Está a ser uma época fascinante para o Sporting. Um case study do que é um ambiente disfuncional numa organização. Por exemplo, que leva um marmanjo como o Tiago a fazer-se expulsar do banco, deixando a equipa sem guarda-redes substituto a meio do jogo? Ou que leva os jogadores a protestarem contra as decisões do árbitro, sabendo que só irritam o senhor ou que se arriscam a serem penalizados pelos protestos? Que leva os jogadores a passarem o jogo todo a largar caralhadas? Que leva os treinadores a berraram contra os árbitros? Que leva os dirigentes a comportarem-se como capatazes?
Se eu fosse treinador de futebol, nenhum dos meus jogadores alguma vez responderia a um árbitro. Nem que ele os expulsasse aos 10 segundos de jogo. Protestar contra os árbitros, durante e depois dos jogos, devia ser interdito em Alvalade. É, simultaneamente, um sintoma e uma causa de pouca inteligência. Contribui para a fraqueza física e técnica por ser uma fraqueza moral. Quem protesta assume uma postura subserviente, exprime uma impotência, deixa de ser um guerreiro.
Idealmente, o Sporting devia ter equipas de futebol que fossem exemplares no campo da disciplina, do desportivismo e da entrega ao espectáculo. É este o sentido aristocrático que está na origem do clube. Mas, para tal, teríamos de ter dirigentes que fossem do Sporting, o que não é o caso presente. É que não é do Sporting quem quer, só quem faz prova de lhe pertencer através de feitos valorosos. E isso começa nas derrotas, no saber perder.
O presidente tem de ser o símbolo da união entre a equipa e os adeptos, independentemente dos resultados e dos eventuais conflitos. Quem não for capaz de compreender esta missão, não pertence a esta raça. Não é Leão.
Olá. Gostaria antes de mais, e se me permite a ousadia, de dar os parabéns pelos excelentes textos que publica, tanto na forma como pelo conteúdo, assinalável, sem dúvida.
Não sou grande adepto de futebol. Muitas vezes, demasiadas, o que deveria ser resolvido dentro do campo é resolvido na “secretaria”, nojento no mínimo.
A temática abordada, infelizmente, é transversal a quase todos os clubes, a que eu acrescentaria: como é possível este tipo de comportamentos com pessoas que ganham tanto dinheiro? Tudo bem. O dinheiro, à partida, não justifica nem compra comportamentos (não deve), mas no mínimo deviam de fazer por o merecer. Na minha opinião não merecem.
Os sentimentos de injustiça, provocações, agressões verbais e físicas são na maior parte das vezes os detonadores desta forma de agir, dizer que os jogadores, e não só, deveriam de reagir, nestes casos, com um “sorriso nos lábios” é pura fantasia. Quantos de nós, sentadinhos no sofã, não participamos também nessa orgia vernácula perante situações destas ?
Concordo com o texto. Mas parece-me também fundamental que alguém explique a estes senhores o sentido da palavra “profissionalismo”.
Está explicado, não passas de um snob e pedante aristrocrata.
E O Liedson só não foi expulso por um triz. Não viste (eu estive lá e vi) a meio da segunda parte sofreu uma entrada brutal no meio campo mas o árbitro deitou a correr para o campo do Sporting e ao voltar não o quis ouvir mas ainda no mesmo minuto numa outra entrada violenta de um benfiquista e ele mostrou o joelho. Levou logo um amarelo e se tem continuado a chamar a atenção para a dualidade de critérios seria expulso. Seria a cereja no topo do bolo!!!
isto do árbitro de ontem faz-me lembrar aquela pérola do joão loureiro, ao tempo presidente do boavista, depois de uma derrota em casa com o gil vicente por 3 a 0: “o árbitro roubou-nos 4(!) penalties”.
Não me digas tu ó «assis» que nos primerios minutos da segunda parte quando os jogadores do Benfica eram batidos por Pongolle e Liedson, o assistente assinalava logo «fora de jogo» e o banco levantava-se como se levanta sempre o banco do Porto. Mas nunca são expulsos, claro. Não me digas ó «assis» que não viste que depois do espalhafato e da expulsão fabricada o brasileiro jogou bem 86 minutos e ainda marcou um golo. O ano passado foi o Lucílio; este ano foi o Olégário. Não há nada a fazer, o jogo estava armadilhado. Isto não retira nada ao facto de o guarda-redes do Sporting ter sido afastado pelo PB e substituido por um candidato a aprendiz mas uma coisa não pode ofuscar a outra.
Bom dia VAL…sem ironia.
Acontece a todos. Mas o Cravalhal deprime qualquer um. O homem tem sempre aquele ar triste ? Eu se fosse jogador treinado por ele ficava deprimido antes de chegar ao centro de estágios.
E o almoço mantém-se. O Carvalhal está a ajudar-me.
