Sócrates fan club

Não existem socráticos. Ou melhor, os socráticos são os que detestam Sócrates. São eles que passam os dias em exaltada obsessão com o engenheiro. Os dias? As horas. A quantidade de textos produzidos contra Sócrates é avassaladora. Nada mais existe para estes infelizes a não ser a magnífica presença do Primeiro-Ministro, motor imóvel da sua fúria.

Sócrates não tem um discurso messiânico, não gosta de se ouvir, não tenta sequer agradar à multidão. O seu discurso é simples e energético, mas nasce de factos, de números, da realidade. Claro, será apenas uma versão da realidade, como é inevitável para seres humanos, mas não se furta ao confronto com outras versões e luta para defender a sua. Há mal nisto? O único mal é não conhecermos melhor as versões concorrentes, entretanto esquecidas na voragem do culto a Sócrates, o Grande Satã.

O PS gosta de Sócrates, mas não lhe presta culto algum. Se ele sair, ou quando ele sair, muitos socialistas sentirão alívio, outros desforra. A maior parte, a enorme parte, contudo, ficará agradecida por ter estado ao lado de alguém que despertou tanta raiva nos adversários – inequívoco sinal de impotência.

É no que dá não saber perder, fica-se escravo do vencedor.

65 thoughts on “Sócrates fan club”

  1. Quais, e quem,
    são as alternativas a JS?
    Senador MRSousa, que não emociona ninguem no seu proprio PSD?
    O bolinhas e mais a sua dama, MFL?
    os histrionicos PPortas e FLouçã?

    esqueci alguem?

    este é o estado da nação momento presente

    abraço

  2. Com este teu post amigo Val vou passar da mesa do fundo para aquela bem junto à montra que o Sol (a estrela, claro!) vai alto.

  3. Goste-se ou não de Socrates, não há outro (político) neste momento em Portugal, com a sua capacidade retórica e política.
    É óbvio que um adversário deste calibre gera ódios e inimigos um pouco por todo o lado…
    Não compreendo o “culto do líder”, já aqui discutimos essa questão, como não compreendo a teoria do “ódio supremo”…
    E apesar do 1º ministro ser “alegadamente” qualquer coisa, a verdade é que da esquerda à direita, todos dedicam imenso tempo a tecer considerações sobre o próprio…
    Depois é como se costuma dizer: “Falem bem ou mal, mas falem…”
    Socrates há muito que conquistou o seu lugar ao Sol…

  4. De acordo. Eu, que já não votava no P. S. (em Legislativas) desde 1995, nem sequer tenho uma adoração por aí além por José Sócrates (a verdade é que também nunca fui de grandes entusiasmos políticos por ninguém…), embora lhe reconheça evidentes qualidades políticas, não deixo contudo de considerar, friamente, que deverá ser já um dos melhores Primeiros-Ministros da nossa curta Democracia. O que não quer dizer que não gostasse de poder votar em alguém ainda melhor! Mas isto sou eu, que não estou toldado nem embriagado pelo ódio…

  5. vamos então comentar a última do momento. parece que a pt aquando da tentativa do negócio de compra dos 30% da média capital, tinha dado conhecimento do negócio à velha. ou seja, a velha soube do negócio antes do sócrates, tendo mesmo dado o seu aval.
    depois desta campanha toda, com exigências de demissão do sócrates, só apetece dizer uma coisa: filhos da puta!

  6. Subscrevo na integra esta opinião.

    Acredito que o país terá um problema para resolver em 2013, nas próximas legislativas. Não se prevê, para já, uma alternativa forte ou credível no PSD (o único partido de governo na oposição e que, pelo número de candidatos, deverá tomar o mesmo rumo que até aqui, isto é, completamente desnorteado).

    Mas o PS também terá um problema nas mãos. Não por falta de pessoas capazes mas porque acho que José Sócrates, ainda que com todos os defeitos que possa ter, elevou demasiado a fasquia ao PS. Tanto para o cargo de Secretário-Geral como ao de candidato a Primeiro-Ministro.

  7. PMatos, completamente de acordo. Depois de Sócrates, o PS bem se pode preparar para uma travessia no deserto, com guerras civis internas que farão as do PSD parecer uma brincadeira.

  8. “É no que dá não saber perder, fica-se escravo do vencedor.”

    Totalmente de acordo, uma frase que explica quase tudo.

