Ia jurar que, hoje de manhã, ouvi Mário Nogueira responsabilizar moralmente o Ministério da Educação pelo suicídio de um professor da Escola Básica 2/3 de Fitares. Mas não encontro nenhuma prova dessa audição. Terei sonhado?
Já da FNE, temos este espasmo:
Considero que deve haver uma responsabilização dos pais ou encarregados de educação em relação ao comportamento de desrespeito dos alunos para com os professores e funcionários das escolas. Deverão existir mecanismos que façam com que os pais sejam também responsabilizados.
Ou seja, os pais dos alunos, em certa medida, mataram o professor, insinua João Dias da Silva. Como é possível que se digam estas barbaridades a este nível? É possível porque Portugal é completa e profundamente inculto no que diz respeito à doença mental. Só isso explica que se permita o aproveitamento político – ou sensacionalista – de uma tragédia pessoal que em nada se relaciona com pais ou alunos. Quando muito, a escola em causa talvez pudesse ter sugerido ao professor para ficar de baixa, mas nem esse procedimento é claro sem ter acesso a informações privadas, muito menos garante preventivo do acontecimento fatal.
Aproveito a ocasião, e pensando em todos os professores que estejam a padecer de alguma patologia mental, para promover a Associação Encontrar+se, fundada pela minha amiga Filipa Palha. O seu projecto é apenas um exemplo do que precisamos fazer para acabar com o flagelo da discriminação associada à doença mental.
Tal como refere a Ana:
O suicídio é um comportamento que pode surgir na sequência de diferentes situações vivenciais e que não é um sintoma específico de nenhuma patologia psiquiátrica – em rigor, pode acontecer mesmo na ausência de doença mental.
Assim, usar um suicídio para fazer ataques políticos, despejar ódio corporativo ou explorar a desgraça, é algo que raia o psicótico. O Portugal que queremos não quer esta miséria cívica.
Isto está mesmo mal…
Até já se jura que sonharam com algo que não conseguem provar!
…mas que lhes daria um jeitão se fosse verdade (e eu até nem digo que seja mentira, note-se!).
Mas que juram, juram e o juramento já ocorre com o sonhador bem acordado (?).
Que pena, estes sonhos não se tornarem realidade…!
Ai, ai…
Também ouvi esta pérola de manhã, mas pensei que se devia a não ter ainda tomado café. É absolutamente inacreditável. Para certas pessoas, tudo, mas tudo, se resume ao governo, o que só denuncia a sua maneira de pensar o mundo.
Mas não concordo contigo, Val, que se deva a algum tipo de ignorância em relação à doença mental. O Mário Nogueira, como outros, até podia ter uma pós-graduação em psiquiatria que diria exactamente o mesmo. Trata-se de aproveitar tudo, mas mesmo tudo, para obter ganhos políticos.
Porque eu faço a seguinte pergunta, mesmo que pareça cruel: porque é que um professor com claros problemas mentais é posto a em contacto com miúdos?
Ah, e não vamos esquecer o ataque cardíaco do juiz do CEJ que é, também, culpa do governo.
Já o caso do miúdo que se suicidou e cuja situação já tinha sido reportada à escola não mereceu grande atenção por parte de tão preocupados professores…
Se alguem disse que não se podia descer mais baixo…
Fazes bem em chamar a atenção e proporcionar informação sobre a ajuda disponivel acerca do autêntico iceberg que é a saúde mental nas nossas sociedades em particular na portuguesa. O nosso modo de vida é cada vez mais “violento”, sofremos muitos tipos de pressões, sociais, familiares, competitivas e a forma atavica como lidamos com as nossas insuficiências ou fragilidades não ajuda.
Imagina, caro Valupi, que o ministério da educação, preocupado com a tragédia de haver professores mentalmente debilitados e incapazes, portanto, para o exercicio da sua exigente profissão, decide, para evitar futuras tragédias, que seja avaliada periodicamente a saúde mental dos professores. Já imaginaste o tamanho do berreiro das frenprofes? E no entanto, o governo estaria a criar as condições para proteger os professores e não poderia no futuro ser responsabilizado por suicidios de docentes.
