrania, donde una parte significativa de la población habla ruso como lengua materna. La situación se intensificó cuando grupos separatistas prorrusos tomaron el control de varias ciudades y territorios en la región de Donetsk y Lugansk, y se declararon como repúblicas separatistas

  17. Quanta indigência neste post. Valupi não percebe que com Putin é ruim, sem Putin é pior. Imagine-se um Iraque, uma Líbia ou uma Síria, do tamanho da Rússia, com dúzias de chefes de mílícias sentados à mesa, com botões nucleares à frente dos dedos.

  18. Yo,

    A Russia reconheceu os limites territoriais da Ucrânia em 1990 ou 1991, por tratado. Portanto a invasão é comparavel a uma invasão de Espanha pela França a pretexto de proteger vascos ou catalães, ou alias à invasão de Espanha por Portugal a pretexto de não sei quê em Olivença (bem sei que ha por ai um punhado de irredutiveis que ainda sonham com isso, felizmente não chegam para encher meio manicomio). Por muito que procure, legitimar a invasão da Ucrânia à luz do direito internacional é tarefa impossivel. O proprio Putin esta perfeitamente consciente disso.

    Isto não deve ocultar as outras violações do direito internacional, que as ha, algumas bem actuais. Mas defender que elas desculpam a invasão é parvo. Equivale a defender que a impunidade legitima o crime. Uma posição que não se aguenta de pé dois segundos…

    Boas

  19. o desprezo que o valupi tem pelo povo do/da/de “inserir país invadido/agredido pela NATO e pelos USA” explica bem porque é que ele lava os pés ao imperador.

  20. Certo, Valupi. Eu tenho desprezo pelo povo russo e pelo povo ucraniano ao defender que, a Ocidente, tudo foi feito desde 2014 para que ela ocorresse e nada está a ser feito para que acabe. Já tu amas as centenas de milhar de jovens russos e ucranianos que já morreram, os outros tantos que morrerão nos próximos meses e sabe Deus os que se seguirão, a manter a política Graham e Nuland, fornecer armas até à última gota de sangue de um ucraniano. Não tens vergonha de apoiar estes monstros? Não tens vergonha de chamar monstro a quem defende vamos parar a carnificina já e fixar este erro histórico de ambos os lados?

  21. eu compreendo o argumento do direito internacional , mas acontece que os usos e costumes , sobretudo dos usa , podem transformar-se em direito consuetudinário . a Rússia faz uso do direito consuetudinário internacional inaugurado pelos states… e seguido ao pé da letra por iscruel.

  22. O jornalista referido no tweet do comentário das 14:21 chama-se Matt Lee, da Associated Press, e é dos poucos que ainda honram a profissão. Cobre o Pentágono há muito tempo e julgo que também já cobriu a Casa Branca… perdão, Preta.

  23. Lucas Galuxo, tens de encontrar o blogue do Putin para lá ires deixar o teu lamento e atribuição de responsabilidades acerca da morte deste e daquele.

    Para ti, “parar a carnificina” consiste em gastares o teu teclado com teorias da conspiração e abstracções esquizóides. Para mim, sou menos ambicioso. Apenas pretendo manter-me coerente dentro dos limites do meu entendimento.

  24. ora, aí está! a coerência acima de tudo, nem que seja ao serviço de uma guerra nuclear.
    são assim os fanáticos…

  25. relembrando o que é um costume para o direito :
    O costume possui dois elementos para que se verifique: Corpus (material): repetição constante e uniforme de uma prática social. Animus (psicológico): é a convicção de que a prática social reiterada, constante e uniforme é necessária e obrigatória.

    ora , aplica-se que nem uma luva à prática reiterada e considerada como necessária pelos states de meter o bedelho noutros países , certo? a Rússia não pode por? são feios porcos e maus e os amaricanos são bonitos limpos e bons?

  26. ui, camacho.
    suspeito que esse gajo deve ser putinista retinto e lava os pés ao ditador todos os dias antes de se deitar. como aqueloutro português, também envolvido politicamente, e que é muito critico do apoio cego à guerra na ucrânia, como é que ele se chama, ah já sei, vital moreira. essa figura secundária conhecida pelas suas bocas laterais e cobardolas.