  9. Vega9000:
    Não obstante o facto do PS não ter esse historial, como teve o PSD, é bem possível que a aconteça uma situação dessas. Também Cavaco Silva foi um líder do PSD muito marcante para o partido e as consequências da sua sucessão continuam ainda à vista. As tais lutas internas são, no meu entender, o resultado duma falta de sucessão ao mesmo nível.

    Ainda assim, parece-me que no PS a situação mais dificilmente acontecerá dada a natureza daqueles que se perspectivam como prováveis sucessores de Sócrates. E o que me parece é que, pela marca que o actual Secretário Geral está a deixar no partido, a solução deverá passar por uma linha de continuidade (não haverá, seguramente, “rasgaduras” ou “rompimentos”). Mas posso estar completamente enganado porque não percebo nada de futurologia como alguns comentadores da praça (Zandingas há por aí muitos… mas eu não sou).

    edie:
    Acredito que o Governo dure até 2013 – a não ser que algumas das acusações se provem como verdadeiras.
    Mas não acredito que Sócrates suceda a Sócrates. Sócrates, precisará de tempo para aspirar a outros voos.
    Quer queiramos ou não, JS construiu (e justamente) uma boa imagem lá fora junto dos seus pares e junto das instituições. É por isso natural e nada censurável, porque JS é um politico de carreira, que aspire a outras posições de maior desafio e destaque internacional.
    Não será candidato presidencial em 2016 (aí teremos Guterres vs Durão) mas provavelmente terá um lugar de destaque em alguma das muitas instituições internacionais. Mas como disse lá atrás, futurologia não é comigo.

  10. PMatos: «Não será candidato presidencial em 2016 (aí teremos Guterres vs Durão), mas provavelmente terá um lugar de destaque em alguma das muitas instituições internacionais. Mas, como disse lá atrás, futurologia não é comigo».

    Olha se fosse!…

  11. PMatos,

    o cenário que coloquei quanto a “Sócrates sucede a Sócrates” tinha como pressuposto que isso aconteceria em caso de queda do governo antes de 2013. Acontece que essa queda pode ser assumida pelo próprio governo “que não governa a qualquer preço”.

    Depende muito de como o PR Cavaco de um lado e a oposição (sobretudo PSD) por outro (perdão, do mesmo lado), continuarem a puxar a corda. Claro que a coisa só ficará mais clara depois das presidenciais…

  12. PMatos, não é propriamente de futurologia que trato. Se alguma coisa Manuel Alegre revelou, foi que existe uma grande cisão dentro do PS entre os que pretendem dar um rumo mais esquerdista e “puro” ao partido (muito influenciados pela subida e discurso do BE) e os que se revêm na actual posição “centrista” e pragmática, da qual Sócrates é o expoente máximo. Dentro do PS, eu pelo menos distingo essas duas correntes, que neste momento só não têm consequências mais graves porque o PS é governo e com um líder incontestado. Mas mesmo assim alguns não resistem a expressar a sua discordância veementemente sempre que têm oportunidade – veja-se Ana Gomes, por exemplo.
    E bastou também um cheirinho a escândalo e a demissão, com este caso das escutas, para que muito boa gente se apressasse a assumir alguma distancia de Sócrates, o que é bem revelador do que realmente pensam.
    É que no PSD as guerras resumem-se a poder e influência de grupos pessoais que partilham essencialmente a mesma visão do mundo, enquanto no PS há ideologia metida ao barulho – e essas guerras são normalmente muito, mas muito piores.

  13. Marco Alberto Alves:
    Se fosse já tinha acertado nos números do Euro-milhões… por isso limito-me à lógica.
    (Lá para 2016 tanto um como o outro estarão no “desemprego”)
    :)

    edie:
    O PR Cavaco, neste momento já anda em campanha. Não me parece que tenha ideia de querer arriscar a reeleição (a não ser que surja algo muito evidente que «ponha em causa o normal funcionamento das instituições». Uma situação que, se as contas não me falham, só acontecer até ao final de Julho deste ano).

    Mas como disse uma vez Pimenta Machado, «o que hoje é uma mentira, amanhã pode ser uma verdade».