Seria uma atitude extrema? Sem dúvida, mas para grandes males grandes remédios. Pelo menos a Frenprof tinha menos um motivo para atacar o ME
Fosga-se cresce, faz-te homem.
Tu que tanto vociferas contra aqueles que usam a situação trágica para atingir os seu fins fazes exactamente o mesmo que eles. Em que te diferencias? Em nada.
Tem vergonha pá. não uses tudo para atacar os teus inimigos figadais, sobretudo não uses a desgraça alheia.
Os fins não justificam o meios, deixa relembra-te, morreram pessoas onde se podia ter evitado. Responsáveis há-os certamente, provavelmente as escolas o ministério, os pais/encarregados de educação.
És tão pobre vê lá “Ou seja, os pais dos alunos, em certa medida, mataram o professor, insinua João Dias da Silva. Como é possível que se digam estas barbaridades a este nível?” Onde é que disse isso, só na tua pobre mona de onde só sai caca.
Sim os pais deviam ser responsabilizados pelos actos dos filhos (de que forma não sei) eu assumo as responsabilidades pelo actos dos meus, enquanto eles não as assumirem. Os meus pais fizeram os mesmo, e olha que não nos temos dado mal.
É pá tinha valido mais estares a cagar em vez de escrever isto, em ambos os casos sairia merda, mas pelo menos seria, para ti, menos preocupante se fosse do cu em vez da cabeça.
Não passas de um badamerdas que não respeita a desgraça alheia.
Mário Pinto, larga o vinho.
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Vega9000, as escolas não estão munidas das competências e dos meios para fazerem diagnósticos psiquiátricos, como é óbvio. E os sindicatos, para fora pelo menos, não tocam no assunto. E dá nisto: aproveitamento escabroso da desgraça.
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edie, fala de que professores?
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K, antigamente, para os nossos pais e avós, a saúde mental também estava ameaçada – e até por algumas forças muito poderosas que, felizmente, já desapareceram. Mas, como dizes, temos de lidar com os problemas que nos tocaram neste tempo.
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Mario, o Governo que se lembrasse dessa proposta teria os professores barricados nas ruas e de espingarda apontada. Seria lindo de ver.
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Antonio Mendes, larga o vinho.
Val,
os mesmos – representados ou representantes – que se mostram tão preocupados com a responsabilidade dos pais e do minisitério da educação pelo suicídio do professor.
Valupi
Não me confunda consigo nem com os seus amigos.
Se não tem nada melhor para responder fique quieto e não faça essa figura ridícula.
Bêbado é você, senão não escreveria essas barbaridades sem ponta por onde se lhes pegue.
E se quiser ser respeitado não se esqueça de se dar ao respeito, “escrevinhador de coisas”.
edie, anotas bem. Estas reacções de sindicalistas não aconteceram aquando do desaparecimento do miúdo.
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Mário Pinto, tens mau vinho.
Eis o “grande” Valupi, o bobo da corte, que aguenta uma crítica!
Pensa que é só vomitar o que lhe sobe à cabeça e que fica sem resposta?
Ainda assim vou tentar não descer ao seu nível.
É que , quando luto com um porco, ainda que ganhe fico sempre enlameado.
Mas não se está mesmo a ver que a culpa é do miniclima??
E teria sido mesmo suicidio ou simulacro? E preciso cuidado com conclusoes cheias de desvario apressado. E importante tambem e nao esquecer que a Mossad anda activissima neste preciso momento em varias latitudes geograficas. Alem disso, ha estatisticas muito mais graves que podem afectar a Trindade Pais, Professores, Alunos. Por extrapolacao, e por exemplo, uma em cada cinco professoras padece de incontinencia urinaria, com todas as inconveniencias dai decorrentes para os leccionandos.. Mas nisso nao se fala. Era o falavas…
Val, podem não estar, mas a pergunta mantém-se. Estamos a falar de pessoas que vão lidar, toda a carreira, com pessoas imaturas por definição, e que não têm consciência plena dos seus actos. Todos os professores sabem que vão, em determinado ponto, ter de lidar com miúdos difíceis. E não adianta estar a culpar a educação, o contexto sócio-económico, as dificuldades em casa ou o que seja. Eles existem, sempre existiram e sempre existirão.
