«Comunicar é uma missão de particular responsabilidade em tempos de pandemia. É preciso alertar para todos os riscos, sem excesso de pormenores técnicos ou detalhes suscetíveis de causar pânico. Há que esclarecer e dar confiança quando é preciso retomar rotinas, sem deixar que as pessoas baixem a guarda. Sabendo, além do mais, que a mesma mensagem é apreendida de forma diferente pelas pessoas, consoante os seus próprios temperamentos e medos, e portanto nunca há uma dose certa ou exata para o peso que se carrega em cada frase.
Essa dificuldade é agravada cada vez que são cometidos ziguezagues na estratégia de comunicação. Exemplo clássico é a posição das autoridades de Saúde relativamente ao uso generalizado de máscaras. Começou por ser recusada essa orientação, com o argumento de que o uso poderia transmitir uma falsa sensação de segurança, acabando por ser adotada a utilização obrigatória quando começou a haver quantidade suficiente disponível no mercado.»
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6 de Maio, não se trata de erro. E uma aparente especialista em comunicação veio discorrer em público sobre comunicação. Aparentemente para esclarecimento, ou enriquecimento, do debate público acerca da comunicação do Governo. Mas, a ser assim, porquê mentir? Por distracção? Por maldade? Por burrice?
Dizer que a alteração sobre o uso de máscaras pelos cidadãos em situações públicas é um “exemplo clássico” seja do que for começa logo por encher o ar com os sinuosos aromas do tinto. Rematar que a alteração ocorrida recentemente decorre causalmente do aumento da quantidade de máscaras no mercado é prova definitiva de bebedeira. Os factos são outros, tendo sido a OMS a repetir desde o principio que as máscaras, à luz do conhecimento científico sobre o coronavírus e das lições aprendidas com outras epidemias, deviam ser reservadas para grupos específicos da população quando em ambientes especiais (doentes, pessoal de saúde, grupos de risco). Esta recomendação manteve-se inalterável durante longas semanas, só começando a ser alterada quando se recolheu evidência acerca da percentagem de infectados que permaneciam assintomáticos durante longos períodos, ou mesmo até ao fim, da permanência do vírus no seu organismo. Isto levou, ao longo de Abril, ao reconhecimento de que a prática oriental do uso generalizado de máscara em espaços públicos reforçaria a protecção comunitária ao reduzir a propagação a partir dos assintomáticos – mas não por ser a máscara a barreira completamente segura que evita a contaminação de quem a usa, a lavagem das mãos e o isolamento sempre foram o foco principal das mensagens e campanhas de comunicação das autoridades de saúde e governativas.
Donde, não há “ziguezague” na “estratégia de comunicação” porra nenhuma porque a invocada estratégia de comunicação, como todos podem constatar diariamente à hora de almoço, tem sido rigorosamente a mesma desde o primeiro dia da epidemia em Portugal: apresentar a melhor informação possível que esteja disponível para utilização política. Tal levou a uma pedagogia na comunicação estatal onde princípios e modelos epistemológicos têm sido explicitados para se dar conta da inevitável incerteza com que a ciência opera e constrói conhecimento. O tempo da investigação não tem qualquer relação de necessidade com o tempo da política, ainda menos com a falta de tempo dos jornalistas. Na Europa e nos EUA, mas não só, o ciclo comunicativo passou por fases iguais, sendo comum até ao final de Março a noção de que o mais importante era estabelecer regras e hábitos de distanciamento físico (chamado erradamente de “social”) em vez de estar a induzir em erro a população a respeito de algo que os especialistas não consideravam eficaz, por um lado, e que consideravam potencialmente arriscado, pelo outro.
Quase todos os jornalistas concebem-se como paladinos da “verdade” e do “interesse público”, o que começa por ser fixe dado corresponder ao ideal romântico da profissão, mas quando utilizam os vastos poderes de que dispõem para aumentar a desconfiança e confusão na audiência – o que o texto acima citado consegue de uma forma que arrisco carimbar como “exemplo clássico” – algo de completamente errado se está a passar. Se um jornalista nem sequer consegue exibir literacia científica, então, provavelmente, tudo o que venha a dizer sobre Governos, política e até comunicação está infectado por uma ignorância viral.
https://www.youtube.com/watch?v=mTsaKJjmaGE&feature=emb_share&fbclid=IwAR2tnGiodbh859utHJAEYWfBo4XcmfstdlgaHLrNraqGJ6XPkWRY3IrBpr8
ao vivo , mas em diferido , a directora geral da saúde : não use máscara. pq são obrigatórias agora? o mundo mudou , como dizia o outro , ou levantaram-se praí. virados.
Este, o desta senhora, é que é o exemplo clássico talvez não de uma ignorância viral mas de uma ignorância intencional para tirar a “sua” conclusão pré-definida de acusar sibilinamente a equipa técnica responsável da nossa saúde sob pandemia.
Coisa semelhante fez o Pinto quando respondeu no post “carências não se discutem” a uma frase de um comentário meu invertendo deliberadamente o sentido da dita frase para poder tirar a sua conclusão em estilo de brilharete intelectual.
Repito, não se trata de ignorância e nem sequer viral mas de um propósito pensado e calculado para tentar camuflar e esconder esse tal propósito puramente calculista.
Tudo que se quer fazer passar por “apolítico” na vida pública usa esse truque, este sim, já é um exemplo clássico de falsificação.
ió,ió, além da óbvia má vontade, qual o racional que te impede de considerar a possibilidade de, perante uma pandemia em processo, aparecerem novos dados que justifiquem alterações de estratégia ? ou és daqueles que acredita em omnisciências ou, simplesmente, és mais um dos que milita nas brigadas da desonestidade intelectual da cardoso. em qualquer caso: chame on you !
https://www.lemonde.fr/les-decodeurs/article/2020/05/03/coronavirus-comment-le-discours-des-autorites-sur-les-masques-a-largement-change_6038522_4355770.html
MRocha , a explicação para a mudança de atitude nunca deixará de ser má , porque a outra explicação , como esse artigo do le monde refer , é que desvalorizaram o uso de mascara , deixando a população sob protegida , por não as haver. ou então são tipo catavento , e decidem para onde soprar , o que , como é evidente , faz com que pensemos que só podemos confiar no nosso , nosso , bom senso.
MRocha, além da óbvia má vontade, qual o racional que te impede de considerar a possibilidade de, perante uma pandemia em processo e por elementar cautela e bom senso, dizer às pessoas para usar máscaras em vez de lhes sugerir que até podem ser prejudiciais? Principalmente se já em 22/03/2020 quando a senhora da DGS disse o que disse já a pandemia estava alegadamente controlada na China – país que obrigava o uso de máscara SEMPRE e para TODOS na VIA PÚBLICA.
Sabes o que se passou? Sabes o que justifica as palavras da senhora da DGS?
Passou-se que Portugal e os restantes países europeus, assobiando para o lado, deixaram que o mercado fosse totalmente açambarcado pela China e outros países asiáticos nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, de tal modo que nem para os nossos profissionais de saúde houve no início, quanto mais para a população em geral.
E a senhora da DGS e este governo para não terem que explicar o porquê da falta de máscaras congeminaram a INVENTONA de que o seu uso era despiciente e, pasmemo-nos, até prejudicial!
Este post de Valupi fez-me pensar neste texto de Carlos Matos Gomes sobre os “apresentadores” das televisôes; “As Fúrias da Televisão — Oresteia e as Erínias”, https://medium.com/@cmatosgomes46/as-f%C3%BArias-da-televis%C3%A3o-oresteia-e-as-er%C3%ADnias-fe4b4c1f987c
ió com cuspo: esclarecido: isto é tudo um putedo! Valham-nos ustedes e a Cardoso, esclarecidos cães de guarda, para manter a nosotros , borregos estúpidos, ao abrigo das investidas dessas alcateias de malfeitores que infestam estes ermos onde pastamos. Bem hajam, pois !!!
Em tempo: pq não ligam ao Ventura? Pode ser que ainda vá a tempo de o gajo incluir dgs e oms no lote de ciganos que tenciona submeter a confinamento compulsivo. Não ?
MRocha, respira-se um ar de putara, sim, basta ver quem é a 2.ª figura da atual da nossa República. Queres melhor para aquilatar do anquilosado estado em que nos encontramos em matéria de direitos, liberdades e garantias,, ou também te estás a cagar para isso, como o bom caprino que dizes ser?
