Procura-se bigode ainda mais farfalhudo

Ao dia 11 de Junho de 2015, é inquestionável que o Ministério Público, sob a direcção de Joana Marques Vidal, comete crimes de divulgação de informação sigilosa com a cumplicidade de jornalistas e meios de comunicação social que lucram com essa actividade criminosa. A este primeiro grau de gravidade acresce a intenção difamatória e caluniosa com que determinadas informações são reveladas. E a este segundo grau acresce o propósito de influenciar politicamente a opinião pública, gravidade extrema por estarmos em ano eleitoral, em pré-campanha e a poucos meses de eleições legislativas. Esta constatação já não está no campo das hipóteses, é demonstrável e demonstrada uma vez mais ficou no dia de ontem: leia-se o Correio da Manhã e a Sábado e o que ali temos é a reacção descontrolada e violenta de quem se sentiu derrotado pelo que um arguido tinha decidido fazer com a sua liberdade e na plenitude dos seus direitos. Recorde-se que o sofisma da procuradora-geral da República para lidar com o assunto, alegando que só no final do processo é que se saberá quantas das informações reveladas na imprensa estavam mesmo na posse da Justiça, já foi desmontado pelas peças processuais tornadas públicas, as quais confirmam que o que foi aparecendo consta textualmente das teses da acusação.

Não importa saber neste momento, porque não temos meios para o aferir, se tal conduta dos magistrados que tomam essas decisões resulta de uma grande conspiração da direita decadente ou se estamos apenas no domínio da medição de piças. Importa é que o resultado é exactamente o mesmo: o Estado de direito em Portugal é uma anedota, e são muitos os que estão a rir à gargalhada. O que está a acontecer não é separável dos actos violadores da decência e da Constituição realizados por Cavaco em Belém, nem do revanchismo persecutório da ministra da Justiça com o seu cínico “fim da impunidade”, nem das tentativas do PSD de Ferreira Leite e de Passos de criminalizarem governantes socialistas, nem do discurso da oligarquia direitola atacando vilmente Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento e respectivas instituições, nem da sede de protagonismo corporativo e justiceiro dos magistrados, nem do absentismo do PCP e satélites que vêem o Estado de direito como uma artimanha imperialista e os quais adoram tudo o que possa prejudicar o PS, nem, por fim, do tabloidismo que assume por cá uma agenda populista com um único alvo partidário. Estamos perante uma tempestade perfeita, única forma de explicar que não apareça um grito de revolta face ao que se está a fazer com o cidadão Sócrates, o qual acumula com ser ex-secretário-geral do PS e ex-primeiro-ministro.

Há um “caso Sócrates” que subsome as dimensões partidária, governativa e judicial e se constitui como uma questão de regime. Neste momento, a própria Justiça encarrega-se de fugir de si própria no afã de se mostrar mais forte do que o arguido que mantém preso. Porquê? Ninguém vai explicar como é que uma pulseira electrónica impede perturbações no inquérito e ter guarda à porta ou outro tipo de vigilância à distância não impede? Ninguém vai explicar como é que o juiz abdica de ouvir o arguido sobre a alteração da medida de coação? Acaso não serão os critérios para se decidir do “risco de perturbação de inquérito” algo completamente arbitrário e subjectivo? Por que razão se decidiu da prisão de Sócrates em Novembro quando, seis meses depois, é preciso ainda investigar tanta coisa à mercê dos poderes malignos do arguido? Por que razão se divulgou em Julho de 2014 que Sócrates estava a ser investigado? Por que razão se larga para os bastidores jornalísticos que a qualquer momento outros ex-governantes socialistas poderão vir a ser constituídos arguidos? Por que razão a quantidade de suspeitas de corrupção se parece aproximar de todo e qualquer acto governativo de Sócrates, de acordo com o porta-voz oficioso da investigação chamado CM? A ideia será conseguir prender todos os membros dos Governos socialistas?

Sócrates com a história dos empréstimos de Santos Silva borrou indelevelmente a pintura da sua carreira como político e como cidadão. Esse comportamento permite legítimas dúvidas das autoridades, e por variegadas motivações. Só que não me lembro de ter pedido à Justiça do meu país para me tratar como borrego. O aproveitamento e exploração que estão a ser feitos, seja qual for a sua origem, tem reais consequências na qualidade da democracia e na coesão da comunidade. Infelizmente, nem o PS de Sócrates, nem o de Seguro, nem o de Costa, por tão diferentes razões, assumiram o combate frontal na defesa do Estado de direito. Tragicamente, olha-se à volta e não se vê quem o consiga fazer perante o se passa agora na “Operação Marquês”. Nem partidos, nem tribunais, nem magistrados, nem organizações cívicas, nem órgãos da imprensa, nem académicos. E muito menos um povo civicamente atrofiado e sem cultura liberal. Restam umas vozes isoladas, e tímidas.

Seis meses de prisão e não sei quantos anos de investigação depois, fora todas as outras investigações passadas, estamos exactamente na mesma: há suspeitas difusas e confusas, não há provas nem acusação formal. E a situação poderá arrastar-se por anos e anos com os mesmo lesados e os mesmos beneficiários.

O “caso Sócrates” indicia que o nosso regime precisa de ser constituído arguido por suspeita de corrupção na administração da Justiça. Ainda não encontrámos foi o procurador com o bigode para tal façanha.

116 thoughts on “Procura-se bigode ainda mais farfalhudo”

  1. Mais que não fosse, pelo que fez ao país, Sócrates não é indiferente a ninguém. Só não percebo é esta indignação contra o nosso sistema de justiça, que na verdade está a funcionar melhor que nunca. E prova disso é o fim da impunidade a que várias corporações estavam habituadas.

    Mas o engraçado disto tudo é que o código penal que permite estas medidas de coação – que se prenda para investigar, e eu acho bem, porque de outra forma muitos processos nunca veriam a luz do dia, existe há mais de 3 décadas; ou seja existia quando Sócrates era primeiro ministro e até quando António Costa era ministro da justiça, não tendo nenhum deles achado que devia ser alterado.

    Mais, foi com este código penal que alguns políticos estiveram e estão presos sem acusação formada, alguns, não seis meses, mas anos, como Oliveira e Costa, Duarte Lima ou Isaltino. Nessa altura não ouvi nenhum socialista, e nem sequer nenhum social democrata a advogar a politização da justiça, a falta de democracia, a mudança no sistema e muito menos, obviamente, clamar pela inocência dos arguidos.

    Um regime democrático não é esse que o camarada advoga, é um regime onde a independência da justiça é total, o que aliás não aconteceu enquanto o governo de Sócrates manteve a justiça refém através dos suas mais altas figuras, Noronha do Nascimento, Cândida Almeida e Pinto Monteiro.

    Sugiro que se deixe a justiça funcionar, o que pela primeira vez parece estar a acontecer. E não digo isto por causa de Sócrates que já devia estar preso há mais de uma década, mas por todos os políticos de várias cores, por todos os altos dirigentes da administração públicas, pelos grandes empresários e banqueiros e até juízes que estão hoje a braços com a justiça.

  2. Tentando resumir o mais possível: qual seria a alternativa, portanto ?
    Decretar a censura de novo ?
    É mais que evidente que juizos de opinião (aquilo que chamam de julgamentos na praça pública) sempre houve e sempre haverá.
    Agora, a sentença, essa, é proferida num tribunal.
    Que após a sentença, persista a opinião de cada um, também é mais que certo. E, neste sentido, caso a decisão judicial, seja pela absolvição, sempre haverá alguem que seja de opinião que é culpado, e que deveria ter sido condenado.
    Portanto, o que pretende? Que se decrete também a uniformidade de pensamento ???
    Houvesse crime de governação irresponsável e danosa, e não estaríamos a perder tempo com pintelhos …
    Mas não há.
    Compreende-se …
    Caso existisse, haveria os cúmplices (os deputados da nação que devem fiscalizar, o PR que é suposto dever fazer também alguma coisinha, e por aí adiante).
    Por outras palavras: a merda chegava à ventoinha, e ía atingir muitos.

  3. APÓS 7 MESES, CONTINUAMOS A AGUARDAR A ACUSAÇÃO|!!!! QUE RAIO DE JUSTIÇA É ESTA???? ONDE ESTÃO AS PROVAS IRREFUTÁVEIS????

  4. “Por mim, assim que existir qualquer indício sólido de uma qualquer conspiração política na Justiça tem de se denunciar o caso até às últimas consequências.” – quem, estando na plateia, com uma visão privilegiada das coisas, disse isto aqui no aspirina, deveria explicar-se melhor.

  5. “pimpaumpum, a alternativa é começares a pensar.”

    Valupi essa sua tirada, faz-me lembrar o treinador Fernando Cabrita, que nos treinos, dizia aos jogadores : deambulem, deambulem …

    Mas pronto, inteiramente culpa minha, eu já sabia o que a casa gasta, e aquilo que você quer que eu pense …

    Basta dizer que não vou por aí.

    Não, não acredito em conspiração da Justiça .

    Que você me diga : cadê os outros ?

    Aí sim.
    Há outros figurões, muitos até, que também deveriam prestar contas, refiro-me a gente da área do PPD e do CDS.

    Mas, como sabe, a impunidade de outros, não pode servir de desculpa, para a impunidade concreta de um.

    No demais, que quer que lhe diga ?
    Que os factos apurados, tais como os conhecemos pela melhor comunicação social, têm para um julgador, o mesmo valor que a descoberta de uma truta dentro de um copo de leite ?

    Que pretendia, concretente ?
    Tudo devidamente documentado ?
    Papéis assinados, facturas-recibo e tudo o mais ?

    Por favor!
    Get real!