Por isso, dizer que “alguém” devia “resolver o problema” é um disparate tremendo. Esse “alguém” não só não o resolveu, como se tornou parte do problema. E aí tenho que concordar com o Mário. Para ser professor, não basta ter os conhecimentos necessário, tem de se saber lidar com os miúdos, mesmo os mais difíceis. Podemos fazer testes psicológicos para ingressar na carreira, ou pelo menos para impedir que pessoas mais frágeis ingressem. Mas aí caía o Carmo e a Trindade. Outras ideia seria classificar as escolas mais difíceis, e colocar aí professores especialmente preparados para lidar com este tipo de situações. E caía o Carmo e a Trindade outra vez.
Bem… está aqui em causa uma questão de prioritária relevância para a sociedade portuguesa. Por isso, e como anónimo, desde já cuspo na minha anterior experiência de professor, activo sindical e associativo de outros dias.
Também “eu”, penso que li nas notícias da noite da tv extractos do diário do professor que se suicidou. Qualquer coisa como, “não sei o que fazer, insultam-me nas aulas, e é a única forma de sustento que tenho, só me resta suicidar”.
Bem… existem milhentas actividades confrontadas com questões semelhantes nos dias que correm, sem necessidade de abordar sequer a vocação, e recuso admitir que temos que deixar os nossos filhos a pessoas cuja única forma de sustento é ser professor ou o suicídio.
Sempre desejei que este tipo de discussão fosse bem fundo na questão, mas isto é estranho, e tenho muitas dúvidas que a maior parte dos pais entregassem os seus filhos de bandeja a profissionais deste gabarito.
É que há, para a sociedade, um dever inatacável do professor: manter as melhores condições de aprendizagem para todas as crianças que estão à sua responsabilidade.
E porque é que os professores, uma actividade de elevada exigência intelectual, não têm que estar sujeitos a despistes de fragilidades psicológicas para assumir as responsabilidades? Pois. Não interessa.
Aliás, estou farto de décadas disso como criança, aluno, professor, colega de professor, amigo (até de amigo de amigo) de professor, envolvido em associativismo de pais, conselhos de escola, pedagógicos e o caralho. Puta que pariu estes sindicatos e corporativismos.
Em último caso, deixem ao menos que os pais possam educar os seus filhos em casa para depois os sujeitar a exames e acabamos com esta pornotetamamada educativa.
Mas, como sempre, para a comunicação social o assunto morre por aqui. Na morte.
Val,
Porque ficou tão indignado com o comentário de João Dias da Silva? Ele limitou-se a afirmar o que para muitos pais é algo inquestionável: serem responsáveis por educar os seus filhos. Assim, à partida, eles saberão comportar-se correctamente.
Estudei em escolas públicas e também nessa altura as relações de crispação entre alunos e professores eram frequentes. Lembro-me que cheguei a estranhar a passividade com que alguns professores reagiam à agressividade dos alunos. Cheguei a ter pena deles.
Quanto ao professor que se suicidou, desconheço o motivo que o levou ao suicídio, no entanto, certamente concordará que os conflitos entre ele e os alunos ajudaram à sua instabilidade emocional.
O grande problema é que a legislação que regulamenta os procedimentos disciplinares é, há muito, demasiado branda, deixando os professores de mãos atadas. Esta situação não é de agora, é deste e de anteriores governos e enquanto não for revista o problema vai continuar. Por isso, muitas salas de aula são espaços em que o professor mais não faz do que gerir conflitos. É esta, infelizmente, a realidade de muitas escolas.
Não se pede muito aos pais: apenas que façam a parte deles. Ou essa parte também é exigido aos professores?
Não entendo todo este alarido à volta de um suicídio, só porque o indivíduo era professor. Será que este suicídio é muito diferente de todos os outros que, infelizmente, vão acontecendo um pouco por todo o lado com pessoas de todos os quadrantes profissionais. E não é sequer, nem de perto nem de longe, na área dos profissionais da educação que este fenómeno incide mais. Acontece é que o profissional da construção civil que se suicida não tem nenhum Mário Nogueira nem restantes carpideiras da corporação para a choradeira do costume.
