Sócrates e a bancarrota: Lobo Xavier faz uma descoberta fantástica

António Lobo Xavier pertence à guarda pretoriana da oligarquia. Os seus talentos intelectuais e políticos estão ao serviço da manutenção do poder em certas mãos que o recompensam e que recompensam a quem o recompensa. Pelo que se rege por uma lógica cristalina: tudo fazer para conservar intactos os topos das pirâmides económica e social.

Na oligarquia sabe-se de ciência certa e milenar dois princípios. O primeiro diz que os recursos são sempre escassos, pelo que é constante a necessidade de os acumular. O último diz que a moral não passa de uma arma de arremesso, causando graves prejuízos a quem a pratique. Por isso a gula dos oligarcas é insaciável, por isso o cinismo dos oligarcas é implacável.

Atente-se neste excerto vídeo de um aparentemente banal e inócuo programa destinado a cair no esquecimento assim que termina. Lobo Xavier fala da temática das desigualdades. Fala para um País que as tem visto crescer ao mesmo tempo que se vê a empobrecer. E consegue arranjar uma deturpação tal que declara ter sido a real diminuição das desigualdades efectuada pelo Governo socialista até 2009 a causa dos actuais problemas financeiros. Ele nada explica, nada contextualiza, limita-se a largar atoarda atrás de atoarda, bacorada atrás de bacorada. Nesta novíssima e rocambolesca tese direitola, a bancarrota para que o Hércules Sócrates nos arrastou sozinho já não tem nada a ver com as linhas de TGV e aeroportos que se fizeram por tudo quanto foi canto, antes porque nos 3 anos que antecederam a maior crise económica internacional dos últimos 80 anos se registou uma diminuição das desigualdades em Portugal. Apesar de habituados ao deboche snob do passarão, estamos a lidar com uma entrada directa para o Guiness na categoria “Foda-se, vale mesmo tudo”.

É um festival da fantochada observar o modo como Lobo Xavier revela todo o seu desprezo pelo que significa social e economicamente ter conseguido reduzir a pobreza. A sua monstruosa vacuidade moral toma-lhe conta do rosto que ora baixa os olhos, ora quase rebenta a rir tamanha a hipocrisia sabida, ora fica a olhar bovinamente para nenhures. Em seu abono, apenas esta evidência: calhando estar no programa qualquer imbecil do PCP ou do BE e a sintonia entre eles seria perfeita na negação do feito extraordinário que representa ter conseguido pegar no que Durão e Santana deixaram em cacos e de imediato começar um processo de salvação dos mais desfavorecidos. Aos partidos dos trabalhadores e dos miseráveis também não interessa ver socialistas a diminuir desigualdades pois os imbecis leram nos cartapácios que Marx recomenda o aumento da miséria como sendo o caminho mais rápido para a revolução.

Aplauso para o António Costa, o qual faz a síntese imbatível do que esteve, está e estará em causa:

50 thoughts on “Sócrates e a bancarrota: Lobo Xavier faz uma descoberta fantástica”

  1. Você, a meu ver, faz um bom diagóstico do actual governo mas vejamos que a única oposição que o PS está disposto a fazer ao governo é aquela na base do acordo da troika, ou seja, vocês apenas discordam que se vá além da troika. A questão, porém, é onde está o socialismo no acordo da troika? Pior, para vocês o socialismo hoje em dia é o cumprimento do acordo da troika, que é tão de esquerda como o Pinto da Costa é benfiquista. Portanto essas tiradas contra os comunistas e os bloquistas presumem que estes, como vocês, deveriam aceitar que o acordo da troika é uma base para uma política de esquerda. Se você não percebe o ridículo de fundar uma política de esquerda no acordo da troika então a coisa no PS ainda é pior do que eu pensava.

  2. oh joão! qual é a tua? rasgar e não pagar? e depois vamos todos para baleizão apanhar a espiga travestidos de catarina eufêmea, só pode. nem o la feria se lembraria dum musical desses com o lírico de massamá a interpretar “oh há moralidade, oh comem todos”.

  3. One:
    Para já, não é o PS tout court. É, sim, o PS de Seguro (O Elegante).
    Também não costumo concordar com radicalismos anti-comuna/tijolo, mas há que reconhecer que esses senhores têm estado a dar muito jeitinho aos direitolas com a estratégia do “antes a o descalabro da direita do que uma semi-esquerda que não faz o que nós queremos”.
    Eles são como aqueles chatos que assistem a um jogo de xadrez, não se calam com os bitaites do tipo “assim ficas sem a rainha, não faças isso, pá.” ,… e tu acabas por perder o jogo com a distração. Só quando chega a vez deles, percebem que, não só a sua estratégia não é infalível, como os sound bites atrapalham o raciocínio.
    Por fim, uma chalacinha que tem muito a ver com o que diz o Val sobre a eventual presença de uma dupla comuna/tijolo no programa:
    Ao invés de ser o costumeiro 3 contra 1 que conhecemos, passaria ao 5 contra 1, coisa que o Baden Powell denominava como “O Vício Solitário” no seu livro “Escotismo para rapazes”
    Embora seja meu costume assistir ao referido programa, não tenho para ele outra designação senão: Espaço de tempo televisivo dedicado ao exercício mental do “vício solitário”.