  6. Mas qual é o crime, o embaraço, a mancha de carreira, o alarme a indecência, a pouca vergonha, o invulgar, a trama, a vontade de nada esconder, o viver em casa de amigo rico, o querer estudar em Paris, o escrever, livros, oferecer esses livros, fazer de ermita, trabalhar para conhecimento superior qual é o delito do Homem?????????????????????????????????????
    Para além do que o pasquim da mãnha com redatores : pagos por nós e residentes no tal MP encarregues de todas as limpezas das poucas vergonhas dos políticos escolhidos a dedo nada mais se sabe, se vê se fala.
    Agora são as gravações dos interrogatórios?
    Vamos lá a ouvir tudo então!
    Com as vozes a sério : tragam lá as k7s.
    Vamos lá saber se José Sócrates está em forma para o ataque sem fffffffiiiiiimmmmmm que tem pela frente.
    Vamos lá saber quanto tempo a tal de campanha eleitoral vai resistir a não ter 80% de abstenção e, finalmente como qualquer idiota percebe, eleger os que, do alto das suas mão limpas com tribunas de pasquins que até desprezam, dos que com poses de assobiar para o lado vão ou não pagar a cobardia de não falar do que falam todos os ratos, e mal formados deste país que assim mostram de que massa se fazem alguns políticos no activo, as instituições a falada constituição que deve respeitar-se de tantos que batem no peito e pecam, pecam, pecam, pecam sem necessidade de absolvição.
    Isto está cada vez melhor.
    Cá por mim José Sócrates quanto mais tempo preso mais ilibado será na opinião pública de que tantos falam e rogam na calada das suas tocas que : seja só para ele, só para ele, todo o mal.
    Cá por mim : não será.
    Isto vai dar uma volta gigante.
    Para acalmar a volta ao estômago apareceu-me um anti ácido :
    – revejo o que foi dito na TVi24 já aqui mencionado, por gente que falou, sabe bem o que diz porque para isso estudou e continua a estudar.
    Fico com esperança de que que cresça cada vez mais os que como eu, tem uma cabeça sadia e acreditam no mais brilhante e corajoso político que deixou trabalho feito para os que agora viajam para a Venezuela rindo com aqueles risos de idiotas, exportam para onde não se exportava, falam de electricidade mais barata, de exportação da mesma e de tecnologias que o Homem lançou, promoveu e deixou para que o País possa ser algo mais que que uma toca de ratas de língua suja.
    José Sócrates obrigada por já ser o herói dos meus filhos.
    No início desta sujeira desconfiaram….mas agora já sabem ao que vieram as criaturas que de tão discretas (por serem muito feias) compram em pressas recomendadas novos fatos e gravatas, fazem fotos de pose e vão au baús das recordações tirar as mais apresentáveis imagens do invólucro dos seus cérebros curtos e delirantes e muito maus.
    Este caso vai ficar para História.
    Já acompanho os meus netos, esclareço e ouço as suas palavras de cabecinhas sadias são eles o meu futuro.

  7. só dá mesmo vontade de dizer palavrões para aliviar a alma cansada de borreguices. balelas de todos os lados menos por um, aqui contigo, vivemos efectivamente em uma península onde a verdade tarda e falha. :-(

  8. Ana Pardal: «(…) o nosso sistema de justiça, que na verdade está a funcionar melhor que nunca. E prova disso é o fim da impunidade a que várias corporações estavam habituadas.»

    A funcionar melhor do que nunca: a anedota do ano. Corporações judiciais incluídas?

    A farsa sinistra do julgamento Casa Pia, em linha directa das incriminações inquisitoriais e dos processos por bruxaria, como exemplo de «bom funcionamento por fim de impunidade» (a menos de um ou outro barão do PPD-Norte detido no Parque VII e logo evaporado dos media) ?

    O julgamento na praça pública através de «fugas» perfeitamente seleccionadas, facilmente investigáveis quando o número de possíveis criminosos responsáveis se pode contar pelos dedos de uma mão, como método?

    Algum jornal já publicou alguma «fuga» sobre o estado das «investigações» conduzidas no seio do Ministério Público, presumivelmente para responsabilizar os criminosos pelos seus actos? Ou será só para fins estatísticos e o «segredo de justiça» ad aeternum não permite divulgar nadinha de nada?

    Ana Pardal: «Mais, foi com este código penal que alguns políticos estiveram e estão presos sem acusação formada, alguns, não seis meses, mas anos, como Oliveira e Costa, Duarte Lima ou Isaltino. Nessa altura não ouvi nenhum socialista, e nem sequer nenhum social democrata a advogar a politização da justiça, a falta de democracia, a mudança no sistema e muito menos, obviamente, clamar pela inocência dos arguidos.»

    E desde quando é que apenas os pronunciamentos (ou sua ausência) dos socialistas e/ou social-democratas devem ser considerados para medir o estado da miserável justiça que temos?

    Não sou, e nunca fui, nem uma coisa nem outra, nunca votei em nenhum partido de cariz socialista ou comunista, e não tenho qualquer dúvida de que os atropelos à lei e ao simples bom senso da perseguição pessoal a José Sócrates baseada em sucessivas ficções raiam o absurdo como em nenhum outro caso.

    Não digo, de forma alguma, que o caso Sócrates revele maior iniquidade do que, por exemplo, o caso da prisão em Portugal e deportação para a Alemanha de um refugiado político alemão acusado de «negacionismo do “Holocausto”», i.e. de um delito de opinião, puro e simples (acerca do qual também não se ouve nenhuma organização de direitos humanos).

    O que digo é que o carácter conspiratório da perseguição a Sócrates, com todos os aspectos ridículos das suas inúmeras acusações surrealistas rapidamente esquecidas, e a coordenação que ele revela, só não são transparentes a todos porque vivemos num país de gente crédula e ingénua, habituada aos lugares comuns e a comer o esterco que o jornalismo tablóide e os magistrados corruptos ou especialistas em tribunais populares lhe oferecem, e desabituada de recordar, comparar e analisar criticamente pela sua própria cabeça.

    A justiça portuguesa é uma farsa, e um bom número dos seus agentes, sindicais ou outros, são farsantes sem princípios nem escrúpulos. E pretender que deixa de o ser pelo que estes ou aqueles partidários dizem ou deixam de dizer a seu respeito, é outra farsa para entreter o povinho inocente.

  9. Grande post, Valupi. Há gente que teima em não perceber que não vivemos tempos normais em democracia. Há gente que teima em não perceber que as Instituições da República foram minadas até aos alicerces e que a justiça caiu nas garras de verdadeiros patifes. A comunicação social, toda ela, transformou-se em porta-voz da canalha. Como podem os que se dizem democratas e da ética republicana aceitar esta “coisa” como normalidade democrata? Como podem aceitar, com mais gritinho menos gritinho, ver o PR a mentir, o PM a mentir, todos os ministros, à vez, a mentir, e achar isto normalidade democrática? Como pode assistir ao espectáculo do linchamento, levado a cabo pelos agentes da justiça e pela comunicação social, do ex-PM Sócrates, fazendo dele e das leis gato-sapato, e continuar a proclamar que isto é a normalidade da democracia? Como não perceber que a Operação Marquês é apenas um caso, dos mais gritantes talvez, da podridão que está destruir as instituições democráticas? Como pensa o PS de Costa passar por tudo isto como se fosse a normalidade da democracia? Sócrates fez muito do mesmo que Costa está a fazer, ou seja, acreditou ou fez que acreditou que as instituições democráticas não estavam a ser destruídas. Pois agora é tarde para reconsiderar. Para ele e para o País. Costa vai pelo mesmo caminho. Não aprendeu nada. Penso que isto vai ter mesmo de cair de podre como aconteceu ao regime salazarista, ficando provado que os portugueses suportam viver enterrados na merda até ao pescoço, só entrando em sobressalto quando a merda estiver prestes a sufocar a nação toda. Triste fado! Até quando?

  10. Caro Valupi,

    Acompanhei o seu argumentário e concordo come ele. Onde divergimos com ele é nas considerações que faz sobre a alegada relação de Santos Silva com JS. Esta divergência tem por principal razão o facto de introduzir um ruido moral numa discussão de principios éticos. Deviamos ser capazes de resistir a essa tentação.

  11. @Maria Abril,

    António Costa está a fazer exactamente o que deve fazer, que é não emititr o mínimo juízo de valor sobre a escandalosa conspiração judicial-mediática contra José Sócrates!

    Antes de mais, para impedir a completa subversão do regime, é preciso ganhar as próximas eleições. Sem isso, nada feito. Não duvide que tudo vai ser feito para tentar impedi-lo, e por todos os meios, assim que ele ou o PS oferecer o flanco a propósito de Sócrates, e até talvez sem essa exposição prévia.

    Para explicar melhor o que considero importante: pessoalmente, ainda sem idade para votar, entretive-me a angariar votos para Mário Soares e a sua CEUD na farsa eleitoral marcelista de 1969, escrevi por essas alturas uma carta ao The Times de Londres a explicar porque é que chamar-lhe “democratic elections”, como esse jornal fazia, era um insulto à inteligência; apoiei, na tropa, com todo o entusiasmo a revolta de 16 de Março de 1974 e a sua sequela de 25 de Abril; mais tarde, alistei-me no efémero Partido Liberal que não teve tempo de se candidatar a eleições, graças à sua proibição por obra e graça da santíssima trindade de então, composta por PCP, PS e PPD e ainda dominada pelo PCP e sector mais esquerdista do PS; votei CDS desde então, até ter passado a praticar a abstenção sistemática, não por desinteresse, indiferença ou desaprovação de um regime que considero democrático e decente, mas por considerar que nada de particularmente importante está em jogo. E na próxima eleição tenciono votar PS, sem a mínima hesitação e pela primeira vez na minha vida, pelas mesmíssimas razões de sempre.

    Gentes do PS e quejandos que por aqui pululam, não menosprezem os recursos e a ausência de escrúpulos da camarilha política que domina o presente PAF, nem os corporativismos judiciais activos, verdadeiros cancros da liberdade neste país.

  12. “Sócrates com a história dos empréstimos a Santos Silva borrou indelevelmente a pintura da sua carreira como político e como cidadão. Esse comportamento permite legítimas dúvidas das autoridades, e por diferentes razões.”

    a coisa até nem táva mal esgalhada até o dente partido da engrenagem entrar em ruminação dos habituais absolutos imperfeitos. desde quando é que pedir emprestado borra carreira política e o que é que as autoridades têm a ver com isso? não vejo ninguém preocupado com a carreira política ou imagem dos cidadãos cavaco, portas ou passos coelho, isto para falar de políticos activos com situações por investigar e esclarecer que envolvem dinheiros públicos.

    nota: os empréstimos são do santos silva e não a santos silva.

  13. As avariadas marias de abril vivem sabe.se lá em que idílico mundo. quando perceberem q a europa do estado de social de providencia e de direito é uma completa utopia face à concorrência imposta pelo esmagador bloco sino.soviético, então pode ser que possamos pelo menos discernir os contornos de coisas muito estranhas que minam a qualidade do estado de direito nonocidente e que se vão revelando aqui e ali como manifestacoes iniciais duma doença incurável, ou seja e por exemplo, através de casos como o do sócrates.

  14. Recuso-me a ler até ao fim. Mas como é POSSÌVEL que estes tipos debitem sobre matérias que pedem o prévio conhecimento de conceitos? Conceitos PLASMADOS em lei. Lei que se vê AGORA «impugnada» por um tipo que já foi LEGISLADOR e NUNCA DEU PELA PRISÃO PREVENTIVA! Só agora se lhe refere porque a vive. UM tipo que fica preso para daí tirar dividendos perante a PRAÇA PÙBLICA. Continua a emburrecer-se com atitudes que só o prejudicam. Isto é que não consigo alcançar. ARROGANTE, MENTIROSO e INIMIGO DELE PRÓPRIO.

