Tem sido frequente constatar que nos órgãos de comunicação social onde o AO está em vigor permanece a regra de acentuar graficamente palavras homógrafas de modo a distinguir verbos de preposições.
É tão-só a lógica a falar. É a evidência de que este AO é uma aberração que não vem resolver qualquer problema, antes introduz irracionalidade e amnésia no corpo da nossa identidade.
Não existe norma ortografica, nem alias gramatica, que possa conter a pujança da evolução da lingua, feita de conveniências (como a que tu assinalas), de compromissos, de interpretações racionalizantes (conscientes, como as dos gramaticos, ou inconscientes, como as etimologias populares),
… e feita também de aberrações : o melhor exemplo é o “como deve de ser”, erva daninha misteriosamente enraizada na nossa lingua desde que ha memoria, ninguém sabe porquê (eu pelo menos não sei).
O NAO é apenas uma aposta feita sobre esta evolução, um pouco como o tutor de uma planta. O que é curioso, e interessante, é que neste caso estamos a falar de um tutor que procura juntar arvores que nasceram da mesma raiz, mas que tinham começado ja a ter desenvovimentos separados.
Eu digo que é cedo para ver se o novo padrão vinga ou não…
A ver vamos.
Boas
paro eu, paras tu – e não quem o pariu nem os que parem, o que não existe, por utilização. :-)
Também não vejo qualquer necessidade de se alterar a ACTUAL (mas que admito poder escrever-se “atual”) Ortografia portuguesa, embora admita que a ablação de certas consoantes mudas, como em “atualidade” (e palavras derivadas), ou “projeto”, não fere os pressupostos de adaptações ortográficas anteriores e hoje consolidadas – também já não escrevemos (nem dizemos!) sancto, fructos, producto, construcção, defuncto, erudicto (nem escrevemos mãi, philosophia, ou Pharmácia…).
Estou, por isso, disponível para ADOPTAR (mas já não para “adotar”, que soa diferente!…) essa (e só essa) evolução ortográfica, digamos assim, “natural”.
Mas atenção, nehuma mais! Nunca escreverei “Egito”, “ação”, livro de “atas”, “tração”, “janeiro”, “neorrealismo”, “subreticiamente”, “há de”, “policia”… Isso é violar os fundamentos da nossa própria identidade colectiva!
O que não quer dizer que acredite que a portugalidade (ou até Portugal!) dure eternamente. Pois se até o Sol, um dia, há-de ter o seu fim…
“nenhuma mais”, já agora…
Não posso (nem ninguém pode) garantir mas o António Huaiss que eu conheci quando trabalhei com o Óscar Lopes nos anos 90 não era isto tudo que queria. Há por aí uns documentos mas tudo isso foi ultrapassado pelas circunstâncias e aqui deste lado até foi preciso deitar uam minsitra da Cultura pela borda fora…
olhó patego da benedita! já táva com sôdades tuas e das tuas intimidades com roupa de marca.