Paulo Campos é uma das pessoas mais odiadas em Portugal. Nos principais meios de comunicação, ao longo de anos e anos, é possível encontrar frequentes e raivosos libelos onde se berra ser este ex-governante responsável por crimes que terão causado prejuízos faraónicos ao Estado – portanto, ao bom povo que anseia por corruptos pendurados nas árvores. Quem o acusa não precisa de esperar por condenações transitadas em julgado, sequer acusações coladas com cuspo, para ter certezas furibundas acerca da sua culpabilidade. Como sempre acontece com os pulhas, aliás, os factos e as provas não fazem falta alguma quando se dispõe de sofismas e calúnias para dar e vender. É o que faz aqui um caluniador profissional, estávamos em Maio de 2012:
Este Zé, apresentado pelo Grupo Impresa como o especialista-mor da casa em assuntos de finança e economia, utiliza todo o poder mediático posto à sua disposição para atacar o bom nome de pessoas e instituições, deixando explícitas denúncias de supostos crimes colossais na gravidade política e no valor do alegado dano, sem apresentar qualquer fundamento para além da sua convicção. Logo, ele não está apenas a representar-se individualmente ao expressar uma opinião que calha ser fetidamente canalha, está concomitantemente a representar a agenda política de quem lhe paga e de quem é proprietário do meio que lhe projecta e amplifica a influência.
A investigação às PPP é desde o seu início um processo político. Nasceu de uma queixa de Carlos Barbosa, fundador do Correio da Manhã e figura grada da oligarquia golpista, e foi o processo que permitiu a Paula Teixeira da Cruz, então ministra da Justiça, usar a ocasião em que visitava a prisão de Caxias para se referir às buscas feitas a Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos com a cifra “acabou o tempo em que havia impunidade“. Ou seja, uma ministra da Justiça comenta uma acção do Ministério Público sobre adversários políticos e, em simultâneo, indica às claras que considera os alvos culpados dos crimes relativos ao processo em questão, e também de serem culpados de manipulação criminosa dos poderes policiais e judiciários num passado recente e num período indefinido. Ausência absoluta de sentido de Estado, de respeito pela Constituição e de simples decência, eis o espectáculo dado pela senhora já a sonhar em construir mais prisões para enfiar tanto corrupto socialista. Desse dia em diante, sempre que na direita e na imprensa se glosa a expressão “fim da impunidade” todos deliram de gozo cúmplice com a caçada em curso: a tentativa de conseguir meter em tribunal e na prisão o maior número de socialistas ligados a Sócrates que for possível apanhar.
O processo das PPP é também irónico, e nessa ironia profundamente revelador do domínio da direita decadente sobre o espaço público e os poderes fácticos, pois trata-se de mais um que começou com Pinto Monteiro ainda procurador-geral da República; tal como antes tinha acontecido com o “Face Oculta”, outra tentativa de judicialização da política com vista a espiar um primeiro-ministro em funções, perverter actos eleitorais, decapitar a direcção de um partido e fazer com que a direita voltasse ao Governo nas eleições legislativas de 2009. O mesmo Pinto Monteiro que ainda hoje é caluniado de forma torpe por cobardes e trastes que cospem inanes mentiras a seu respeito pois não lhe perdoam ter tido coragem para defender e aplicar a Lei. A retórica do “fim da impunidade”, lançada como arma de arremesso contra o PS quando a direita conseguiu reunir uma maioria parlamentar, um Governo, um Presidente da República e uma comissária política na chefia do Ministério Público, não é em nada de nada diferente do que vemos Trump fazer à Justiça e à política americana. Nada de nada de nadinha de nada diferente.
Entretanto, passaram 8 anos e ainda não se sabe quando teremos acusação embora se dê como garantido que vamos ter acusados. E em que ocuparam os garbosos procuradores e demais auxiliares das forças do Bem o seu tempo? Pois em provar que não existiu corrupção. A acusação sórdida que José Gomes Ferreira dava como verdade gravada na pedra, delírio nascido em 2012 da excitação de ver socialistas à beira do chilindró no que agitou como caso judicial do século, caiu porque nem um cêntimo ilícito, ou parecido com isso, se conseguiu detectar nas contas dos suspeitos. Pelo que tudo aponta agora para uma acusação de “gestão danosa”, seja lá o que isso queira dizer face aos factos. O que fica como obscenamente notável nesta altura do campeonato, portanto, é que mais uma investigação gigante das nossas autoridades leva a concluir que os membros dos Governos de Sócrates são, muito provavelmente, dos cidadãos mais honestos que já passaram por S. Bento. Recorde-se que até o uso dos cartões de crédito dessa bandidagem foi espiolhado com minúcia implacável (noutro processo iniciado no mandato de Pinto Monteiro) só para se concluir que realmente havia entre essa gente dois exóticos secretários de Estado mais amigos da leitura. Ambos absolvidos, um da acusação e outro da condenação em 1ª instância. Se alguém começar a fazer as contas ao dinheirinho que o Estado já gastou a revirar do avesso as vidas de Sócrates e de quem com ele aceitou governar e administrar a República, algo nem de perto nem de longe feito a políticos do PSD e do CDS, receio que o valor final (ou melhor, corrente) dê para comprar Macau de volta e ainda ficar com uma parte de Hong Kong.