  4. Val,
    neste interessante programa de faz-de-conta, todos aparentam ser o que não são e até, por vezes, dedicam muito esforço à coisa.
    O Lopo Xavier faz o “lobbying” habitual tentando dar a ideia de que é um representante da boa direita de valores cristãos mas que é afinal patrocinadora das sopinhas dos pobres; o Pacheco Pereira é o intelectual de serviço que quer parecer critico da direção do partido que o acolhe mas que passa o tempo a fazer um ataque cerrado ao seu ódio de estimação; o António Costa é a esquerda possível, educadinha, engravatada e suficientemente “soft” para não assustar a malta, faz de conta que é socialista e amigo do exilado, finalmente o mediador, que interrompe discursos incomodativos e manda orientações estratégicas para a mesa, por vezes até parece ser independente e bom jornalista…
    Sobre o assunto em si, é apenas mais uma das muitas variações dos habituais comentários que parecem estar muito certinhos mas que após a primeira espremidela parecem saídos de limões secos.

  5. Não sou suspeito de animadversão, odio ou embirração comtra a pessoa do senhor Lobo Xavier, até de agora. É a segunda vez que lhe vejo a face, e as duas em videos colados aquí com origem no programa da Sic. É evidente, não moro em Portugal .

    No primeiro no que o ouvi à respeito do caso Relvas, comentei aquí que me deu nojo escutâ-lo. Era o cinismo feito carne que estava presente emtre nós. Tamto me sublevou o que ele dis que ja não segui na escuta.
    Agora o homem superase a se mesmo. Mais cinismo ainda. Acha os televidentes parvos, estúpidos, burros? mais que isso insulta a audiencia. A conclusão é que as desigualdades numca se puderão superar em Portugal. Á mais igualdade ou melhor redistribução da riqueza menos ganancias para sua malta, é evidente. Pior ainda, o intento de Sócrates de dois anos olhai como rematou, com a situação actual. Isso chama-se aproveitar tudo para levar a agua o teu rego.
    Nojento, mais uma vez. Acho que eu e ele não fariamos boa vicinhanza se por um acasao chegarmos a coincidir.

  6. reis,

    o desdém pelas pessoas que o gelatinoso Xavier transpira dá, de facto, vómitos e por várias vezes tive de fazer zaping por causa da abjecta criatura.

    Entretanto, já aprendi uma palavra nova, muito boa: televidentes. Obrigada.

  7. Vieira,

    você diz: “Também não costumo concordar com radicalismos anti-comuna/tijolo, mas há que reconhecer que esses senhores têm estado a dar muito jeitinho aos direitolas com a estratégia do “antes a o descalabro da direita do que uma semi-esquerda que não faz o que nós queremos”.”

    É evidente que isto não é verdade. Você não o vê porque há muito que já abandonou a ideia de uma política de esquerda senão como um tapa-buracos do sistema vigente que é claramente simpático ao pensamento liberal de direita. O que se vê quando olhamos as coisas no seu devir ao longo do tempo é uma constante de cooperação do PS com o PSD/CDS.

  8. “oh joão! qual é a tua? rasgar e não pagar? “

    Os comunistas/bloquistas têm apresentando o discurso mais pragmática e realista no que concerne a esta crise. Vejamos, tudo, e mesmo tudo, que afirmaram durante a campanha eleitoral (e antes) está se a cumprir. As máximas “não se pede uma dívida maior para pagar uma mais pequena”, “medidas da troika levarão à recessão”, “estas políticas farão aumentar o desemprego, o défice, e a dívida pública” foram repetidamente enunciadas com o PS a refugiar-se em não sei o quê. Não, não é possível aliar o termo “crescimento” e “austeridade”. Sim, é preciso, imediatamente, renunciar o juro agiota do empréstimo da troika e mesmo os prazos ameaçando, com isso, o não pagamento. Temos juros incomportáveis (pagaremos quase 40 mil milhões de euros em juros porra!) e prazos irrealistas. Agir, antes da bancarrota e do esvaziamento neoliberal (estão a vender tudo o que é rentável e naturalmente monopolista). O atual PS é um bocejo ideológico e alguns dos seus militantes/simpatizantes sofrem de clubite partidária. Invés da crítica fútil e insultuosa como o autor(a) do post fez ao PCP e BE, deveria analisar bem o quão socialista é. Só depois analisar o que foi o governo Sócrates (teve pontos positivos, sem dúvida) e o que a esquerda parlamentar fez.