  14. o aspirina B está um espectáculo, completamente em loop, os não crentes já nem cá aparecem no que de facto se transformou num fan blog. O próprio estilo epistolar do Val adquiriu um tom laudatório que me recorda a Emissora Nacional dos tempos da minha juventude.
    Ouça-se: «O seu discurso é simples e energético, mas nasce de factos, de números, da realidade. Claro, será apenas uma versão da realidade, como é inevitável para seres humanos, mas não se furta ao confronto com outras versões e luta para defender a sua.».
    Isto, meus amigos, é coisa linda de se ouvir. Isto recorda-me tempos em que a vida era mais simples, a fé mais forte, o patriotismo mais aceso, as famílias mais unidas, a autoridade mais respeitada, pão e vinho sobre a mesa etc. e tal
    Tenho que vir cá mais vezes.

  15. Isto, Val, é extraordinário. tu estás aqui, vigilante e sempre online, para terçar armas com o primeiro infiel que apareça, logo no minuto seguinte. Tu mereces já ser chefe de quina om mesmo comandante de castelo. Abençoado chefe que tem tal valido, abençoada pátria que tem tal chefe.

  16. tenho, está descansado. e quanto a conspirações nada temas pois já tens que baste. o minuto seguinte refere-se simplesmente ao instante a que me respondes – 1 minuto depois! sinto-me como se tivesse no MSN contigo!
    permanece pois vigilante que a perfídia da vilanagem não pára neste país amaldiçoado.

  17. não pá, mas não tou habituado que me respondam tão depressa. mas tens razão, o aspirina, de que tanto gostava, tornou-se «chat» e também, permite-me que te diga, um pouco chato com esta merda do sócrates que já ninguém te pode ouvir, ó homem de deus! já reparaste que não fosse o sporting do carvalhal e o outro catiço que por aí escreve, não se fala de mais nada sem ser do «número um» ou do «chefe» ou lá como é que o chamam?
    agora tenho de ir trabalhar mas dentro de um horita volto cá

  18. Isso do minuto foi sorte, desculpa lá estragar-te a fantasia. Mas, sim, quando posso venho fazer a gestão dos bastidores, posto que não há mais ninguém que a faça nesta actual equipa.

    Quanto ao Sócrates, tens de estar a gozar. Então, achas que foi o Aspirina que se lançou nessa obsessão?!… Logo por azar, tu não encontras por aqui nenhum texto politicamente alinhado com o Governo ou PS, no sentido da sua apologia, apenas opiniões avulsas acerca das temáticas correntes. Ora diz-me lá: nos blogues políticos que frequentas não se fala de Sócrates ou fala-se menos? Tens de me dizer quais são, que não estou mesmo a ver.

  19. Afinal todos os ataques a Sócrates estão correctamente a ser desmontados, pelo que há uma fúria crescente e obsessiva dos seus detractores.
    A este propósito é oportuno ver o comentário de hoje no blogue “O Jumento”, que resume bem o que tem estado por detrás da “Face Oculta”.

  20. é pá,val! e eu a pensar que estavas sempre online, na dobra, a velar pelos superiores interesses da nação! afinal foi sorte e foi fantasia minha! caraças, pá!
    quanto a blogues políticos podes estar descansado: o único que eu frequento e frequentarei é o aspirina B, um blogue não «politicamente alinhado com o Governo ou PS, no sentido da sua apologia, apenas com opiniões avulsas acerca das temáticas correntes.»
    até amanhã, val, cá estarei!

  21. Politicamente alinhado ou não,o que interessa é que não há neste momento alternativa ao Sócrates, pois não se vê ninguem com estaleca par ser 1º Ministro.E gostemos ou não dele, acho que temos que o aturar por mais uns tempinhos, pois as alternativas não são nada sedutoras.No PSD, Rangel,Aguiar Branco, Passos Coelho, Marcelo, tudo cheira a mofo, e estão permanentemente à estalada.A única hipótese era o Cavaco, por interposta pessoa(lagarto,lagarto,lagarto) ,nos outros partidos nem pensar.Só o PS e neste momento só com Sócrates.Por muito pouco que gostemos dele,não temos para já outra solução.

  22. Sócrates não tem um discurso messiânico, não gosta de se ouvir, não tenta sequer agradar à multidão

    É mesmo e eu sou a Branca de Neve não digas mais disparates pá

  23. Ah grande José,

    Quando recebemos o “larga o vinho”, sabemos que o valupi ficou sem argumentos! Aliás coisa frequente ele refugia-se amiúde na retórica redonda e vazia.

    veja-se e neste caso

    ” Sócrates não tem um discurso messiânico, não gosta de se ouvir, não tenta sequer agradar à multidão.”. Ora pergunto eu como sabe ele o que o Sócrates gosta ou não gosta? Como sabe o que pretende ou não? Curioso…………….