O homem matou-se porque estaría mal com ele, com o trabalho, com a família, com os colegas (sim, sim, os colegas), com o mundo. Exactamente as mesmas razões que levaram o metalúrgico ao suicídio.
A culpa é do mordomo, certamente…
ana,
E fará sentido exigir aos pais?
Com esta maravilha de código laboral que aprovaram, com o pessoal a chegar a casa ás 20:00 depois de ter saído ás 6:30 e folgas quando calha, serão os pais que realmente educam as crianças deste país? a maioria dos putos passa mais tempo a ver tv dq com os pais e não é pq os pais não lhes queiram dar o “tempo de qualidade” (mais um termo para nos explicar aquilo que até os bichos sabem) simplesmente o dia não tem horas que cheguem.
É como fazerem GRAAANDES estudos para apurar o porquê da baixa taxa de reprodução dos portugueses.
É que as crianças não precisam de vir com manual ou os pais de tirar cursos, mas sem tempo e sem uma tribo para ajudar não se fazem bons índios.
Vega9000, tens toda a razão. Aliás, quando se diz que os professores estão sujeitos a grandes pressões psicológicas, mais razões se acrescentam para essa profilaxia da saúde mental.
Quanto às situações de indisciplina, os professores são formados para lidarem com elas. Ser professor implica ter dado provas de se ser capaz de lidar com alunos. Por isso, o aproveitamento demagógico de certos casos é particularmente hipócrita. Na quase totalidade dos casos, a indisciplina resulta de erros dos professores.
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tra.quinas, excelente comentário.
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ana, a declaração de João Dias da Silva tem como contexto o suicídio de um professor. Ora, isso é o mesmo que associar um acto de desespero pessoal com o estatuto parental. Tal ligação é uma aberração, posto que o suicídio não é a norma, antes a excepção, quando um professor enfrenta uma turma indisciplinada.
O problema nunca é das turmas, ou dos alunos, é sempre dos professores e da escola. Ou seja, é do sistema, da autoridade. Se um professor sente a sua sanidade mental ameaçada pelo que se passa na escola, não pode ir trabalhar. É só isto que está em causa.
Helder,
Claro que faz sentido. Ter filhos é uma responsabilidade que os pais não podem descartar. Por pouco tempo que tenhamos, eles devem ser a nossa prioridade e eu sei do que falo porque também sou mãe e trabaqlho como toda a gente.
De facto a profissão pode ser um entrave, por nos roubar o tempo e a energia de que os nossos filhos necessitam, mas isso não nos dá o direito de lhes desculparmos tudo. Educar exige sacrifícios que muita gente não está para fazer.
O que me indigna são aqueles pais, que demitindo-se da sua função de educar ficam todos avespenhados quando se repreende os filhos. Para mim, aí reside a principal dificuldade entre a escola e as famílias. No entanto, parece-me que esta Ministra da Educação (apesar do miniclima)conhece bem a vida das escolas, o que para começar é positivo.
Val,
A agressão entre os alunos também resulta dos erros de quem?
Correcção
A agressão entre os alunos resultam dos erros de quem?
Ana,
a pergunta não implicava nenhum julgamento ou avaliação dos pais (no geral concordo contigo) mas sim:
-será que podemos dizer que educamos os nossos filhos?
A maioria das famílias só está junta a partir da hora do jantar, com miúdos pequenos a hora de deitar é 2/3h depois, um dia tem 24. Que peso teremos efectivamente na educação deles?
Não tornámos as escolas em depósitos precisamente, por não termos tempo para os filhos e ao mesmo tempo “lavamos a consciência” perdendo o tal precioso tempo a repreender professores ?
Como não acredito que nenhum pai queira menos dq o melhor para os seus filhos e os problemas estão á vista de todos volto a perguntar, poderemos culpar os pais? (a maioria dos pais não presta? é um produto do acaso?) ou a maneira como vivemos as nossas vidas, e muito concretamente ,como aberrações como este codigo do trabalho tratam a Familia não tem influencia nenhuma?
Val , depende sempre do conceito de norma e de saude mental no tempo, mas hoje existe mais conhecimento e possibilidade de tratamento e despistagem. É esse o ponto.
hum
O psicótico não, Valupi, é mesmo de psicopata.
pois,
hasta.