  9. “oh joão! qual é a tua? rasgar e não pagar? e depois vamos todos para baleizão apanhar a espiga travestidos de catarina eufêmea, só pode. nem o la feria se lembraria dum musical desses com o lírico de massamá a interpretar “oh há moralidade, oh comem todos”.”

    O que eu percebo do seu comentário é que é mais fácil imaginar o fim do mundo do que imaginar uma ruptura com a troika.

  10. Vem muito a propósito rever o debate José-Sócrates- Passos Coelho, da última campanha eleitoral.
    Na altura, houve quem considerasse que Sócrates “perdera” porque adoptara, ao contrário do habitual, uma atitude defensiva, ante um Coelho, cheio de ideias.
    Passado um ano, aquele debate dá, sim, para perceber que Sócrates previu e preveniu sobre as consequências das propostas da Direita (subida do IVA na restauração, a impossível baixa da taxa social única, ataques ao estado social, por exemplo).
    Fartou-se de chamar a atenção para a dimensão da crise internacional. Cavaco e governantes de agora fingiram, então, ignorar a influência externa – tudo resultava da má actuação dentro de portas. Agora, ao contrário, até sustentam os falhanços das suas previsões económicas nas incertezas criadas pela crise mundial.
    A revisão desse debate seria peça fundamental para uma avaliação séria de propostas e escolhas feitas. Infelizmente não acredito que alguém nas televisões tenha a coragem de propor, sequer, a revisão desse debate. Mas que era oportuníssimo, lá isso era.

  11. oh joão! qual é o sistema divergente que propões! a urss de há 50 anos ou a actualíssima coreia do norte.

  12. “O que eu percebo do seu comentário é que é mais fácil imaginar o fim do mundo do que imaginar uma ruptura com a troika.”

    pois é, meu. romper com o mundo capitalista e clonar a albânia. tás preparado, bora lá, que os gregos ainda apanham os melhores lugares.

  13. O sistema divergente que eu proponho é começar por divergir. Julgo que é preciso perceber que em política nada está garantido; não está garantido que vamos recuperar da crise nem está garantido que uma virada de esquerda vai ter sucesso ad eternum – é preciso decidir.

  14. “pois é, meu. romper com o mundo capitalista “

    De facto, entramos numa fase de capitalismo contrária à sua essência. O capitalismo sem falências (toca a resgatar a banca que lucrou triliões e lucra com a crise) e o capitalismo de rendas garantidas (sem concorrência e monopolizadora dos recursos públicos). Mas você gosta do que está acontecer: a maior transferência de riqueza (das classes mais baixas para as mais altas) que alguma vez este país viu. Prefere ouvir todos os dias na comunicação social os cavaleiros do apocalipse financeiro, sob lema espúrio e sem fundamentação, que não há dinheiro para o Estado Social mas o há para uma miríade de rubricas não essenciais num Estado do século XXI? Aceita o número de pobres a aumentar e o depauperação forçada da classe média para o pagamento de juros e comissões? O que dizer da Educação, Saúde e Segurança Social?

    Só dois apontamentos finais: 1) o que dizer do sistema (capitalista) existente nos 2/3 dos países deste mundo que são pobres? 2) O capitalismo é algum desígnio de deus que não se pode trocar ou pôr em causa?

  15. João, voçê alem de um pseudo comunista é humorista… pois fez-me rir.pergunta onde estão as medidas socialistas no acordo da troika. é com esse espirito que voçe entra no banco para pedir dinheiro para pagar a casa? é com igual esprito que entra numa penhorista para arranjar dinheiro? é dessa forma que vai ter com um individuo que lhe emprestou o dinheiro mesmo de uma forma agiota? Na cama voçê tambem deve ser um verdadeiro comunista.- Filha, queres a queca acompanhada com a foice e o martelo ou com caviar a acompanhar. João a sua conversa, é de quem tem culpas do cartorio por termos sido obrigados a negociar o resgate com o voto do seu partido.partidos que na oposição estão com os trabalhadores e, no poder lhes retiram a liberdade,para mim não contam.os portugueses pensam da mesma forma por isso lhes dão 8% de importancia. Socrates com o pec 4 podia ir depois para resgate,mas até la faria tudo para não sujeitar o pais a esta austeridade.Socrates quando fez o anuncio das medidas acordadas frisou logo á cabeça que o 13. e subsidio de ferias se iam manter. a direita como é diferente fez precisamente o contrario.voçê ainda não devia ser nascido… mas talvez em 75 ou 76 o ps no governo quiz fazer um acordo com o Pcp para não ser derrubado no parlamento,que teria como resultado a direita no poder.Peça na sede que frequenta certamente, quais foram as propostas para o acordo apresentadas pelo seu partido, e vai ver que acordos com os ainda comunistas (cada vez são menos) não são possiveis,porque o objectivo é o quanto pior melhor. O governo mais uma vez foi derrubado com o voto do Pcp e em nome dos interesses do trabalhadores foi para lá a direita.João quantos amigos seus já mandaram o pcp dar uma volta? Se o partido socialista fosse ideologicamente como o pcp ou não existia por não fazer sentido, ou então concorria com o pcp mais o partido da zita seabra (os verdes) e debaixo da bandeira da cdu. Jõao nós somos um partido democratico (pormenor que voçes não dominam…) e queremos viver na europa com os restantes paises debaixo das mesmas regras,mas melhores do que estas.Voçê quer um mundo em que como cabeça de cartaz tem Cuba e a Coreia do Norte. João pense bem,pois nesse registo vai ser infeliz toda a vida. O optimo é inimigo do bom, o joão nem o sofrivel nos oferece

