Os tempos da espera ansiosa pelo vespertino (o meu caso), e depois da sua leitura voraz, num percurso de secções idiossincrático, há muito que acabaram. O alívio por encontrar o ardina, o prazer de comprar o jornal no quiosque, o ritual de ir à papelaria buscar o diário religiosamente guardado, não voltam. A digitalização matou o papel sarapintado de notícias e informações quotidianas. Os que cresceram nesse mundo foram desistindo e vão desaparecendo. Os que nasceram a partir dos anos 90, já não apanharam esse mundo.
Significa que o jornalismo perdeu a sua função social, cultural e política? Não. Até se pode elaborar o argumento simétrico: numa crescente e imparável fragmentação mediática, onde a informação é ubíqua e há oferta de conteúdos gratuitos, o papel do jornalismo torna-se ainda mais importante do que no passado. Porque aparece como oásis de epistemologia e práxis da racionalidade democrática. Só que para isso é preciso que os propalados jornalistas sejam veramente feitores de jornalismo.
O valor do jornal em papel estava menos na sua componente informativa enquanto versão autêntica dos factos e mais na fiação de um espaço para a comunhão comunitária. Os suportes digitais que se pretendem réplicas do papel são incapazes de criar efeito semelhante porque o ecossistema actual atomizou os receptores. No meu telemóvel tenho toda a Internet, não só não preciso como não tenho mais disponibilidade para agregados informativos cuja actualidade se esgota ainda antes de estarem prontos para publicação. Mas o espaço para a comunhão comunitária continua a ser de necessidade fundamental.
Para o jornalismo fazer dinheiro tem de abandonar o mercado das notícias. Renascer no mercado das muralhas da cidade.
Os jornais deixaram de ter compradores porque não têm qualidade em vez de informar têm uma agenda seja os generalistas ou desportivos e assim sendo não respeitam os leitores por isso o
seu papel é irrelevante , como tal como qualquer cidadão está sujeito a ir para o desemprego os jornalistas é o que os espera pela sua falta de isenção .
Os OCS estão delirantes com o Ventura e o chega. Tal como o PCP e o BE. Nas televisões não há equipas de prevenção para o rachar de alto a baixo após as suas intervenções públicas, como acontece com as do primeiro-ministro e líderes do PS. Eles sentem que, finalmente, vão triunfar. O hipócrita, fascistóide, PR, está radiante – é a demiocracia a funcional. Mas….
Hoje cheguei a casa âs 14H e liguei a TV às 14H03. Estava na RTP1. A tipa de serviço, uma gaja com quem não engraço nadinha, isto na ponta final do jornal das 13, fazia a introdução a uma intervenção do primeiro-ministro sobre a construção da barragem do Pisão. Costa evidenciou o interesse nacional da obra e puxou, justamente, a brasa à sua sardinha pelo início da obra que vinha a ser adiada há 57 anos. Fiquei a ouvir com especial interesse. Logo, logo, a seguir entra uma peça sobre a suspensão de uns serviços, não me lembro quais, no Hospital de Loures. No mesmo hospital onde tive uma consulta no dia 28 de dezembro às 10 horas. Dado que ia com tempo de avanço, decidi circundar todo o hospital, em marcha lenta, para observatar… Apenas vi uma ambulância parada nas urgências. Quando saí, eram para aí 12 e pico, 12 e coisa, 12 e tal, e fiz, obrigatoriamente, o mesmo trajeto para sair. Nem uma ambulância. Não vi nenhuma.
O golpe foi dado, mas não está consolidado. O PS e todos os democratas do nosso país têm que se empenhar na denúncia desta malandragem, que pode instaurar em Portugal uma ditadura.
Primeiro parágrafo termina
…é a democracia a funcionar…
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Faltou um pormenor sobre o problema no Hospital de Loures.
Não vi, mas tenho quase a certeza, certezinha, de que o “caos” na saúde esteve nas primeira notícias daquele telejornal e que aquela foi deixada de reserva para tentar desmoronar a barragem do Pisão.
É eactamente isso, sr. Luis, embora seja modus operandi geral seja no audio seja no visual, a última que vi foi uma noticidora da Sic Notícias-até o polígrafo faz trafulhices- que anunciou que o PM auto-demitido tinha aprovado o malfadado elefante branco TGV, porque o País estava em risco de perder uma verba do PRR no valor de perto de 800 milhões de euros . Assim se enganam os tolos e os incautos, que julgam que o projecto (que vai beneficiar essencialmente França e Espanha, que fabricam as máquinas e as carruagens pendulares, bem assim como algumas grandes empresas portuguesas, as do costume, já todos sabem quais são, e estão todas interessantíssimas, faz-me lembrar um deslize de Ricardo Salgado, ” há para aí um negócios muito bons”) o projecto dizie eu é totalmente pagopor fundos comunitários, o que, claro, é uma falsidade, o Estado português vai pagar cerca de 4 biliões de euros. Portanto, para um elefante branco porque para além dos que vão viajar com grandes descontos, ou até de borla (magistrados, por exemplo) não estou a ver grande clientela. Esse dinheiro dava perfeitamente para orçamentar na saúde, defesa, educação e habitação, e viveriamos todos muito bem mas há um tinhoso que quer ficar na história, quer continuar a governar com barriga(s) de aluguer, o desonesto vai mas é ficar na história pelos piores motivos…
A gente recebe qualquer factura para pagar e quando tem aumento, e grande, procura-se uma satisfação do autor da roubalheira, e ele, inevitavelmente diz, ” foi um decreto-lei, foi o governo que mandou aumentar “. Como assim ??? Então o des(governo) diz que não tem poder para mandar baixar os preços seja do que for, e tem poder para mandar aumentar ???
Valha-nos Santo Ambrósio…
Rui Cruz, delegado do Chega que escreveu uma moção com o ex-militante do PSD António Pinto Pereira a pedir um código de ética feito pelo partido, subiu ao púlpito, no segundo dia da Convenção do Chega em Viana do Castelo, para dizer: “Sou pai, sou avô e… sou fascista”.
https://portocanal.sapo.pt/noticia/344499
“para um elefante branco porque para além dos que vão viajar com grandes descontos, ou até de borla (magistrados, por exemplo) não estou a ver grande clientela”
hoje deve estar às moscas, foram todos a viana cumprir o folclore do homem de melo, mas amanhã à noite regressam ao habitat natural
https://www.elefantebranco.pt/
as pessoas têm uma oferta enorme de informação nas televisões nacionais e internacionais , têm montes de programas de comentário politico e social e económico , nesses programas montes de comentadeiros escrevem nos jornais , ó pá , não são doidos para andar a comer requentado e ainda por cima , pagar.
e já nem falo na net.
no inicio dos jornais não havia tv . nem rádio , ospois começou a rádio ( que voltou a estar na moda e concorre com a prensa ) , depois apareceu a tv , um canal , agora há milhentos , com certeza que a imprensa se iria ressentir. não há nenhum mistério nem problema de informação . os jornalistas da escrita têm de encontrar emprego onde o há : na tvs e rádios.
isso significa mais, não menos, Aspirina B. mais carácter do Valupi. o dinheiro vale zero nisto do excelente carácter nas muralhas da Cidade; o excelente carácter não tem preço por tanto que vale. e eu, opinião que vale o que vale, dou zero valor a quem só defende a Cidade a troco de paus. a Cidade defende-se, muito antes de ser no Parlamento de salário vitalício e nos media a troco de paus, nos dias, nas marcas que deixamos nos outros pela nossa marca. ah, carago, que bem que durmo quando espalho a minha marca pelo que penso e digo e faço, essa trilogia que me alimenta, e pela luz dos meus olhos que mata, degola, os terroristas e insurrectos da democracia. durmo todos os dias bem, sou uma assassina exemplar, carrego em mim o sangue bibinho de fazer das tripas, dos que atentam contra a liberdade, o meu coração.
Giro, giro e ler gente, supostamente adulta e experiente a enquadrarem os seus argumentos neste post e comentarios, sem se rirem, ancorados na tese de base peregrina, que o “perdocio” dos jornais, ou merdia em geral, consiste em vender jornais, ou assinaturas digitais, ou noticias, em geral, ao publico.
e.g:
“Para o jornalismo fazer dinheiro tem de abandonar o mercado das notícias. ”
Valupi, pandego-mor
“Os jornais deixaram de ter compradores porque não têm qualidade em vez de informar têm (…)”
Luis, cliente assiduo
“as pessoas têm uma oferta enorme de informação nas televisões nacionais e internacionais (…) não são doidos para andar a comer requentado e ainda por cima , pagar.”
Pzzeudo-zzazzie, imbecil
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Sabem quais as medidas -padrao de primeira linha por parte de qualquer grupo mediatico (isto em qualquer parte do mundo, nao pensem que e alguma idiossincrancia nacional…) quando tem de resolver problemas financeiros ou melhorar lucros?
Reduzir a circulacao e reduzir o espaco dedicado as noticias…
Teehee!
ó cromo , se os donos dos jornais têm de pagar salários , claro que o jornalismo é um negócio… a não ser que haja praí mecenas que queiram assentar arraiais nas muralhas da cidade e sustentem os jornalistas sem ganhar um chavo. , just for fun. já telefonaram ao musk? quem sabe gosta da ideia de ser a madre teresa da informação . ou o medici dos media. ó pá ,não vale a pena telefonarem , lembrei-me agora que quer ganhar muuuito dinheiro com o X , suponho que ilustra os desejos de quem se mete nessa cena do servir o people.
e se forem subsidiados pelo estado passarão a servir os interesses de quem lhes paga o subsidio.
a mercadorização de todos os sectores da sociedade é bué feia , não é? coisas do capitalismo financeiro.
em alternativa os jornalistas por vocação e com talento e coragem podem passar a ser uma espécie de são Francisco de Assis e viver das contribuições voluntárias que daremos em troca das suas reportagens watergate escritas em blogs pessoais. como os gaijos da página um ( isso se estes não tiverem um capitalista a orientarem-lhes as investigações , sei lá ).
claro que todos os jornalistas interessados em questões de desmascarar o Poder e que adiram ao modelo de acima serão apelidados de teóricos da conspiração pelos média negócio.. e os carneiros em seguida os estigmatizarão.
pescadinha de rabo na boca.
e já agora essa treta do ” Renascer no mercado das muralhas da cidade.” , onde subjaz a ideia que “as muralhas da cidade ” é defender o ps, que tão bem retrata o antónio barreto , é de vómito. retórica do mais tartufo que há.
na volta o mercado das muralhas da cidade é também defender israel e o nataleão e os donos da comunicação merdial global que impedem serviço informativo sério com uma serie de interditos.
“ó cromo , se os donos dos jornais têm de pagar salários , claro que o jornalismo é um negócio… ”
Pzzeudo-zzazzie, imbecil
Pois, essas trivialidades de ler e apreender textos nao e bem a tua cena n’e?
Foi especificamente escrito que o jornalismo e negocio. A imbecilidade reside em identificar a natureza desse negocio com a venda de jornais (como se dizia antigamente) ou mais generalisticamente, com a venda de noticias.