Tudo tem influência, Helder.
Concordo contigo quanto ao novo código do trabalho. É mais uma macahadada à estrutura basilar da sociedade que é a família. Só que admitir isso não resolve o problema da indisciplina / agressividade dos jovens. Deixa-nos, isso sim, de consciência mais tranquila.
Tanto este caso como o do rapaz que se suicidou não podem ser deitados em saco roto. Devem mobilizar as consciências do país (não para debates televisivos que já cheiram mal e nada resolvem), nem tão pouco para apontarmos o culpado e lavarmos as mãos como pilatos. Espero que estes dois casos sirvam para mexer com a sociedade, e se iniciem intervenções de fundo que passem, por exemplo, pelo criação de novas leis de apoio à família e pelo cumprimento das já existentes.
Outras medidas podiam ser tomadas e, a longo prazo, veríamos os lucros. Mas, não me parece que isso possa acontecer, pelo menos para já. A nossa sociedade é demasiado corporativista para pôr o interesse da nação à frente dos interesses pessoais.
Como sou optimista e não me conformo com a ideia de que os meus filhos possam viver numa sociedade onde não me revejo, vou fazendo tudo o
que me á possível para inverter esta corrente, até porque acredito na máxima: “grão a grão, encha a galinha o papo”.
O suicídio:
Outros factores terão contribuído para o suicídio do professor. Não posso crer que se ponha termo à vida por não saber contornar problemas da escola. Há muito que venho dizendo que para a maioria das profissões ou ocupações, incluindo Deputados, membros do Governo, Presidente da República, antes de se candidatarem deviam de fazer exames psiquiátricos. Acontece que esta semana Fernando Nobre vem dizer o mesmo que eu há muito venho defendendo.
Como disse não acredito que seja o único factor. Nos tempos modernos todos temos consciência dos problemas que a vida nos reserva. O levantarmos da cama, a nossa saída para a rua, a condução de automóvel, o atravessar a via pública, a utilização de transportes públicos, as nossas profissões, a luta pelas melhores condições de vida – quantas vezes se faz das tripas coração para se conseguir algo – tudo se torna factor de risco.
Quando se põe termo à vida existe um sem número de problemas. Conheci alguns, tanto na vida privada, como na profissional, uns por questões de honra, outros por se sentirem abandonados e desprezados. Só conheci um que avisou da sua resolução. Foi acompanhado pelo psiquiatra, psicóloga e, de noite sempre vigiado na sua cela mas, sempre disse que era tempo perdido, entre ele e a sua família, optava por ser ele. A forma de ser e de vida a isso o levava. Era de origem Macaense e como estava ameaçado, ou ele ou a sua família, preferiu ser ele. Os outros nunca deram indícios. Os que ameaçavam queriam ser notados. Para levar avante esta resolução é preciso estar psicologicamente numa lástima.
Depois vem os opinadores do tudo e do nada dar soluções e culpar os outros e nunca assumirem as suas culpas. Quem melhor que os sindicatos para resolverem os assuntos dos associados. Só lhes interessa as greves, o aumento de vencimento, nunca uns cursos de aprendizagem e reciclagem para estas novas formas de vida, o dia-a-dia, a não preparação para se desempenhar certas funções, tudo vale para depois se criticar.
Tem de se ter uma forte inclinação quando se vai pôr termo à vida. Não é de ânimo leve e tem de se estar fora de controlo, já nada se pensa, a não ser na sua fragilidade e vergonha para se enfrentar a sociedade.
Lamento a sua morte mas ao lamentá-la tenho de lembrar outros que em circunstâncias mais difíceis, profissões de risco – forças de segurança – também tiveram a mesma atitude. Se, se fizer uma estatística, nota-se a disparidade entre uma classe e outra. Por isso não vejo uma relação do suicídio com a sua profissão, talvez haja outros motivos. Vamos esperar por novas provas.
O professor suicidou-se.
Acusou os alunos.
Reiteradamente.
Há provas e testemunhos de determinados factos relevantes.
o professor morreu.
Há meses que relatava o assunto.