22 thoughts on “Eu não sei”

  1. O registo mais antigo creio que foi em 1889, no Brasil, pelo Visconde de Cavalcanti. Não sei onde está, se é que ainda existe.

    Em Portugal, segue as pistas nesta notícia.

  2. Valupi,

    Desculpa mas estas a ser injusto :

    1/ A resposta à tua pergunta esta no teu proprio post.

    2/ Presumi que o post fosse devido a acreditares, como eu, que a Internet não tem pernas para andar sozinha… E também que a tua curiosidade não radicava num anseio de colo !

    3/ Eu gostei de ficar a saber, não so a resposta à pergunta, como também que posso pedir informações ao estimado Vega9000, e também ja agora que existe uma pequena diferença entre ir parvamente à Google e ler o Aspirina B…

    Ou não ?

  3. Não, não pode, daí o cauteloso “creio”. Mas é um bom ponto de partida para a descoberta.
    No caso do Visconde de Cavalcanti, para além da Wikipedia, as fontes que descobri foram estas, que me parecem minimamente fiáveis:

    http://audiolist.org/forum/viewtopic.php?t=531

    http://www.almanaquebrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5529:fonografo-falou-para-monarcas-e-republicanos&catid=14:ciencia&Itemid=133

    E a bibliografia que poderá confirmar está no fim desta pequena biografia oficial:

    http://www.aplpb.com.br/?page_id=19&id_acad=72

    Quem quiser investigar, fica o ponto de partida.

  4. A internet pode funcionar como uma extensão da memória onde o cérebro acede quando necessita. E hoje em dia acedes em qualquer lado, 24 sobre 24. Sem que déssemos por ela, somos ciborgues. :)

  5. A Internet não tem tudo, longe disso, tem é muito do mesmo. Neste caso, e tomando como certa a informação relativa ao Visconde de Cavalcanti, não sabemos se se conservou esse registo. E, não se tendo conservado, voltamos à questão original: onde está a voz em língua portuguesa mais antiga?

  6. dircurso do Presidente Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemoração do centenário da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922. O discurso aconteceu numa exposição, na Praia Vermelha – Rio de Janeiro – e o transmissor foi instalado no alto do Corcovado, pela Westinghouse Electric Co

    tralarailarai.:-)

  7. Bom, isto foi giro mas não pesquiso mais. Do que consegui descobrir, a história do Visconde, e outros da casa Real brasileira, parecem-me confirmados, aparecendo em várias referências e numa tese de mestrado com bibliografia. Não faço é ideia se ainda existem, mas julgo que não, não aparecem mencionados em nenhum museu, e uma curiosidade dessas estaria certamente divulgada.

    Sendo assim, no Brasil, a gravação mais antiga é de 1902, o cantor chama-se Bahiano e foi o primeiro disco editado (julga-se, pelo número de série) pela Casa Edison, do pioneiro Fred Figner. pode ser ouvido aqui. E a história, espantosa, de como as matrizes antigas foram perdidas pode ser ouvida aqui.

    Sendo assim, as primeiras vozes em Português que estão registadas devem ser as feitas em 1900 e que foram descobertas pelo José Moças, da Transom. Devem estar com ele. Resta saber se são ainda audíveis.

    Por curiosidade, fica também o primeiro registo de sempre da voz humana, que não foi de Edison. Foi de um francês obscuro, Édouard-Léon Scott de Martinville, que no decorrer de experiências gravou, em 1860, 11 segundos de “Au Clair de la Lune”, e pode ser ouvido aqui, recuperado pela Universidade de Berkeley. Reportagem da descoberta aqui.

  8. Trata-se de um problema para investigadores, não se resolve com a informação disponível. Nem sequer as datas apontadas oferecem segurança histórica. Ou seja, se algum registo fosse indiscutível quanto à anterioridade, já teria sido consagrado na cultura popular (na TV e cinema, jornalismo), creio. E, finalmente, nesta busca não estou à procura da expressão cantada, mas da falada em discurso natural (sem intento artístico) – o que ainda complicará mais a questão, a menos que a locução gravada diga respeito a eventos datáveis.

    O caso do “Au Clair de la Lune” é diferente, tendo sido unanimemente reconhecido como o registo sonoro mais antigo que se conhece.

  9. O problema não se resolve com a informação disponível? E ainda para mais tinha de ser registo de discurso natural? E só agora é que dizes?
    (bom, sempre deu para conhecer umas coisas)

  10. As datas são certas. Estão referenciadas, no caso do Visconde, em 3 livros diferentes, e no caso da música no acervo do Instituto Moreira Salles, no Brasil, que tem a colecção de Humberto Franceschi.
    O resto, dizes bem, é para investigadores, ou para quem tenha paciência. Sobretudo essa da “fala natural”, que é diabólica. Mas descobri imensa coisa interessante que não sabia, e muito mais que nem disse para não vos maçar, numa parte da manhã e numa parte da tarde, só utilizando a internet. Só por isso já valeu a pena, e para um leigo na matéria, não está mal. Considero-me um “investigador do cú-sentadismo” :)

  11. edie, mas a questão não é para ser resolvida pela Internet, antes pela investigação. Se bastasse uma simples pesquisa, nem existiria o problema. E, mesmo que nada se possa concluir com certeza suficiente, há esse desejo que vale por si. Não gostavas de poder ouvir a língua portuguesa tal e qual como se falava (em certos meios, óbvio, relativos à origem geográfica e social do registo) no século XIX ou no princípio do século XX? Será que notaríamos diferenças relevantes ou seria igual ao português falado nos filmes portugueses dos anos 30 e 40? Na impossibilidade dessa viagem no tempo, então satisfazer a curiosidade quanto à gravação mais antiga também é um trabalho de detective excitante.

  12. Vega9000, as datas podem estar certas no caso do Visconde, claro e tendo em conta as fontes, mas não nos ajudam a encontrar a voz. Mas sinto que te arrastei, involuntariamente, para um fascinante passatempo. Espero que te lembres aqui dos pobres caso encontres algum tesouro para além daqueles que já partilhaste.

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