Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Tenho uma inabalável certeza a respeito, mas quero conhecer a tua resposta.
55 thoughts on “Qual é a melhor comédia de todos os tempos no cinema português?”
Sinceramente, penso que é esta que passou no último ano, com honras de transmissão em horáro nobre dos três canais generalistas e fez sucessivas manchetes em tudo o que é revista, semanário e diário publicados, ditos de informação: «Asfixia democrática».
Como ainda há poucos dias ouvimos da boca do Sr Preocupado Cavaco Silva, temos todos que prestar muita atenção à liberdade de expressão ou melhor, à falta dela, como tão brilhantemente nos dá conta a mais famosa de todas as peças teatrais, a tal «Asfixia Democrática».
Os actores têm sido inexcedíveis, sobressaindo meia dúzia de pachecos, monizes e crespos, respaldados de uma forma extraordinbária, num coro que actuou em »uníssono de oposição», superando, de longe, o que de melhor se viu e ouviu da velhinha «Assembleia São Beneditina».
Se de ficção se trata, é difícil escolher a melhor tantas ela são. Mas de não ficção, é inesquecível aquele episódio, que passou na TV, do discurso do dr. Santana Lopes na sua tomada de posse como 1º ministro.
De pé para a mão, não estou a ver, Valupi, mas lá terá de ser um clássico com mais de meio século. Hoje não fazem senão tragédias de toda a espécie
Primo: que pergunta fácil, caramba. A César o que é do João Monteiro: a de Deus, obviamente.
Evidentemente «O PÁTIO DAS CANTIGAS» (de Continelli Telmo?), com o genial “Maestro” António Silva em grandioso destaque, mas muito bem coadjuvado pela magnífica Laura Alves, pelo espantoso Ribeirinho, pelo incomparável Vasco Santana e pelo charmoso António Vilar. A melhor comédia, senão mesmo a obra máxima do Cinema português em todos os tempos!
Mas a pergunta inteligente seria: porque funcionam tão bem e tanto nos fazem rir com genuíno prazer as Comédias filmadas em Portugal nos anos trinta e quarenta? Quem souber a resposta, perceberá melhor o porquê deste indefinido mal-estar português dos nossos tempos…
Xiii…nem sei por onde começar…
Pedro Passos Coelho a “mudar o PSD” é uma boa comédia…
Os corninhos do ex ministro, “Alcochete jamais” e “Está para nascer o 1º melhor que eu no défice”, também são bons exemplos…
“O exemplo democrático da Madeira”, “Os mails violados em Belém”…
“O sucateiro e os robalos”, tem sido um fartote de comédias em Portugal…
” A vida na Camorra de Socrates”
PREC
Sim, o “Pátio das Cantigas”!… :)
Ó Evaristo tens cá…?………
Magnífico António Silva…ainda hoje rimos genuinamente com as personagens por ele interpretadas.
Pateo das Cantigas.
eu acrescentaria ao Pátio das Cantigas outras duas de que gosto mais: A Canção de Lisboa e o Pai Tirano
Quem é que lhe deu autorização para me tratar por tu?
Eu.
Val,
Penso que vai ser: a audiência ao Manuel Fernandes na AR. O prenúncio foi dado hoje de viva voz na rádio (TSF e RCP).
Quando questionado sobre a intenção do PS de fazer incluir as famigeradas escutas a Belém nas audiências, o JMF sai-se com esta: – o “PS quer substituir um assunto especifico (note-se, o assunto Mário Crespo) pelo sexo dos anjos” (sic).
Ora bem, o anterior director do Público, publicou em ano de eleições, crónicas que visavam prejudicar o Sócrates. Crónicas que afinal, também para ele, não passavam de “sexo dos anjos”.
Está tudo doido?
Para mim, sem dúvida que a melhor comédia do cinema português é o “Pai Tirano”!
Mas logo a seguir é-me difícil escolher: “Canção de Lisboa”, “Leão da Estrela”, “Pátio da Cantigas”, “O Grande Elias”, etc. etc.
Bons filmes como piadas e situações intemporais!!
Agora se querem falar da melhor comédia do século então é fácil:
Se se se provar a existência, volto a referir, se se provar a existência dum tal plano para controlar órgãos de comunicação, então a comédia reside no facto de Sócrates e o PS não o terem sabido fazer com a mestria de Alberto João Jardim:
«a EDN – Empresa Diário de Notícias, detida maioritariamente pelo Grupo Blandy, não dá sinais de recuo e responsabiliza a crise, Alberto João Jardim e a concorrência desleal do “Jornal da Madeira” (“JM”), pela actual situação financeira da empresa»
O romance da manela com o josé, mas, pois é que josé será? Moniz? Sócrates?
Depois a canção de Marco Paulo “eu tenho dois amores”.
Esta seria a minha comédia preferida e tu val podias escrever o argumento. Não sei se esta comédfia não seria mesmo um ícone da nossa modesta 7 arte e quem sabe se não passava froneiras, para tal bastava ter J M Fernandes como crítico de cinema.
É isso precisamos de comédia real tipo USA.
Pensem bem e veem que eu tenho razão…
Está a decorrer agora, às 16H11, na AR, com a audição ao JMF;
Chama-se o indigente mental…
in Expreso Online
Fernando Nobre, o líder da organização não governamental AMI, Assistência Médica Internacional, vai avançar com uma candidatura a Belém.
Evidentemente o “Kilas – O mau da fita”. nem há nada de equiparável a muitas milhas de distância!!!
Val, são tantas, uma negras, outras mais a atirar para o realismo. Eu aqui não tenho certezas nenhumas…
Mas também quero saber qual é a tua certeza inabalável…vais dizer?
Crespo na AR confirma que continua com forte recalcamento, traumatizado em resultado ainda da entrevista ao Ministro Silva Pereira.: tem razão, Silva Pereira escusava de o humilhar ( foi um obrigação)..
A melhor comédia?
Deixe-me pensar.
Ainda estou a pensar…ainda estou aqui.
Já sei.
Descobri.
Depois de ler o trabalho do Dâmaso, adjunto do Óctavio Ribeiro do CM.
O Freeport, com a sequela Face Oculta e, agora, a Central de “Camionagem” do Sócrates, que dá pelo nome de SIMPLEX.
Abraço,
J.A.
A melhor comédia??????????
O GRANDE PROBLEMA É QUE TODA ESTA FANTOCHADA, FEITA A PARTIR DE INTERPRETAÇÕES DE ESCUTAS, ESTÃO A FAZER RESVALAR ESTE PAÍS PARA UMA SITUAÇÃO, QUE PODERÁ ACABAR É EM
T R A G É D I A …….. para quem?
Os do costume: o mexilhão – os desfoverecidps de sempre
já adaptaram a filme a “Farsa do Juíz da Beira ” ? se sim , aposto que é essa a melhor comédia.
Crespo no formato Xerox na AR, sobretudo nas cenas: leitura do Avante em fotocópias, às escondidas de Kaulza; exame duríssimo de 3 horas para a carta de patrão de costa; momento em que está deitado com a… mulher, lendo, e lhe anunciam a censura da crónica; distribuição de fotocópias aos deputados, salivando constantemente os dedos; referência à carestia de vida dos jornalistas a propósito do bife do Snob que já foi; o refrão “eu tinha um jornal para as minhas crónicas e o jornal foi-me roubado”…
Se ainda houver justiça, Crespo ganha e folgadamente.
A política sempre forneceu material para comédias, é verdade, e também para tragédias, ainda mais, mas eu apenas estava interessado em cinema. E a minha preferência já foi referida: Pai Tirano.
Para lá do maravilhoso elenco, nisso comparável a outros filmes do panteão, o que considero extraordinário é o argumento. A intensidade, e a criatividade estilizada, do ritmo das piadas não tem exemplo similar no cinema português. É espantoso, para mim, que tal não tenha gerado uma escola ou um filão.
O António Silva a dizer «Ó Amália, tu com a tua voz e eu com a minha garganta podemos ir longe!» Falta saber o nome do filme mas a situação é exemplar de cómico…
Xiiiiiii, difícil! Se for da vida real os nomeados são mais que muitos. Sim, que o nosso país é uma fita e pêras. Se for daquelas da “pantalla” mesmo pode ser aquela do “é palheto”.
Em contraponto ao Kaulza com o Crespo será que é aceite o encontro na Jamba – em 12 de Março de 1991 – entre Savimbi e João Soares, apadrinhado por Armando Vara (este homem está em todas…!) e António Maria Pereira?
Decerto que João Botelho teria aqui um excelente argumento para um bom filme, a exemplo do que fez com o livro “Eu Carolina”. Aqui, a argumentista poderia muito bem ser Teresa Ricoh. Assim como assim, o fio de “estória” não seria muito diferente.
Ah! A pergunta referia-se a comédias, não é?
Pois. Com estas personagens duvido que se consiga mais do que uma tragicomédia, pese embora Savimbi ter sido um democrata dos sete costados e as outras ilustres pessoas terem desempenhado bem o seu papel que não meramente decorativo.
Mas isso agora não interessa nada.
Em vez de comédia temos uma tragédia, que só não é grega porque Sócrates – o Filósofo – já morreu há muitos anos.
O Pai Tirano é, cinematograficamente, incomparável a A Comédia de Deus. E o argumento, do ponto de visto discursivo, é irrisório comparado ao registo poética e ao diálogo parnasiano do César Monteiro. E depois, que raios, é infinitamente menos português.
E depois há o ritmo, como referes. A Comédia é sinfónica, as imagens ordenam a sua beleza em andamentos.
FALA DO VELHO A CIRCE ENQUANTO LHE ARRANJA O CABELO
Não vamos usar o champô anti-caspa.
Tens o cabelo sedoso e vê-se que lavadinho.
Não precisas: vamos penteá-lo um pouco e puxá-lo
para trás. Isso. Puxa-o todo. Assim.
– Tenho o cabelo rebelde.
– Antes o cabelo que outra coisa.
Tens a tez altiva. O porte senhoril. Mas bem.
Vamos apenas colocar-lhe esta fitinha
para que se não solte.
Perfeito.
***
Não é?
E a aula de natação, a propina da escola da vida, a conversa ao telefone em que, por artifícios do diálogo, ficamos com a ilusão de apenas termos ouvido a inaudível interlocutora, etc, etc
Primo, eu coloco a “A Comédia de Deus” no plano da glosa enquanto exemplo de comédia, mas obra superlativa por ser exercício artístico adentro da poética do César Monteiro. Não posso concordar mais contigo, pois: são filmes incomparáveis. Um quer apenas ser uma festa popular, na tradição do “estilo invisível” de Hollywood, o outro é a continuada afirmação de um complexo meta-autor com traços largos e fundos de genialidade.
Aliás, quanto à realização, o “Pai Tirano” é mediano, ou tão-só cumpridor, embora com excelente montagem.
Certo. Mas olha que não coloco, ao nível da recepção, a Comédia nesses píncaros. A festa popular e a música pimba está lá bem presente. O João César Monteiro é gloriosamente popular.
Sim, o César Monteiro é gloriosamente popular. Mas doido. Digo isto do alto da autoridade conferida por ter jogado matrecos com ele e uma das suas musas ninfetas no Bairro Alto – totalmente por acaso e nunca antes tendo falado com o homem (de resto, ele não abriu a boca durante o jogo, nem quando se foi embora). Mas o intento da “Comédia” não é o estudo ou a citação do registo popular, antes a sua apropriação para a narrativa tríptica ao serviço do protagonista-autor. E o riso é doloroso, rompe alucinado de uma terra melancólica.
Enfim, agora fiquei com vontade de rever o filme só para me dar conta dos disparates que aqui deixo.
Eu fiquei com vontade de rever os dois…
jcfrancisco: essa fala é do filme “Fado, história d’uma cantadeira” (de 1948). Não é propriamente uma comédia, mas o António Silva conseguia dar sempre o seu toque pessoal, mesmo em dramas.
LOL! Jogaste matrecos com o César Monteiro! Que maravilha! Conta mais! Conta mais!
(E claro que era doido. E ainda bem.)
E o Leão da Estrela? ;))
Começar uma conversa (sobre comédias portuguesas em celulóide) com «O Pátio das Cantigas», ou «O Pai Tirano», e acabar com «A Comédia de Deus» é assim como uma refeição em que a entrada é uma deliciosa, farta e simples sopa de espinafres (caseira) e a sobremesa um semi-frio de limão, comprado no “Mini-preço”…
Semi-frio de limão comprado no Mini-preço é absolutamente perfeito, Marco. Essa acertada definição não belisca nem um pouco a obra-prima que é A Comédia.
João Pedro Costa,
se gostas de histórias verdadeiras do João César Monteiro…era vulgar o homem armar episódios na mercearia do bairro (na esquina com a Augusto Gil). Uma delas deu-se, presenciada por uma amiga minha, vizinha dele, quando o JCM armou uma fita com a merceeira porque só queria levar três folhinhas de grelo para fazer um arroz para o almoço. E quem diz que a senhora o convencia de que só vendia o molho? “Mas eu só preciso de umas folhinhas para fazer o arroz de grelos para o almoço!!” (Devia ser para acompanhar as fanecas fritas. Que delícia…)
Maravilha, edie! A Comédia tem um diálogo muito semelhante num talho.
Desculpem a interrupção para ouvir “um” outro “juíz”.
Jorge Coroado sobre o golo do Porto: o lance foi legalíssimo, rebeubeu, haveria nuances se o árbitro estivesse a perturbar um defesa ou, imagine, se a equipa manifestasse muito rapidamente (à velocidade de um processador pentium 3,2 Gh?) vontade em formar barreira.
Será que só eu desconfio que, num livre indirecto, dentro da grande àrea, todas as equipas formam barreira?
(Não é nada, mesmo nada contra o Porto, mas que diabo, às vezes julgo melhor estarmos calados)
Val,
Eu estou curiosa.
Qual o motivo da sugestão deste tema ????
Primo, foi só isso: princípio dos anos 90, eu andava com uns amigos pelo Bairro, e ele chegou com uma boneca ao tasco onde estávamos, pedindo para entrar no jogo de matrecos que decorria. Não disse uma única palavra durante todo o tempo em que lá esteve, pelo que o João de Deus em tudo se afigura com o seu criador.
Quanto a ser doido, referia-me à sua dimensão de intelectual excêntrico, a caricatura do génio louco. Por isso, e por mais gosto popular que ele tenha expresso na sua obra, ainda falta um bom bocado para o espectador médio desfrutar com proveito do imaginário de Holderlin.
__
Carmim, sou um apaixonado pelo cinema, por Portugal e pela comédia. E tenho o sonho de escrever nesse género para cinema. Daí a minha curiosidade.
Val,
tens tanta matéria prima…mãos à obra!!
Conheço outra história verdadeira do João César Monteiro, que não mete matraquilhos nem folhas de grelos. Um dia, obrigou a mãe a telefonar aos amigos, dizendo que ele tinha morrido e a pedir ajuda para pagar o funeral do filho. Parece que teve particular gosto em gastar esse dinheiro e lata suficiente para aparecer aos amigos algum tempo depois.
j de joão, LOL. Se for verdade, essa é mesmo a melhor comédia de sempre! Genial!
edie, é esse o espírito!
__
j de João, essa, sim, é uma boa história do César Monteiro. Muito obrigado.
Valupi, se é que precisas de ideias para as tuas comédias cinematográficas (e uma vez que concordas que o César Monteiro tem um sentido de comédia demasiado luxuoso, fino e aguçado, assim como o melhor penso higiénico do mercado), sugiro-te que explores o suculento “Triângulo das Bermudas” da Comédia à portuguesa, cujos vértices são, para mim: 1º) os melhores filmes lusos dos anos trinta a cinquenta (O PAI TIRANO, O PÁTIO DAS CANTIGAS, A CANÇÃO DE LISBOA, O COSTA DE ÁFRICA, etc….); 2º) o humor corrosivo e delirante dos melhores tempos e criações televisivas do HERMAN JOSÉ; 3º) o glorioso e arrasador universo mental dos IRMÃOS CATITA, desde as músicas às letras, passando pelas estrepitosas interpretações ao vivo! Penso que todo o potencial comédico da alma portuguesa (vertentes-limite César Monteiro e Quim Barreiros incluídas) se encontra amalgamado dentro do triláterio definido por tais vértices.
De caminho, será conveniente evitar tudo o que se assemelhe aos piores sub-produtos humorísticos nacionais, desde o defunto Badaró até às prelecções dominicais do D. Rebelo de Sousa…
Ai, “trilátero”, caraças…
Eu gostaria que alguém pudesse informar-me, no caso de saberem, qual a localidade mais ou menos exacta em que foram filmados os filmes “A Canção de Lisboa” e o “Páteo das Cantigas”. Tive a informação recente que quanto a “Canção de Lisboa”, o mesmo foi filmado entre o Castelo e a Graça. Será verdade? Falta-me saber também quanto ao “Páteo das Cantigas”.
Quem puder ajudar com alguma informação, eu agradeço o favor.
Saudações
Francisco Silva
TURMA LUSA DE LISBOA
(Grupo Tradicional no lançamento de Balões Sãojoaninos) turma.lusa.mensagens@gmail.com
Sinceramente, penso que é esta que passou no último ano, com honras de transmissão em horáro nobre dos três canais generalistas e fez sucessivas manchetes em tudo o que é revista, semanário e diário publicados, ditos de informação: «Asfixia democrática».
Como ainda há poucos dias ouvimos da boca do Sr Preocupado Cavaco Silva, temos todos que prestar muita atenção à liberdade de expressão ou melhor, à falta dela, como tão brilhantemente nos dá conta a mais famosa de todas as peças teatrais, a tal «Asfixia Democrática».
Os actores têm sido inexcedíveis, sobressaindo meia dúzia de pachecos, monizes e crespos, respaldados de uma forma extraordinbária, num coro que actuou em »uníssono de oposição», superando, de longe, o que de melhor se viu e ouviu da velhinha «Assembleia São Beneditina».
Se de ficção se trata, é difícil escolher a melhor tantas ela são. Mas de não ficção, é inesquecível aquele episódio, que passou na TV, do discurso do dr. Santana Lopes na sua tomada de posse como 1º ministro.
De pé para a mão, não estou a ver, Valupi, mas lá terá de ser um clássico com mais de meio século. Hoje não fazem senão tragédias de toda a espécie
Primo: que pergunta fácil, caramba. A César o que é do João Monteiro: a de Deus, obviamente.
Evidentemente «O PÁTIO DAS CANTIGAS» (de Continelli Telmo?), com o genial “Maestro” António Silva em grandioso destaque, mas muito bem coadjuvado pela magnífica Laura Alves, pelo espantoso Ribeirinho, pelo incomparável Vasco Santana e pelo charmoso António Vilar. A melhor comédia, senão mesmo a obra máxima do Cinema português em todos os tempos!
Mas a pergunta inteligente seria: porque funcionam tão bem e tanto nos fazem rir com genuíno prazer as Comédias filmadas em Portugal nos anos trinta e quarenta? Quem souber a resposta, perceberá melhor o porquê deste indefinido mal-estar português dos nossos tempos…
Xiii…nem sei por onde começar…
Pedro Passos Coelho a “mudar o PSD” é uma boa comédia…
Os corninhos do ex ministro, “Alcochete jamais” e “Está para nascer o 1º melhor que eu no défice”, também são bons exemplos…
“O exemplo democrático da Madeira”, “Os mails violados em Belém”…
“O sucateiro e os robalos”, tem sido um fartote de comédias em Portugal…
” A vida na Camorra de Socrates”
PREC
Sim, o “Pátio das Cantigas”!… :)
Ó Evaristo tens cá…?………
Magnífico António Silva…ainda hoje rimos genuinamente com as personagens por ele interpretadas.
Pateo das Cantigas.
eu acrescentaria ao Pátio das Cantigas outras duas de que gosto mais: A Canção de Lisboa e o Pai Tirano
Quem é que lhe deu autorização para me tratar por tu?
Eu.
Val,
Penso que vai ser: a audiência ao Manuel Fernandes na AR. O prenúncio foi dado hoje de viva voz na rádio (TSF e RCP).
Quando questionado sobre a intenção do PS de fazer incluir as famigeradas escutas a Belém nas audiências, o JMF sai-se com esta: – o “PS quer substituir um assunto especifico (note-se, o assunto Mário Crespo) pelo sexo dos anjos” (sic).
Ora bem, o anterior director do Público, publicou em ano de eleições, crónicas que visavam prejudicar o Sócrates. Crónicas que afinal, também para ele, não passavam de “sexo dos anjos”.
Está tudo doido?
Para mim, sem dúvida que a melhor comédia do cinema português é o “Pai Tirano”!
Mas logo a seguir é-me difícil escolher: “Canção de Lisboa”, “Leão da Estrela”, “Pátio da Cantigas”, “O Grande Elias”, etc. etc.
Bons filmes como piadas e situações intemporais!!
Agora se querem falar da melhor comédia do século então é fácil:
Se se se provar a existência, volto a referir, se se provar a existência dum tal plano para controlar órgãos de comunicação, então a comédia reside no facto de Sócrates e o PS não o terem sabido fazer com a mestria de Alberto João Jardim:
«a EDN – Empresa Diário de Notícias, detida maioritariamente pelo Grupo Blandy, não dá sinais de recuo e responsabiliza a crise, Alberto João Jardim e a concorrência desleal do “Jornal da Madeira” (“JM”), pela actual situação financeira da empresa»
http://politicaevida.blogspot.com/2010/02/coisas-do-passado.html
O romance da manela com o josé, mas, pois é que josé será? Moniz? Sócrates?
Depois a canção de Marco Paulo “eu tenho dois amores”.
Esta seria a minha comédia preferida e tu val podias escrever o argumento. Não sei se esta comédfia não seria mesmo um ícone da nossa modesta 7 arte e quem sabe se não passava froneiras, para tal bastava ter J M Fernandes como crítico de cinema.
É isso precisamos de comédia real tipo USA.
Pensem bem e veem que eu tenho razão…
Está a decorrer agora, às 16H11, na AR, com a audição ao JMF;
Chama-se o indigente mental…
in Expreso Online
Fernando Nobre, o líder da organização não governamental AMI, Assistência Médica Internacional, vai avançar com uma candidatura a Belém.
Evidentemente o “Kilas – O mau da fita”. nem há nada de equiparável a muitas milhas de distância!!!
Val, são tantas, uma negras, outras mais a atirar para o realismo. Eu aqui não tenho certezas nenhumas…
Mas também quero saber qual é a tua certeza inabalável…vais dizer?
Crespo na AR confirma que continua com forte recalcamento, traumatizado em resultado ainda da entrevista ao Ministro Silva Pereira.: tem razão, Silva Pereira escusava de o humilhar ( foi um obrigação)..
Isto sim, é uma boa notícia: http://www.publico.pt/Política/fernando-nobre-quer-ser-presidente-da-republica_1423147
Vai ser difícil não levar com o meu voto.
A melhor comédia?
Deixe-me pensar.
Ainda estou a pensar…ainda estou aqui.
Já sei.
Descobri.
Depois de ler o trabalho do Dâmaso, adjunto do Óctavio Ribeiro do CM.
O Freeport, com a sequela Face Oculta e, agora, a Central de “Camionagem” do Sócrates, que dá pelo nome de SIMPLEX.
Abraço,
J.A.
A melhor comédia??????????
O GRANDE PROBLEMA É QUE TODA ESTA FANTOCHADA, FEITA A PARTIR DE INTERPRETAÇÕES DE ESCUTAS, ESTÃO A FAZER RESVALAR ESTE PAÍS PARA UMA SITUAÇÃO, QUE PODERÁ ACABAR É EM
T R A G É D I A …….. para quem?
Os do costume: o mexilhão – os desfoverecidps de sempre
já adaptaram a filme a “Farsa do Juíz da Beira ” ? se sim , aposto que é essa a melhor comédia.
Crespo no formato Xerox na AR, sobretudo nas cenas: leitura do Avante em fotocópias, às escondidas de Kaulza; exame duríssimo de 3 horas para a carta de patrão de costa; momento em que está deitado com a… mulher, lendo, e lhe anunciam a censura da crónica; distribuição de fotocópias aos deputados, salivando constantemente os dedos; referência à carestia de vida dos jornalistas a propósito do bife do Snob que já foi; o refrão “eu tinha um jornal para as minhas crónicas e o jornal foi-me roubado”…
Se ainda houver justiça, Crespo ganha e folgadamente.
A política sempre forneceu material para comédias, é verdade, e também para tragédias, ainda mais, mas eu apenas estava interessado em cinema. E a minha preferência já foi referida: Pai Tirano.
Para lá do maravilhoso elenco, nisso comparável a outros filmes do panteão, o que considero extraordinário é o argumento. A intensidade, e a criatividade estilizada, do ritmo das piadas não tem exemplo similar no cinema português. É espantoso, para mim, que tal não tenha gerado uma escola ou um filão.
O António Silva a dizer «Ó Amália, tu com a tua voz e eu com a minha garganta podemos ir longe!» Falta saber o nome do filme mas a situação é exemplar de cómico…
Xiiiiiii, difícil! Se for da vida real os nomeados são mais que muitos. Sim, que o nosso país é uma fita e pêras. Se for daquelas da “pantalla” mesmo pode ser aquela do “é palheto”.
Em contraponto ao Kaulza com o Crespo será que é aceite o encontro na Jamba – em 12 de Março de 1991 – entre Savimbi e João Soares, apadrinhado por Armando Vara (este homem está em todas…!) e António Maria Pereira?
Decerto que João Botelho teria aqui um excelente argumento para um bom filme, a exemplo do que fez com o livro “Eu Carolina”. Aqui, a argumentista poderia muito bem ser Teresa Ricoh. Assim como assim, o fio de “estória” não seria muito diferente.
Ah! A pergunta referia-se a comédias, não é?
Pois. Com estas personagens duvido que se consiga mais do que uma tragicomédia, pese embora Savimbi ter sido um democrata dos sete costados e as outras ilustres pessoas terem desempenhado bem o seu papel que não meramente decorativo.
Mas isso agora não interessa nada.
Em vez de comédia temos uma tragédia, que só não é grega porque Sócrates – o Filósofo – já morreu há muitos anos.
O Pai Tirano é, cinematograficamente, incomparável a A Comédia de Deus. E o argumento, do ponto de visto discursivo, é irrisório comparado ao registo poética e ao diálogo parnasiano do César Monteiro. E depois, que raios, é infinitamente menos português.
E depois há o ritmo, como referes. A Comédia é sinfónica, as imagens ordenam a sua beleza em andamentos.
FALA DO VELHO A CIRCE ENQUANTO LHE ARRANJA O CABELO
Não vamos usar o champô anti-caspa.
Tens o cabelo sedoso e vê-se que lavadinho.
Não precisas: vamos penteá-lo um pouco e puxá-lo
para trás. Isso. Puxa-o todo. Assim.
– Tenho o cabelo rebelde.
– Antes o cabelo que outra coisa.
Tens a tez altiva. O porte senhoril. Mas bem.
Vamos apenas colocar-lhe esta fitinha
para que se não solte.
Perfeito.
***
Não é?
E a aula de natação, a propina da escola da vida, a conversa ao telefone em que, por artifícios do diálogo, ficamos com a ilusão de apenas termos ouvido a inaudível interlocutora, etc, etc
Primo, eu coloco a “A Comédia de Deus” no plano da glosa enquanto exemplo de comédia, mas obra superlativa por ser exercício artístico adentro da poética do César Monteiro. Não posso concordar mais contigo, pois: são filmes incomparáveis. Um quer apenas ser uma festa popular, na tradição do “estilo invisível” de Hollywood, o outro é a continuada afirmação de um complexo meta-autor com traços largos e fundos de genialidade.
Aliás, quanto à realização, o “Pai Tirano” é mediano, ou tão-só cumpridor, embora com excelente montagem.
Certo. Mas olha que não coloco, ao nível da recepção, a Comédia nesses píncaros. A festa popular e a música pimba está lá bem presente. O João César Monteiro é gloriosamente popular.
Sim, o César Monteiro é gloriosamente popular. Mas doido. Digo isto do alto da autoridade conferida por ter jogado matrecos com ele e uma das suas musas ninfetas no Bairro Alto – totalmente por acaso e nunca antes tendo falado com o homem (de resto, ele não abriu a boca durante o jogo, nem quando se foi embora). Mas o intento da “Comédia” não é o estudo ou a citação do registo popular, antes a sua apropriação para a narrativa tríptica ao serviço do protagonista-autor. E o riso é doloroso, rompe alucinado de uma terra melancólica.
Enfim, agora fiquei com vontade de rever o filme só para me dar conta dos disparates que aqui deixo.
Eu fiquei com vontade de rever os dois…
jcfrancisco: essa fala é do filme “Fado, história d’uma cantadeira” (de 1948). Não é propriamente uma comédia, mas o António Silva conseguia dar sempre o seu toque pessoal, mesmo em dramas.
LOL! Jogaste matrecos com o César Monteiro! Que maravilha! Conta mais! Conta mais!
(E claro que era doido. E ainda bem.)
E o Leão da Estrela? ;))
Começar uma conversa (sobre comédias portuguesas em celulóide) com «O Pátio das Cantigas», ou «O Pai Tirano», e acabar com «A Comédia de Deus» é assim como uma refeição em que a entrada é uma deliciosa, farta e simples sopa de espinafres (caseira) e a sobremesa um semi-frio de limão, comprado no “Mini-preço”…
Semi-frio de limão comprado no Mini-preço é absolutamente perfeito, Marco. Essa acertada definição não belisca nem um pouco a obra-prima que é A Comédia.
João Pedro Costa,
se gostas de histórias verdadeiras do João César Monteiro…era vulgar o homem armar episódios na mercearia do bairro (na esquina com a Augusto Gil). Uma delas deu-se, presenciada por uma amiga minha, vizinha dele, quando o JCM armou uma fita com a merceeira porque só queria levar três folhinhas de grelo para fazer um arroz para o almoço. E quem diz que a senhora o convencia de que só vendia o molho? “Mas eu só preciso de umas folhinhas para fazer o arroz de grelos para o almoço!!” (Devia ser para acompanhar as fanecas fritas. Que delícia…)
Maravilha, edie! A Comédia tem um diálogo muito semelhante num talho.
Desculpem a interrupção para ouvir “um” outro “juíz”.
Jorge Coroado sobre o golo do Porto: o lance foi legalíssimo, rebeubeu, haveria nuances se o árbitro estivesse a perturbar um defesa ou, imagine, se a equipa manifestasse muito rapidamente (à velocidade de um processador pentium 3,2 Gh?) vontade em formar barreira.
Será que só eu desconfio que, num livre indirecto, dentro da grande àrea, todas as equipas formam barreira?
(Não é nada, mesmo nada contra o Porto, mas que diabo, às vezes julgo melhor estarmos calados)
Val,
Eu estou curiosa.
Qual o motivo da sugestão deste tema ????
Primo, foi só isso: princípio dos anos 90, eu andava com uns amigos pelo Bairro, e ele chegou com uma boneca ao tasco onde estávamos, pedindo para entrar no jogo de matrecos que decorria. Não disse uma única palavra durante todo o tempo em que lá esteve, pelo que o João de Deus em tudo se afigura com o seu criador.
Quanto a ser doido, referia-me à sua dimensão de intelectual excêntrico, a caricatura do génio louco. Por isso, e por mais gosto popular que ele tenha expresso na sua obra, ainda falta um bom bocado para o espectador médio desfrutar com proveito do imaginário de Holderlin.
__
Carmim, sou um apaixonado pelo cinema, por Portugal e pela comédia. E tenho o sonho de escrever nesse género para cinema. Daí a minha curiosidade.
Val,
tens tanta matéria prima…mãos à obra!!
Conheço outra história verdadeira do João César Monteiro, que não mete matraquilhos nem folhas de grelos. Um dia, obrigou a mãe a telefonar aos amigos, dizendo que ele tinha morrido e a pedir ajuda para pagar o funeral do filho. Parece que teve particular gosto em gastar esse dinheiro e lata suficiente para aparecer aos amigos algum tempo depois.
j de joão, LOL. Se for verdade, essa é mesmo a melhor comédia de sempre! Genial!
edie, é esse o espírito!
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j de João, essa, sim, é uma boa história do César Monteiro. Muito obrigado.
Valupi, se é que precisas de ideias para as tuas comédias cinematográficas (e uma vez que concordas que o César Monteiro tem um sentido de comédia demasiado luxuoso, fino e aguçado, assim como o melhor penso higiénico do mercado), sugiro-te que explores o suculento “Triângulo das Bermudas” da Comédia à portuguesa, cujos vértices são, para mim: 1º) os melhores filmes lusos dos anos trinta a cinquenta (O PAI TIRANO, O PÁTIO DAS CANTIGAS, A CANÇÃO DE LISBOA, O COSTA DE ÁFRICA, etc….); 2º) o humor corrosivo e delirante dos melhores tempos e criações televisivas do HERMAN JOSÉ; 3º) o glorioso e arrasador universo mental dos IRMÃOS CATITA, desde as músicas às letras, passando pelas estrepitosas interpretações ao vivo! Penso que todo o potencial comédico da alma portuguesa (vertentes-limite César Monteiro e Quim Barreiros incluídas) se encontra amalgamado dentro do triláterio definido por tais vértices.
De caminho, será conveniente evitar tudo o que se assemelhe aos piores sub-produtos humorísticos nacionais, desde o defunto Badaró até às prelecções dominicais do D. Rebelo de Sousa…
Ai, “trilátero”, caraças…
Eu gostaria que alguém pudesse informar-me, no caso de saberem, qual a localidade mais ou menos exacta em que foram filmados os filmes “A Canção de Lisboa” e o “Páteo das Cantigas”. Tive a informação recente que quanto a “Canção de Lisboa”, o mesmo foi filmado entre o Castelo e a Graça. Será verdade? Falta-me saber também quanto ao “Páteo das Cantigas”.
Quem puder ajudar com alguma informação, eu agradeço o favor.
Saudações
Francisco Silva
TURMA LUSA DE LISBOA
(Grupo Tradicional no lançamento de Balões Sãojoaninos)
turma.lusa.mensagens@gmail.com