    “O PS gosta de Sócrates, mas não lhe presta culto algum. Se ele sair, ou quando ele sair, muitos socialistas sentirão alívio, outros desforra. A maior parte, a enorme parte, contudo, ficará agradecida por ter estado ao lado de alguém que despertou tanta raiva nos adversários – inequívoco sinal de impotência.”

    Ora pergunto eu? “A maior parte, a enorme parte”? como sabe ele isto? Será que entrou na cabeça de todos os PS? PS e Socialistas não são obrigatoriamente a mesma coisa. Infelizmente!

  24. Oh António Manso, olha o alivio. !ue bom, ele é só o menos mau é isso?
    Em terra de cegos ………, que rico elogio que fizeste ao Sócrates!

  25. Ibn Erriq gostaria de lhe fazer uma pergunta. Tendo em conta o panorama geral do país e se o Ibn pudesse escolher uma personalidade para formar governo, qual escolheria? Não lhe pergunto o partido mas sim uma pessoa. Já agora se não se importa, essa pessoa deverá existir na realidade.

    Se me permite a ousadia de uma segunda questão, se fosse VEXA a mandar neste país, o que mudaria e em que apostaria.

    Agradeço-lhe antecipadamente a resposta a estas duas questões, pois desta forma conseguirei enquadrar melhor os comentários que por vezes vai deixando por aqui.

  26. Não São duas, mas sim três questões. Lá vai então a resposta às duas restantes questões a resposta é uma só.
    Apostaria todas as minhas forças em ter um país inteiro. Logo responderei com detalhe quando tiver um teclado completo à minha frente. Até já.

  27. Bom José Gil, imagino que já estivesse impaciente com a minha demora. Sei bem que as suas perguntas não resultam do seu interesse pelas minhas opiniões, serão por um outro motivo qualquer que eu não vislumbro.

    Como disse antes eu aplicaria todas a minhas forças para ter país inteiro, e não partido numa faixa de 20 Kms e tudo o resto. Não compreendo que raio de país queremos deixar aos nosso netos. Não chega fazer auto estradas que liguem o interior ao litoral (embora importantes essa é a parte mais fácil).

    Falta um coisa importante que já existiu mas que alguém fez o favor de delapidar de forma vergonhosa. Garanto-lhe que não gastaria 1 Euros no TGV enquanto não tivesse um rede ferroviária à seria e que servisse de facto o país. E não esta coisa estranha que não serve ninguém. Repare na linha do Oeste e ou na que liga a Covilhã à Guarda. Mais repare que passados anos e muitos milhões de Euros esbanjados temos troços da linha do norte onde o Alfa circula a 40 Kms/h.
    veja o que se passou com as linhas do Sabor, Tua, Corgo, Barca D’alva, Viseu e outras mais que agora não me ocorrem. Um dos grandes responsáveis (embora isso agora já pouco importe) vive em Belém, fez com que o material circulante e as vias se degradassem, fizeram com que os horários não servissem ninguém até que não se justificasse a sua exploração . Enfim triste sina.

    Assim, investia fortemente na via ferra de (para já não no TGV). Sabe quantos autocarros saem diariamente dos mais diversos pontos do país com destino ao litoral, os suficientes que justifiquem o comboio, mais seguro, económico e ambientalmente mais eficiente.

    Não construiria barragens em locais que condicionem o desenvolvimento sustentável da região. Sim, quando se constrói um barragem destrói-se muitas vezes um ecossistema que estou certo no futuro poderia dar frutos, claro que compreendo o que pretendo dizer. Energia eléctrica poderia produzir-se de outras formas, bastava para tal reforçar a capacidade instalada nas barragens já em funcionamento, veja só a quantidade de barragens que existem no Douro!

    Repare que um país a duas ou mais velocidades é um país condenado à penúria, a desertificação provoca pobreza do país é assim do Algarve ao Minho mal nos afastamos 20 Kms da linha de costa. Com algumas honrosas excepções de uma ou outra capital de Distrito. Faça a viajem de Vila Real de Santo António até Bragança e verá do que falo.