Cumprimentos
zé carmo, não vi o jogo (a garotada não deixa), só hoje vi o resumo. mas 4 a 1 é muita fruta (o off-side do pongolle foi errado mas a expulsão está correcta). é preciso calma e tentar melhorar as coisas que estão mesmo mal (não vale a pena recordar os últimos resultados).
É tudo uma questão de liderança. Cotonete por cotonete mais vale o Honorio Novo, é dedicado, casseteiro, disciplina é kom ele, não vai de férias para o brasil, nem tem alianças com o Capitalismo Ibérico especulativo. O Sporting precisa de um projecto Novo.:))
Ah! outra vantagem é que o Honorio Novo conseguiria integrar os futebolistas do Sporting na Função Publica poupando assim ao clube uma massa salarial demasiado elevada.
Ó Assis andei lá 8 anos como colaborador e 10 como redactor efectivo, fui enviado especial a Itália, aos Açores, à Madeira. Vi muita coisa, não tenho ilusões, para o ano desportivo que se segue vou continuar a pagar as quotas mas bilhete de época já não compro. Safa! O ano passado foi o Lucílio, este ano foi o Olegário, eles têm que ganhar custe o que custar e doa a quem doer. O dinheiro que a CML lhes deu tem que render.
Val:
Excelente texto e não deve ser só dirigido para o Sporting mas, a todos os clubes Portugueses, quer sejam, de futebol ou de outras modalidades. Também devia ser lido pela Liga de Futebol e Federação Portuguesa de Futebol. Não se querer ver que são os dirigentes, treinadores, jogadores e claques de futebol que estão a descredibilizar, o artigo, que é o futebol. Um dia quando ninguém comprar esse artigo, vão ver quem são os verdadeiros culpados.
Há jogadores que são expulsos e como compensação ainda recebem a admiração dos seus apaniguados, (directores, treinador, claques e colegas, ou seja jogadores) não os castigando, se há castigos deviam de ser publicitados para se saber a sua resolução. Veja-se o caso Liedson-Sá Pinto. O Sá Pinto foi castigado e bem, agora não se compreende que Liedson no jogo a seguir seja utilizado. Como quer uma direcção, um departamento técnico e um treinador vir um dia a terreno pugnar que é um defensor da disciplina. Este caso só vem dar valor ao dito popular: casas onde não há pão todos berram e ninguém tem razão.
Quem fala assim, gosta de dar exemplos para contribuir para um futebol e uma massa associativa que defenda esses valores. Ainda me lembro, há bastantes anos, as massas associativas de se deslocarem aqui à minha terra e não regressavam sem serem convidados a beberem uns copos e petiscar umas sardinhas e umas pataniscas. Tempos bons.
Hoje quando vou ao futebol aqui na minha terra, procuro nunca ir para a bancada dos sócios, do qual faço parte, prefiro ir para o superior, ali se não estiver bem mudo-me. Só vou para a bancada coberta quando chove. Também não percebo que uma maioria dos estádios de futebol não tenha bancada coberta em todo o recinto e para onde não haja não se possa levar um guarda-chuva, mas isso são contas de outro rosário.
O ano passado jogava-se o Freamunde x Olhanense, o Olhanense nos primeiros minutos marcou um golo contra a corrente do jogo, foi dos melhores jogos que vi o Freamunde realizar. Andavam uns jogadores do Olhanense a aquecer e nesse momento o Olhanense fez dois a zero, o treinador Jorge Costa, de imediato mandou chamar os jogadores para o banco de suplentes, mudou de táctica sobre a entrada deles. Quando passavam em frente à bancada de sócios, não queiram saber a chuva de impropérios sobre a mãe desses jogadores, levando-me a chamar a atenção a um desses malcriados, com as seguintes palavras: que mal lhe estão a fazer estes jogadores, provocaram-no? Tem influência no resultado? E se tivessem é motivo para você proceder assim? Gostava que fosse um familiar seu e ser assim tratado? Tenho a argumentar que foi pior o soneto que a ementa. Disse-me os mesmos ou quase os mesmos impropérios que aos jogadores do Olhanense, o que me levou a ter de lhe dar uma bofetada na cara. Já por várias vezes chamei outros à atenção e nunca fui enxovalhado por ninguém.
Por isso digo que vejo o futebol como um desporto de competição e um meio de divulgar as nossas terras, o que melhor elas têm, que são as suas populações. Enquanto não se proceder assim não vejo qual o rumo que o futebol vai ter. E acredite que pela minha parte cada vez vou menos ao futebol.
Falar de árbitros por vezes só serve para nosso escape. Quando somos nós os beneficiados esses benefícios não existem.
Faço-lhe um apelo para que volte mais vez com textos sobre o futebol e para o futebol. Um dia alguém lhe vai agradecer.
Por mim obrigado.