    Como é que esta gente NÃO vê que nem a prisão preventiva no caso em concreto NÃO impediu a perturbação do inquérito?! E não vêm que a PROVA é seguramente DOCUMENTAL ( e também testemunhal! Que houve BUFOS e que estes são dos que partilham da lealdade socialista…).

  15. Claro que não podemos menosprezar as camarilhas.
    Mas existem comissões para tudo nos partidos onde, militantes independentes podem fazer a diferença sem o medo virginal de não se envolverem com o ferro em brasa com que o PS é torturado no corpo de José Sócrates :
    – dias e noites gélidos e sufocantes numa cadeia por ser o político destemido e com carácter que conhecemos.

    É hora de mostrar os dentes.
    Gente que vota e está no PS por ser um partido da Democracia, tem a magna oportunidade de sair da retórica institucional que tresanda a hipocrisia e desnorte e vir para Campanha falar para gente como eu.
    O António Costa lá deve saber e estar aconselhado para esta farsa-de-faz-de-conta mas outras gentes, mais jovens, menos comprometidas e com sangue na guelra que não se escusam a falar de forma assertiva em várias tribunas sobre este horror de massacre podem a parecer para podermos votar sem enjoo.

    Não foi assim que a Roseta foi parar à Câmara de Costa?
    Essa era anti-Sócrates.

    Venham de lá os que apreciaram o trabalho do Político que deu maioria absoluta ao PS e, por isso poder continuar, teria que ser abatido.
    A manobra vem de longe com ares de debate democrático :
    – vergonhosas comissões parlamentares, linguagem imprópria de gente que hoje volta a querer parecer séria -a-fazer-de-conta-que-não-disse-nada.
    Não é vetusta ferreira leite?

    Onde anda Augusto Santos Silva que sabe dizer e bem o que gente informada gosta de ouvir?
    Ou também só-pode-falar-de-futebol?

  16. Como é que os “Magistrados VIP” não vêm que há quem se esteja borrifando para o caso confreto de cidadãos concretos senão na medida em que isso releva procedimentos plasmados na lei que são inaceitáveis no contexto dos direitos, liberdade e garantias da Constituição ?! Sócrates não viu “isso” e só agora o preocupa pq o vive ? E então ? E os magistrados não viram “isso” ? Ou viram e calaram pq “isso” lhes facilita a vida para mostrar serviço ? Ou, pior ainda, promoveram “isso” activamente para poderem ter uma palavra activa na politica ? E como é que há quem ainda consiga defender que com tanta prova “seguramente documental” ainda não haja acusação ? Esclareça-nos , meritissimo, faça esse favor civico à incomensurável ignorância dos seus concidadãos !

  17. Enapa: «manifestacoes iniciais duma doença incurável, ou seja e por exemplo, através de casos como o do sócrates».

    A doença não é a vítima, chame-se ela Sócrates, ou Cruz, ou outra coisa qualquer. E não é certamente a necessidade absoluta de independência dos três poderes. A doença principal neste momento são semi-analfabetos sem cultura nem capacidade crítica, ou, pior ainda, energúmenos sem formação moral, alcantorados a postos de responsabilidade não só nos media e na política, mas (e talvez sobretudo) na máquina judicial (que por definição não pode, nem deve, responder perante os outros dois poderes) no meio de gente possivelmente decente mas incapaz de contrariar a pressão corporativa, a ponto de se enviarem inocentes para a cadeia para preservar as aparências. Investigação Maddie, processo Casa Pia, conspiração das «fugas» do caso Sócrates, que é que os cépticos querem mais?

    Acha que é por acaso que se começa a assistir com frequência a intervenções mediáticas onde se discute com a maior descontração o que seria melhor para este ou aquele grupo, a propósito de Sócrates e independentemente da sua inocência ou culpa (e culpa de quê ao certo?).

    O mesmo aconteceu no processo Casa Pia, sem um pio de protesto de ninguém quando a angélica criatura que dá pelo nome de Bagão Félix resolveu premiar as fantasmáticas testemunhas-vítimas que permitiram a magistrados embotados condenar inocentes para preservar as aparências.

    Este país é mau, é fraco. As suas virtudes são outras, são as apontadas nessas compilações de lendas a que se chamam evangelhos. Mas é da cambada sem vergonha que falo, não é do desgraçado rebanho.

  18. Correcção: leia-se «essas compilações de lendas a que se chama evangelhos» e não «chamam». Enfim, eu chamo-lhes aldrabices históricas, mas podem conter aqui e ali alguma moral.

  19. Gungunhana Meirelles,

    Absolutamente ! E confesso que me deixa perplexo o silêncio das vozes ( excepção honrosa de Mario Soares ) que fizeram dos direitos,liberdades e garantias o cerne da luta politica ao longo de toda a sua vida!

  20. Basta de fingir que vivemos a normalidade democrática e que a ” justiça funciona”. Exige-se uma revolução na comunicação do que está a acontecer à jovem democracia de Abril. Estou farta do faz-de-conta.

  21. Já agora, preciso: quando falo na camarilha política que domina o presente PAF, não me refiro sequer aos rostos mais visíveis, como o de Passos Coelho que tenho mais na conta de bonacheirão pouco inteligente, mais irresponsável que maquiavélico, ou de Paulo Portas que me parece demasiado vaidoso, infantil e superficial para subverter ou sequer querer subverter o que quer que seja. O perigo real não são as vedetas de fachada patra consumir e deitar fora, é a gente de segundo plano por trás delas, com as suas ligações aos media e ao aparelho judicial. Se é conspiracionismo a mais da minha parte, melhor. Se não é, cuidado.

  22. Quando as investigações judiciais são uma comédia pegada, o que é que se pode esperar dos julgamentos?

  23. Gungunhama,
    Este país não é mau, é pobre, mas não miserável, ou seja, existem poucas pessoas com muito dinheiro e que tudo fazem e pisam para manter o seu status. Mas, ainda que não fosse assim, democracia é muito cara e será que há recursos para ela possa competr economicamente com outros sistemas à escala global? O pavor dos neoliberais, aquele que está na base da obsessão pela via austeritária de que somos vítimas vem daí e não podemos dizer em consciencia que esse medo é completamente infundado.

  24. Avaria Abril chama ISIS para fazer essa revolução. É que as revoluções custam caro e estão carregados do melhor armamento que há por aí, o dinheiro das pilhagens dos poços de petróleo rendes.lhes milhões e geograficamente não estão assim tão longe e até já mandaram dizer que estã interessados nesta zona do globo. Avaria, fala.lhes da tua jovem revolução de abril e se eles não te compreenderem pede aos russos ou aos chineses para lhes explicar. Tu não tens a puta da noção do estado do planeta em que portugal se integra, pois não?

  25. Enapa, confundir a esfera dos direitos e garantias civis — e sobretudo dos verdadeiros direitos fundamentais, que são sempre interdições aos estados e às suas instituições, entre as quais a judiciária — com a esfera da competição económica internacional, é como confundir um ovo e um espeto.

  26. Exato gungunhama, a história diz.nos precisamente que claudicaram as civilizações que tinham os princípios e valores mais bonitos e poéticos. Nessa ótica, eu também acho que quem manda nisto tudo são secretamente as civilizações índias americanas que o ocidente afinal não conseguiu exterminar como se de carraças se tratassem.

  27. Bonacheirões e infantis?

    Ora, ora!
    Ventríloquos bem treinados sem vergonha de desdizer o dito ontem.
    Tem donos?
    Têm.
    Conspiração ? que conspiração?
    Está tudo muito claro e na praça pública.
    Sabemos, ouvimos e lemos não podemos ignorar e, muito menos ter medo de denunciar os claros e óbvios objectivos que intuímos por sermos informados.

    Este país mete-me medo.

  28. Enapa: a história diz.nos precisamente que claudicaram as civilizações que tinham os princípios e valores mais bonitos e poéticos.

    E de que oráculo histórico foi essa pérola de sabedoria extraída?

    O Marx dizia que as causas das mudanças históricas eram económicas, por causa da grande revolução proletária que se avizinhava. O Russell, no gozo, dizia que não senhor, eram hidrográficas, devido às secas na Àsia Central que determinaram o grande movimento mongol que mudou o mundo. O Toynbee dizia que os factores de ascensão e declínio eram de ordem estrutural, determinísticos e imanentes à própria noção de civilização. Vem agora o Enapa e diz que a boniteza e a poesia é que contam…

    Seja. E depois? Que tem isso a ver com leis, investigações e julgamentos em Portugal, em 2015? Se forem respeitados os direitos civis, a civilização torna-se «bonita e poética» e cai? É isso?

  29. Gungunhana, este dispositivo com o vidro rachado aliado a minha dislexia fez com qo meu texto esteja mal redigido e não funcionou uma ironia que pretendia fazer com isso do bonito e poetico. Resumindo, o meu ponto é este: os direitos e garantias civis são efetivamente caros e se os recursos financeiros forem fortemente limitados como estão a ser pela conjuntura internacional, que tudo indica que se agravará, temos sim um problema bem mais grave e civilizacional.

  30. Primaveraverão: «Bonacheirões e infantis? Ora, ora! Ventríloquos bem treinados sem vergonha de desdizer o dito ontem».

    Com certeza. Mentirosos até mais não poder. Mas eu refiro-me ao poder real, impessoal até. O poder de um polvo está nos tentáculos.

  31. A quem acha que a justiça portuguesa está a funcionar como deve ser, sugiro o seguinte:

    1) Faça uma compilação dos pronunciamentos públicos (e actividades, como aquela da vigilância dos cartões de crédito seleccionados utilizados em restaurantes caros) dos síndicos judiciais durante o governo de Sócrates, à sombra da luta de classes e da anunciada nova ordem judicial do século XXI.

    2) Faça uma compilação das capas do execrável Correio da Manha e dos editoriais dos artistas que o dirigem.

    3) Compare.

    Assim talvez fique a perceber um bocadinho melhor.

  32. Ignatz; exactíssimamente.
    E mais; a quem acha Valupi que um indivíduo “à rasca” com falta de dinheiro o vá pedir senão a um amigo? Ia pedir ao Valupi, ou a mim? Mas como se nem me conhece.
    E que diferença faz, a um amigo que é amigo e tem numa conta bancária 22 milhões, emprestar 400 mil euros ao amigo?
    E, como diz ignatz, que têm a haver com alguém emprestar dinheiro a um amigo? Ainda há três meses eu fiz esse favor a um amigo camarada de guerra em Angola que anda aflito com empréstimos bancários.
    É mesmo vontade deliberada de dar a facadinha já habitual ao fazer “o dente partido da engrenagem entrar em ruminação”

  33. Percebo, estou de acordo com tudo o que disse sobre os viscosos do fundo das águas turvas.
    À superfície, ás claras, sem necessidade de camuflagem vejo claramente as piranhas.