    Acho que é preciso cortar com este estado de coisas, com esta pescadinha de rabo na boca. Não é fácil, mas as empresas fáceis não nos levam longe, como diziam os romanos “Absque sudore et labore nullum opus perfectum est”.
    Dei só alguns exemplos poderia dar muitos mais, por ora chegam. Assim, julgo ter respondido às suas perguntas de que mudaria e em que investiria.

  28. Caro Ibn obrigado pela sua resposta. Relativamente à sua aposta na melhoria da ferrovia estou de acordo. No entanto, existem alguns aspectos que deveríamos equacionar: Em primeiro lugar o tempo de vida da tecnologia que iríamos utilizar – Corremos o risco de fazer uma aposta na modernização dessa linha e depois termos de a “desfazer” antes dela trazer retorno. Em segundo lugar, a ferrovia não pode servir só para o transporte de pessoas. Como sabe também tem de transportar cargas e tem de se ligar à rede ferroviária europeia. Um dos maiores problemas nas nossas exportações é o custo elevado da nossa periferia, pelo que a nossa rede teria de ser compatível com a que se estende por essa europa fora. Assim, considero importante uma linha de Alta velocidade que ligue Lisboa a Madrid, pois essa linha não serviria somente para transportar pessoas, mas também mercadorias, aumentando a importância do Porto de Sines.

    Relativamente à aposta nas energias. O Ibn sabe quais são as energias alternativas mais eficientes? É que a questão que levanta das barragens parece-me que demonstra algum desconhecimento sobre o assunto. Se em alguns lugares as barragens são construídas por questões energéticas, também em muitos casos acumulam a função de permitir consolidar o regadio e ainda se tornam em bons focos de turismo. Por outro lado, um aumento da produção de energia através de barragens e parques eólicos tem uma quarta vantagem: uma diminuição do consumo de petróleo – Só para ter uma ideia, por cada 1 dolar de aumento no preço do barril de petróleo há um aumento de cerca 100 milhões de euros no nosso orçamento (ouvi isto da boca de um reputado economista português, de quem sinceramente não me lembro do nome). Porquê de novas barragens e não o aumento da capacidade das barragens do Douro? O Ibn sabe que o controlo do caudal do Douro não é nosso certo? Nem do Tejo. Estamos sempre dependentes das descargas ou não que os espanhóis fazem (apesar de haver uma política de gestão dos rios comum), pelo que não podemos fazer depender a produção de energia a um recurso que não controlamos totalmente.

    Ibn no verão de 2009 as minhas férias foram passadas entre Bragança e Alfandega da Fé, Mogadouro e Vila Real. Olhe que as coisas também já não são tão más como as quer pintar. No entanto, espero que saiba que o Governo lançou a autoestrada de Trás-os-Montes, que presumo que esteja de acordo. Eu sei que é uma estrada, mas essa estrada vai aproximar e de que maneira Trás-os-Montes do resto do País. Essa estrada é importante para potenciar os investimentos privados em empresas que gerem postos de trabalho. Outra coisa importante feita por este Governo, foi ter posto a Internet de Banda Larga no país inteiro. Só este facto fez mais pela descentralização e pelo combate à desertificação do interior que mil campanhas e sabe porquê? Porque permitiu às pessoas do interior ter acesso à mesmo informação dos que vivem no litoral e porque permitiu a movimentação de algumas pessoas do litoral para o interior. Mas a inversão desse fluxo interior-litoral, só irá acontecer no dia em que o Interior tenha as mesmas infraestruturas e acessibilidades que o Litoral, pois só dessa forma serão criados empregos que é o que leva as pessoas a manterem-se fixadas no interior.

    E para que não fique a pensar que as minhas perguntas tinham segunda intenção, não tinham. SÓ quis saber as suas opiniões, pois por vezes no meio de tanta crítica à opinião dos outros, esquecemo-nos de dar a nossa visão das coisas.

    Obrigado e cumprimentos

  29. José Gil, voltarei a este assunto quando tiver menos sono.

    Por agora fique-se com os seguinte, relativamente aos comboios tinha pensado na bitola de via estreita e locomotivas a vapor.
    Quanto à sua viagem por pelas terras quente e fria de Trás-os-montes só posso dizer que está tão habilitado a avaliar a vida dos nativos como eu a dos mexicanos, sabe também estive duas semanas de férias na Riviera Maya.
    Quanto ao Douro o que diz é meia verdade.
    Até logo!