  16. João:
    Por incrível que lhe pareça, estou muito mais próximo, ideológicamente, dos comunas e dos tijolos, do que você imagina. O problema é que eu, não acho, SEI o que se passa nos bastidores da política global. E o João, o PCP e o Bloco também sabem que, no paradigma actual, a única hipótese de contrariar esta poderosa corrente (neo)feudalista, forjada ao longo de séculos, é a partir de dentro do sistema e gradualmente.
    Ora é, exactamente, por isso que eu critico estas esquerdas que, sabendo os condicionamentos (pressões de lobbys, com certeza) de um partido de Poder como o PS, o foram empurrando para os braços da Direita, com um intuito puramente calculista de estratégia eleitoral. Ou o João não se apercebeu do “terror” que os média pretenderam incutir, neste povão salazarento, de uma possível coligação PS/Bloco? Porquê, se o PS é, como dizem, igual ao PSD?
    Eu não tenho muitas dúvidas de que, se os comunas/tijolos fossem governo, acabariam minados de lóbis como os comuns mortais, ou isolados (se realmente tivessem tomates) do resto do mundo capitalista.
    Dou-lhe apenas dois exemplos para ilustrar a minha “tese”: Chavez e Lula.
    E nenhum dos chefes de Estado que referi lidera (ou liderava, no caso do Lula) um País tão pobre em recursos como esta nossa urbanização à beira mar plantada.
    Para já, não tenho tempo para desenvolver mais, mas se estiver interessado, poderei desvendar um pouco mais do meu “weltanschauung” (uau!) numa outra oportunidade.
    PS- Se eu preferia ser governado pelo PS (de Sócrates) do que esta merda para a qual os comunas/tijolos nos empurraram?
    Sem dúvida.
    Báidauei, o Mário Nogueira já morreu?

  17. Fernanda gomes,ja disse isso varias vezes noutros locais. lembro-lhe que o primeiro do painel da rtp salvo erro que disse que passos coelho ganhou o debate,foi Miguel Sousa Tavares, o que me espantou de imediato. outro dia no programa conversas improvaveis com louça, atacou-o e com razaõ por causa da votação do bloco sobre o pec4.só que a sua posição de dar a vitoria a passos coelho no debate, além de lhe retirar autoridade moral, por ser uma mentira na minha opinião, retirou a vergonha à direita para dar a vitoria ao seu candidato que depois e em uníssono, começou a cantar vitoria.outro dia ficamos a saber que o livro que sousa tavares acabou por publicar,só fazia sentido (dito por ele) com o fim do ciclo Socrates. A narrativa é teimosa e como tal isso não lhe perdou-o até ao fim da minha vida. A sua mãe uma grande Senhora no panorama literario, e que esteve sempre ao lado do Ps nas horas dificeis,não merecia isto de um seu filho e por motivos meramente comerciais.

  18. Vieira,na minha empresa e era grande, no tempo do Vasco Goncalves, o que produzia ia para o armazem,porque o boicote a nivel europeu foi efectivo e assustador.o Vasco a aguentar-se mais uns meses, vinham 700 trabalhadores para o desemprego. É esta realidade a par do projecto de sociedade que defendem e que faliu que a malta do pcp não quer ver.O que aconteceu aos partidos eurocomunistas assusta-os. Eu em parte compreendo-os,pois ao serviço do Pcp e cgtp estão milhares de familias, a dependerem do partido e dos sindicatos. Não é por acaso, que já reformados muitos deles mandam o partido dar uma volta.há provas e o pcp não pode desmentir. Um deles é o Carvalho da Silva que outro dia disse que não era militante efectivo.Só lhe faltou dizer que pagava só as cotas.

