Na morte de Saldanha Sanches, a sentida despedida da Isabel tem ainda a suprema vantagem de lembrar o caso do seu chumbo na FDL; uma história de abuso de poder, e prejuízo para a instituição, que envergonha todos os nomes envolvidos nela, incluindo os que não têm culpa nenhuma, arrastados secretamente para a lama.
Mas homenagear uma vida – que todos rotulam de honesta, frontal e corajosa – pode ser também seguir-lhe o exemplo nesta mesma hora. Por exemplo, o meu exemplo, lembrar que há uns meses Saldanha Sanches disse que Saramago tinha escolhido morar nas Canárias por razões fiscais. É uma acusação do camandro. Foi no tasco do Crespo e levou a que Saramago telefonasse a desmentir uns 15 minutos depois. Não houve qualquer repercussão do episódio, ninguém mais falou nele.
Trago esta situação para ilustrar uma ideia: a irreverência pode confundir-se com a inimputabilidade, causando tão maior prejuízo quanto a credibilidade do irreverente. Se pessoas com as capacidades intelectuais e morais de Saldanha Sanches são raras, e são, tal preciosidade aumenta a necessidade de as aproveitar em favor da comunidade. Precisamos é de descobrir como – para que não nos deixem apenas uma saudosa memória, mas um pedaço do futuro.
Não é por ter morrido, ele era mesmo digno de toda a consideração, respeito e admiração. Mas no melhor pano cai a nódoa e neste caso foram duas: a errada e incompreensivel referência a Saramago e o facto de acontecer no programa do Crespo. Fico sempre indignado quando certas pessoas aceitam ir a um tal programa.
Todos fazemos alguns erros, imagino. Sim, Saldanha Sanches é um homem a recordar, que pena ter sempre de haver um acto sacrificial para se ser honrado, mas é assim neste mundo de troca simbólica. Que descanses ou voes em paz. Os sentimentos à Maria José.
Val,
só mais uma prova de coragem é precisa da tua parte.
Saca a lista dos nove (9) e que cada um tire as conclusões que quiser ou entender.
Se tens ciência para tanto, umas passagens da sua prova, aqui no teu blogue, daria pano para “mangas”.
É tiro bem certeiro falar de FISCALIDADE nos tempos que correm…
Sempre a considerar-te.
leste o artigo escrito no leito da morte do Homem Senhor Saldanha Sanchez , pois foi ? nota-se….