Ver PCP e BE a serem críticos do Governo e do PS mantendo o apoio que permite a governabilidade é o melhor espectáculo serviço que a democracia portuguesa oferece desde que me considero um ser político. Para além das consequências de tal conjuntura, há um trabalho intenso de negociação nos bastidores que trará uma alteração cultural do lado de bloquistas e comunistas. A República, isso que é nosso, pede uma democracia onde os sectarismos estejam reduzidos à expressão mínima ou desapareçam. Afastado o sectarismo, o qual se alimenta de fanáticos e seus delírios obsessivos, fica a negociação como arte da política, argamassa da coesão comunitária.
Não admira que à direita, a qual tem apostado tudo desde 2008 no radicalismo violento e castigador onde a política se reduz ao ódio, haja um estado de completo pavor perante a perspectiva de termos PS, PCP e BE em condições de repetirem esta união de responsabilidades nas próximas legislaturas.
mas o que é que terá comido no fim de semana para este lirismo exagerado ??? manter a governabilidade, manter a governabilidade? ninguém pode ser assim tão ingénuo , só pode ser a lagosta ou os mexilhões.
manter um lugar ao sol , homem , tentar obter mais votos , lutar por mais um tachinho , aparecer nas revistas. qual governabilidade , qual carapuça , estamos a falar de políticos do século XXI , da sociedade de massas ao quadrado , do consumo , das bancas rotas , do fiado , da casa do marco , das fu (n)dações , dos ladrões.
Yo, não beneficiaste ou vais beneficiar de medidas deste governo?! Se não, azar o teu, pois milhões de portugueses beneficiaram e outros milhões beneficiarão. Isto, sem comprometer o futuro do país, ou seja, manter a governabilidade. Deixa lá o cinismo disfarçado de pessimismo.
Exactissimamente,
E não é so motivo de espanto e de admiração em Portugal. A Europa toda assiste com interesse, para não dizer fascinio. Pragmatismo, é o que se precisa. E a esquerda “verdadeira” não pode ser senão pragmatica…
Boas
viva a dialéctica para o bem comum! :-)
É evidente, e nem podia ser de outro modo, que há diferenças de programa na abençoada geringonça, diferenças de opinião sobre o mesmo assunto, diferentes posições sobre a mesma questão. E não podia, nem devia, ser de outro modo, pois se diferenças e divergências não houvesse não se perceberia que pertencessem a organizações diferentes. Mas o que a direita ordinária que temos teima em não (querer) entender é que, face à cabazada de merda que fez (e faz) quando esteve no poder, a natureza secundária dessas divergências, diferenças, programas, opiniões e posições se tornou absolutamente gritante, transformando o objectivo comum de travar a enxurrada de trampa num imperativo inadiável.
O que a direita foleira que temos tenta de si própria esconder é que a cola que mantém juntas as peças da, insisto, abençoada geringonça é o resultado feliz da transformação alquímica sofrida pela merda que ela, direita foleira, produziu às toneladas. Foi a direita ordinária que temos que produziu a geringonça, e ela não perdoa a si própria a paternidade de tão abençoado rebento. Não usassem preservativos rotos, em nome da austeridade, e a geringonça não teria sido parida. Agora, olha, habituem-se!
Mas começa a ser desconfortável verificar, nos dias que correm, que a direita rafeira que nos saiu na rifa, de tão ceguinha, desorientada, mijada que está, mais não sabe ou não quer fazer, na sua acção (alegadamente) política, do que tentativas permanentes e confrangedoramente canhestras de dividir a geringonça, numa intriga infantilóide constante, primária e burra, de cuja cristalina transparência parece não se aperceber e da qual, por isso mesmo, não tem a mínima vergonha.