  27. Tenho uma novidade para te dar, Valupi: não há lugar para ti nos abrigos antiatómicos da organização defensiva.

  28. Yo,

    Um costume, em direito internacional publico (tal como em direito interno, de resto) pressupõe dois elementos : um uso, ou seja uma pratica constante, acompanhado de uma convicção de obrigatoriedade (o chamado “elemento psicoologico”). No caso do direito internacional publico, foi ja defendido que este segundo elemento (convicção de obrigatoriedade) prevalece. O célebre julgamento do TIJ no caso North Sea Continental Shelf ( https://www.icj-cij.org/case/51 ) é geralmente apontado como uma boa ilustração desta tendência.

    No caso que menciona, é obvio que a unica pratica constante, por Israel, com o apoio evidente e chocante dos EUA (membro permanente do CS das NU), não permite, nem de perto nem de longe, defender que existe uma convicção de obrigatoriedade suficiente para criar um costume. O proprio Estado de Israel fala, de resto, em territorios ocupados, embora tenha dado mostras de querer abandonar esta cedência terminologica, como vimos recentemente, e muito infelizmente, no caso do Golan. O que existe, muito pelo contrario, entre a comunidade internacional é uma forte consciência de que Israel viola repetidamente o direito internacional (portanto que comete actos ilicitos), o que lhe vale a censura expressa de muitos Estados, incluindo Estados europeus. Sem isso, não teria sido possivel obter tantas resoluções da AGNU a censurar a politica de Israel. Não chega. E’ obvio que não chega. E’ altamente desejavel que o direito internacional volte a ser respeitado em Israel. Encontrara facilmente dezenas, centenas, milhares de vozes, e das mais autorizadas, a defender este ponto de vista. Inclusivamente nos EUA e em Israel.

    Como disse, trata-se apenas de uma violação do direito internacional. Não é a unica. A lista seria longa. Por muito longa que seja, isto chega para justificar uma agressão armada e a invasão de um territorio, sem quaisquer circunstâncias que se aproximem das da legitima defesa ? Obviamente que não chega.

    Boas

  29. li na diagonal umas linhas acerca de uma proposta de paz e mediação feita por lula da silva e que mereceu resposta “positiva” da ucrânia e da rússia, para desgosto imenso da dupla anti diplomacia valupi e viegas.
    aguardemos desenvolvimentos.

  30. Broas, continuas um aldrabão, cada vez mais primário e aldrabão. Foges da sala ao lado para vires para esta continuar a mentir? Não tens vergonha? De tanto destapares a careca, a gente até já te vê o buraco negro do sítio onde devia estar a mioleira, vigarista. Again: não tens vergonha? Estás a disputar à transbimba a medalha de ouro para QIs de amiba?

  31. So agora vi o seu ultimo comentario,

    Não, não se aplica à politica dos EUA. A melhor prova é que eles procuram constantemente arranjar uma base juridica solida, ora invocando e aplicando o capitulo VII da CNU (caso do Koweit), ora procurando demonstrar que foram agredidos e obter um mandato das NU, etc, etc. A politica de ingerência nunca foi considerada como suportada por um costume, nem falando de ingerência humanitaria (embora neste ultimo caso tenha havido tentativas de o fazer). Isto por uma razão simples : porque, até ver, a base do direito internacional publico continua a ser o respeito da soberania… E ainda bem que é assim.

    Boas

  32. “A melhor prova é que eles procuram constantemente arranjar uma base juridica solida”

    e mesmo quando não arranjam (valerá a pena continuar aqui a mostrar exemplos mais ou menos recentes? valerá a pena perguntar porque é que não se consegue fazer mais nada relativamente a israel? quem o impede?), também não há problema nenhum, não há quaisquer consequências.
    e ainda bem que é assim, diz ele

  33. e quando é que os states foram agredidos no seu território?
    e os states inauguram um costume , não se suportam num pré existente. , como toda a gente vê , respeito pela soberania do que lhes interessa têm nenhum. basta ver todas as manobras na América do sul.

    a pax americana é muito belicista -:) e promoveram-se a policia do mundo sem ninguém lhes ter pedido nada.