    Tenho tudo compilado na cabeça.
    O sonho hoje real do poder absoluto magistral apareceu despudorado com uma criatura cujo nome não lembro.
    Tinha tempo de antena ilimitado em tudo o que era estação rosnava a José Sócrates e seu Governo na qualidade de presidente do sindicato naturalmente eleito com missão de espumar veneno.
    Havia um outro do sindicato da polícia que fazia parelha nas reivindicações e ataques.
    Desapareceram : missão cumprida.

    Estou atenta há muito tempo.
    Demasiado tempo.
    Por isso o medo que este país me causa.

    A aflição de assistir à luta de um Homem usado como valiosa matéria prima de audiências da forma mais canalha e abjecta.

    Como pode isto ser consentido?
    As leis são assim um saco tão roto?
    Onde vai isto parar ?
    Ninguém se revolta ?
    Só Mário Soares?

  34. Primaveraverão: «Onde anda Augusto Santos Silva que sabe dizer e bem o que gente informada gosta de ouvir?»

    Aqui, por exemplo, numa excelente intervenção:
    http://www.tvi24.iol.pt/programa/53c6b3923004dc006243d13d/556f42d30cf241d801e29e25/politica-mesmo

    Impagáveis, as expressões de surpresa de muitos dos pivots televisivos quando confrontados com alguém particularmente dotado para a desmontagem dos lugares comuns a que estão habituados…

  35. http://www.publico.pt/politica/noticia/a-coragem-de-jose-socrates-1698540?frm=opi

    Hoje, no Publico, JMT volta ao ataque ao seu bode de estimação ! Criticando os que têm opinado sobre a coragem de JS, diz JMT que não basta ser cerente ou corajoso para se ser declarado inocente. Julgo que todos estamos de acordo com a criatura. Poderemos é ter alguma dificuldade em perceber pq é que JMT não consegue levar aquele raciocinio lógico um pouco mais longe e concluir, por exemplo, que não basta suspeitar de alguém para que seja culpado de alguma coisa. Quer dizer, só teriamos dificuldade em perceber isso se já não soubessemos que não basta ser-se medianamente inteligente para não se ser um refinado FDP. Com efeito, só a mais completa ausência de qualquer pingo de ética a correr nas veias é que pode ajudar a perceber que haja criaturas, entre as quais JMT, que não se inibem de atentar de forma pública e reiterada contra principios fundadores do Estado de Direito sem que morram de vergonha. Portanto, qd JMT nos diz que «Desligadas da sua dimensão moral, a coerência e a coragem não só não são qualidades, como podem ser terríveis defeitos, próprios dos fanáticos», nós poderiamos tb dizer que ” desligada da sua dimensão ética, a liberdade de expressão não só não é um bem, como pode ser uma terrivel arma ao serviço da agenda de fanáticos”.

  36. Resumindo, este regime semi-presidencial está quase a cair de maduro
    melhor dizendo, de podre, onde a irresponsabilidade parece dar cartas!
    Isto, só poderá melhorar com uma mudança de regime e o melhor será
    optar pelo presidencialismo puro e duro, sem medos de ditaduras pois,
    hoje a nossa democracia é pior do que isso, vivemos o salve-se quem
    puder, mente-se por tudo e nada seja nas comissões de inquérito da A.R.
    seja nos meios de comunicação social e, nada acontece!
    O oportunismo reina de braço dado com a incompetência, tanto na polí-
    tica como na gestão da coisa pública … a medíocridade está espalhada
    por todo o lado, desde a comunicação social até à Justiça!!!

  37. Ó Enapa, fazes-te de palerma, porquê? Falei de “revolução na comunicação”. Não sabes que a palavra é uma arma poderosa? Vai-te catar, homem!

  38. “não basta suspeitar de alguém para que seja culpado de alguma coisa”

    Não só isso, como também, “NINGUÉM DEVERIA SER CONDENADO, MUITO MENOS UM CULPADO” ;-)

    Entrementes, o adágio, QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME, já foi abolido: pelo Tratado Orçamental, pela megalomania e loucura despesista de Sócrates, e a inacreditável incompetência de Passos.

    Eu, por exemplo, não devo, mas já pago!
    E temo! Por mais cortes na reforma.

  39. JRodrigues:
    http://www.publico.pt/politica/noticia/a-coragem-de-jose-socrates-1698540?frm=opi
    Hoje, no Publico, JMT volta ao ataque ao seu bode de estimação !

    Chamou-me a atenção a forma como o repetidor de lugares-comuns JMT conclui o artigo:

    «O mesmo Expresso onde trabalham Nicolau Santos e Daniel Oliveira distribuiu recentemente a história da Segunda Guerra Mundial de Martin Gilbert. Deitem uma espreitadela: do kamikaze ao oficial japonês que abre a barriga com um sabre, para evitar a rendição, passando pelo nazi que se suicida com cianeto, o que mais há por ali são homens corajosos e coerentes. Digam-me: devemos elogiar essas suas qualidades, “independentemente da culpa ou da inocência”?»

    A primeira coisa que JMT devia fazer, em vez de deixar subentender alguma criminalidade (culpa ou inocência de quê?) a quem opta por se suicidar, e frequentemente por não ignorar os abusos de que seria vítima nas mãos dos inimigos, seria avaliar a qualidade dos seus historiadores favoritos. Por exemplo, justamente o judeu britânico Martin Gilbert, conhecido especialista em falsificações históricas. Exemplo flagrante, mas longe de ser o único, aqui:
    http://www.ihr.org/jhr/v16/v16n5p-7_Faurisson.html

  40. Igualmente fascinante a incapacidade de aplicar o seu raciocínio a si próprio:

    JMT: «Se defender Sócrates em 2015 é ainda mais estapafúrdio do que defender Sócrates em 2011, há uma boa razão para essa defesa: a sua condenação por corrupção tem graves consequências reputacionais não só para ele, mas também para quem andou durante anos e anos a argumentar que todos os casos em que Sócrates esteve envolvido eram meras cortinas de fumo, porque de outra forma as polícias e a magistratura teriam actuado.

    E para o lado oposto do debate, não haverá em caso algum perdas reputacionais a temer? A não condenação de Sócrates por corrupção já não terá graves consequências reputacionais para quem andou durante anos e anos a fazer fé nas sucessivas aldrabices, meias verdades travestidas para consumo dos indigentes mentais e outras cortinas de fumo ininterruptas e contraditórias dos Correios da Manha deste mundo?

    Ao que parece uns agem cinicamente e sobretudo por amor a si próprios, mas JMT, essa alma de eleição, ninguém duvide que age apenas por amor à verdade…

  41. pimpaumpum, em relação ao teu comentário das 3.39, o que pretendia era que a Justiça fosse uma instituição ao serviço do Estado de direito. Se acaso leste o que escrevi, e se consegues interpretar a língua portuguesa, concordarás que não falo de outra coisa.
    __

    MRocha, não entendo o teu comentário. As acções privadas de Sócrates não são ruído, estão até na origem do processo. E essas acções, de facto, levantam suspeitas do foro judicial.
    __

    ignatz, obrigado pela correcção ao texto. Quanto às tuas dores, o ponto não diz respeito aos empréstimos enquanto empréstimos, mas sim à sua tipologia e demais ramificações financeiras que permitiram ao Ministério Público ter o à-vontade para engaiolar Sócrates e passar o resto do tempo a queimá-lo na praça pública. Donde, mesmo que não se descubra prova alguma de corrupção, nem, consequentemente, de lavagem de dinheiro, chega a fraude fiscal – que se dá como certa – para que a imagem de Sócrates fique maculada sem hipótese de recuperação.

    Porém, mesmo que não se chegue à acusação de fraude fiscal, o simples facto de Sócrates ter permitido que este caso se construísse e chegasse a este ponto tão danoso para o PS e para a democracia já é o bastante para que a sua imagem como político e como cidadão seja igualmente conspurcada. Porque estamos perante alguém que foi irresponsável, dadas as responsabilidades que sobre si recaíam por via do seu papel político na História de Portugal.
    __

    jose neves, um tipo à rasca, ou folgado, pode fazer o que lhe der na gana desde que não faça mal a ninguém ou não seja apanhado. Uma figura que conseguiu despertar a maior campanha de assassinato de carácter da democracia e o ódio de morte da oligarquia não se pode comportar como o primeiro tipo, sob pena de ser apanhado na curva e depois permitir que os seus algozes fiquem ainda mais fortes e cada vez mais impunes.

    Sócrates não era só um fulano que tinha um amigo milionário. Ele também representava um ideal de desenvolvimento e liberdade que dizia respeito a uma parte do País. Assim, ele é responsável por ter preferido tratar de si, e com toda a legitimidade, a defender a comunidade, como era o seu dever de líder ou tão-só de concidadão.

  42. Caro Valupi,

    Eu até entendo o seu ponto de vista, aliás bem desenvolvido no seu último comentário. Mas há dois aspectos que nos deveria merecer algumas cautelas, e que são os seguintes
    1. A governação de JS foi a votos e perdeu as eleições. A seguir o homem retirou-se da politica activa. Nesse contexto, o que é que eu como eleitor tenho o direito de lhe exigir na sua conduta na vida privada ?
    2. Eu não conheço a versão de Sócrates sobre os factos da sua vida privada que vc classifica como irresponsáveis. Alguém apresentou queixa por ter sido defraudado por JS ? O Valupi tem alguma fonte que não sejam os pasquins de referência ? Se tiver, agradecia indicação .

  43. jmt é um oprtunista que anda a parasitar a notoriedade de Sócrates para sua notoriedade que, embora por maus motivos, é lucrativa para si.
    Pelo que leio acima de JRodrigues, os exemplos que dá são tão compatíveis com este caso recente de Sócrates como a verdade e jmt.
    Também António fez que Bruto enfiasse um punhal no coração e depois foi Augusto que fez que António fizesse o mesmo. Também Hitler fez que Rommel se suicidasse de “acidente” e depois foram os Aliados às portas de Berlim que fizeram o próprio Hitler e Goebbels suicidarem-se no bunker e posteriormente, no julgamento de Nuremberga, altos dignitários do regime nazi preferiram suicidarem-se pelo cianeto.
    Todos estes casos representam o reconhecimento do cometimento de crimes de tal gravidade que, face à derrota e julgamento sério, sabiam que iriam enfrentar um pelotão de fuzilamento ou coisa pior; se os degolados do Isis tivessem cianeto à mão também prefeririam utilizá-lo.
    Portanto, tais casos representam, quando muito, a tentativa de manter alguma credibilidade e respeito político aos crimes de genocídio cometidos. Nada, absolutamente nada, tem a ver com a coragem e honestidade intelectual de Sócrates que, perante a tentativa de outrem cometer crime contra si, recusa ser cúmplice dessa tentativa de outros cumprirem o crime, mesmo à custa de continuar preso injustamente sem acusação ou condenação.
    jmt que é um paradigma do parasita que se faz passar por um talento da literatura não passa de um habilidoso que pensa e argumenta para tolos ou para os que se fazem de tolos por interesse próprio, como é o seu próprio caso.

