O sucesso do PCP é estritamente do foro religioso, uma crença acrítica e messiânica, daí o conservadorismo do partido – mudar é morrer. O sucesso do BE é estritamente do foro do marketing, o apelo conjuntural e corporativo, daí a plasticidade do partido – mudar é viver. Estas forças não admitem ser parte de nenhuma solução governativa que inclua um PS democrático, só com um PS que ceda à tirania ideológica que professam admitem partilhar responsabilidades e trabalhar em conjunto. E não se vislumbra alteração no fanático marasmo.
Como é que se sai deste desperdício de votos? É preciso ter em conta que a imbecilidade da esquerda imbecil leva a que nada de fundamental tenham alterado, ou influenciado, no modo como os poderes fácticos operam. Portugal não é menos corrupto, mais justo ou mais produtivo por qualquer acção ou proposta que associemos directa ou exclusivamente ao PCP e BE. O desfasamento entre as exigências grandiloquentes e a recusa em negociar desvela uma lógica de barricada e boicote. Pelo seu ideário, PCP e BE olham para um regime democrático como uma anomalia histórica a ser superada. Eles não admitem misturas com o inimigo.
Portanto, voltemos à puta da pergunta: como é que podemos sair desta funesta inércia à esquerda? Paradoxalmente, a solução passaria por um muito maior conhecimento das doutrinas, dirigentes e activistas do PCP e BE. O Bloco até nem se pode queixar, pois tem sido levado ao colo pelo capital que domina a comunicação social, mas só conhecemos enlatados para consumo fora de casa. Sem a coesão garantida pela vedeta mor, rapidamente o partido se fragmentaria em querelas fratricidas em tudo iguais à que existe entre BE e PCP. Quanto ao PCP, é uma reserva de dinossauros cada vez mais básicos, como se pode ver pelas novas caras que vão aparecendo. Quando o Bernardino tomar conta daquilo, até G-3 voltarão a ser armazenadas pelos camaradas. Estudar o programa do PCP, ouvir as suas figuras mais importantes, detalhar o mundo que se sonha e ambiciona no partido comunista mais ortodoxo da Europa, são actividades que ajudariam decisivamente a alterar o mapa eleitoral.
O discurso destes dois partidos esconde uma postura que diminui o real poder daqueles que alegam representar e defender: os mais fracos, os mais pobres, os trabalhadores. Acontece que os mais fracos, os mais pobres e os trabalhadores não querem diabolizar Sócrates, derrotar o PS e dar o coiro pela revolução. Quem ocupa o seu calendário com esses jogos é a imbecil elite partidária, e por esta ancestral razão: tem tempo para isso.
Na última frase o Val diz o mais importante! «Tem tempo para isso». Como aquelas elites nunca estiveram encarregadas da governação de todos os portugueses (alguns governam as suas freguesias, os seus municípios e, todos, as suas economias familiares) têm tempo de sobra para os comicios, as manifestações de rua ou para o palavreado inútil e muito bem remunerado na assembleia da republica.
Fossem essas elites obrigadas a trabalhar por objectivos e ter de prestar contas ao País, no fim de cada ano de orçamento executado ou legislatura cumprida e nós os veriamos a exigir o fim da democracia, porque se nada foi cumprido a culpa é da maldita democracia. Logo-logo estariam a pedir pelo menos seis meses de suspensão da dita, como a incompetente direita. Se os seis meses fossem manifestamente insuficientes, faziam como Estaline, à esquerda e Salazar, à direita. Até serem varridos como lixo da História.