  34. perguntem ao viegas qual é a justificação legal para a existência de bases militares e tropas americanas na síria, contra a vontade expressa do governo do país.

    https://www.aljazeera.com/news/2022/8/24/why-does-us-still-forces-syria-explainer

    ou daquela base muito famosa, ou melhor dito infame (agora já não me lembro muito bem porquê, talvez tivesse a ver com qualquer coisa de direito internacional, tortura e prisioneiros sem julgamento)na baía de guantanamo, e que da ultima vez que vi, não fica propriamente em território soberano dos EUA.
    mas eles estão a tentar, malta! só não saem de lá porque não conseguem…

  35. O tipo é sempre assim, teste, há anos. Os gajos rabeiam, rabeiam, mas não conseguem evitar as perguntas, e menos ainda conseguem evitar cair no ridículo com as respostas, como este palhaço John Kirby. A questão que se põe é: sendo ele jornalista da Associated Press, por que motivo as perguntas que faz, e as respostas maradas que obtém, não merecem qualquer divulgação, passando completamente despercebidas?

  36. Corrijo a informação do meu comentário das 16:29: John Kirby é, desde Maio do ano passado, coordenador de comunicações estratégicas no Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca.

  37. Yo,

    Os States procuraram prevalecer-se de um ataque ao seu territorio a seguir ao 11/09 (e na altura até obtiveram uma resolução unânime do CS das NU, com os votos favoraveis da Russia e da China, para intervir no Afeganistão). Mas ninguém esta aqui a procurar defendê-los. Eu, pelo menos, não estou. Eles foram de resto muito criticados, inclusivamente por Estados europeus. Agora uma coisa é certa, nunca as suas intervenções foram consideradas por ninguém, nem por eles proprios, como a base de um novo costume internacional que teria abolido o principio do respeito da soberania. Se quer inteirar-se do estado actual da questão, porque não lê a providência do TIJ sobre a Russia de 2022 ? O raciocinio da Yo, transposto para o direito interno, equivale a dizer que, como ha ladrões que nunca foram presos, então devemos considerar que o roubo deixou de ser crime ou que passou a ser autorizado por um costume contra legem. Um absurdo…

    Tão simples como isso.

    Boas

  38. ai , João..o costume contra legem de roubar parece que está sendo implementado em determinado grupo social ..não tem lido as notícias? -:) -:) tudo depende da força e da influência de quem rouba -:) e de quem faz as leis.

  39. «A nossa constituição não copia a lei dos estados vizinhos. bem pelo contrário, somos mais um modelo para os outros do que imitadores de costumes alheios. A nossa administração favorece a maioria do povo, e não uma restrita minoria. É por isso que lhe chamamos democracia»

    Tucídides in A História da Guerra do Peloponeso; Oração Fúnebre de Péricles.