  44. “Que se deixe a justiça funcionar”, diz o anfitrião, subscrevendo a gasosa manifestação de uma visita que não percebe “esta indignação contra o nosso sistema de justiça, que na verdade está a funcionar melhor que nunca”.

    “Que se deixe a justiça funcionar”, porra? Porque “está a funcionar melhor que nunca”, como reza o flato? Foda-se, só podes mesmo estar alzheimerizado!

    QUE SE DEIXE A JUSTIÇA FUNCIONAR???? QUE SE DEIXE A JUSTIÇA FUNCIONAR, REFODA-SE???????? Mas que porra de nó cego nos neurónios te leva a tão pacífica sugestão, a tão temerário mortal à retaguarda, a tão anedótica cambalhota, depois de gastares alguns parágrafos a apontar, e bem, o desgraçado e assustador espectáculo da justiça que temos? Que merda de sugestão ou conselho é esse, quando a qualquer pessoa de bem arrepia a justiça mafiosa que temos, que a cada dia se apura e funciona melhor… na via do funcionar mal?

    Teremos uma justiça a funcionar, e bem, quando pegarmos nos herdeiros da pidalhada fugida de Alcoentre, que aqui e em tudo quanto é sítio se peidam tão fartamente, empestando e emporcalhando o ambiente, e lhes fizermos o que devíamos ter feito aos seus paizinhos e tios.

    Dar-lhes conversa? Dar-lhes troco? Argumentar com eles? E serve para quê, isso? Deixa-os poisar! O tempo da conversa acabou e da justiça que temos podem os simples e os ingénuos esperar justiça bem sentados. A pidalhada cospe nos argumentos, por mais sérios que sejam, e despreza quem os utiliza, tomando-os como fraqueza. Para eles só sobra uma linguagem. A via da corda aproxima-se a galope, candeeiros não faltam e será bom que os chafurdas meditem nisso e deixem de pensar que metem medo a alguém. Parafraseando (com alguma liberdade poética) o grande Fidel: “Señoritos hijos de puta, no les tenemos absolutamente ningún miedo!” É isso que vos assusta no Sócrates, que ele não se deixe intimidar e ainda por cima vos goze. Onde é que já se viu!? E assusta-vos, mais ainda, o potencial efeito de contágio, o perigo da massa crítica, a reacção em cadeia. Garanto-vos que tendes razão para isso. Aos vossos paizinhos acabou por não servir de muito a António Maria Cardoso e vocês nem para aí podem fugir. Atentem numa coisa: há já muito quem comece a ficar verdadeiramente farto da vossa pesporrência salazarosa e não haverá xaninha nem rosarinho que vos valham na hora do ajuste, cambada de pides merdosos!

  45. Valupi :

    O Estado de Direito, como sabe, é, sobretudo, e infelizmente, um sonho, um ideal dificilmente concretizável, devido às circunstâncias inerentes à imperfeição humana.

    Não será certamente por falta de motivo, que com relação à realização da verdadeira justiça, plena e perfeita, se fale no regresso do Messias …

    Apenas uma pequena nota no que concerne a este trecho :

    ” Ele também representava um ideal de desenvolvimento e liberdade que dizia respeito a uma parte do País. ”

    Se se refere ao Sócrates que almejava um país em que os cidadãos tivessem um nível de vida digno e dinheiro suficiente, que lhes permitisse pagar as mensalidades do condomínio e substituir os faróis do carro, quando necessário, nada tenho a objectar, até porque, o actual inquilino de Belém, tacitamente, considera que tais coisas são do domínio do acima das possibilidades, e prefere ver os seus concidadãos conduzirem à noite, com um farol fundido.

    Mas há um outro Sócrates : o dos contratos ruinosos para o Estado, as parcerias público-privadas, em que o Estado fica com os riscos e eventuais prejuízos, e os privados com os lucros, paga rendas por passarem viaturas, e por não passarem, paga também, paga pela electricidade produzida, mesmo que esta não seja utilizada, isto para já nem falar de obras que, mais que o bem-comum, serviram para enriquecer alguns, enfim, seria dispiciendo estar aqui a desfiar o rol.
    E esse lado de Sócrates, não pode ser esquecido.

  46. MRocha, a partir do momento em que Sócrates admitiu recorrer a empréstimos de Santos Silva, pessoa envolvida em variados contratos com o Estado durante a governação de Sócrates, estava aberta uma via inevitável de exploração política por via da judicialização, ou mera publicitação. E vermos os seus advogados admitirem que Sócrates não recorria a transferências bancárias por suspeitar do sistema bancário, mais agudas ficam as suspeitas de que algo de ilícito se estava a passar.

    Assim, e para começo de conversa, o comportamento privado de Sócrates dá azo a que diferentes agentes públicos, políticos e sociais invadam a sua vida e passem a explorar em benefício das suas agendas as informações que irão desencantar. Esta é a irresponsabilidade original, pois Sócrates não representa apenas a sua pessoa individual, ele também representa o PS, pois foi secretário-geral, representa o Estado, pois foi secretário de Estado, ministro e primeiro-ministro, e representa a comunidade, pois foi alguém eleito pelo voto popular para assumir os mais altos cargos. Estão várias dimensões e valores em causa na sua singular figura, ele não é um cidadão igual a outros sem este percurso.

    Pelo que te faço também uma pergunta: Sócrates precisava de ter arriscado ficar na situação em que ficou; a qual, tendo em conta a quantidade dos seus inimigos, era inevitável que surgisse mais cedo ou mais tarde dado o seu comportamento?

  47. De facto, é preciso um BIGODE grande para não estar sempre a mostrar os dentes.

    Portanto, o que se discute? O PROCESSO de per se? O que gostariam que acontecesse a Sócrates? O sistema judicial? O CP? O CPP? A idoneidade de um recluso que foi LEGISLADOR e, afinal, só porque está preso é que levanta a questão da medida de coação mais gravosa – a que lhe caíu em cima? Digam lá…dispenso as repolhadas do Jrdrigues afonso ignoratício e dos satélites ( ao derredor)….

  48. Já agora, pegando numa expressão ligeira….é viró – disco e tocó – mesmo ( da parte dos IGNARALHOS)…porque volto sempre à questão: conheceis o quê dos autos? Se sim, dizei: quais são as irregularidades (processuais e substantivas), e, conhecendo-as, hélas, cobardes que vos quedais em críticas rasas e nada fazeis?! Se nada conheceis, que vos resta discutir? Sugiro que se comece pela arrogância de quem já mandou e estava habituado a ser obedecido…em jeito de «FAVA talk»….

  49. MRocha: exactíssimamente.
    Valupi, julgado nas eleições que perdeu retirou-se para estudar, aprender mais, saber mais, ter mais e melhores conhecimentos para um dia, se chamado a isso, continuar “a defender a comunidade, como era o seu dever de líder ou tão-só de concidadão.”
    Portanto ele “foi tratar de si” para eventualmente vir a tratar ainda melhor da comunidade (pelo menos essa que Valupi diz que representava),
    Valupi, se quer atribuir alguns erros a Sócrates apenas pode conseguir se vasculhar todos os seus actos de governação, especialmente, a tolerância face ao ignorante e vingativo cavaco. Jamais no seu carácter, sua honestidade e integridade pois, na massa de que homens como Sócrates são feitos nenhuma corrupção penetra.

  50. MRocha, não entendo o teu comentário. As acções privadas de Sócrates não são ruído, estão até na origem do processo. E essas acções, de facto, levantam suspeitas do foro judicial.

    O que pretendi dizer é que ao derivar para a alegada relação entre JS e SS, a discussão deixa de ser sobre os imperativos ético-juridicos que devem presidir à administração da justiça e passa a centrar-se na conduta moral do visado, sendo que, se em relação ao primeiro ponto , e como de resto o Vapuli bem ilustra no seu texto, a forma como a justiça está a ser administrada é mais que questionável, já sobre o segundo ponto, em concreto, ninguém sabe ao certo o que se passou, quanto mais julgar se é moralmente condenável .

    Uma coisa, porém, eu tenho como certa: a partir do momento em que JS conquistou espaço politico á esquerda e à direita, a partir do momento em que resolveu enfrentar as corporações, a partir do momento em que resolveu questionar a narrativa instalada após a sua saida do governo, fizesse ele o que fizesse seria sempre deturpado e usado para o atacar. Acusam-no de ter vivido acima das suas possibilidades; mas se tivesse levado uma vida espartana, seria acusado de estar a insinuar-se junto do eleitorado mais desfavorecido….

  51. Jose Neves: «no julgamento de Nuremberga, altos dignitários do regime nazi preferiram suicidarem-se pelo cianeto. Todos estes casos representam o reconhecimento do cometimento de crimes de tal gravidade que, face à derrota e julgamento sério, (…)»:

    Sobre os outros suícidios (em massa) na Alemanha:
    http://www.metamag.fr/metamag-2939-LES-ALLI%C3%89S-AUSSI-ONT-VIOL%C3%89-DES-FEMMES-ALLEMANDES-EN-1945.html

    … e no teatro de guerra do Pacífico (em Okinawa entre outras ilhas):
    http://www.amazon.co.uk/War-without-Mercy-John-Dower/dp/0394751728/

    Sobre o «julgamento sério»:
    http://www.ihr.org/jhr/v12/v12p167_Webera.html
    http://www.cwporter.com/partone.htm

  52. pimpaumpum, não sei a que Estado de direito te referes quando falas de sonhos e de ideais dificilmente concretizáveis. Provavelmente, estarás a falar de um Estado de direito “sui generis” que só te aparece quando enfias o bestunto na palha. Porque se falas daquele que enforma as democracias liberais, então estás a falar de realidades fundantes e concretas: uma constituição, a separação de poderes, a igualdade perante a lei, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, a soberania no povo. Creio que precisas de estudar um bocadinho a matéria.

    Quanto à tua cassete dos “contratos ruinosos” e quejandos, pois conta lá do que se trata. Explica só um, por exemplo. Explica por que é “ruinoso”, quais os valores na berlinda e quais são as causas dessa ruína.

    Força nisso, enche de porrada os socráticos com os teus factos.