Como o povo não lhe dá essa oportunidade, vão tendo todo o tempo do mundo para não fazerem, pelo mesmo povo, a ponta dum corno. E tenho sérias dúvidas que queiram sair desta abastança de tempo! É só pensar no “sucesso” da tão recente e apregoada, pelos alegristas, «convergência de esquerda». Foi vê-los fugir de um qualquer compromisso governativo pra valer, a pretexto de que o PS governa “à direita”. Eles sabem perfeitamente que não existe «o tudo ou nada», em democracia, porque somos 10 milhões de portugueses, cada um com os seus sonhos e ambições legítimos. Há que fazer cedências para tornar a “vida” possivel e fazer funcionar a democracia, que sabemos há-de ser progressiva no seu aperfeiçoamento. Mas o pensamentos dos “extremos” só aceita que se mude tudo ou não se mude nada, como diz o Val. E, desta forma, aquelas elites parasitam a democracia. E têm todo o tempo do mundo para o fazer, alimentados por bons salários na AR.
Foram eleitos para nos governar! Não haverá maneira de os obrigar a “cumprir objectivos»?
Este post contém algumas verdades, sem dúvida, mas não nem tudo é assim tão linear como quer fazer crer.
Antes de mais, não se é de Esquerda porque sim mas apenas é de Esquerda quem pratica uma política consentânea com esse posicionamento.
Depois, quem vota no PCP ou no BE fá-lo porque não se revê na prática do PS e compreende-se, uma vez que este partido está mais preocupado em esvaziar o PSD do que em conquistar o eleitorado mais à Esquerda.
Também não convém esquecer que os milhares de portugueses que votam no PCP ou no BE merecem o mesmo respeito que aqueles que votam no PS. Admito que seja aborrecido, mas a Democracia a isso obriga.
Esta frase é interessante: “Portugal não é menos corrupto, mais justo ou mais produtivo por qualquer acção ou proposta que associemos directa ou exclusivamente ao PCP e BE.”
Aqui relembro que foram sempre figuras do PS que – à Esquerda – estiveram/estão ligadas a fenómenos de corrupção e pergunto também qual foi a resposta do PS às propostas de João Cravinho que combateriam a dita corrupção.
Justiça e Produtividade? Esquecem que o PS participa no governo desde o 25 de Abril? Porque não perguntam a José Sócrates onde estão as medidas que tornem Portugal mais justo e produtivo? Ou querem que seja o PCP ou o BE a pô-las em prática? Já agora…
Ah sim! Será o PEC que vai tornar Portugal num oásis de justiça e desenvolvimento, com certeza!
Já estou a ver – no ano de 2013 – muitos líderes europeus vermelhos de raiva porque não obtiveram o sucesso que o nosso PM vai ter, seguramente!
Outra pergunta pertinente: “Portanto, voltemos à puta da pergunta: como é que podemos sair desta funesta inércia à esquerda?”.
Mas qual Esquerda?
Se o PS é de Esquerda, o PC e o BE não o são. Lógico, não é!
Ora, se o PS é de Esquerda, como se pode falar em inércia? Um partido tão pujante, dinâmico, com dirigentes modernos, arejados, elegantes e sei lá eu mais o quê!
Agora, se consideram o PCP e o BE de Esquerda, o PS é o quê?
Se o PCP e o BE forem de Esquerda, aqui admito que haja alguma inércia mas ela é favorável ao PS e por isso comparo o lamento (?) contido neste post às muito conhecidas lágrimas de crocodilo.
Concluindo, penso que neste post só faltou a frase “ E não se pode exterminá-los?”
ora aí está: sinistra é a política. :-)
Eu quase sempre trabalhei em pequenas, médias e micro-empresas (que estes senhores tanto defendem). O método usado por grande parte destas empresas na contratação de trabalhadores é o seguinte: Quando o trabalhador entra em contacto com o empregador o empregador oferece um ordenado de tanto por fora e tanto por dentro, ou seja, a tal historia dos ordenados paralelos. O trabalhador ou aceita, ou fica sem trabalho, quando no interior da empresa, ou aceita as normas, ou não há contrato.
A ultima empresa onde aceitei isto, porque que a idade já não dava para correr mais, depois de passar o tempo inseguro ( a prazo ) comecei uma luta para regularizar a minha situação, o que a muito custo e só depois de duas denuncias na IGT, consegui. Só que quando a crise chegou, chegou também o pretexto para me porem a andar.
Acontece que cerca de três anos antes de eu ser despedido passou-se quase o mesmo com outro trabalhador que também foi despedido, este trabalhador foi ajudado por pessoal do sindicato, logo essa gente sabia o que se passava será que não tinham poderes ou meios para por cobro á actuação fraudulenta deste empregador? Em minha opinião sim, só que no interior deste sindicatos está a mesma gente que nesses partidos e é assim, quanto mais miséria maior é a fonte de alimentação´.
Ó AJDiogo
Para si os sindicatos são iguais aos partidos (PCP e BE, claro) certo?
Muito bem.
Pode dizer-nos o nome do sindicato? É que há sindicatos e sindicatos…
Quem fez as denúncias na IGT, foi você ou foi o sindicato?
Você acredita mesmo que os sindicatos têm poder para obrigar os patrões a acabar com os contratos paralelos? Estamos em Portugal, sabia?
Você acha que os sindicatos querem que os trabalhadores ganhem pouco para justificar a sua existência? Mas que argumento tão chocho.
Não se esqueça que as quotas que os trabalhadores pagam aos sindicatos são directamente proporcionais ao seu vencimento. Ou seja, quanto mais ganharem mais pagam…
Você tem conhecimento de empresas que têm um contrato para os trabalhadores não sindicalizados e outro contrato para os trabalhadores sindicalizados, com prejuízo para estes últimos? Eu conheço, repare.
E que nessas empresas os trabalhadores têm que pagar a quota por transferência bancária para que o patrão não saiba que são sindicalizados, pois dessa forma poderiam ser despedidos? Acredite que é verdade.
Por isso, e antes de usar os sindicatos como arma de arremesso para atacar alguns partidos, não se esqueça que muitos dos nossos patrões ainda agem como se estivéssemos no século XX, ou até mesmo no século XIX e a actual ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho) pouco pode fazer devido à falta de meios e, aí, a responsabilidade é do governo.
Sim, eu sei os sindicatos não são isentos de culpa, tais como os partidos.
Essa dos “sindicatos e sindicatos” é a mesma merda da verdade e inverdade.
Olhe amigo nos tempos Bagão F. e por causa de duvidas e problemas que tive no trabalho sobre a polivalência, fui ao sindicato da Industria de Madeiras junto á Praça da Ribeira tentando saber como resolver o meu problema. A senhora que me atendeu disse-me que tinha que ser sócio para atender o meu pedido, prontifiquei-me a preencher uma proposta, entreguei a proposta e uma foto a senhora depois de ver a proposta disse-me que precisava de uma folha de vencimento para confirmar, como eu não tinha a tal folha nada feito. Sabe onde fui? Depois de perder mais tempo na loja do Cidadão nos Restauradores (IGT) fui á Praça de Londres ao Ministério do T. Sabe com quem tive que contar? comigo mesmo.
Os sindicatos não tem poder para acabar com os contratos paralelos’ é provável que não,
mas quando confrontados e alertados por trabalhadores, com situações de fraude não deviam por dever fazer a seguinte denuncia: tivemos conhecimento que este trabalhador nesta empresa teve este problema?
Olhe amigo á patrões que gostam mais dos sindicatos do que os próprios trabalhadores, vou deixar a seguir um endereço para se tiver duvidas as tirar, pois neste vídeo vai ouvir um patrão gabar o ordenado que o sindicato acordou.
http://www.youtube.com/watch?v=2cKEDoRFhbg
Caro AJDiogo
Quer você queira quer não, os sindicatos não são todos iguais, daí a haver uns que são melhor que outros, ou menos maus, se preferir.
Mas porque não voltou lá com o recibo do vencimento? Com certeza que o sindicato tinha que ter a prova de que você falava verdade.
Até agora não entendo o seu azedume para com os sindicatos…
Quanto à denúncia dessa e de outras situações por parte dos sindicatos, você sabe como funcionam os tribunais de trabalho?
Sabe quanto tempo que demora um processo a ser julgado?
Sabe quanto tempo demora a ida da ACT às empresas após o pedido de intervenção dos sindicatos?
Pois é. Sem saber a resposta a estas perguntas, nem você nem ninguém pode inculpar os sindicatos.
Quanto ao seu último parágrafo, eu acredito que isso seja verdade.
É que eu ainda não esqueci que o “sindicalista” Arménio Santos brindou com o então Primeiro-ministro Cavaco Silva pouco tempo após ele ter prometido que a UGT faria greve. É evidente que não greve alguma, ora bem…
Temos até o caso mais recente, em que o “sindicalista” João Proença, líder da UGT, andou com o Primeiro-ministro José Sócrates a tentar convencer os trabalhadores e militantes do PS de que a actualização do Código de Trabalho não era mais gravosa que a anterior.
E consegui-o, ao que parece.
Por essas e por outras é que eu acredito que “haja patrões que gostem mais dos sindicatos do que os próprios trabalhadores”.
Estes “sindicalistas” servem para isso mesmo.
AJDiogo
” senhora que me atendeu disse-me que tinha que ser sócio para atender o meu pedido, prontifiquei-me a preencher uma proposta, entreguei a proposta e uma foto a senhora depois de ver a proposta disse-me que precisava de uma folha de vencimento para confirmar, como eu não tinha a tal folha nada feito.”
Posso perguntar porque não tinha o último recibo de vencimento?
Passa recibos verdes? (servia)
Tinha um contrato de trabalho? (servia)
O pormenor de não ter recibo, já por si justificava que precisava de ajuda, mas pelo que me apercebo, não quis saber e achou melhor virar costas, e tentar resolver o seu problema por si!
E já agora conseguiu?
Os sindicatos servem para ajudar quem precisa. Quem vira costas é porque não precisa de ajuda (não entendo é porque se dirigem lá), pelo que entendo nem se deu ao trabalho de justificar o porquê de não ter um recibo de vencimento.
A culpa é do sindicato, claro!!!!
Alguém
Corroboro tudo o que escreveu.
Muito bem.
AJDiogo
“Olhe amigo á patrões que gostam mais dos sindicatos do que os próprios trabalhadores, vou deixar a seguir um endereço para se tiver duvidas as tirar, pois neste vídeo vai ouvir um patrão gabar o ordenado que o sindicato acordou.”
Só mais uma, sabe porque os patrões gostam desses sindicatos?
Porque esses sindicatos são fracos em poder de negociação. E já agora sabe porquê?
Porque não têm gente sindicalizada em número suficiente, porque como deve ser o seu caso, só se lembram que os sindicatos existem quando a má sorte lhes bate á porta.
O sindicato ganha força quanto maior fôr o número de sócios que representa a classe.
A união faz a força.
O espanto com as atitudes dos partidos comunistas só faz sentido se partimos do princípio que o objectivo destes é a melhoria da governação e da democracia. Mas não é. O objectivo último de ambos os partidos é o derrube da democracia, e a sua substituição por outro sistema, totalitário, a que chamam “ditadura do proletariado”. Dos quais se alegam representantes, mas não são. A “defesa dos trabalhadores”, neste caso, é apenas a desculpa para imporem o regime que desejam, sempre por via revolucionária, para não darem hipótese de retorno e evitar serem julgados em eleições posteriores.
Visto por este ponto, o comportamento destes dois partidos faz sentido. Porque é que haviam de ajudar um sistema que detestam?
Caro Mário Pinto,
“Não se é de esquerda por que sim mas apenas é de Esquerda quem pratica uma política consentânea com esse posicionamento”
Uma frase tão pomposa como oca, duma total subjectividade. Apenas palavras bem arrumadas para daí partir para um discurso que é mais do mesmo e sempre o mesmo.
Ó homem explique-no lá qual o lugar exacto da “Esquerda” verdadeira? A da Bayer? A sua? A do Cravinho que montou as Scuts à borla? A do Cravinho que tratou o General Garcia dos Santos como corrupto na antiga JAE e depois dividiu a mesma Jae em não sei quantos Institutos que foram uma desgraça? A do Cravinho que um mês antes da banca rota por falcatruas do BPN fez o elogio ditirâmbico do bandoleiro banqueiro Rendeiro?
Depois de cair o muro de Berlim e implosão por miséria económica, moral, social e de liberdade do mundo em que se revê o pcp e o bloco ainda considera tais partidos de “Esquerda”?(com letra maiuscula como escreve para salientar o “ser de esquerda”).
Explique-nos Mário, qual o seu critério político, económico, social, de liberdaes, de Estado, tipo de sociedade, qual a utopia que se deve defender para estar no tal ponto exacto e preciso para ser dessa “Esquerda” de que fala e certamente sabe onde pára.
Eu ficaria muito agradecido se me explicasse.
Adolfo Contreiras
Eu escrevi o meu comentário a partir do post, em que o articulista dava a entender que a Esquerda ia do PS ao BE e passando pelo PCP.
Vendo a actuação destes 3 partidos, acha que são todos de Esquerda?
Bem sei que os conceitos de Esquerda e de Direita são latos e não podem ser medidos a régua e esquadro. Mas ainda assim o actual PS está mais próximo do PSD do que do PCP e do BE. Isso desagrada-lhe? Também a mim.
Mantenho que “Não se é de esquerda por que sim mas apenas é de Esquerda quem pratica uma política consentânea com esse posicionamento”.
Você não gosta? Paciência.
São muito sugestivos, os exemplos que apresenta.
Todos apontam a João Cravinho, que é do PS e não do PCP nem do BE, certo?
Quando um homem cai em desgraça torna-se culpado de tudo, coitado.
Se tudo o que fez enquanto ministro foi uma desgraça, porque razão José Sócrates não repõe a situação? Não vá Portugal afundar-se por causa disso…
Mas deixe que lhe diga que essa sua forma de escrutinar João Cravinho é capaz de poder ser aplicada a outros membros do PS e nem é preciso pensar muito nem recuar tanto no tempo. Concorda comigo?
Quando é preciso falar na queda do Muro de Berlim para atacar o PCP ou o BE algo vai mal, não é Adolfo Contreiras? Não prefere recuar a Outubro de 1917? Terá sido nessa altura que tiveram início a tal “(…)miséria económica, moral, social e de liberdade do mundo(…)”…
É de Esquerda quem agrava o Código do Trabalho, quando antes tinha prometido a revogação/alteração das partes mais gravosas para os trabalhadores?
É de Esquerda quem impõe o “factor de sustentabilidade” nas reformas por velhice, o que faz baixar o seu montante a cada ano que passa?
É de Esquerda um governo que permite que o Trabalho pague mais impostos do que o Capital?
É de Esquerda um governo que faz um PEC que incide quase só nas despesas sociais do Estado mas, ainda assim insiste em fazer obras faraónicas?
É de Esquerda um governo que permite os ganhos escandalosos de gestores de empresas onde o Estado tem uma palavra a dizer?
É de Esquerda um governo que só exige sacrifícios aos trabalhadores?
Recorda-se como é que o José Sócrates reduziu o défice para 2,8 %?
…e repare que eu refiro apenas factos do século XXI. Infelizmente não tenho uma memória tão prodigiosa como a sua.
Espero ter sido claro na minha explicação.
É, Mário Pinto, a memória curta é essencial a certa esquerda. O muro de Berlim, e o que está antes dele, não interessa nada, pois não?
Vega
A si nem sequer deveria responder.
Você, que prefere um “pulha com projecto” em vez de Manuel Alegre, com que direito me vem questionar sobre conceitos de Esquerda?
E a sua memória, é assim tão selectiva que só se regista dados anteriores à queda do Muro?
Você é daqueles que ainda receia que o PCP ou o BE derrubem a democracia?
Você é daquelas pessoas que ainda vivem aterrorizadas com o papão do comunismo?
Você vive em que século?
Actualize-se, homem, e areje as suas ideias. Olhe que os comunistas já não comem criancinhas ao pequeno-almoço desde que o Muro foi derrubado…
Responda às questões que coloquei a Adolfo Contreiras. São muito actuais e, por isso mesmo, decerto que não lhe exigirá grande esforço.
Se você gosta do PS actual assuma-o porque é um direito seu. Mas terá que aceitar que haja muita gente que pense o contrário. É a democracia, com todos os seus defeitos e virtudes.
E fico-me por aqui, não vá você “calar-me” com a Lei de Godwin, que para mim será sempre a Lei de Vega.
O autor tenta fazer uma distinção entre esquerda responsável e esquerda inútil. Três ideias em relação a este tema.
1. A Economia. Seria mais fácil acreditar na responsabilidade do PS se não nos tivesse conduzido ao desastre económico presente. Alguns ainda não perceberam (e muitos no PS e no governo ganham a sua vida procurando esconder a verdade) mas a dimensão do problema começa a ser infelizmente bem visível. A crise internacional veio apenas sublinhar as fragilidades do nosso modelo de crescimento (?).
2. A politica. O fenómeno Alegre demonstra também os impulsos messiânicos dentro do PS. Quanto ao marketing não vou referir o Sócrates simplesmente por uma questão de pudor intelectual.
3. O tribalismo Partidário. As dicotomias eles e nos (PS vs BE ePCP e PS vs PSD e CDS) vão tornar-se cada vez mais recorrentes. O governo vai ter de implementar medidas muito impopulares e vai portanto utilizar argumentos tribais para manter a sua base de apoio.
Mário Pinto, não devia responder mas não resiste. Faz bem, que eu gosto de o ler. Apesar de nunca concordar consigo, os seus comentários são ao menos genuínos, sem a pulhice que para aí grassa. Mas adiante:
Sobre a memória selectiva: Mário, indique-me então qual o país governado pelos comunistas que sirva de exemplo governativo após a queda do muro. Coreia do Norte? Cuba? Talvez o Mário admire a Venezuela de Chavez, com aquela magnífica liberdade de imprensa. Aí, nem pensar em o governo interferir na linha editorial de jornais, não é? Ou melhor ainda, vamos falar dos “direitos dos trabalhadores” na China comunista, que tal? Mudava-se para lá? Eles são “de esquerda”, sabe? Daquela mais pura, sem os “desvios” de Sócrates e do PS.
Ah, que saudades dos amanhãs que cantam. Vamos ver se o mesmo conceito se aplica a outras ideologias totalitárias, já que o passado pelos vistos já lá vai. Peço desculpa, mas vou plagiar o seu comentário:
“E a sua memória, é assim tão selectiva que só se regista dados anteriores à queda do Estado Novo e dos regimes fascistas na Europa?
Você é daqueles que ainda receia que o PNR derrube a democracia?
Você é daquelas pessoas que ainda vivem aterrorizadas com o papão do fascismo?
Você vive em que século?
Actualize-se, homem, e areje as suas ideias. Olhe que os fascistas já não mandam ninguém para o Tarrafal desde que o Estado Novo foi derrubado…”
Hum, parece-me bem. Concorda com isto também, Mário? É que estamos a falar do mesmo tipo de ideologias, sabe. Mudam os métodos e as desculpas para lá chegar, mas os objectivos mantêm-se. Há quem vá na cantiga do “agora é diferente”, há quem não vá. Eu não vou, lamento, e acho sinceramente que tanto o BE como o PC usurpam o conceito de “esquerda”, tal como o PC usurpou os partidos ecológicos com aquela aberração chamada “Os Verdes”, prejudicando a causa dos ecologistas portugueses em décadas, para poderem ter o dobro do tempo nos debates parlamentares e tempo de antena. Aí tem um belo exemplo do respeito dos comunistas pela democracia. Esquerda, meu caro, é o PS e mais ninguém. Ninguém. Tudo o resto são extremistas, fanáticos, loucos e ingénuos. E é com essa gente que Manuel Alegre anda metido, daí o meu desprezo. É pena, digo-lhe, que a vaidade e o imenso ego venham estragar um percurso de vida notável. Espere até depois das eleições, meu caro, e vai ver quem está ao lado dele no discurso da derrota.