  19. zé, tudo numa nice, mas não respondeste se preferes o modelo albanês ou o xinoca. tou danadinho prá dibergencia. já agora, que falaste nisso, quem se deve ter sentido insultada foi a familia da catarina com a manipulação e aproveitamento político dos comunas, mas isso é outro romance.

  20. Amigo, a Albânia vive num regime capitalista e a China num regime ultra-capitalista. Além do mais, o modelo chinês é o modelo que está a ser implementado por este governo. Divergências, contigo, hum, não me parece.

  21. continuas a não responder, talvez coreia do norte? e por falar em divergências, ouvi dizer que a catarina assinou pela udp.

  22. Ó JOÃO ENTÃO NÃO FOI COM O VOTO DOS COMUNAS QUE SE CAMINHOU PARA O TAL PROGRAMA DA TROIKA O QUE SIGNIFICA QUE VOCÊS DERAM FORTE CONTRIBUTO PARA QUE HOJE ESTEJAMOS COMO ESTAMOS DIZ LÁ QUE NÃO

  23. Marta, não, não foi com os votos dos comunistas mas com a derrota do PS nas eleições.

    Vieira, essa da mudança gradual pressupõe que se prossiga com a mudança com a permissão do grande capital mas como vemos nos acordos de concertação social a mudança gradual que se operou foi a da virada à direita a ponto de os próprios socialistas do PS já não acreditarem no socialismo, a ponto de os socialistas do PS considerarem hoje o socialismo como uma utopia que passa com a passagem da juventude para a maturidade.

    Nuno da câmara, eu posso ser um pseudo-comunista mas você é um parvo consumado. O comunismo não começa na distribuição da riqueza, essa foi a deriva socialista, o comunismo começa na sua produção. Se a produção de riqueza não for orientada por um princípio de comunidade dos meios de produção é evidente que passa a ser tomado como injusto que o seja do lado da distribuição.

    Quanto ao resto, ou se aposta na capacidade de renovação do comunismo ou toma-se o comunismo como acabado. Cada um decide. Eu aposto no comunismo. Vocês não. Por isso, também, não vejo porque razão os comunistas hão-de apoiar o PS – para passarem a muleta do PS mais vale arrumar as malas e desistir da política. Nunca se sabe se um dia o povo não preferirá o comunismo de modo que é obrigação dos comunistas manter essa disponibilidade aberta.

  24. Pois é, esfolei-me todo tentando escrever algo de interessante com exemplos acessíveis ( em termos de confirmação) que corroboram o meu ponto de vista, na esperança que o João me iluminasse com alguma teoria alternativa, e sai uma resposta dessas?
    Que falta de respeito. E que afirmações tão vagas.
    Você não ligou puto ao que escrevi. Acha mesmo que o PCP vai enfrentar heroicamente toda a adversa conjuntura capitalista mundial ( incluindo os média, a poderosa alta finança, ou mesmo a força física militar e paramilitar) só porque sim? E o Pai Natal vive no Pólo Norte, não é?
    O objectivo é ajudar a direita a destruir o máximo que puder, até que não reste alternativa aos sheeples senão votar em nós.
    ’tá-se bem, entendi.

  25. Vieira, você esforçou-se imenso para, infelizmente, chegar ao discrso dominante que é a tónica do próprio passos coelho – não há alternativa.

    Como para você o comunismo é uma alternativa que não é alternativa então a leitura que eu, de minha parte faço, é que você propõe que não há outra alternativa que não a rotatividade arco-governista cuja finalidade, enfim, é basicamente a da gestão de assuntos correntes do capitalismo. É evidente que isto é mais uma razão para os comunistas rejeitarem o PS porque assim que se assume a lógica do adversário(o capitalismo) como aquela mediante a qual conflito se coloca, nessa mesma altura já se perdeu a luta. O PS aceitou os termos do capitalismo e quer, nos termos do capitalismo, caminhar para uma sociedade socialista: esta é a evidente contradição e a razão porque o PS chega hoje a defender o memorando da troika.

    Não há superação do capitalismo sem oposição ao capitalismo, não há alternativa ao capitalismo que o capitalismo não considere fora-da-lei, não considere como uma tragédia, como o fim do mundo, portanto que a diferença entre o PS e o PCP seja hoje irredutível é simplesmente o reflexo do caminho que cada partido seguiu.

    O capitalismo assenta num determinado regime de propriedade do capital, que é a sua plena privatização, para o comunismo isto é inaceitável e qualquer transição para uma sociedade pós capitalista passa pela alteração do regime de propriedade do capital. Para ver mais em concreto quais são as propostas dos comunistas só posso recomendar-lhe a leitura do programa do PCP, lá você poderá perceber por exemplo como as propostas dos comunistas portugueses têm uma identidade própria e que, portanto, não é comparável à Coreia do Norte, a Cuba, à China ou ao que quer que seja. É uma proposta para Portugal que começa por partir das condições vigentes em Portugal hoje, não ontém, nem amanhã.

