“É evidente que o Governo vai puxar a brasa à sua sardinha, tendo em conta os elementos positivos que se verificaram durante este mandato”, disse Jerónimo de Sousa, à margem de uma visita à Câmara Municipal do Seixal e contacto com os seus trabalhadores para assinalar a reposição do pagamento na íntegra do 13.º mês (subsídio de Natal), em vez dos duodécimos ao longo do ano.
O líder comunista considerou que “com certeza, [António Costa] haverá de reconhecer que era um Governo minoritário e tais avanços, tal reposição e conquista de direitos, se deve em muito à nova relação de forças existente na Assembleia da República e ao papel do PCP”.
O camarada Jerónimo é gente respeitável.
Um homem honesto.
Jerónimo, respeitável e honesto, sem dúvida alguma, mas é bom não esquecer o PEC IV. É que o ódio dos bolcheviques aos mancheviques, ou o que resta dele, quando se manifesta, as consequências nunca são agradáveis. Não estou certo se esta memória veio ou não a propósito, mas veio…
Sim, convém nunca esquecer a aliança negra!
A lição talvez tenha sido aprendida de vez!
Muitas das propostas de alteração ao Orçamento, com destaque para as do PCP, BE e PEV, se aprovadas, podem provocar, inclusive, eleições antecipadas. Se tal acontecesse, como votariam esses partidos?
Parece-me que o que o Valupi quer dizer é que a revolução do pc foi a “evolução” (revolution trough evolution) para uma posição mais condizente com o status quo politico. Jogar o jogo. Resta saber quem ocupará o papel de revolucionário na peça se o pc “evoluir”, é que o partido não tem uma máquina de propaganda instalada (como o BE por exemplo) que faça render esta (r)evolução em votos. In soon, Back in ussr.
Se convencer o pipol que é um democrata enquanto apoia o NK pop e demais ditaduras é sinal de honestidade vou ali e já nem venho. O PC é o menos honesto dos partidos, a não ser que falemos de uma honestidade franciscana e salazarenta do pobrezinho honrado, trabalhador e obediente a lei que o Jerónimo espelha e em que muito provavelmente se reve.
Manojas
Não esquecer o PEC IV. Nem os PEC’s I, II e III. Qual foi a diferença? A diferença foi que o PSD apoiou estes três e não apoiou aquele. O Governo PS manteve-se enquanto beneficiou do apoio parlamentar do PSD e caiu quando o apoio parlamentar lhe faltou.
O que é que o PCP (e o BE) tiveram que ver com aquele jogo de apoio parlamentar? Nada. O nó do problema esteve noutro lado. Consegue vê-lo?
O que vi, como todos viram, foi o PSD, o CDS, o PCP e o BE, votarem juntos contra o PEC IV, do que resultou: queda do governo, eleições, etc., etc.
O problema, com nó ou sem nó, que eu vi e senti, como todos viram e sentiram, consistiu nos anos que se seguiram de governação PSD/CDS.
Não há volta a dar-lhe.
Isso mesmo, não há volta a dar-lhe. O PS governou com o apoio parlamentar do PSD de Passos Coelho. A certa altura este retirou-lho. Assim, ia cair. E caiu, não havia volta a dar-lhe.
(Havia volta, sim, como se viu em 2015, negociando. Um verdadeiro crime, a indisponibilidade para negociar, que nos custou sermos lançados à Direita durante quatro anos)
Que grande desarrincanço!
(Desarrincanço: boa ideia, esperteza, feliz ocorrência, Dicionário Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora.)