Este o contexto largo para mais um número circense na madraça da direita passista. Luís Rosa, um fanático que é pago para tentar criminalizar socialistas tanto nos seus artigos de opinião como nos seus artigos de jornalixo (embora seja impossível distinguir uns dos outros), permitiu a Paulo Campos dar uma lição de deontologia jornalística e de moral para principiantes ao pasquim do Zé Manel e do Rui Ramos: Direito de resposta ao artigo “Novo presidente do Tribunal de Contas referido no inquérito das PPP”. A pancada foi tão forte que não houve qualquer contraditório perante a exposição de Campos e só passados 4 dias o pulha do Rosa conseguiu reagir (de uma forma tão ignóbil que merece texto autónomo).
E este o contexto apertado para uma ida de Paulo Campos à SIC, no auge da polémica com o fim do mandato de Vítor Caldeira à frente do Tribunal de Contas: Paulo Campos: “Não tenho nenhuma relação pessoal com José Tavares”. Estamos perante mais um momento televisivo inesquecível que tem Paulo Campos como protagonista. Porque, mais uma vez, o jornalista que está à sua frente não percebe patavina do assunto sobre o qual o está a interrogar, limita-se a ler as atoardas publicadas. E, mais uma vez, o ex-secretário de Estado desmonta detalhada e peremptoriamente as mentiras que são lançadas nas campanhas negras que o visam. Consequência: neste caso, num canal exclusivamente dedicado ao serviço noticioso, num caso com a notoriedade e a importância deste, com o alvo principal em estúdio à disposição e com disponibilidade para tudo esclarecer dentro da sua responsabilidade, a jornalista assume uma atitude sarcástica e desdenhosa e não permitiu (talvez por ordem editorial) que o convidado pudesse expor com tempo suficiente e clareza os seus argumentos – que são os argumentos que interessam a quem se interessa pelo assunto e que não queira ser tratado como borrego.
É uma pena que o Daniel Oliveira, que em Setembro escreveu ser o Expresso do sectarismo editorial, das notícias falsas e da armadilha a um primeiro-ministro a “principal instituição do jornalismo português onde, com um imenso orgulho, tenho o privilégio de ser colunista“, não encontre um tempinho para nos dizer o que pensa dos critérios jornalísticos da versão televisiva dessa soberba instituição do jornalismo laranja – onde é um leal e dedicado soldado – quando toca a Paulo Campos e restante malandragem socrática. Tal silêncio de um dos nossos mais íntegros e valentes colunistas pode, então, servir para comprovar a seguinte tese: Sócrates, Augusto Santos Silva, Pedro Silva Pereira, Vieira da Silva e Paulo Campos, entre muitos outros que serviram Portugal entre 2005 e 2011, não são odiados por crimes provados ou falta de talento exibido, será precisamente pelas razões opostas – são melhores do que a concorrência, porque mais bem preparados e mais profissionais; já para não falar no respeito pelo Estado de direito democrático que os tão odiados sempre cultivaram e reclamam, peçonha a que a indústria da calúnia é alérgica.
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Convido à recordação, e fruição pedagógica, de mais dois momentos memoráveis em que Paulo Campos trata a escória como ela merece ser tratada:
Paulo Campos contra o resto do mundo
-> Onde se pode ver um pobre coitado direitola a levar uma desanda que, fatalmente, ainda hoje recordará diariamente com dor ao sair da cama para enfrentar o mundo exterior.
O Gomes Ferreira já foi servido, tragam agora o Medina Carreira e o Marques Mendes
-> Onde se vê como, ainda não se tinha chegado ao minuto 10 da entrevista, ainda não se tinha chegado ao minuto 9 da cegada montada para apanhar o diabólico socrático, e já Campos tinha reduzido Gomes Ferreira a uma papa de aldrabice ignorante e contumaz.
Era, precisamente, de uns quantos homens desta fibra e integridade que o PS precisava imediatamente após a golpada política praticada, sob a benção papal de Cavaco, Passos e Barroso, que foi o chumbo propositado anti-patriótico e anti-popular do PEC IV.