  26. Edie.

    “Entretanto, já aprendi uma palavra nova, muito boa: televidentes”.

    És generosa, convertes o erro do que não sabe em suceso e ingenioso criador de palavras. Isto paresce Canam na conversão de agua em vinho ( do douro, Alvarinho, Ribeiro…).
    Se me houvesse recordado do defunto Hermano Saraiva houvese dito “senhorestelespectadores”, que ele tamto repetía nos seus programas da televisão.
    E que para min tinha um sotaque especial .
    Embora a palavrinha pasa bem, e bonita, fácil e completa. E no português comendo-lhe a vogal final ainda tem que soar melhor.

  27. E já agora, Vieira, dentro dessa sua tese de mudar as coisas por dentro, eu gostaria que você me explicasse como é que você vai convencer o capital a financiar políticas que são contra os seus interesses, isto supondo, posso estar enganado, que o socialismo não é bem o regime político em que o capital quer viver e que o PS quer “conquistar” a confiança dos mercados – mercados esses que, precisamente, têm a maior desconfiança do socialismo.

  28. à falta de argumentos entra no insulto.para mim parvo e imbecil é quem desvia o voto dos velhinhos para projectos de sociedade que no terreno falharam porque a deriva vai terminar sempre na ditadura .A liberdade no seu regime só existe para os burocratas do partido.O ps não é socialista mas social democrata ,como o seu não é comunista,mas até agora adepto de regimes social fascistas o que faz toda a diferença.vou-lhe transcrever um texto de um ex comunista: Russia 1917/53: qual é o genero? não é uma tragedia,como lear,nem uma anti comedia,como toiluse cressida,nem tão pouco uma comedia de enganos,como medida por medida.É uma farsa negra,como titus andronicus.E a farsa negra é coisa muito russa,de almas mortas a riso na escuridão…dir-se-ia que o humor não pode ser retirado do intervalo entre palavras e factos.Na URSS,esse intervalo abrigava onze fusos horarios.O inimigo do povo era o regime.A ditadura do proletariado era uma mentira;União era mentira,republicas uma mentira,socialistas era mentira e sovieticas era mentira.Camarada era mentira .E revolução era mentira.joão dizer isto ao fim de 36 anos da revolução é demais.já e tarde amanha vou oferecer-lhe mais uns depoimentos do regime que o cruel cunhal apelidava de sol do mundo… a si quanto a socialistas tem o freeport para se entreter…. e um nivel de vida que o regime comunista nunca viveu.

  29. “à falta de argumentos entra no insulto.”

    Releia o seu comentário anterior em que se dirige a mim falando de quecas e sei lá o que mais…se isto, neste contexto, não é parvoíce então não sei o que seja.

  30. Quanto ao mais, uma vez que a sua conversa sobre o comunismo é a mesma que a direita, parece-me que lhe resta continuar o votar no PS, no PSD/CDS ou lá o que seja onde você vota.

  31. Estranha-me ver estes comentários de supostos militantes “socialistas” (com aspas, sim senhor) a criticar quem defende o PCP. Bem, como disse anteriormente, a maioria dos militantes e simpatizantes do PS tem que clarificar o que entende por socialismo e assim definir a sua conduta política. Não há, como é óbvio, e tendo em conta as directrizes políticas que emanam do Rato, “crescimento” e “austeridade” e muito menos a exigência de cumprir contratos internacionais que nos roubam, literalmente (não é necessário enunciar aqui os juros usurários nem as exigências contratuais sobre a égide das reestruturação da economia e do Estado português) . Se a direita é péssima sobre o olhar de um socialista, sem dúvida, a governação do PS de Sócrates foi má. O Sócrates tentou, e bem, mas à custa de PEC, evitar a entrega do país aos falcões liberais. Perdeu. Perdeu, porque foi cedendo em toda à linha à pornográfica “terceira via”, à direita e contra a esquerda (não a parlamentar mas sim a ideológica). Não foram os votos contra do PEC IV que levaram estes criacionistas de mercado ao poder. Foi a governação do PS e a falta de votos nas eleições seguintes. Criticam agora o discurso de “não haver dinheiro para nada” mas quem o inaugurou o ministro das Finanças do governo de Sócrates. Um pouco de memória, um exercício de introspecção e clareza de espírito é que o aconselho aos socialistas de partido e não de ideologia. Socialismo não é capitalismo, seja qual for o “recheio” que o cubram.

  32. zé! tens a k7 riscada e não dás conta porqie é música de embalar. realmente sócrates perdeu e quem ganhou foi a direita em comunhão de esforços com a comunada que agora se mostra indignada para disfarçar a merda que fez. mete na tua ervilhinha pensante que esse produto que apregoas já não se fabrica por falta de clientes e apesar de haver alguns veteranos da urss ou reformados do muro que o procurem por nostalgia, não parece haver ninguém interessado na galática em investir nesse assumpto. se mesmo assim acreditas na coisa, faz um projecto com vista à exportação e manda para o sô àlbaro, pode ser que pintem uns gravetos de apoio.

