De Cavaco Silva aceitávamos que não fosse ao funeral de Saramago. Do Presidente da República, não.
Agastado com quem o detestou em vida, temendo aumentar o fosso com os católicos ressabiados, optou por faltar a um acontecimento que uniu os portugueses. Os portugueses gostam dos seus mortos, são essencialmente unos. Infelizmente, têm um Presidente da República que não é tão patriota como eles, como fica patente pelas explicações que deu para faltar: promessa de férias com a família. Esta completa ausência de sentido de Estado, e de compreensão simbólica do que está em causa, tem acompanhado a sua Presidência. Mais valia que assumisse a sua ausência com uma declaração de distância ao homem, havendo tantas e tão boas razões para tal, mas a hipocrisia que rege a sua conduta política não lhe permite essa afirmação de carácter.
O cavaquismo dá-se muito mal com a época estival.
Concordo. Ao vê-lo de calções de balneário, rígido e patético e de rictus grosseiro, enquanto todo um povo se reunia para um último adeus a Saramago, pensei: “Idiota”.
Mais uma vez! Foi na Suécia. A guia falava dos prémios Nobel, mas nunca mencionou o nome de Saramago. Questionei-a e ela explicou-me que quando o grupo era de portugueses não mencionava Saramago porque havia logo reacções de desagrado. Semti-me envergonhado!
Mais um prego pró caixão do Sr. Silva! pregado pelo próprio !
Eu penso que a maioria dos catolicos (pelo menos os que eu conheco) nao estao nada contentes com a atitude do Presidente da Republica. Olhe que o Carlos Santos nao e nada, nada representativo do catolicismo portugues.
Não basta virem para aqui escrever: É identificarem-se e dizerem o que pensam à pessoa em questão, o Presidente da República. Ou será que não aprenderam nada com Saramago?
E como diz o Manolo, foi mais um prego para o caixão. Escusa apresentar-se às eleições de 2011.
O Cavaquismo dá-se mal com a Ética.
Acabo de descobrir que os novos comentadores residentes deste espaço de convívio politico-literário libertário surrealista são Baltazar Loureiro e Blimunda Monteiro Rodrigues.
Silly problem… Quando falta argumentos, tudo serve para falar mal do homem.
Penso que foi um representante da presidência da republica, acho mais que suficiente.
O jaime gama, cada vez mais pequeno, ficou nos Açores a comer o cozido das furnas com a familia cavaco. Esqueceu-se de formalizar a candidatura a PR.
De facto, que coisa! O pano de fundo é a hipocrisia, claro, e um estranho sentido das conveniências: o PR não vai ao funeral do Nobel português. Saramago sorri-se, dá-me idéia,
Blimunda é um lindo nome.
Não esteve presente no funeral do Prémio Nobel da Literatura mas andou a segurar as saias do Papa em todo o lado que o Papa passou… Uma vergonha de Presidente!
Não te preocupes, Daniela. Já lhe estamos a preparar a cama para 2011. E olha que não haverá muita gente para o adeus.
Assim espero, Claudia.
Meu Caro Val,
os meus parabéns, depois de um Carlos Santos super activo (de triste memória), tens aí uma super mulher que promete. Ruralista, moralista, desportista (de bola não) será de qual quer outra coisa possivelmente. Basta para uma casa de família.
Não tem morada mas quer nomes.
Os teus 20 valores valem um copo do bom tinto.
Abraço
O Presidente, enquanto presidente em exercício, tinha mesmo que estar presente. Não votei nele mas se tivesse votado alterava o sentido de voto, é claro…
(Epá, vamos lá ver as coisas na perspectiva dele, a da família – aquela besta (com ele fogem-me os dedos para estes epítetos) retirou aos netos a possibilidade de poderem contar aos filhos “o meu avô, que vocês já não conheceram, esteve no funeral do José Saramago”. Está bem, em vez disso podem descrever-lhes a Lagoa das Furnas mas parece-me que não deve ser bem a mesma coisa…)
O semelhante produz o semelhante, é o princípio da lei da similaridade; o cavaquistão produz coisas assim.
Quando foi nomeado MFinanças o sr Campos Cunha, o sr Silva teceu os mais rasgados elogios ao mérito da escolha de tão ilustre economista.
Prova disso é sua a alternativa económica à alta velocidade ferroviária; “Não sei para que querem gastar dinheiro no TGV se podem perfeitamente oferecer um Porsche a cada português, gastando menos”.
Podemos deduzir que sugere agora a Igreja dos Porsches em vez da Igreja dos Mercedes; isto é uma descoberta típica de Dupont et Dupont, a dupla dos mais famosos economistas, na área das pensões que o BP jamais teve, especialistas em cuidar do futuro; lá diz o general Tapioca, ” quem parte e reparte e não fica com a melhor parte,….não é bom economista”.
Provavelmente Cavaco pretende homenagear Saramago a título póstumo. O “génio da banalidade”, como Saramago tão carinhosamente o baptizou, conseguiu adivinhar a actual crise com grande antecedência, tendo escrito “trinta testos” sobre o assunto, mas não consegue adivinhar em tempo real qual o significado de ser Presidente da República Portuguesa, e consequentemente de TODOS os portugueses.
Dá-se mal com qualquer época. Estival, outonal e por aí adiante…
É o tosco de sempre, um cavaco que mais uma vez se revela na essência do que é e será, agora e na hora da nossa morte, com ou sem Nobel: não tendo sentido de Estado, jura que tem estado sentido e quer que chegue, está-se presidencialmente cagando se a gente acredita ou não, que a decência também está de férias mas não nos Açores. O cavaco que temos é o silva que merecemos, mainada, bem feito para o votante. O resto é o resto, vida e morte, o de sempre.
E tu, caríssimo, estás bom? Que em forma leio eu que estás…
abraço-te, meio saudoso
Para o PR o mundo é pequenino: reduz-se à família. São as fotos realeza, o Papa que tem que aprender o nome dos filhos e as promessas aos netos são para cumprir. Já ninguém se admira que coloque as questões privadas à frente das funções de Estado.
Esta atitude envergonha todos os portugueses. Triste. Não era o Saramago que pedia a sua presença, era a Língua Portuguesa.
nem mais, tra.quinas: a Língua Portuguesa. A mais bonita do mundo.