  53. Valupi,

    Eu ouvi as declarações do advogado de JS que referes, a propósito das não transferências, mas olha que fiquei com a ideia de que ironizava…

  54. jose neves, a questão não remete para a avaliação do carácter de Sócrates, mas sim do seu comportamento. Pelo que ele já admitiu, após ter sido confrontado pelas autoridades que o investigaram, há razões para considerar que Sócrates não foi leal à comunidade que esperava dele outro tipo de respeito pelo seu legado e mesmo pelo seu eventual futuro político.
    __

    MRocha estás intencionalmente a querer ignorar que Sócrates e os seus advogados já admitiram duas coisas: havia empréstimos e pagamentos variados de Santos Silva a Sócrates; Sócrates pretendia que tais favores financeiros escapassem ao sistema bancário. Isto é o que permite ao Ministério Público construir o caso e é o que leva a opinião pública a considerar maioritária ou esmagadoramente que Sócrates já é culpado mesmo que não vá a tribunal.

    Significa que, mesmo no cenário em que o dinheiro utilizado por Sócrates não tenha nada de ilícito, tal não conseguirá anular os efeitos negativos que vão muito além da pessoa de Sócrates. Logo, não se trata de ruído, apenas de uma outra questão que igualmente merece a atenção dos democratas e dos portugueses.

  55. Valupi,

    Não estou a querer ignorar nada, ignoro de facto ! O que não ignoro, pois a isso a vida a isso me tem obrigado, é que há nas vidas das pessoas circunstâncias e acontecimentos muitas vezes bem prosaicas, mas que, vistas de outras perspectivas, proporcionam as leituras mais incriveis.
    Para o caso, o que tomo por relevante, é o seguinte:
    1. Não me consta que haja qualquer processo movido contra JS por alguém que se sinta lesado pelas suas práticas, nomeadamente financeiras, sendo ainda que não me consta que já sejam proibidas transacções em numerário.
    2. Admito que semelhante actividade possa ser considerada suspeita e reconheço o direito a investigação.
    3. Não reconheço ( nem o sistema reconhece ) o direito à difamação e ao atentado ao bom nome com base em suspeitas, sobretudo qd promovido por quem tem a obrigção de os defender.
    4. Tento não me colocar na posição daquele juiz que, a proposito da violação de duas estrangeiras algures no Alentejo, escreveu no acordão que as gajas se puseram a jeito.

    Em sintese: dou de barato que JS se possa ter posto a jeito; mas até ver não me parece que seja o gajo quem está a violar o que quer que seja, pelo contrário !

  56. ( em continuação ….e concluindo )

    Portanto, o que pretendi dizer com o meu comentário inicial, é que não me faz sentido andar a discutir se as gajas que foram violadas deviam ter tido o cuidado de usar saias mais compridas e as mamas mais tapadas, pois ainda que viajassem nuas, não seria isso que legitimaria que um qualquer bigodaço lhes saltasse em cima .

  57. MRocha, Sócrates é inocente até prova em contrário. Só que não é esse estatuto que se discute quando nos confrontamos com o seu comportamento privado. Aí, o juízo é moral e já pode ser dado. Cada um dará o seu, evidentemente. Se para ti não há nada de errado a apontar, pois melhor para ti, então.

  58. Valupi, se no fim de toda esta comédia o crime de que Sócrates é culpado é gostar de dinheiro e do que ele proporciona, o melhor é prenderem o país todo — ricos, pobres e remediados — à excepção de uma ou duas comunidades de cenobitas que parece que ainda existem por aí.

    Se o crime fosse ter obtido dinheiro fraudulentamente, então é que o caso mudaria de figura, mas ainda que assim acontecesse, nem por isso os métodos usados contra o culpado desses hipotéticos crimes deixariam de ter sido eles próprios criminosos e as historietas sucessivas veiculadas pela imprensa de retrete claramente falsas .

  59. Numbejonada,

    Porque é que, em lugar de perder o seu precioso tempo a tentar iluminar a “ignorância” que por aqui grassa, não esteve ontem na TVI 24 a debater o caso com os seus pares ? Ou então, pq é que não poupa a sua prosa para apresentar nas paginas do CM o contraditório ao que tem vindo a ser escrito pela Catedrática F Palma ? Já sei: são ignorantes em processo penal ! É isso ?

  60. Não, não preciso de estudar a matéria, quem precisa de fazer uma reflexão sobre conceitos teóricos e a realidade concreta, é você.

    Quanto aos exemplos da governação desastrada e ruinosa para o país, nesta fase do campeonato, em que a matéria foi dissecada até à exaustão, vem- me pedir que elenque casos concretos com os nomes dos intervenientes, datas dos factos, e quantificação dos danos causados ao erário público …

    Não quer também o tamanho de colarinho e o número do sapato dos envolvidos na celebração dos contratos ?

    Enfim …
    I should have known better.

    Farewell !

  61. provas deve haver,mas como devem ser frageis, é preferivel manter socrates em prisao preventiva até às proximas eleiçoes.depois de 2 anos a investigar,mais seis meses com ele preso sem ainda o acusarem dá mesmo que pensar…..

  62. O exemplo acima das suecas violadas no Alentejo, parece-me muito bem achado !
    Com efeito, não me recordo de ter ouvido uma critica ao processo movido contra Sócrates que não incluisse uma nota prévia qualquer: “apesar de nunca ter votado nele”, “…de discordar da governação, do estilo, da gravata….”., ” pese embora o estilo de vida…”
    Ou seja, discute-se a “indumentária” do arguido para contextualizar a critica ao sistema que o investiga. E ao fazé-lo como que se justifica o injustificavel e desvia-se a atenção do essencial: que o sistema viola quem bem entende, onde, quando e como bem entende !
    A discussão em redor deste post de Valupi ilustra isso mesmo. Sendo um excelente post sobre os podres do sistema, deixou-nos a todos a discutir se Sócrates saiu à rua com cuecas ou sem elas.

  63. parece-me tão infeliz o exemplo da violação como a cegueira de quem violaria a própria mãe se preciso fosse só para afirmar, no superlativo absoluto, a candura de Sócrates.

  64. “Pelo que ele já admitiu, após ter sido confrontado pelas autoridades que o investigaram, há razões para considerar que Sócrates não foi leal à comunidade que esperava dele outro tipo de respeito pelo seu legado e mesmo pelo seu eventual futuro político.”

    cavaco candidatou-se a presidente sem alguma vez ter esclarecido a permuta da coelha, as acções do bpn, a inventona de belém ou lobby por alcochete, onde os amigalhaços do bpn compraram terrenos com dinheiro da malta e que agora dizem que vão investigar, mas só no âmbito sócras. passos & portas vão concorrer às próximas legislativas com processos (submarinos, sobreiros ou tecnoforma) que levantam as maiores dúvidas sobre a sua honestidade sobre crimes que sabemos terem existido. vens agora tu com paleios de lealdades e respeitos pelo futuro político dum gajo que anda a ser perseguido, há pelo menos 15 anos, por inimigos políticos que só com batota é que lhe ganham eleições e à rasquinha. ganha juízo pá, ainda ele era primeiro ministro já a velha dizia que não dormia descansada se ele andasse por aí e os trauliteiros que hoje estam no governo diziam que o haviam de prender pelas suas políticas governativas. qualquer coisa haveria de ser inventada, vai ser difícil é arranjar testemunhas e provas credíveis para o incriminar, mas isso tamém não foi problema na casa pia, o bagão até atribui um prémio para quem dissesse que tinha sido enrabado.

  65. Ó Sr. Mrocha, remeto-o para o que escrevi. Repito que: QUALQUER pessoa, seja leiga ou não ( e aqui incluo o jurista) NÃO DEVE pronunciar-se sobre o processo judicial, se não o conhecer. A Prof. Dr.ª FP conhece o processo? Acredito que não. Ela não é advogada nos autos. Logo NÃO PODE NEM alude ao que consta nos mesmos. Por isso, a opinião dela cinge-se à sua doutrina penal que nem sempre reúne consenso ( incluindo no TC) ou nem sempre é liquida. Pode ou não ser seguida pelo tribunal.

    O que é preciso ESCREVER para ENTENDEREM que NÃO DEVEM DIZER DISPARATES, tais como «não há culpa formada», «há irregularidades processuais», «há erros crassos», «nem sequer há processo, porque não há acusação», «não há provas», só «há indícios, mas não há provas», « perseguição política» e IDOLATRAM os dizeres de um tipo, que se diz ADVOGADO e que, condenando os pasquins, dá-lhes troco, aceita entrevistas, destrata jornalistas ( caindo no mesmo erro que estes).
    E aqueles que condenam as manhas, etc, etc, que lêm e criticam acabam por fazer o mesmo erro de julgamento que aqueles. Estais bem uns para os outros.
    A verdade processual está a ser construída, com diligências, com probatório, etc. A material também, mas a SENTENÇA pode vir mais tarde, ou até nem vir. Basta haver uma instrução favorável ao arguido com trânsito. Duvido que aconteça, a avaliar pelas asneiras que tenho ouvido da boca do dito Araújo!

    UM ERRO. TUDO ERRADO. QUANDO CONHECEREM O PROCESSO, O QUE ESTÁ DOCUMENTADO E TESTEMUNHADO, e conhecerem a acusação, então DISCUTAM com sabedoria ou pelo menos com a salvaguarda de que não entendem a matéria! O que aqui se verifica são repolhos e abriladas e ignoralhos com tretas que pretendem travestir de um «douto» risível.
    O que tenho lido aqui, para além de pobre faz PENA, sendo que os seus autores que clamam uma inteligência e poder de análise objetiva, não passam de visitantes de barbeiro armados em grandes pensadores.
    NEM ME VOU DAR AO TRABALHO de vos EXPLICAR que um tipo com cédula de causídico não deve dizer que o seu cliente recusou a «anilha», com o sentido de transmitir que ele, 44, está sofrido e é um lutador. QUAL QUÊ! Não sai por motivos óbvios – nesta altura é a única proteção que tem, no meio dos vários DISPARATES que já fez desde que foi preso. E FEZ MUITOS.
    Se eu participasse num desses programas como o que alega, que não vi, não me adianta em NADA, meus caros, só diria assim « A MIM NÃO ME ENGANAS TU!». Portanto, CONHECEM O PROCESSO? A sério?
    É verdade,no tempo da PIDE havia bufos, gajos de fala mansa, maus, etc. A DEMOCRACIA SOCIALISTA NÃO OS AFASTOU. Continua a havê-los!
    Já agora, os magistrados em causa são pessoas EXTREMAMENTE COMPETENTES! Já ouviram alguém dizer o contrario? Para já não são corruptos, pois se o fossem, não continuavam no…processo, o que irrita muita gente – os que têm o rabo entalado.

  66. Comprovando o que tenho dito, eis que surge a nódoa mor dos PAREXERES do dispensário – o IGNORALHO – cuja conversa, de facto, não é polivalente, mas useira e vezeira na ordinarice. Agora pense-se se em cem, 51 forme como este gajo, temos uma democracia ordinária, foleira e digna de chicotada. A tróika, de resto, foi um dos chicotes mais interessantes nos últimos tempos, por causa de CALHAUS desbragados como aquele.