Val
” Esquerda, meu caro, é o PS e mais ninguém. Ninguém. Tudo o resto são extremistas, fanáticos, loucos e ingénuos.”
Val com essas tuas palavras, aqui lendo…..pasma!!!!
Para mim o EXTREMISTA no verdadeiro sentido da palavra és Tu.
Extremista é quem segue a doutrina que preconiza soluções radicais, com soluções imoderadas para os problemas sociais.
Cuidado! Um extremista é um eventual terrorista, confesso que fiquei com medo de ti…….:((((((((
Acho que te devias ficar pelo louco saudável (piscadela).
Na certa estarias de melhor com a vida e com a restante sociedade. (trata-te) :)
Eu sou extremista,da Justiça,do Amor ,da Paz.
Mas confesso nunca PS.
Peço desculpa pelo lapso. O comentário anterior era para o Vega 9000.
Mil perdões .)
” Esquerda, meu caro, é o PS e mais ninguém. Ninguém. Tudo o resto são extremistas, fanáticos, loucos e ingénuos.”
Então estamos fodidos que deixamos de ter esquerda..
Quando leio estes comentários (ou o post, para o mesmo efeito) percebo o que Val queria dizer com “básicos”. São básicos tipo este Valupi e este Vega que me dão cabo do dia. Aliás, ninguém diabolizar Sócrates, certamente não os pobres e os trabalhadores, essa merda vê-se bem nos índices de popularidade… oh wait!
Vega
Você quer conversa? Pois vamos a ela…
É evidente que lhe respondo! Que outra forma eu tenho de o fazer ler aquilo que eu quero que você leia?
Eu também não quero que você concorde comigo. Como digo atrás, a mim basta que você leia, nada mais…
Num aspecto estamos de acordo. Os meus comentários são genuínos, sim e não estão indexados a nenhum partido. Eu penso pela minha cabeça e tenho liberdade para criticar todos os partidos. E você Vega, pode afirmar o mesmo? Pode?
Você insiste no comunismo!
Ó homem, diga-me lá onde eu defendi esses países que você refere. Dê-me um exemplo, apenas.
Não sei se poderei falar em Salazar, por causa da sua Lei. É que ele é que costumava dizer quem não era da União Nacional era comunista. Ou seja, para si quem não é do PS é comunista. É assim? Está certo…
Venezuela? Você escreveu Venezuela? Olhe que você ainda é castigado?!
Então você não sabe que Hugo Chavez é um “enorme” amigo de José Sócrates?
Ai ai. Você anda esquecido, Vega, anda sim…
Direitos dos trabalhadores?
Você só consegue dar como exemplos esses países que cita? Porque não a França? Ou a Suécia, ou a Dinamarca? Você só vê bem ao longe, é? Olhe que esses ficam bem mais perto.
Fala-me em fascistas, não sei porquê.
Nunca comparei o PS à União Nacional mas acredito que você sinta algumas saudades do tempo em que andaria de braço estendido e de mão aberta. Será esse o motivo? Você me dirá…
A este parágrafo “Esquerda, meu caro, é o PS e mais ninguém. Ninguém. Tudo o resto são extremistas, fanáticos, loucos e ingénuos. E é com essa gente que Manuel Alegre anda metido, daí o meu desprezo. É pena, digo-lhe, que a vaidade e o imenso ego venham estragar um percurso de vida notável. Espere até depois das eleições, meu caro, e vai ver quem está ao lado dele no discurso da derrota.” eu não vou responder por uma questão de respeito por mim próprio, que não por si.
Ele revela uma mentalidade própria de alguém muito traumatizado com quem não vale a pena continuar a argumentar.
Eu já tinha reparado que você é muito fraco a defender as suas opiniões mas agora fiquei mesmo convencido. Quem consegue escrever isto é porque não sabe escrever mais nada.
Passe bem.
Mário Pinto, você põe-me sempre bem disposto. Passe bem também, temos de fazer isto mais vezes. E não se preocupe com a lei de Godwin, para já aplica-se apenas a comparações com Hitler e os Nazis, e depois não gosto de repetir as graças.
Mário Pinto,
Eu disse e digo que tal frase é oca, não tem nada de objectividade ou substância e acho isso mesmo: palavras livrescas arrumadas sem nada. Não falei de gostos, falei de frases para fazer vista de literato, isto é, encher chouriço.
Quanto ao Cravinho quem puxou por ele foi o Mário Pinto ou nem percebe o que escreve?
Ir à data da revolução de Outubro de 1917 é outro snobismo para demonstrar o quê? Que sabe de história?
Outra má interpretação é dizer que ataquei o pc ou o be. Não ataco, detesto-os ou não politicamente se concordo ou não com a sua filosofia política e consequentemente voto ou não em tais partidos por mais promessas que façam e moralidade que proclamem. E aos dois, ao contrário do seu ponto de vista, não os considero de esquerda pelo motivo que não são democráticos apesar de fingirem jogar esse jogo grego. E apesar de terem, eventualmente, alguma gente democrática no seu seio.
Elencar meia dúzia de medidas actuais face ao momento político-económico para demonstrar que um partido é de direita ou esquerda é puro maniqueismo ideológico. É fácil elencar outras tantas de sinal contrário e até se poderá dizer que a quase totalidade desses bens sociais agora agravados foram instituidos pelo PS ao longo dos anos de democracia.
O pessoal da direita diz: para resolver o probela do país é preciso desenvolver a economia, mas não dizem é como se desenvolve a economia. O pessoal da esquerda moralista diz que o Estado não deve tirar nada a ninguem, excepto os ricos, e deve dar tudo a todos, excepto os ricos, mas não diz é onde vai o Estado buscar tanta riqueza para distribuir. Se o fizesse a festa durava seis meses e depois? Depois a história ensina-nos qual a receita dos partidos que propôem tais medidas.
O Mário Pinto já viu um avião só com asa esquerda? Acha que se equilibrava? Acha que um homem só com o braço esquerdo é mais apto para obter as suas necessidades? Nunca pensou que o homem é um animal da natureza, tal como os outros, e que por tal vive individual ou em sociedade, igualmente condicionado por outros indivíduos e sociedades que lutam na mesma natureza? Que apesar do seu racionalismo a existência cria-lhe necessidades que o limitam e limitarão sempre? O pensamento é a maior alavanca para erguer o progresso mas só funciona se tiver um ponto de apoio físico, nunca mental.
Os socratinos pqop, andam muito aflitos.
Ó sua cambada de imprestaveis:
o ps governou a maioria do tempo, desde que há democracia.
quando não governou, aprovou muitas das medidas propostas pelos governos psd.
Como explicam que o país esteja na merda? foram os comunas?
vão para o raio que vos parta, o tempo se encarregará de vos mostrar a vossa imbecilidade.
Vega
Se o pus bem disposto já fico feliz.
É sinal de que as minhas palavras/letras não são tão ocas assim, a ponto de serem levadas pelo vento.
Quanto ao resto, eu vou andar por aqui…
Adolfo Contreiras
É só para lhe dizer que tomei a devida nota das suas conjecturas.
Acerca da História, foi você quem foi buscar o Muro, lembra-se?
Eu, para criticar o PS, não preciso de ir tão longe. Bastam-me os últimos cinco anos.
Fui eu quem referiu João Cravinho? Fui sim. Mas também já aqui referi Armando Vara, por exemplo. Não o quer escrutinar também? Tente ser coerente e faça-o. Só lhe fica bem.
…mas não vale a pena continuar o “diálogo”, pois não?
É…Também me parece que estamos a perder tempo.
Mário Pinto
Sou leitora atenta aos seus textos.
Deixe que lhe diga sem segundas intenções temos homem.
Continue…