    Como se vê nesta transcrição de Péricles, assim como em outras situações, o próprio Tucídides, pela palavra de Péricles, diferenciava já de forma evidente a diferença entre os regimes dos dois contendores, Esparta e Atenas e seus respectivos aliados. O que nada tem a ver com a imagem que o Snr. Coronel Matos Gomes quis fazer passar num dos primeiros textos que escreveu sobre a guerra actual na Europa; este pretensioso sábio da história e filosofia retorce os valores reais em jogo da Guerra do Peloponeso cingindo-se a esta guerra como apenas uma simples luta desastrosa pela primazia militar que levou à vitória pírrica da tirania espartana e rapidamente à fraqueza de ambas as partes e destruição mútua e posterior tomada implacável do Filipe macedónio.
    Outras falácias deste senhor assim como dos imitadores mais tacanhos e anti-democratas são:
    -Que no Ocidente existe, ou querem impor e ou impõem um “pensamento único”, dizem. Ora na Europa querem impor enquanto nas autocracias é obrigatório caso contrário é-se perseguido pela polícia política e punido pela justiça ao serviço do regime à boa maneira salazarista de má memória.
    – Que a Rússia, como grande potência nuclear não pode perder a guerra mas, paradoxo irracional, o adversário igualmente forte potência nuclear, essa, já pode perder; tal pensamento também vagueia pela atormentada cabeça de Putin quando diz que se for atacado o seu território o defenderá e ao povo russo com as mais potentes armas nucleares do seu arsenal.
    -Que os pacotes de sanções ao regime do Kremlin resultam sempre em mal para quem os aplica; fazem sempre ricochete e que só prejudica quem os aplica; ora nem o caso do gás e do petróleo os quais era só abrir a torneira e facturar, também esses cortes de compra pelos europeus só fizeram que os russos ficassem a ganhar procurando outros mercados e vendendo em outros locais do mundo; também esta ideia deixa muito a desejar acerca da inteligência de Putin como gestor dos bens naturais russos, pois, assim, teria ele levado décadas a perder dinheiro e a lesar os interesses russos. Em resumo; falta de inteligência na argumentação dos putinistas.
    Ainda outros vários argumentos dos anti-democratas defensores do putinismo são correntes mas o caso mais abstruso continua sendo o Snr. Coronel Matos Gomes que recentemente vem em defesa da lei da selva como organização da ordem universal entre países. Diz o nosso coronel que os países, na prática, não são todos iguais; que há uns mais iguais que outros porque são mais fortes e, logo, têm mais peso na relação entre pares. O nosso coronel alinhavou linhas sobre linhas para nos dizer que os mais fortes tem mais direitos de imposição (pelo seu potencial de força e poder) desde que o entendam exercer. Quer dizer, o nosso coronel vem, hoje, evocar o direito da selva do mais forte; quer-nos impingir, hoje, aquilo que a civilização aboliu há muito substituindo pelos acordos e leis reguladoras instituídas para convivência pacífica entre povos diferentes.
    Afinal, quer o nosso anafado coronel de cav.ª voltar à selva pré-Montaigne e ONU só para tentar, canhestramente, defender a sua dama.

  40. o viegas conseguiu escrever uma tese de doutoramento sobre tudo aquilo que no direito internacional justifica a existência da base de guantanamo sem escrever a palavra guantanamo uma única vez. é obra!

  41. PÚBLICO.
    https://www.publico.pt/2020/06/21/mundo/noticia/ucrania-campo-treino-militar-extremadireita-mundial-1921065?fbclid=IwAR1o5POgTGQ3uTLN9WJ9QEvlFjTXKVNvXuRm-JrZNRAAEciX92gccveidMs

    EXTREMA-DIREITA
    Ucrânia, o campo de treino militar para a extrema-direita mundial
    A Ucrânia tornou-se para a extrema-direita o que a Síria foi para o Daesh. Militantes recebem treino, melhoram tácticas e técnicas e estabelecem redes internacionais, e depois regressam aos seus países. Milhares de estrangeiros combateram em milícias contra os separatistas pró-russos no Leste do país.

    Ricardo Cabral Fernandes 21 de Junho de 2020, 6:00

    Valupi, tu é que estás completamente alienado e cego pelo teu fanatismo. Mas os factos falam mais alto do que a tua demência. A Ucrânia é um território dominado por Nazis (que decidiste apoiar). A Rússia não tinha alternativa a destrui-los – a todos. O que vem fazendo metodicamente. Infelizmente, o Nazis Ucranianos têm atirado para a frente de batalha não apenas os Azovs e quejandos mas também tudo o que mexe dos 16 ao 60 anos. Mais uma vez, os Russos terão de fazer o trabalho sujo para nos livrar desta gente. Sei bem que não lhes vais agradecer porque preferes apoiar os nazis a admitir que estás errado, mas os Russos não se importam.

  42. o V não é demente , DS , é português de gema , logo , como diz o josé gil , interpreta as normas na sua versão mais restritiva , ou seja , leva a cena do politicamente correcto à serissima. e é politicamente correcto ser a favor da ucrania e chorar baba e ranho por ela, como manda a lei da opinião publicada.