  67. o alex já foi interrogado 2x para afastar suspeitas de vender segredos de justiça à imprensa. o rosário foi desterrado para o alentejo por causa duns favorecimentos ao portas no caso moderna. ontém a sábado (cm) orgulhava-se de ter tido acesso através do ministério público a gravação do último interrogatório ao sócras. tudo gente honesta, que só quer o cumprimento da lei e quando a lei não colabora, arredonda-se com provérbios, convicções, vinganças e batotas processuais.

  68. Uma coisa é certa: Sócrates, longe de ser o maquiavélico espião de presidentes dos sonhos húmidos eleitorais do cavaquismo, é mas é a personalidade portuguesa mais espiada e vigiada de sempre, através de todos os expedientes possíveis e imagináveis, incluindo os das escutas legais e ilegais (como a dos microfones direccionais do Correio da Manha em Paris). Se depois da sistemática devassa da sua vida não descobrem nem um ínfima prova de alguma ilegalidade susceptível de justificar uma prisão preventiva, a conclusão a tirar só pode ser que das duas, uma: ou estamos perante o mais honesto político de sempre, ou de um verdadeiro génio do crime.

  69. levou uma semana a agonizar no quintal e só falou com o veterinário depois de morto. nem percebo como é que a protecção dos animais não processa o gajo com base nas declarações que fez aos jornalecos a gabar-se da superbimbalhice que lhe vai nos cornos. esteve para se assustar quando a mulher foi atropelada numa passadeira mas passou-lhe com a indemnização e agora anda assustado com os cortes nos 10 mil mensais, mas a bêbada da cruz estar a tratar do assumpto.

  70. Sócrates, de facto, é o único político que pretende desmentir o dito de que a diferença entre político e fralda de bébé, depois de usada, é nenhuma. É um santo, um corajoso, que distribui o que tem pelos outros. É socialista, querem ver que é vizinho de Putin e dos outros comunas todos? Chávez reconheceu-o como igual…um humanista guiado pelos mandamentos do «eu e depois eu».

  71. Ó CAMACHO, ui, tás com soltura? Thank you very much, pá, por ilustrares por todos os da tua laia, a categoria de argumentos que os INTELIGERDAS têm usado em defesa do teu Santo. Ganda recurso! toma lá:VIVA SALAZAR. GRANDE ESTADISTA. Gajos como tu nem abriam a bicanca…

  72. IGNARALHO, com as evoluções da ciência, que tal se pensares em transplantares a tua cabaça? Depois disso, vai à escola e começa por aprender a ler…

  73. “Chávez reconheceu-o como igual…”

    já a paulette andou por lá a rastejar e se calhar a apanhar no cu para que lhe comprassem qualquercoisinha em nome da amizade entre o sócras e o defunto.

  74. @Válupi

    Wow!
    Enfiar o bestunto na palha ?
    Estou a ver que não hesita em recorrer à ordinarice, quando começa a ficar sem argumentário.

    A que estado de direito me refiro ?

    A este (Rechtsstaat) :

    http://en.m.wikipedia.org/wiki/Rechtsstaat

    no qual, e em suma, o exercício do poder governamental, é delimitado pela lei.

    Aquele que você refere, acredita sinceramente que é o que temos em Portugal ?

    Parece-me, aliás, que aquilo em que você está mais interessado em matraquear aquí, numa defesa ” à outrance ” do seu querido Sócrates, é até outra coisa, o chamado ” due process “.
    Com o costumeiro corolário, ” innocent until proven guilty “.
    Enfim, americanices.
    Mas quando confrontados aqui, com a eficiência, a rapidez, e o número de condenações nos Estados Unidos, logo clamam dizendo que as prisões americanas, estão cheias de inocentes.

    Cá para mim, cá para mim, tenho que, o seu maior anseio, é, ao invés da descoberta da verdade material, que a dificultação da obtenção de provas, seja de tal magnitude – ora por via da própria lei vigente, ora por distorção interpretativa da mesma, seja pela via mais prosaica do lobby pró JS que aqui encabeça e dirige – que nada se venha a apurar de grave para o seu ídolo, e que portanto, o processo não tenha pernas para andar.

    E o burro (enfiar o bestunto ou cachimónia na palha) sou eu …

    Num próximo post, respondo ao resto.

  75. @ valupi

    Pede-me provas, – uma apenas, vá lá, é modesto – de um caso de contrato ou negócio desastroso para o Estado, celebrado no tempo do JS.
    Com quantificação do prejuízo, danos monetários a pagar por todos nós contribuintes, e gerações futuras, e tudo !

    Mais depressa obteria eu on-line acesso à Livraria do Congresso Americano, do que acesso a tais contratos !

    Então desconhece você, que a pessoa nomeada pelo governo, para investigar e tentar renegociar e reparar dentro do possível, tais contratos, prontamente se demitiu, logo após ter constatado, que, para além de estarem blindados, nuns casos tinham anexos secretos, que lhe foram proibidos/recusados para visualização e análise, noutros casos, nem sequer existiam ?

    Olhe, recordando o treinador Fernando Cabrita, deambule, deambule …

    Então você dirige um blog e não está minimamente informado ?

    Deixo-lhe aqui um conselho : veja mais televisão.
    A SIC Notícias, e a TVI 24 horas.

    E compre e leia o livro do juiz do tribunal de contas Carlos Moreno, o do Carlos Oliveira Cruz e Rui Cunha Marques, o do Sérgio de Azevedo, entre outros.
    Não lhe índico o do Paulo Morais, porque já sei que vai objectar.

    E o burro (enfiar a cachimónia na palha) sou eu …

  76. Ignatz: «ainda ele era primeiro ministro já a velha dizia que não dormia descansada se ele andasse por aí e os trauliteiros que hoje estam no governo diziam que o haviam de prender pelas suas políticas governativas»

    Fartei-me de rir com essa. Já não me lembrava das insónias. É interessante recordar as caracterizações, directas ou indirectas, do Napoleão do Crime, ora enjaulado pela gente virtuosa deste belo jardim à beira-mar plantado:

    Ferreira Leite: terror das anciãs (insónias).
    Moura Guedes: desonesto crónico (telejornais da TVI).
    Lobo Xavier: sem carácter (Quadratura).
    Pacheco Pereira: assambarcador de meios de informação (TVI, blogs pagos).
    Relvas: vergonhoso (para a sua família).
    Paulo Portas: vaidoso e arrogante (debates da AR).
    Passos Coelho: mentiroso (a propósito do concílio PEC-IV em S. Bento).
    Cavaco Silva: manipulador de escutas (a Belém).
    Sindicato do MP: ambicioso e patrocinador de luxos (cartões despistados no Gambrinus).
    Para-sindicato dos juízes: opressor dos pobres (férias judiciais, reduções salariais).
    Correio da Manha: capaz de tudo por dinheiro (a próposito de tudo e nada).

    Isto assim do pé para a mão, sem consulta aos arquivos. Muito mais se poderia observar. Não deixa de ser fascinante a possível influência da personagem Sócrates nos subconscientes puros.

  77. Hoje há pevides : OK
    Vou curtir em sal as sementes das abóboras do quintal para nicho de mercado.
    Este blog é desde há muito o meu anti-ácido-anti-tensão-anti-raiva-anti-descreça.
    Gosto de outro…mas está em crash…não sei porquê?
    Que bom ter entrado.
    Levou-me a outros onde afinal já se fala claro desde o início desta pouca vergonha dos incríveis do MP.
    E a revisitada entrevista da velha… que susto….que vergonha…que lata…
    Coitada da idosa não tem capacidade para o job description!
    Memória e discernimento é o que faz falta para avisar a Malta.
    Ouvi o A. Santos Santos Silva … em recinto fechado.
    Quero ouvi-lo em recinto aberto.
    Riso bom com a escrita erudita do Joaquim Camacho :
    – sem duvida, demasiada tolerância da geração do mítico Maio de 68.

    É bom andor por aqui onde as memórias são a lucidez do momento.
    O que escreveu José Sócrates para o dn e tsf?
    Já gora sff.

  78. Primaveraverão: «Ouvi o A. Santos Santos Silva … em recinto fechado. Quero ouvi-lo em recinto aberto.»

    Considere o seguinte:

    1) Sócrates sabe defender-se bem, com a ajuda dos seus advogados.

    2) Santos Silva é excelente (do melhor que temos no país) nos ambientes que aponta, e provavelmente mau no show-bizz político para massas eleitorais verem.

    3) Quando quiser saber o que o PS e António Costa NÃO devem fazer, tente adivinhar os desejos da imprensa adversa e os cenários que ela procura criar ou alimentar.

    Por exemplo (título de capa do último Sol): “TENSÃO AUMENTA ENTRE SÓCRATES E COSTA, Sócrates não perdoa a falta de apoio público do PS (…) A tensão entre ambos cresceu nos últimos dias” ou (capa do último Diabo): “SÓCRATES VOLTA A ENSOMBRAR COSTA”.

    Tudo sem qualquer base factual, mas bem revelador dos mais profundos sonhos húmidos. Tanto Sócrates, como Costa estão a agir correcta e inteligentemente, e de Santos Silva outra coisa não seria de esperar, nem como membro destacado do PS, nem sequer como comentador político um ou dois gugóis de furos acima da marquesmendalhada televisiva.

    «O que escreveu José Sócrates para o dn e tsf?»

    Aqui:
    http://www.dn.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS/RespostadeJS.pdf

    Ressentimento

    Nunca deixará de me surpreender o efeito do ressentimento no comportamento humano. Julgo não me enganar quando vejo o ressentimento como causa do acinte e do azedume tão evidentes nas recentes decisões do Senhor Procurador da República e do Senhor Juiz de Instrução. Mas o que considero extraordinário é que esse ressentimento resulte do facto de eu me ter limitado a exercer um direito que a lei me concede – dizer não a ser vigiado por meios eletrónicos. Como se, para estas autoridades judiciárias, o exercício legítimo de direitos constitua uma impertinência, um desaforo, um desrespeito para com a justiça.

    Este momento diz-nos muito sobre uma certa cultura judiciária. A acção penal democrática funda-se – e legitima-se – na liberdade, nos direitos individuais e nos limites que o Estado se impõe a ele próprio. Este despacho do senhor Juiz de Instrução e a promoção do Ministério Público a que dá seguimento são estranhos a essa cultura, pertencem a outra família, à da ordem, da submissão, da obediência – para ela, sim, os direitos existem, mas para serem utilizados com parcimónia, quando nós quisermos, quando nós dissermos, como nós quisermos, para o que nós quisermos. Lamento dizê-lo, mas o poder que exerceram não foi o do direito, mas o da força.

    Todavia, não raro o excesso, de força e de ressentimento, atraiçoa – há excessos de força que só expõem fraqueza. Tal é o caso e este é o ponto a que chegámos.