  33. “O capitalismo assenta num determinado regime de propriedade do capital, que é a sua plena privatização, para o comunismo isto é inaceitável e qualquer transição para uma sociedade pós capitalista passa pela alteração do regime de propriedade do capital.”

    oh joão! tens a certeza que era isto que querias escrever? ou já se passaram para o outro lado e não mudaram de rótulo?

  34. Este Lobo Xavier até parece que “sabe muito”, mas só prova mais uma vez que os “ideólogos” da Direita em Portugal nunca hão-de passar de uns BURROS, ignorantes de tudo, como sempre foram.

    Já toda a gente que sabe alguma coisa está fartinha de saber que quanto mais desenvolvidos são os Países, menores são as desigualdades sociais e vice-versa. Só em Portugal é que se persiste em bater no céguinho de que “é preciso empobrecer” para “ser competitivo”…

    E, no fundo, também ninguém consegue perceber este axioma dos mentecaptos: “PARA SERMOS COMPETITIVOS, TEMOS DE SER POBREZINHOS”! Ou então, com a sua principal variante, “TEMOS DE SER PRIMEIRO POBREZINHOS”…

    Como qualquer idiota percebe à primeira, sem precisar sequer de explicador, então se o resultado é voltarmos a ser pobrezinhos, qual o sentido de sermos… “competitivos”?

    Nenhum, como é óbvio. Ou seja, o sentido é só um e exactamente aquele que ninguém pode dizer, por ser a pura da verdade: o sentido de sermos “mais competitivos” e “todos” pobrezinhos é poderem os ricos tornar-se… ainda mais ricos!

    Pois é, sô Xavier, dizer isto assim em frente às câmaras é que era de homem…

  35. João e Zé:
    Era de prever que o debate destes temas acabasse conosco a serrar presunto, cada um no seu cantinho. É demasiada dessintonia para que se chegue a algum tipo de conclusão concertada.
    Não é paternalismo, mas quando falo das dificuldades práticas no terreno, com exemplos que estão, ou foram, limitados pelas mesmas, vocês respondem com mais retórica. Algo tipo: O que vocês fazem mal, nós pensamos bem.
    Eu falo de coelhos e gravidade, o João e o Zé respondem peixinhos e compressão de gases. A incompatibilidade é quase total.
    Eu “é mais Artes”, mas no fundo, sinto que acabo por ter mais contacto com o solo do que os meujamigos, a quem o Sr. Charles Peirce, cujo trabalho se aborda no 1º aninho da minha FAC ( pública, báidauei) não aquece nem arrefece. Não me refiro à semiologia, embora esta explique, certamente, a vossa falta de pragmatismo.
    Atenção que, ao contrário do vosso costumeiro choradinho, nunca me referi à exequibilidade prática da ideologia, mas sim ao facilitismo inocente (?) que a vossa visão da mesma encerra.
    Para não chatear, termino, dando este exemplo:
    “…,como é que você vai convencer o capital a financiar políticas que são contra os seus interesses,…”?
    Tendo em conta que, estamos de acordo, não conseguiremos, para já, fugir à merda dos mercados, é evidente ( para si, claro) que o PCP descalçará essa bota com a maior das facilidades.
    Posto isto, acha que vale a pena?
    Riposte se quiser, lê-lo-ei com prazer, mas só me darei ao trabalho de responder se achar que o comentário é minimamente construtivo.
    Não me leve a mal o pretensiosismo.

  36. Senhor joao,apos uma reuniao com funcionarios do bce e fmi, com objectivo de arranjar dinheiro para o pais cumprir com os seus compromissos,perguntar onde está o socialismo no acordo da troika,só pode dar vontade de rir,e por essa razao, respondi à sua pergunta na maneira mais apropriada possivel.Agora vou-lhe responder a serio: o socialismo que o pcp defendeu e continua ,está plasmado quase na integra no referido acordo da troika.Austeridade em cima de probreza, foi a receita que os partidos comunistas do leste prescreveram ao povo, durante muitas décadas, mais a falta de liberdade de expressao e de circulaçao (para se deslocarem de uma cidade para outra era preciso um visto).Nao é com pessoas como o jeronimo de sousa armenio carlos e outros que continuam a gostar do mesmo xarope,que este socialismo vai mudar.mario soares meteu-o na gaveta e muito bem.os comunistas a nivel europeu e interno meteram-no na merda que foi bem pior.Os gostos nao se discutem nao é senhor joao?

