Perguntas simples

Isto de ver o PSD a juntar-se ao PCP, BE e PAN para interromperem as obras do Metro e causarem um prejuízo de mais de 100 milhões de euros, e um atraso de não se sabe quantos anos na expansão da linha, significa que a “Geringonça” foi oficialmente substituída pelo “Frankenstein”?

16 thoughts on “Perguntas simples”

  1. um atraso de não se sabe quantos anos na expansão da linha

    Não sei se isso não será benéfico. Há troços de linha do Metro que têm tão poucos utentes que só dão prejuízo. Por sinal, o troço Marquês de Pombal – Rato é um deles.
    Como bem diz o PAN, é preciso primeiro por o Metro como ele está hoje a funcionar bem. Só depois é que se deve pensar em exandi-lo.
    É seriamente questionável se a prioridade deve ser expandir o Metro mais or dentro da cidade, como se pretendia, ou se não será socialmente mais útil expandi-lo para fora da cidade.
    Dá a sensação de que a expansão do Metro se tornou numa tarefa constante – o Metro tem que estar sempre a expandir-se, ano após ano – sem que se reflita bem quais as necessidades que essa extensão satisfará.

  2. @luis lavoura

    outro que não dá é o campo grande- telheiras. porque será? será que é porque são troços que só tem uma paragem porque não continuaram?

    “Dá a sensação de que a expansão do Metro se tornou numa tarefa constante – o Metro tem que estar sempre a expandir-se, ano após ano” e porque será que é assim em todas as cidades?

    Explica melhor essa teoria idiota, pf!

  3. O que se está a passar é muito simples, todo o mundo entende que é governo
    pois, é a A.R. a parar obras públicas e, o Tribunal de Contas a criticar e recomen-
    dar como deve o Governo actuar … já não bastavam os “cadernos de encargos”
    do Presidente Celinho que, também gosta de mexer na governação!
    Depois temos a quebra do segredo? de Justiça do questionário que o juiz Calex
    resolveu enviar para o P. Ministro que, para evitar mal entendidos fez publicar
    as respostas demonstrativas que o juiz anda à nora com o “caso” de Tancos cuja,
    investigação sobre o roubo ficou nas àguas de bacalhau … houve mesmo roubo?

  4. Nunca percebi a lógica de expansão do metro: para zonas “sem saída”, como Telheiras e afins, esquecendo a periferia que inunda a cidade de carros; a expansão ao aeroporto podia ser feita a partir do Campo Grande (1.000 METROS DE LINHA que até podia ser à superfície…); uma estação na Encarnação quase às moscas e agora zona com parquímetros para afastar os automobilistas que vêm da periferia, (moradias, baixa densidade populacional) esquecendo a Portela, Sacavém, Prior Velho, Camarate, com o quíntuplo da densidade populacional da Encarnação; Linha para a Amadora, que já é servida por via férrea; ou é incompetência pura ou mais altos interesses se adivinham.

  5. Frango Sinatra,

    a minha “teoria idiota” é que o Metro de Lisboa durante muitos anos não foi expandido. Depois vieram os fundos europeus, e começou-se a expandir o Metro a torto e a direito, sem critério, com estações gigantescas e colocadas em locais de pouco movimento, basicamente só para gastar o dinheiro que a Europa nos oferecia.

    Começou com a linha vermelha, cuja maioria das estações são enormes, foram caríssimas, e servem uma população reduzidíssima. E depois continuou, com a Encarnação, Telheiras e Rato, mais Alto dos Moinhos e etc, estações que pouca gente servem e só dão prejuízo.

    Agora querem por mais duas estações, na Estrela (a uma profundidade brutal, com enormes escadas rolantes, que custam dinheiro a manter a funcionar, para levar o pessoal para a superfície) e em Santos, que para pouca gente servirão.

    É mais prejuízo de manutenção e funcionamento, só para gastar fundos europeus que se considera imperdoável não gastar.

  6. Hoje li no Expresso sobre este projeto de alargamento do Metropolitano. E o que concluí é que o projeto é muito importante, basicamente, porque permite gastar 83 milhões de euros de Fundos de Coesão da União Europeia que, caso o projeto não vá para a frente, será muito difícil gastar de forma alternativas.
    Ou seja, constrói-se o metro, não porque ele seja necessário para as pessoas, mas sim porque há dinheiro que tem que, a todo o custo, ser rapidamente torrado.
    Isto não seria demasiadamente mau, se o Metro não tivesse avultados custos de manutenção e funcionamento – que não serão cobertos pela União Europeia! Uma vez o Metro construído, é preciso mantê-lo em funcionamento mesmo que ele dê prejuízo – e seremos nós a termos que pagar essa manutenção.

  7. Você, Lavoura, faz lembrar aqueles idiotas que quando o Marquês resolveu reconstruir a Baixa se queixavam de que as ruas seriam muito grandes, que era um despautério e tal. Para além disso, pelo menos no que diz respeito à linha vermelha, claramente não a frequenta nem faz a mínima ideia das baboseiras que debita.