    José Sócrates

  79. Obrigada.

    Percebi.
    Concordo.
    Assim faço para entender correctamente o que se diz e escreve só para atingir um fim.

    Esperava um pouco mais de sagacidade codificada na forma de :
    não comento…. à j o q é d j…….

    Por reconhecer a imensa qualidade de pensamento, argumentação e valor político de Santos Silva…
    …o desejo de o ver mais, ouvir mais.
    Saudades de debates com ele na TV.

    Ansiedade de perceber José Sócrates menos só.
    Esperarei.

  80. «Sócrates não é um preso qualquer, não deve ter privilégios excepcionais, mas também não pode ser alvo de uma enorme tentação da nossa justiça que é querer encontrar exemplos forçando as provas. Se fizerem isso com Sócrates é mau para ele, mas é muito pior para qualquer outro cidadão que encontre à sua frente uma justiça que faz o que quer, deturpa a lei, abusa do seu poder e entende que o pode fazer com impunidade porque a opinião pública está do seu lado. O meu desejo é que o caso contra Sócrates seja muito bem investigado, demonstrado e provado. Muito bem, sem dúvidas, sem julgamentos “por convicção”, mas com provas.

    Tenho muito receio de que a corrupção possa ficar impune, se a houver neste caso, mas tenho igualmente receio da prepotência da justiça, porque será o cidadão comum a principal vítima e não virá nos jornais e ninguém o defenderá»

    Pacheco Pereira, na Sábado.

  81. É timbre do português apresentar-se perante um magistrado com o chapéu na mão e com a reverência devida a sua excelência reverendíssima. Acontece, porém, que Sócrates não pertence a essa raça de gente submissa e cobarde. Só um inocente pode reagir assim.
    E é com muito agrado que vejo, através do buraco da fechadura, o ex-primeiro ministro mostrar, perante um procurador de bigode insinuante, a fibra e a coragem de que é feito.

    Sócrates é já um ícone no qual muitos portugueses se revêem.

  82. o pacheco que diz estar convicto da culpa de sócrates é o mesmo que rejeita julgamentos por convicção.

  83. http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2015/06/12/ha-alguem-por-ai-para-enfrentar-a-triste-degradacao-da-justica/

    «É fácil demais manter a questão como o “caso Sócrates”. As paixões tudo abafarão e ficaremos como na conversa sobre a ida de Jorge Jesus para o Sporting: ama-a ou deixa-a. Esse ruído ocultará sempre o fundo mais fundo da questão, que é uma justiça que não acredita em si mesma. É preciso salvar a justiça dos seus protagonistas, dos seus costumes, das suas teias de cumplicidades, das suas facilidades.

    E isso já é com os candidatos – os das legislativas e sobretudo os das presidenciais. Digam-nos o que querem fazer ou fiquem de lado, porque se estão calados então não têm solução para os problemas de Portugal. É uma questão de regime, é mesmo convosco, senhores candidatos e senhoras candidatas.»

    Na mouche !

  84. Também aconselho a leitura da coluna de opinião “A Lagartixa e o Jacaré” na revista SÁBADO (2ª metade, discretamente intitulada).

    É interessante notar os mitos que José Pacheco Pereira alimenta em torno de si próprio e do que pretende que seja visto como a sua integridade como comentador político sem mácula, porque raiam o ridículo.

    Será possível, por exemplo, que alguém ignore as ininterruptas e violentas campanhas de difamação de Sócrates ao longo de muitos anos? É, e é até possível inverter a coisa. Passo a citar:

    «Poucas pessoas em Portugal criticaram com mais dureza José Sócrates, muitas vezes sózinho, sujeito aos violentos ataques de uma claque de fãs de José Sócrates que não poupava nos insultos (e ainda anda por aí)…»

    A «claque que ainda anda por aí» devia lembrar-lhe as cobras e lagartos que ele, o caluniador José Pacheco Pereira, rei e senhor das intervenções mediáticas em tudo o que é media e mexe, dizia do direito à vida das pobres lagartixas no seu tempo de jacaré dos «blogues socráticos», que ele assegurava saber que eram pagos pelo pilantra Sócrates com o dinheiro do povo e desapareceriam assim que lhes fosse cortada a árvore das patacas…

    Mas diz mais:

    «… desde que Sócrates foi preso — e eu tenho uma convicção interior de culpabilidade, o que não tem qualquer valor em si — tenho evitado entrar no gozo e na humilhação que muitos mostram com o destino do homem e penso continuar a fazê-lo — claro que Sócrates não ajuda, porque ao colocar a ênfase numa defesa política, justifica que a sua condição seja discutida politicamentre no espaço público. Isso inquina o debate …»

    Não é engraçada esta suspeita quase subliminar, difícil de confessar com todas as letras, senão mesmo de arrancar aos lapsos inconscientes, de que as suas «convicções interiores» (alicerçadas nas campanhas de difamação da imprensa Cofina?) afinal correm o risco de se revelar uma boa trampa que não vale nada? Note-se que não está a emitir um truísmo óbvio acerca do valor jurídico de uma opinião individual enquanto tal, i.e. perante a lei, e sim a falar da coisa interior, i.e. do que uma secreta sensibilidade instintiva lhe sussurra ao ouvido, senão não lhe teria fugido a pena para a palavra «interior», teria escrito «e eu tenho uma convicção de culpabilidade».

    Eu costumo dizer que faço o meu melhor para que as minhas convicções valham o que valer o conhecimento e a lógica que as informam. Mas parece que para Pacheco Pereira a culpabilidade de Sócrates, independentemente dos factos, não passa de uma fézada. Bem me parecia…

    Mas consolem-se os fãs do Pacheco, que nada vai mudar. José Sócrates, prisioneiro político embastilhado, detido por lettre de cachet judiciária sem justificação visível, está a defender-se através de mensagens para o exterior da avassaladora campanha de difamação que lhe é movida, em vez de se limitar a fazer vénias aos senhores inquisidores? Nada de gozos ou humilhações, excepto acusá-lo de estar a fazer uma defesa «política» que «inquina o debate»…

    A sério. Evitem comprar a revista, mas procurem ler se não acreditam. Muitos começam a lamentar a prisão de Sócrates que antes festejavam, por se aperceberem que não vai ser possível atirá-lo para alguma oubliette (capa do jornal O Diabo) como nos velhos tempos do senhor professor. Mas convém estarmos atentos a alguma súbita «reforma da justiça» da actual ministra da fraca figura, para acalmar os sindicatos judiciais desembestados e outra forças obscuras.

    Não há paciência…

  85. Só por curiosidade: a Ignatzia é o próprio Ignatz (cujos comentários acompanho com bastante divertimento) quando sai de saltos altos, é outra pessoa completamente estranha, ou é a namorada do dito?

  86. Meirelles,
    nem em saltos altos consigo chegar perto do ignatz, com muita pena minha.
    Para aliviar o ignatz desta carga, a partir de agora vou passar a chamar-me Júlia. Só espero que o Júlio não se incomode com isso.

  87. Posso sugerir, por exemplo e para evitar confusões, «Lucas Salsaparrilha» ou «Isaura Fontes» ou outra coisa qualquer que ajude a saber quem está a falar com quem, independentemente do cartão de cidadão?

  88. Observação (superficial, e que vale o que vale):

    Já repararam, como eu penso ter reparado várias vezes, que quando o tópico Sócrates é praticamente impossível de evitar na Quadratura do Círculo, o habitual participante fixo Lobo Xavier, autor do famoso pronunciamento que deu a volta ao mundo sobre a falta de carácter do ex-primeiro-ministro Sócrates prima pela ausência?

    Porque será? Excesso de carácter para não envergonhar mais o outro com a comparação? Prudência e falta de opinião definitiva sobre estes assuntos? Compromissos inadiáveis?

    O Correio da Manha podia fazer um inquérito. Sugestão de título: «Lobo mau ou ovelhinha?».

  89. quando os chanfrados falam com eles próprios. se elogiam e tentam o chichi do território, é de rebolar de riso. IGNARALHOS, « a gente já bimos» que tens défice de atenção….toma lá este LOL, pá.

  90. LOL, eu não disse que a IGNARALHADA toda aparecia?! FRANGO CONATRA, lê outras coisas pá, essa já é velha. De facto, tu e os rabos têm um problema, voltas sempre ao mesmo. Ouve, espreme um figo verde pá, quem sabe te acalmas. COMUNA.

  91. Ó IGNARALHO, não. Essa é tua incumbência e debes andare muy pretrubado, pá, poise só falas niço. Óube, iscuzas de por linques, pá, eue num us avro, pá. e já agora a prapózito de nomes, óube, mata os carrapatos, pá, ou come-os com a sopinha do 44, tás a bere, em jeito de crutons, hum. oqueie.

  92. Não quero simplificar, nem pretendo saber mais sobre os alegados pormenores secretos, vulgo «fortes indícios de provas» e «provas», do caso Sócrates do que qualquer outro observador naturalmente céptico (e exaustivo) dos métodos de desinformação condicionadores da opinião pública, mas se tivesse acabado de chegar de Marte daria muitissimo mais crédito a um tipo que escreve coisas como a carta de hoje sobre o Ressentimento, do que à multidão de néscios inocentes, zelotas justiceiros, manipuladores hipócritas e víboras maldizentes que se acham suficientemente sábios para pregar dos seus púlpitos virtuosos as culpas alheias, advenha o que advier, com provas ou sem provas.

    Este miúdo (defeito meu, mas não consigo desprezar gente tão patareca ) serve de exemplo do que quero dizer:
    http://expresso.sapo.pt/blogues/Opinio/HenriqueRaposo/ATempoeaDesmodo/2015-06-11-Nao-preciso-da-justica-para-condenar-Socrates

  93. CARRAPATO, faz a sopinha e poe-lhe os teus carrapatos em jeitinho de croutons, hum? fogo, pá, largas os linques, a tua «coltura» num interessa tás abere? iGNARALHIZITO.

  94. Sou eu, o home das mil caras. E todas pagas pelo Sócrates, tás a oubir, ó troll patareco? Morde-te todo mas é de inbeja…

  95. Ó MAISRELLES, tenho-te dito, ao longo dos tempos para parares de te projetares pá. Qual inbeja, qual carapuça, pá? Continua a fazer rir, pá, for free. LOL. Já agora escrebestes alguma coisa de interessante sobre cobras e lagartos? hum? já bi quescrebes muita trampita, mas há gostos para tudo, num é? Olha, olha, o TROLL és tue, ainda por cima com a pila escaldada…à procura de francesinhas tipo catherine, n´est-ce pas?

    Ó PESSOAL o MAISRELLES é que bai safar o 44. Manda aí um requerimento, pá! começa com o feitiço da cobra, metes a lagartixa no meio, e bais a bere os benerandos desatadores todos intimidados pela tua inteligência….

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