Paulo Campos desfaz com documentos e números a desmontagem do falso palavreado dos medíocres cipaios do cavaquismo-passismo como este JGFerreira tal como Mário Soares o fez imediatamente no sentido político por acções e pelo exemplo.
Também já o pai António Campos, igualmente homem de integridade a toda a prova, fora vilipendiado por Pacheco Pereira ao colocar na AR a questão das “vacas loucas” que já se tornara um assunto de saúde pública. Também, logo ali, PP ouviu cara a cara contraditados com fundamento todos os seus argumentos economicistas do cavaquismo à Pacheco.
Aquilo que Paulo Campos disse ao deputado inquiridor na Comissão de Inquérito ás PPP deveria ter sido repetido sempre que tal tipo de bocas de aluguer do jornalismo mentiroso iniciasse qualquer discussão-acusação sem saber sequer do que fala.
Já se passou o tempo de maturação dos factos e deles ainda se continua a falar do mesmo modo em estilo de galhofa como se fora caso julgado, condenado e consumado, contudo, nem sequer um comprovativo mínimo de culpa, nem a justiça legal nem a justiçeira, conseguiram ainda arrolar em defesa das suas teses.
É uma esperança no futuro que homens assim nos dão pelo exemplo. Com homens assim eu acredito no futuro do meu país.
Tá feita a limpeza, tudo aldrabado, as infiltrações mal reparadas e ficou o cheiro a mofo da humidade . Quanto à parede direita, nada se diz ( mas da esquerda também nada se sabe, e por isso, não se fala do que é substancial ) .
Costa, sim senhor, reverteu tudo, acabou com todos os maiores escândalos, extinguiu as rendas de varios sectores parasitários do Estado, já não há bancos pendurados, não há rendas do sector energético, das PPP rodoviárias e dos consórcios das pontes, renegociou os acordos com os chineses, já pagam IVA e para se poderem estabelecer em Portugal têm que empregar pelo menos 1 empregado português, e não podem cozinhar na loja nem dormir na sobre-loja, a menos que não utilizem extensões eléctricos chinesas e outros electro-domésticos made in RPC que são perigosas e já têm causado incendios graves, obrigou-os a terem seguro obrigatório contra incêndios, do mesmo modo que obrigou todos os pensionistas e penduras estrangeiros reformados, e não só, que viviam em Portugal à grande e à francesa, a pagarem impostos como todos os demais residentes, agora já não têm tanto poder de compra e já não contribuem para a centrifugação dos nacionais porque não podem comprar edificios a torto e a direito, e mesmo que o possam fazer, têm que ficar com os inqilinos, acabaram os despejos, eram coisas malfadadas do Portas e da Cristas, também as malfeitorias Passistas foram anuladas, o IVA da electricidade baixou para 5 %, geral para todos como, deve ser, a taxa mais alta também desceu substancilamente para 15 %, o IRS, esse, teve uma correção espectacular, agora já não é a chamada “ classe-média que ganha entre 20.000 a 40000 euros “ a aguentar o Orçamento, com taxas de 37 %, não senhora, desceu para 20 %, e a classe imediatamente superior ( onde se enquadram a maioria dos politicos e o pessoal politico+partidário eleito e nomeado ) portanto a superior 40.000 euros,
essa passou a ser taxada como deve ser, à taxa de 42 %, não só para dar o exemplo, mas porque ainda fica com um bom rendimento disponível . E por aí adiante, as reformas são imensas .
Mas o feito maior foi o de não ter deixado cair em saco roto a consigna “ à justiça o que é da justiça e à política o que é da política “ e portanto passou a pedir prévios pareceres jurídicos à PRG, antes de emitir legislação . Hehehe …
E também fez com que alguns magistrados ( jubilados, hehehe, com uma reforma desse quilate, realmente, é um júbilo) passassem a ganhar mais do que ele, isso, para que não se dissesse que estava a agradar ao poder judicial, para vir a obter benefícios, numa espécie de PPP que envolve “futuros” no “algoritmo”, e portanto assim demonstrou que há completa separação de poderes e está tudo muito bem ( nem a justiça interfere com a política, porque não obrigou judicialmente a serem concedidos aumentos, nem a política interfere com a justiça, porque os aumentos não dependem da política, dependem do caralh ……
Porque é que você, já que não vislumbra nada de mal na governação PS e só vê santidade e vitimas de perseguição, não escreve sobre as malfeitorias da “direita decadente” ?
Ou será que também não existem ?
Porra, eu quer-me parecer mas é, que você é um “isentista” militante .
Pronto! Não gosta de ouvir dizer mal de políticos. O outro também não gostava ( o conde coré ) . E a adolecenta ex-presidente da AR, a Ascensão Esteves, até dizia que os políticos, e os deputados, muito em especial, tinham uma categoria e uma dignidade especial . Do aralho …