  8. Carlos Pimentel,
    utilizo muito ocasionalmente a linhe vermelha. O que verifico é que, a partir da estação Alameda, todas as estações estão quase vazias, com exceção de Oriente e Aeroporto. Mais verifico que a estação das Olaias é um verdadeiro palácio subterrâneo, que deve ter custado um balúrdio a escavar.
    A minha impressão é que o Metro ganharia dinheiro se encerrasse meia dúzia de estações dessa linha. Ademias, para a maioria dos passageiros seria um conforto, iriam muito mais depressa para os seus destinos (Oriente ou Aeroporto).
    Quanto ao marquês de Pombal, é claro que ele teve razão, mas somente 150 anos depois da sua morte, quando os carros se vulgarizaram. Também é verdade que os faraós fizeram um grande investimento ao construírem as pirâmides – o Egito ganha montes de dinheiro com elas, 4000 anos após os faraós morrerem. Mas não sei se é este tipo de investimentos, que só rendem centenas de anos depois de serem feitos, que o país deve privilegiar.

  9. Por estranho que pareça, há alguma razão em quase todos estes comentários; mas vamos por partes.
    O Metro é um elemento estruturante fundamental na rede de transportes colectivos urbanos de Lisboa e é o único em que se pode realmente confiar.
    Por este motivo, é um pilar fundamental para a formação do elevado PIB de Lisboa, que (a par do Porto) permite sustentar o Interior do País, muito empobrecido, mas fundamental para a coesão nacional.
    Contudo, como qualquer serviço público, o Metro é intrinsecamente deficitário. Mas é o caro que nos sai barato.
    Contudo, tem de haver limites razoáveis para esse caro, senão teríamos que levar o Metro à Venda do Pinheiro, a Mira Sintra e a Bucelas, no mínimo, o que seria um desastre económico.
    E isto porque o Metro, para poder arrancar e travar com muita eficácia de forma a ter estações separadas por poucas centenas de metros, isto para além de circular em túneis, tem um custo por quilómetro muitíssimo superior ao do seu concorrente ferroviário pesado, o comboio.
    Pelo que, para não ser demasiado deficitário, tem de apresentar uma procura elevada ao longo do dia, o que não acontece se fizer serviço suburbano, em que quase só existe tráfego nos picos da manhã e da tarde associados aos movimentos diários pendulares. Ou seja, simplificando, quase ninguém viajaria de metro para Sacavém, Famões, Mem Martins, ou Porto Salvo, entre as dez da manhã e as quatro da tarde.
    Por este motivo, a maior rentabilidade das linhas de metro está no serviço urbano, em que os factores de ponta do tráfego de passageiros são mais diluídos (no centro da Cidade há muitos passageiros ao longo de todo o dia), sendo por isso preferível densificar a rede existente e não expandi-la para os arredores mono-funcionais (muita habitação e pouco terciário).
    Sendo assim, a questão que agora se coloca, para além de se poder discutir a pertinência de certas estações com menos procura actual, é entre a expansão da rede para a zona ocidental da Cidade, ainda totalmente desprovida deste meio de transporte, e uma melhoria da cobertura nas zonas já servidas.
    Numa perspectiva economicista, a linha “circular” garante melhores resultados, pois vem articular a rede actual com a Estrela e Santos, onde a procura potencial é elevadíssima (zonas mistas, residenciais e comerciais, com animação nocturna e grande apetência escolar – Pedro Nunes, Josefa de Óbidos, ISEG, IADE, etc. – e turística).
    Mas esta opção equivale a adiar a expansão do Metro a zonas urbanas mais distantes e que estão dramaticamente dependentes do automóvel e do autocarro, como Campo de Ourique, Campolide, Alcântara e a Ajuda.
    Por isso, numa perspectiva menos economicista e mais próxima de valores de equidade e coesão social, a linha “circular” é menos aconselhável.
    Que seja o PAN, a CDU e o BE a dizerem isso não tira a razão a este argumento.
    Que o PSD se lhes junte, mesmo que não se goste do PSD, é motivo para se saudar.
    Por isso, não compreendo a defesa das teses do Governo actual apenas por interesse “clubístico”, ou de “tribo”. Isso é precisamente o que o PS diz combater.
    E eu, que sempre apoiei a chamada “geringonça”, que apesar do nome pejorativo com que a quiseram conotar funcionou muito melhor do que o anterior desgoverno da “gente séria”, não posso acompanhar agora este histerismo do Governo actual, só porque no Parlamento houve uma maioria legítima de Deputados que entendeu questionar algo com que não concorda! É a Democracia, não?
    Se queremos discutir a coisa pública com seriedade e criticar os outros por não o fazerem, então comecemos por dar o exemplo. E não é por poder ser co-financiado pela UE que um erro deixará de o ser!
    Não era também o TGV (as famosas cinco linhas, cinco, do Durão Barroso) financiado pela Europa?
    Para novelas tristes de decisões atabalhoadas e que deram o resultadão que está hoje à vista, já basta ter-se questionado e torpedeado uma decisão importante, estabilizada e assumida por décadas de compromissos nesse sentido, como foi o irresponsável e (até hoje) inconsequente e estéril abandono da solução da Ota para o Novo Aeroporto de Lisboa…

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