Certo, Colado, tens carradas de cornos de razão: basta ver-se que insinuas calúnias à 2ªa figura do Estado e continuas a respirar, para aquilatar o estado em que nos encontramos. Muda-te para a Hungria ou para a Turquia, faz isso, e depois escreve-me a contar o estado em que te encontras. Claro que, da mesma forma que não distingues um ovino dum caprino, também é possivel que não te apercebas da diferença. Contigo, I’m donne!
MRocha, claro que sim, um jornalista ou o cidadão comum que se atreve a questionar as palavras da senhora da DGS é um fassista. Acho que nem essa desgraçada 2.ª figura do Estado mereces, é democracia a mais para a tão pequenina camioneta.
Na Dinamarca, há menos de 200 internados. A vida recomeça sem máscaras. Até o zoo de Copenhaga reabriu. Higiene e distância, sobretudo a social.
Quando a Sr.ª Graça andava a dizer que o uso da máscara era só para certas situações – sendo até desaconselhada para a população em geral – já se via, em vários países, a esmagadora maioria das pessoas que circulavam na rua a usar máscara. E não eram países de atrasados mentais, mas sim, recordo, a Coreia do Sul, o Japão e até a própria China e outros. De certeza que as autoridades desses países sabiam o que estavam a fazer.
Pensava a Sr.ª Graça que era a espertinha, ou não queria criar o caos em Portugal por falta de máscaras?
Nessa altura a OMS também advogava que não era necessário usar máscara, excepto nos hospitais e outros locais restritos. Esta organização, que já foi prestigiada no passado, parecia que estava a obedecer a ordens de Pequim. É que a China nesse tempo estava a adquirir material sanitário em todo o mundo (até em Portugal) para fazer face à pandemia e não lhe convinha que a OMS aconselhasse o uso da máscara, para evitar uma corrida mundial a este produto, o que prejudicava os seus interesses.
Estabilizada a situação na China e com este país a produzir material em grandes quantidades (algum dele sem qualidade nenhuma) já se podia inverter o discurso sobre as máscaras.
O jornalismo deve ficar entregue a jornalistas independentes e não a subservientes. Infelizmente há poucos, pois a vida está difícil.
Há uma segunda pandemia em curso em Portugal e no mundo, mais parecida com uma PAN-DIARREIA, que consiste numa torrente de boatos, mentiras, aleivosias, fake news e teorias paranoicas de conspiração que são a todo o momento despejadas no espaço público a propósito do covid-19.
O principal cu donde jorra essa torrente chama-se comunicação social, muito mais perigosa do que as redes sociais, porque nestas já ninguém acredita.
Não há confinamento que valha contra tal enxurrada merdiática, mas há remédios eficazes para a manter fora de nossa casa: o botão OFF do rádio e o bom velho ZAP para a televisão. Que descanso!
Estará o jornalismo bem, nas mãos dos jornalistas?
Nem deve o jornalismo sujar outras mãos,depois de se explicar a miúdos e graúdos que, de verdadeiro, os jornais só trazem a data !
E quando trazem!
A única função que os média desempenham muito bem é que, quando não há notícias, elas são nos dadas com o mesmo ênfase, como se existissem .
A inversão.
Num país onde:
-o PR foi eleito pelas televisões
– PM tem um irmão director de dia principais de grupos de media, que faz condicionar o debate.
– A imprensa anda de chapéu na mão a pedir dinheiro ao governo.
– O nível de aprovação do PM e de 70%
O problema é um artigo de opinião de uma desconhecida jornalista da tsf e um vídeo idiota de um grupo de cristãos. A verdade, isto precisa é de verdade, um Pravda.
o problema não está no jornalismo como conceito. se fossemos por aí a democracia estaria bem entregue. o problema está no jornalismo como prática, e aí é evidente que não estamos em boas mãos. poderia aventar-se que isso se resolveria com uma ERC mais interventiva. é possivel. mas não sei se bastaria.
falam do jornalismo como se fosse um serviço público. não é , é um negócio , um produto par vender, o que sempre foi , mas de produzir para um comprador letrado, minimamente exigente e informado passou a produzir para as massas , logo , é estúpido e estupidificante , andando de escândalo em escândalo , noticiando de forma escandalosa , correndo atrás de temas moda , transformando tudo numa palhaçada . e lambendo as botas ao poder , que um subsidio , uns perdões ou uma assessoria dão sempre jeito.