As cartas de Costa aos indecisos tiveram o seu epílogo com HÁ OUTRO CAMINHO, HÁ UM CAMINHO MELHOR. É uma síntese das ideias e propostas apresentadas nas anteriores 7 cartas. E continua a exibir surpreendentes erros de comunicação.
A favor, está a iniciativa ela própria, a suposta tentativa de falar para indecisos, e o esforço para resumi-la na última missiva. Corresponde ao contínuo trabalho de elaboração e depuração do programa eleitoral, ambiciosa tentativa de oferecer credibilidade técnica para as principais promessas a agitar em campanha. Contra, está o registo complicativo, verboso, convencional e serôdio de uma comunicação que não pretendeu mais do que ocupar calendário com peças destinadas a jornalistas. E que igualmente ficam como as cábulas e chavões que Costa irá repetir nos debates.
Farão um mau serviço ao PS – portanto, à democracia portuguesa – aqueles militantes e simpatizantes socialistas que abdiquem do seu sentido crítico. Se o perderem, mais nada nem ninguém lhes valerá no processo de formação do voto e sequente representação. À esquerda do PS, o sentido crítico é algo que só existe pela metade. É o reino do maniqueísmo, a tirania dos iluminados, onde a liberdade de pensamento e acção é o inimigo. Vigora um racismo ideológico que luta por todos os meios contra a alteridade. À direita do PS, o sentido crítico está transformado num circo de aberrações. Serve para produzir espectáculos grotescos, onde se mente e calunia à grande, à descarada, à fartazana, à doida e à portuguesinha. Passos e Portas são dois tristes trastes que resistem imaculados dado o estado de anemia e anomia do país que reelegeu Cavaco depois do que ele se mostrou capaz de fazer a partir da Presidência. Só no PS, e em independentes, se encontram os últimos resistentes contra a decadência triunfante.
Acho absolutamente escandaloso que em lado algum nestas cartas apareça uma proposta, sequer uma palavra, sobre a Justiça. Nada. Nada a respeito da morosidade fatal da nossa Justiça civil, que destrói riqueza e vidas. Nada a respeito do fecho dos tribunais encerrados pelo actual Governo. Nada a respeito das forças populistas que pressionam a Justiça para cometer injustiças em nome da luta contra a corrupção. E nada a respeito das estratégias e tácticas mediático-judiciais usadas pela direita contra o PS. Obviamente, e agravado por se tratar do partido esteio do regime, este absentismo que descura a defesa do Estado de direito e a qualidade da democracia não merece o meu voto. Os melhores têm mais responsabilidades, é a minha filosofia política de bolso.
Vai acontecer a Costa o que acontece aos treinadores da bola. Se ganhar com maioria absoluta, dirão que foi genial, que tudo o que fez e não fez, disse e não disse, nasceu de um talento divino. Se ganhar com maioria relativa, mas ainda assim com mais deputados do que a Coligação, dirão que não era possível ir além, que muito ele fez nas tão difíceis circunstâncias. Se ganhar com mais votos mas menos deputados do que a Coligação, só então os militantes e simpatizantes se atreverão a criticar esta merda de campanha. Se tiver menos votos do que a Coligação, sairá de cena como um dos maiores barretes na história da política nacional.
Para o nosso bem, dado que as coisas são como são, Costa deveria ganhar com maioria absoluta. Só que em caso algum a sua vitória, qualquer que seja, deverá ter como preço a anulação do sentido crítico que é a essência mesma da democracia. Se este for o nosso horizonte, como aconselham os marinheiros no mar alto, não enjoaremos a bordo. Seja qual for o resultado das eleições.
sim: ver merda onde há é maravilhoso e temos mesmo de ser sempre quatro – nós, eles, todos e a democracia.
O silêncio absoluto sobre a justiça até dói; ou será cumplicidade?
o melhor,é fazer como o passos ,que não sai de casa para não dar entrevistas….
costa,tem uma enorme vantagem sobre passos coelho.é mais culto,mais serio,mais simpatico e tem um experiencia governativa,sem nada apontar,tanto no plano politico como no ético.
O Costa nem com a totalidade dos votos valerá alguma coisa, quanto mais com maiorias absolutas e/ou relativas…
teodoro,tem vergonha.passos coelho politicamente é um trapaceiro,mentiu despoduradamente aos portugues.como homem pelos vistos ainda é pior pois fugia aos impostos que exige aos portugueses !
Hum, Passos é um trapaceiro. Tá certo, tá certo. Porém, o nariz do homem não é tão grande quanto o do pinóquio…
Ó Fifi, o facto do Passos Coelho ser uma tanga, não faz do Costa um estadista!
É que o único “trunfo” que o Costa (e os apaniguados) parece ter, é dizer que os outros são maus…