  43. É um pouco isso sim, medo da censura social – ai jesus o que é que vão pensar as pessoas, que eu sou um putinista balha-me deuzzz! e assim. É como não ir à missa no tempo do Salazar, a pessoa ficava logo marcada e tornava-se mais difícil ter acesso a um empreguito melhor e outros pequenos favores. Mas no caso do V. acho que a raiva dele é porque o Putin promove a ortodoxia da igreja russa e é preconceituoso com os homossexuais e os LGBT i + e outros géneros. Se o Putin fosse um Trudeau, podia espatifar o mundo todo que o V. não se importava nadinha.

  44. a Ucrânia é o país onde da terra sai fumo em vez de flores e os silêncios habitam nos que são assassinados, nos que ficam não resignados e nos que fugiram e com silêncios permanecem na terra dos outros. neste momento os refugiados mais recentes sequer têm direito a serem tratados no hospital, a comida e a um tecto porque os papéis não chegam para serem considerados gente. não existem. e tudo isto porque há um monstro que decidiu ser o dono do mundo e ladrão de liberdades e de direitos e de garantias – um monstro com seguidores por toda a parte.
    tende dó de vós, envergonhai-vos até aos ossos, recolham-se para sempre. sois cabulosos germes. nojo.

  45. olinda,

    a olinda faz parte esse monstro. na palestina, no iémen, na síria, na libia, no iraque. a sua estupidez, a sua ignorancia historica e falta de sentido de justiça, a sua falta de caracter, é que permitem ao monstro continuar a criar terras de onde só sai fumo do chão. a olinda só não mete extremo nojo, porque antes disso dá pena.

  46. para valupi e os outros cães de fila da nato, a noticia do publico é uma teoria da conspiração. e vão assim pela vida cantando e rindo, enchendo a cabeça dos outros de ar e os próprios bolsos de honra e ética.

  47. mais um putinista

    https://www.dn.pt/opiniao/palavras-de-guerra-15895569.html

    “Dificilmente se encontrará uma declaração tão belicosa em qualquer homólogo da OTAN, com exceção, talvez, dos Estados bálticos. Nos EUA, o país que importa, a linha prevalecente, descontado o ardor retórico, jamais isolou o apoio militar à Ucrânia da diplomacia. ”

    ai encontra, encontra. passa os olhos por este blog, viriato. e verás como os autores estão prontinhos para enviar os filhos pra morrer na ucrânia. só precisam que lhes arranjem uma desculpa e quanto mais idiota, moralista e fanática melhor

  48. Os portugueses precisam mais de filmes a preto e branco do que de pão para a boca.

    Sim, existem grupos de extrema direita na Ucrânia, é uma realidade e é preocupante. Como também houve noticias de excessos cometidos por tropas que combatem do lado ucraniano. E’ importante noticia-lo, ninguém contesta este ponto, e isso deve obviamente despertar a nossa vigilância. O facto de serem agredidos não transforma todos os ucranianos em anjinhos e ninguém nunca defendeu que ele deveriam escapar às regras, e se caso fôr às sanções, que se devem aplicar a todos.

    Mas os excessos noticiados até hoje desse lado estão muito longe de chegar para justificar a agressão russa. E ja que estamos, em desespero de causa, a agitar o fantasma do apoio à extrema-direita europeia, cabe lembrar que é para a Russia, e não para a Ucrânia, que se viram os partidos de extrema-direita como a Frrente nacional francesa, quando precisam de obter financiamentos.

    Boas

  49. os portugueses, os ingleses, os americanos, vai se a ver e ao fim ao cabo são tantos os povos que gostam de filmes como de pão pra boca.
    os unicos que não gostam de filmes são aqueles que pretendem que o que neles vem revelado – por ser verdade – não seja levado em consideração na análise do drama da guerra.
    são fáceis de distinguir porque recusam imediatamente qualquer tentativa diplomática de acabar com a carnificina, e desesperados, até os próprios principios lançam pela janela, recusando hipocrita e cinicamente aplicar a si proprios o mesmo quadro moral e legal que querem aplicar aos que decidiram ser os seus inimigos.

  50. Mais um acto democrático: ontem, dezenas de pacifistas russos(as), em várias cidades, foram detidos(as) por apelarem ao fim da guerra!
    Os nossos ruzzos pacifistas que invadiram o blog poderiam ter acompanhado, com as suas t-shirts a apelar à paZ e as boinas do che, estes corajosos(as) russos(as). No sofá a teclar o que enviam da central (a de setúbal ainda funciona?!) é mais fácil… quando a conversa não lhes agrada costumam “argumentar”: pega numa arma e vai para a Ucrânia combater… aproveitem, levantem o traseiro do sofá, e manifestem-se em moscovo pela paZ ou então que vão viver para lá!

  51. quando estes apoiantes de nazis tomarem consciência dos actos democráticos praticados pelo batalhão azov no leste da ucrânia até vão desmaiar de tão escandalizados pelo horror evidente.
    ou então, que vão viver pra lá!

  52. teste,
    a Teresa de Sousa é burra como uma porta. Esteve errada em todos os conflitos recentes nas imediações da Europa.

  53. naZis dizem eles….

    “Passou meio minuto desde o momento em que Oleg Orlov, acompanhado de Svetlana Gannushkina, levantou o cartaz que dizia “Paz para a Ucrânia, liberdade para a Rússia” na Praça Vermelha e o momento em que foi algemado pela polícia. Depois da detenção, foi formalmente acusado de violação do artigo 20.2 do Código de Ofensas Administrativas: violação das regras estabelecidas para organizar uma reunião, protesto ou manifestação. O dia era 20 de março de 2022 e esta era já a quarta vez que Oleg era detido desde o início da invasão russa de larga escala à Ucrânia, a 24 de fevereiro.”

  54. Os indigentes pacifistas lobotomiZados que por aqui passaram a habitar podem ir para a praça vermelha apelar à paZ…

  55. Viriato Soromenho-Marques”:

    “Levada ao limite, a Rússia, ao contrário da União Soviética, não parece inclinada a perecer sozinha.”

    Pois… são coisas simples como esta que o guerreiro de sofá Valupi não percebe. Só sabe perorar sobre a alegada “chantagem de conflito nuclear” de “bocas laterais e cobardolas vindas de figuras secundárias”, que agora se terá tornado “na principal manifestação de força de Putin”, clama o valoroso guerreiro, enquanto ajeita as pantufas e regula a temperatura ambiente da sala. O pobre… perdão, o nobre guerreiro só sabe aplaudir as obviamente nobres intenções da “organização defensiva” NATO e sua ainda mais nobre dona, a famigerada “nação indispensável e excepcional”, que excepcionalmente (por definição), sem “bocas laterais e cobardolas”, sem qualquer ameaça prévia, fosse de figuras secundárias ou principais, foi até hoje a única que utilizou a arma nuclear. E que o fez, deliberadamente, sobre dois alvos rigorosamente civis, apenas para mostrar do que era capaz, ou seja: DE TUDO, sem qualquer restrição moral, com desprezo absoluto pelas leis da guerra, com absoluta impunidade, sem sequer a desculpa de que sobre ela houvesse qualquer ameaça existencial, ao contrário do que agora acontece com a Rússia. Onde é que está, onde é que alguma vez esteve, a ameaça de julgamento da “nação indispensável e excepcional” por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio? Ou alguém tem dúvidas de que Hiroxima e Nagasaki foram isso mesmo?

  56. “Lê-se e ficamos a saber que a NATO – Portugal incluído, os ‘amaricanos’, a União Europeia – Portugal incluído, não só declararam guerra à Rússia como a atacaram. Só difere do discurso alucinado de Putin na véspera porque aqui a NATO – Portugal incluído, os ‘amaricanos’, a União Europeia – Portugal incluído, se preparam para declarar guerra e atacar a China. Diz que o PCP não é putinista pero que las hay, las hay.”

    https://www.pcp.pt/pela-paz-por-fim-escalada-de-confrontacao-guerra

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