  30. José Gil,

    não interprete como Sarcasmo, essa não era a minha ideia, chame-lhe antes, tentativa de humor!

    Quanto à estrada (A4) só lhe vejo um defeito, peca por tardia, sabe que o Distrito de Bragança é o único no continente que não tem sequer 1 Km de Autoestrada? Isso é tão mais estranho quanto é o ponto por excelência de ligação à Europa a partir do Douro Litoral se traçar uma linha recta entre o porto e os Pirenéus (Andaye) verá que ela passa por cima da Bragança.
    Assim, a Estrada peca por tardia. Veja, as mercadorias que vão da zona do Porto, Braga, Guimarães não fazem o caminho mais directo para a Europa, logo ficam mais caras.
    Mas essa não foi a única estrada que o governo decidiu, e bem, fazer na zona está tem em obras o IP2 entre Celorico da Beira e Macedo de Cavaleiros importante para atingir os Nordeste transmontano a partir de Lisboa e da beira interior. a A4 chegava a Amarante e o IP2 até Celorico (A23 A25).
    Não julgue que sou contra as estradas muito antes pelo contrário. O que acho é que se desequilibrou a forma de nos transportar-mos, com custos para a segurança, economia, ambiente, etc.
    Segurança – o comboio é mais seguro que o autocarro.
    Economia – O comboio eléctrico consome energia que pode ser produzida no país evitando assim agravar as importações
    Ambiente – O comboio sendo mais eficiente produz menos poluição, imagine se for eléctrico (se for produzida com recurso a fontes tendencialmente limpas).

    No que respeita ao comboio, não vou discutir tecnologia, disso a única coisa que percebo é que, regra geral, têm rodas de ferro que rolam sobre carris e têm carruagens. Mas essa não é a questão a questão é politica a engenharia é responsabilidade dos engenheiros.

    Quanto ao Douro o que diz é uma meia verdade, pois, as três primeiras barragens (Miranda do Douro, Bemposta e Picote) são alimentadas com só água praticamente vinda só de Espanha.
    Daí para baixo, no Pocinho acrescenta-se o rio Coa (Nasce na Malcata, se a memória não me atraiçoa) a jusante dessa junta-se o Sabor, No Tua junta-lhe rio homónimo, depois vem o Corgo na Régua, em Entre os rios junta-se o Tâmega e mais alguns.
    O Douro como todos os rios tem afluentes ;-). No entanto este a nível nacional, distingue-se por ter um enorme bacia hidrográfica, Trás-os-montes e parte das Beiras escorrem para o Douro. Nomeei estes por terem algum caudal e serem eles próprio um sem fim de afluentes.
    Contrariamente ao que julga, não sou contras as barragens são um mal necessário ao desenvolvimento, provavelmente antes barragens que termo eléctricas. No entanto acho que se devia investir fortemente nas barragens existentes em todos o país antes de construir novas, nomeadamente nas do Douro, já reparou quantas vezes a mesma água produz energia eléctrica?
    Se eu fosse responsável há duas barragens que não seriam construídas, Tua e Sabor , os argumentos estão mais do que debatidos na opinião pública, o que se perde é superior ao que se ganha, digo eu.

    No que respeita a Trás-os-montes e por pudor não vou discutir isso consigo, seria muito desigual, sabe, eu nunca fui férias a entre o Douro e Tâmega ;-) , mas digamos que conheço bastante bem a região, provavelmente a que melhor conheço em todo o mudo. Claro que hoje está melhor que há 50 anos, mal era se assim não não fosse, mas a difrença ente LVT e Trás-os-montes é provavelmente maior hoje do que era à 50 anos.

    A assimetria do país, infelizmente, não se mede pela existência ou não de banda larga, nem de estradas, embora importantes não são o fundamental. O Fundamental é massa crítica e que resulta muitas vezes da falta de solidariedade nacional (não a da acudir em hora de aflição, aí somos ímpares). O texto já vai longo e confuso, essa ficará para outras ocasiões, que quiser podes discutir isso.

    Cumprimentos

  31. Fracote Henriques, para um tipo que critica tudo acabas por propor um conjunto de lugares comuns para um só Ministério. Onde está o rasgo Henriques? não há mais nada? Ou o resto é com o Nobre?