  37. Caro Vieira, é evidente que que uma acção contra-corrente ao (neo) feudalismo financeiro teria duras consequências. Nenhuma destas agremiações descura tal previsão, pelo contrário. No período eleitoral foram claros. Contra o argumento simplista (e tendencialmente falso) da “falta de dinheiro para salários” contrapuseram com medidas radicais e necessárias. Nenhum promoveu a exigência de uma troca de regime nem “fugir dos mercados”. Sinteticamente, foram pragmáticos o suficiente para defenderem medidas imediatas e, quem sabe, reformistas do estado atual.

    O problema é complexo, sem dúvida. Mas tenho uma (quase) certeza: iriam, mesmo tendo em conta a adversidade externa e interna, tentar implementar um conjunto de medidas, embora necessárias, quase irrealizáveis. O primeiro passo, e o mais arriscado, seria a renogociação do MOU e a reestruturação da nossa dívida pública. Os termos atuais do MOU e o volume de dívida não permitem a sua sustentabilidade (muito menos o seu pagamento integral). O bom-senso aqui é evidente: a suspensão imediata do pagamento dos juros até a economia nacional os conseguir pagar (dando tempo para renegociar esta taxa usurária) e tentar apoio internacional para esta acção, se possível dos Estados em condições similares; abertura dos mercados de dívida pública a todos os cidadãos; cancelar imediatamente todos as reformas laborais que tendem para a precarização; cancelamento de toda a privatização forçada de empresas públicas atuantes em monopólios naturais (que é um crime de lesa-pátria estarem a ser vendidas ao preço da chuva); reforma da atuação da Caixa geral de Depósitos para que esta seja verdadeiramente um banco ao serviço dos seus donos (contribuintes); nacionalização (temporária até pagarem o que devem e agirem segundo a política financeira estatal) de todo o banco que receba financiamento estatal; eliminação de todos os organismos que vivem à custa do Orçamento de Estado sem ter utilidade pública alguma, etc. etc.

    Nada disto é lirismo político. Aqui não há falta de pragmatismo. Até lhe digo, como se viu na Grécia, os mais pragmáticos foram (e são) os políticos do Syriza. E aqui, no burgo portucalense, os partidos do “centrão” são os líricos de serviço. O PSD/CDS-PP acreditam que as medidas austeras irão resultar só porque sim e inevitável (amigo, qual é o contacto com o solo destes senhores?). O PS de Seguro é irritantemente vácuo, apostando em “soundbytes” estrangeiros (crescimento e austeridade? restrições ao défice na constituição ou equivalente? Quão líricos, senhor!). Claro que os comunas/tijolos são criticáveis, até mais no meu ver. No entanto, apostam em medidas pragmáticas e necessárias. São medidas concretas que podemos discordar dos seus resultados mas não as podemos desconsiderar.

    Não leve a mal por ser pretensioso o suficiente para responder.

  38. Nada mesmo, Zé.
    Agradeço os termos do comentário que merece uma resposta mais elaborada, embora um ou dois pontos já estejam, como sabe, mais ou menos rebatidos no seu próprio texto.

    Só que agora estou um bocadinho farto disto e quero apanhar Sol.
    Inté.

  39. XD
    Só mais esta…

    …zzz:

    Dorme, dorme. Quando acordares e descobrires que te puseram areia na vaselina, até choras.

    Agora é que é…

    Fui.

  40. “Tendo em conta que, estamos de acordo, não conseguiremos, para já, fugir à merda dos mercados, é evidente ( para si, claro) que o PCP descalçará essa bota com a maior das facilidades.”

    Vieira, a resposta a esta tese de que a bota se descalça facilmente já a dei anteriormente num outro comentário quando disse:

    “em política nada está garantido; não está garantido que vamos recuperar da crise nem está garantido que uma virada de esquerda vai ter sucesso ad eternum – é preciso decidir.”

  41. o joão e o zé devem ser mirims ou pioneiros do partido do gerómino que vêm para aqui fazer provas de diálogo político para serem avaliados online por um controleiro do comité central que mais tarde decidirá sobre sobre o futuro político das crianças. acho que esta merda tá ligada directamente ao casanova.

  42. à margem

    Val: parece que o “camara corporativa” vai reanimar. não poderia deixar de manifestar uma especial felicidade pela notícia, por me reconhecer nos conteúdos ali publicados.
    no entanto, parece-me de elementar justiça uma palavra de apreço, de louvor, de encorajamento e, especialmente, de agradecimento por este trabalho formidavel e contínuo do aspirina. pela qualidade das intervenções, sejam dos autores ou comentadores. nada é tão fácil como se nos afigura. tarefas desta natureza são exigentes e demoradas. todos o sabemos.

  43. O post revela uma falta de sentido democrático preocupante, mas uma parte dos comentários são de uma ignorância estapafúrdia.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *