O Secretário Regional das Finanças da Madeira, Ventura Garcês, afirma estarem “tecnicamente erradas” as contas relativas à dívida da Madeira apresentadas esta tarde pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar. “Reitero que a dívida da Madeira é de 5,8 milhões de euros”, disse em conferência de imprensa.
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O Secretário Regional das Finanças de um Governo social-democrata que falcatrua as contas declara que o Ministro das Finanças de um outro Governo social-democrata anda a falcatruar as contas.
Aldrabão por aldrabão…
Vamos a ver se com esta história toda não é o Gasparote que vai sair mal na fotografia.
Há a dívida da Madeira e há a dívida do governo regional que não são realmente a mesma coisa. Quanto à dívida »real» do governo, poderá não ficar por aqui…
Bom, não interessa: o que interessa é que vamos ser nós a pagar.
E no fim do artigo, reparei na falta de originalidade, o dito Garcês diz que o responsável pela dívida da Madeira é José Sócrates. Portanto, eu acho que a Procuradoria Geral da República, se chegar a aplicar a terrível multa de 25.000 euros, devia sacá-la ao Sócrates e, depois, como preconiza a lei, revertê-la a favor do Governo Regional da Madeira. Não é muito, mas sempre dá para mais uma mariscada.
Sócrates tem as costas largas, é o que é.
Julgo poder afirmar sem a mais pequena sombra de dúvida que deverá ser a ele assacada a culpa pelo derretimento das calotes polares!
E pelo Tsunami japonês!
E já que estamos lançados, que raio, porque não juntar a culpa pelo desaparecimento dos dinossauros há alguns milhões de anos atrás?! Não vos parece razoável?!
“Hoje em dia tudo é mal visto”.
Se eu fosse o Presidente da Bófia Suprema da Nação sabia como é que as coisas se resolviam. Ai sabia, sabia. Nem sequer precisava de mandatos. Prendia os gajos todos e submetia-os ao poder insano de cada um dos duzentos e tal instrumentos de tortura da inquisição anti-marrana como esses em ferro forjado que vemos ai pelos museus da cultura histórica e dos coches. E se os gajos não confessassem as falcatruas todas cometidas nos livros e nos computadores com codificações directas aos bancos PSD (porque os outros estão inocentes, de acordo com investigações preliminares que resultaram em KOs técnicos), punha-os num avião, tipo Antonov 22, ou numa flotilha deles, e mandava-os para Guantanamo para serem submetidos à tortura da cachaça forçada, especialidade duns meus conhecidos instalados nesse enclave.
Era remédio santo. Criava era alguns mártires, mas o qué isso, comparado com a grande medalha que me iriam espetar no peito?
E gostei da feliz escolha de “calote” do Gato Pingado.
Olha, a senhora ohoh, ainda não chegou. Que pena! Teria ido às compras?
Portugal, inteiro, é uma imensa falcatrua.
A dívida da Região Autónoma da Madeira era conhecida há muito tempo. E o seu montante também. Sendo uma “região autónoma”, os seus governantes e órgaõs executivo e deliberativo, são responsáveis pelas regras da autonomia.
A Madeira deixou de receber FEDER pois alcançou um nível de desenvolvimento, medido por Bruxelas, que a retira do número das regiões que podem receber fundos comunitários. Essa a razão desta dívida monstruosa, além da política de investimentos da Madeira, controlada pelo Dr. Albero João Jardim e seus acólitos, ter sido e continuar a ser uma autêntica política de quase “terra queimada”. A rede de Scut’s é uma bestialidade em termos de planeamento e do ordenamento do território. Eu conheço o suficiente da Ilha da Madeira para o afirmar com um grande sentido de revolta e de pasmo. A Madeira caminha a passos largos para um destino turístico de massas o que lhe vai ser fatal. Que são deles, os bordados ? E os bons vinhos e licores ? Que é dele o verdelho de Porto Santo ? Etc, etc, etc. O Funchal é atualmente uma cidade completamente arrazada pelo motorização excessiva. Os municípios na Madeira não mandam nada, não têm nenhuma capacidade de fazer política local. O governo Regional abafa tudo. Quem ousar que me desminta. O Dr. Jardim vai novamente ganhar as eleições com a ajuda dos padres e não tem o mínimo pudor em arrepiar caminho. Será o “herói” que cairá com os seus próprios pés de barro. Não tenho a menor das dúvidas. É apenas uma questão de tempo, esse grande Senhor.
Um dia, já vão lá mais de trinta anos, no regresso ao quartel de Balacende, onde cumpria o serviço militar obrigatório, numa coluna motorizada, notamos algo a correr da picada para a mata. Quando assim acontece, toma-se as medidas necessárias de segurança para não se cair numa emboscada e só depois é que se avança. Assim aconteceu e passados uns minutos demos com um indivíduo de raça negra que se escondia de nós para não ser capturado. Quando o mandamos vir até nós com as mãos no ar é que reparamos que se encontrava sozinho. Não queríamos acreditar no que víamos! Não era nenhum guerrilheiro dos movimentos que combatíamos mas, sim um pobre trabalhador das lavras, que trabalhava nestas, para produzir alimentos para os ditos guerrilheiros. A sua fisionomia, barba crescida, muito magro, era a pele em cima do esqueleto, o que nos deu pena por ver assim tal figura.
Chegados ao quartel, depois das formalidades, foi tomar banho, arranjou-se alguma roupa e tratou-se da alimentação. Éramos inimigos mas possuíamos sentimentos. A fome era tanta que devorada tudo o que se punha à sua frente. Achou-se mal. Foi transferido para a enfermaria do quartel de Quicabo, – espécie de hospital – passados três dias morreu da congestão provocada pela ânsia de devorar tudo.
Vem tudo isto a propósito da dívida e do que se passa na Madeira. Em 1998 foi ali passar dez dias de férias a casa do meu irmão que ali trabalha. Encantei-me com a Madeira. Da sua gente, da maneira cordial como me tratavam, tirando a alcunha “cubano”, as suas paisagens, o ambiente diurno e nocturno, não havia sem abrigos, pedintes, – só uma vez, numa noite, num parque de estacionamento grátis, em frente à Assembleia Legislativa Regional é que apareceu um indivíduo pedindo-me um “cascalho” que mais tarde vim a saber que se tratava de uma moeda.
Como referi andava encantado com o que ia vendo. É certo que aos lugares que fui, fora o Funchal, eram visitas turísticas. Embora tivesse uma viatura emprestada mas, para fora do Funchal, fui sempre acompanhado por outras viaturas de e com pessoas amigas. Corri quase todos os concelhos da Ilha da Madeira: Funchal, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol, Calheta, Porto Moniz, S. Vicente, Santana, S. Cruz, Machico e Porto Santo. De todos o que vi mais empobrecido foi Machico, mas isso por razões políticas, diziam os meus amigos.
Em 1999 fui para ali trabalhar e a Madeira era praticamente a mesma, embora se notasse um certo crescimento na construção civil. Nas viagens de e para a Madeira notava-se um certo movimento de operários da construção civil, continentais. Na freguesia que morava, Caniço, no concelho de S. Cruz, notava-se um certo desenvolvimento. Era das povoações mais próximas do Funchal e por vias disso e dos terrenos serem mais baratos os construtores civis aproveitaram para ali construir. Nesse tempo também ocorreram as obras no aeroporto de S. Catarina e o seu aumento da pista de aterragem. Até ai era um levar a mão ao coração, um silêncio sepulcral com a aterragem, o que depois, consistia com o bater de palmas e vivas aos pilotos.
Corri toda a Ilha, tinha viatura própria, o que deu para me inteirar do bom e do mau que ali havia. Não era como acontece a muitos dos turistas continentais que ali vão e que só lhe mostram o que lhes interessa. Vi muitos lugares bonitos e bem asseados. Outros feios e bem sujos. Naquela altura Câmara de Lobos era o exemplo.
Em 2002 regressei ao Continente e já se dava conta que a Madeira estava a perder qualidade de vida. Por força das circunstâncias tive de lá voltar por várias vezes e notava essa qualidade de vida cada vez a piorar. No Funchal não faltavam sem abrigos. Junto ao Centro Comercial Anadia era um fartar. A freguesia em que morava quase quadruplicou. Quando assim é começam a vir as complicações, tais como: trânsito e saneamento. Ainda estes dias li num diário da Madeira, Jornal da Madeira ou Notícias da Madeira a queixarem-se que a escola secundária do Caniço já não suporta tantos alunos. O seu concelho, S. Cruz, já foi ultrapassado pela freguesia do Caniço.
Fizeram-se obras sem se verificar o custo/ benefício. Redes viárias, túneis – “furados” como ali dizem – agora são mais que muitos, rodovias em que algumas não passa quase ninguém, parques aquáticos, como o de S. Pedro no concelho de S. Cruz que está sempre às moscas. Quem como eu que conheceu a Madeira antes e depois é que pode fazer uma avaliação justa e chega à conclusão que o custo benefício não se justifica. Não sou contra o progresso, sou contra as obras faraónicas. Exemplo disso é Machico. Outrora abandonada e agora são obras e mais obras, algumas ao abandono, caso do tecnopólo. Os meus amigos chamavam-lhe mamarracho.
Quando ali ia e via estas obras vinha-me à memória a passagem que conto no princípio do texto e relatava-a aos meus amigos sendo por eles contrariado. Mas, para tudo, o tempo é o nosso melhor testemunho. E, ele aqui está. Infelizmente.