  32. Ó K deves andar à procura de boi de cobrição. Perguntas se não há mais nada? Para ti seguramente que não, manda a tua mana, para ela há certamente!

  33. Não te desqualifiques Henriques, não é bonito de se ver.Mas não me desiludes és um autêntico nulo.Nessa cabecinha não mora nada alem do óbvio e das boçalidades do costume.

  34. Desculpe Ibn mas ontem já não consegui responder-lhe. Quando eu falo em Banda Larga e estradas, estou a falar de condições para que as empresas se possam implantar no interior. No entanto existem muito mais medidas e infraestruturas necessárias.

    Por aquilo que escreveu pensei que estivesse mais longe da actuação deste governo do que realmente está. Concordo que o investimento em Trás-os-Montes deve ser maior, mas também não pode ser tudo num ano. Mas o Ibn não deverá esquecer que foi um Governo liderado por uma pessoa de quem não gosta, que começou a investir nessa região que tão bem conhece (para bom entendedor, meia palavra basta).

    Se há mais para fazer? há muito mais, mas Roma e Pavia não se fizeram num dia e critique-se ou não este Governo tem uma estratégia para o País e isso é o que nos faz falta, Visão estratégica.

    Cumprimentos

  35. Como lhe dizia, o problema maior de Trás-os-montes e julgo que de outras regiões não é só investimento em estradas, embora fundamental, por sí só não vale de muita coisa. Repare, o que falta como lhe disse antes é massa critica, que empresa que se instala numa região onde tal não existe? Tem noção da perda de população do interior do país, sobretudo gente nova? É absolutamente confrangedor.

    Agora imagine que vive em Montalegre e que vê os serviços fecharem uns atrás dos outros, terá vontade de permanecer numa terra assim e criar aí os seus filhos? Onde se sentem cada vez mais abandonados, qualquer dia para enviar uma carta têm que ira Chaves, ou então à Galiza que ainda é mais perto ;-).

    Não culpo este governo ou aquele pelo estado do país. Deixe que o rectifique, não foi este PM que que começou a investir como, como diz, o IP4 foi obra do homem de Belém assim como o Politécnico de Bragança e a assim o grande impulso da UTAD…, mas isso não interessa.

    Engano seu quando diz que não gosto do Sócrates, é-me indiferente, não gosto do PM Ministro Sócrates que é uma coisa completamente diferente. E não gosto porque infelizmente como dizem os comunistas faz um politica de direita, isso na sua primeira legislatura é mais do que evidente.

    Cumprimentos

  36. Ibn quero dizer-lhe que sou socialista, pelo que as minhas opiniões sobre este Governo podem ser lidas como enviezadas. Mas esse é que é o problema deste País… Sem condições de partida, as empresas não se estabelecem em parte nenhuma. Estou a falar de proximidade de matéria-prima; proximidade de clientes; capacidade de escoamento ou mão-de-obra competitiva. Quem vai instalar uma empresa em T-o-M ? Qual a vantagem competitiva? Existe mão-de-obra e provavelmente os terrenos são baratos e mais? E é este “mais” que é necessário fazer.

    Obrigado pela correcção.

    Relativamente às políticas de Direita do Sócrates. Ibn não me parece uma pessoa pouco inteligente, pelo que sabe de onde vem o dinheiro certo? De onde vem o dinheiro para pagar salários, para pagar os direitos “adquiridos” e afins. Sabe quantos países desenvolvidos fazem uma política de esquerda, tipo PC e BE? NENHUM!!! Eu não acredito que o Ibn veja na Nacionalização a salvação para todos os nossos males certo?

    É preciso mudar mentalidades no que toca à força de trabalho. Num mercado cada vez mais agressivo e imprevisível, os sindicatos e os chamados partidos de esquerda dura, lutam pelo impossível, a continuação do posto de trabalho para a vida toda. Lutam por aumentos, mesmo quando não é possível dá-los. Lutam por um Portugal menos justo, mas mais “igual” (esta igualdade significa nivelar todos por baixo, pois ganham igual o que tudo faz e o que nada faz). Para mim teríamos verdadeiras agências de emprego, onde hoje temos centros de emprego (ou depósitos de desempregados), com o compromisso de encontrar colocação em 3 meses a cada desempregado. O mal não está o patrão despedir o empregado. Por mim podia despedir quando quisesse pois a empresa é dele. O estado asseguraria 3 meses de vencimento e ao fim desse tempo teria de arranjar colocação para o desempregado, num sitio onde o vencimento fosse igual ao anteriormente auferido ou superior. Repare que eu falei de vencimento, não de função. Por outro lado, imagine que o Patrão despede uma Trabalhadora que está grávida, ou um qualquer Trabalhador, dando uma justificação que é dúbia ou inaceitável, então esse patrão pagaria as despesas do desemprego desse trabalhador ou trabalhadora.

    A segurança no trabalho deixou de existir e nem por decreto ela se manterá. O que estamos a arranjar com estas coisas é que as empresas nunca tenham as pessoas que necessitam porque depois não as podem despedir.

    Mais uma vez lhe digo… Olhe para os paises mais desenvolvidos e veja qual o modelo que seguem. De certeza que encontrará muito poucas políticas de “esquerda” PC ou BE.

    Cumprimentos

  37. José Gil,

    Julgo que parte de um pressuposto errado, que eu sou PCP ou BE, Já fui intitulado de tudo até do PSD. Quererá isso dizer que sou um desalinhado?
    Pois olhe, eu tenho-me por socialista, o que não quer dizer que goste do actual PM e alinhe no coro de unanimismo.

    Não defendo nem nunca defendi esse tipo de politica económica a que alude. Mas agora diga-me, o que destinge verdadeira mente este PS do PSD? A Forma? Em meu entender não chega. Acho que um dos dramas do PSD foi o facto de o PS ter tomado o seu espaço, tendo ficado sem grande margem de manobra.

    Tenho uma leve ideia de onde vem o dinheiro que refere, palpita-me que vem dos impostos que todos pagamos. Se há coisa que podemos considerar como positiva foi a melhoria da máquina fiscal, tenho para mim que somos hoje um país fiscalmente mais justo (embora ainda longe do óptimo), com méritos para este governo e para os anteriores, não esquecendo os organismo responsáveis (DGAIEC, DGCI e DGITA) os primeiros porque apostaram na modernização com injecção de muito capital e aos segundos pelo cabal desempenho e pró-actividade.

    Não, não vejo na nacionalização a solução dos nossos problemas, nem nos do mundo ;-) , mas também não vejo a nas parcerias publico privadas (PPP) à portuguesa, em que os privados “assumem” os lucros, o Estado o risco e os prejuízos.

    Quanto à força de trabalho, não vejo os trabalhadores como meros objectos produtivos, como se costumar dizer não se pode chupar a carne e atirar com os ossos.

    Quanto aos investimentos no Interior. É compreensível que industria de pouco valor acrescentado seja uma tentação para fazer face ao desemprego, mas esse será sempre um emprego a prazo, esse tipo de gente deslocaliza a produção como quem muda de camisa. Imagine as consequências de Rhode fechar uma fábrica em Pinhel.

    Façamos um exercício simples, uns jeans da BOSS custavam, na loja, há meia dúzia de anos 200€, eram produzidos em Itália e saíam da fábrica a 30€ o par, hoje custam 250€ são fabricados na China (ou lá perto) e saem da fábrica por 10€, o que é que nesta equação está mal?

    Quando falava das Barragens não era, só pelo facto de querer criticar, era pelo património que se perde, o que se perdeu no alqueva não é comprável ao que se vai perder no Pocinho ou no Sabor, são nicho únicos e que poderiam ser uma fonte de rendimento futura para o país, mas sobretudo para a região, estou convencido que cada vez mais seremos procurados por turistas que procuram aquilo que já não se encontra noutros locais, a riqueza paisagística, de fuana e flora do baixo sabor e do Tua são únicas, quando esteve em Mogadouro, como diz, julgo que terá constatado o que digo. Sol e praia há um pouco espalhada pelo mundo.
    Sabe, fui daqueles que achou a decisão do Guterres de parar a construção da barragem de Foz Côa acertada, pena o que não aconteceu e estava prometido.

    Um dos principais problemas que vejo hoje é que a politica que devia ser o nosso bem maior, se rendeu à economia, basicamente, a politica está ao serviço da economia e não ao contrário, como em meu entender devia acontecer.

    Não acho que o PM de português seja responsável por todos estes problemas mas é por alguns ;-)

  38. José Gil, defina lá “direitos adquiridos” verá quê não encontra muitos exemplos quê ilustrem a definição.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *