A violência doméstica é uma escola de política. Vendo pelo reverso, há políticos que repetem o modo como os perpetradores de violência doméstica justificam as agressões, a perseguição e o terror. Consiste na ostensiva negação das evidências e na culpabilização imediata e obsessiva da vítima.
Vimos isso no Governo de Passos Coelho, com a conversa sobre a “zona de conforto” e os “piegas”, entre outras metáforas que iam buscar uma retórica do castigo. Vemos isso agora na reacção de comunistas e bloquistas ao chumbo do Orçamento que eles próprios quiseram que acontecesse na generalidade. Esta recusa em levar a negociação para a especialidade – continuando a poder chumbar o Orçamento no seu todo – não foi decisão do Governo nem do PS, e devia bastar para encher de vergonha quem diz que os socialistas montaram um esquema maquiavélico para tirarem as eleições da cartola. Mas eles não têm vergonha porque não têm pingo de responsabilidade. Daí a alucinação correr solta, com teorias da conspiração que têm tanto de inane como de estúpido.
Pensemos. Pensemos no que se estava a pensar no BE e no PCP antes do chumbo. A acreditar no que agora dizem, estes génios já sabiam que Costa tinha na manga um esquema para provocar eleições por achar ser este o momento de abrir a caça à maioria absoluta. Então, continua a ditar a lógica que nos estão a servir, sabendo que era isso que o homem queria, foi isso que lhe deram. Para quê? Pelos vistos, para se poderem queixar do que eles próprios fizeram acontecer. Tem isto algum sentido? Não tem nem precisa de ter, eis uma lição de antropologia que não envelhece.
O Orçamento chumbado pelo BE e pelo PCP está cheio de medidas que vão ao encontro do que propalam defender. Para além disso, estrear na política nacional um chumbo do Orçamento, e logo na generalidade, devia corresponder a um sentimento de revolta sociologicamente profundo e cujas consequências fossem benéficas para a população. Passa-se neste caso exactamente o oposto. As diferenças entre o que se pediu ao Governo e o que este considerou ser o seu limite são insignificantes para quem pede. Para quem recusa, porque governa, são a manifestação da sua responsabilidade.
Não há comparação. Governar corresponde a uma dimensão única da organização do Estado. Assim como a analogia entre a economia de um país e a economia de uma família é absolutamente falaciosa, assim a moralização dos actos governativos como se fossem de um sócio num negócio é um sofisma ao serviço da baixa política. O Governo não tem de respeitar acordos para o Orçamento quando no decurso da governação tal se revela errado face às circunstâncias sempre novas. São os partidos que têm de respeitar a necessidade de termos uma governação actuando no limite máximo das suas competências programáticas e da sua entrega aos deveres executivos.
A quem servem os partidos? À comunidade ou a si próprios?
hum…aleluia ! servem para as pessoas que dirigem os partidos arranjarem emprego nos governos e parlamento e ganharem umas valentes massas ao mesmo tempo que encenam nos merdia uma farsa à moliére , a “democracia imaginária”.
e já agora , o pm nunca deveria incluir na governação medidas impostas por pessoas que representam uma percentagem ínfima de portugueses , dado que nos atingem como todo. a catarina tem de ser reduzida à sua insignificância de urubu com uma una de pavão no cu.
Comentadores que “comentam” neste blog quem faz posts não são vocês, quando teorizam ou reteorizam acerca do conteúdo dos mesmos acabam por perder o eco que pretendem. Não há ninguém que se prenda com o que está escrito em comentários muito mais extensos do que os posts que lhes deram origem. De resto o que acontece é que a partir do 3o parágrafo se começa a meter os pés pelas mãos e o tema a fugir entre os dedos ou a repetirem-se. Até os mais pintados comentadores da nossa praça escorregam nessa casca de banana, mas esses sendo pagos deveriam ter isto em atenção e não se espalharem ao comprido como o encarecido Daniel Oliveira que já não sabe onde há-de ir buscar mais lenha para queimar AC e o PS. Já nem a muleta de gaguejar um pouco lhe vale para disfarçar que, ele próprio, percebe que se vai repetir e tenta disfarçar ou ir por outro caminho. Refresquem-se para ouvir análises requentadas tenho-os a eles.
Os partidos servem para debater no Parlamento formas diferentes, iguais ou parecidas para gerir a causa/coisa pública. Servem para não haver uma “democracia imaginária” , como yo lhe chama, mas sim activa. Se há quem os utilize para fins pessoais ou corporativos, a transparência própria de uma Democracia tem de chegar para que isso seja escrutinado. Quem chega a política para defender interesses próprios ou de lobbys deve instalar-se no sector privado que, esse sim, é vocacionado para o lucro. “Democracia Imaginária” foi a instalada neste país durante 48 anos onde havia um arremedo de Parlamento com um partido único chamado União Nacional.
Os partidos políticos “portugueses”, em especial os do chamado “arco da governação”, servem para esbulhar os portugueses, moral e materialmente. Além disso, servem para impedir a unidade da Nação, promovendo a discórdia e os ódios intestinos. Cumprindo ordens emanadas das lojas maçónicas via clubes jacobinos, tais partidos políticos mais não fazem do que trair os superiores interesses da Pátria, no que são diligentes. É ver o estado a que chegou este País, hoje diminuído no seu prestígio, mera província subalterna e satrapia periférica. Um País cada vez menos português, por força da dissolução identitária operada com a difusão dos valores da suposta “Modernidade”: o amoralismo, o cepticismo, o individualismo e o relativismo.
Bolas, até chorei, so de pensar na abnegação e no sentido de Estado demonstrados pelo PS, anti-partido que se norteia exclusivamente pelo bem comum sem nunca olhar aos seus interesses proprios, e no Costa, verdadeiro paladino do interesse nacional acima de tudo. Quando penso que os eleitores não lhe deram maioria absoluta. Ingratos de merda. Ja foi a mesma coisa com o Socrates, e o resultado foi o que se viu.
Eu reformulava a pergunta. O verdadeiro problema não são os partidos (que até podem ser bons, ou mesmo perfeitos, veja-se o caso do PS). O problema são os eleitores.
O post devia intitular-se : “em democracia, para que servem os eleitores ?”
Boas
Diz o Viegas … (que até parece o primo Mário)
“em democracia, para que servem os eleitores ?”
Pois, se for apenas para legitimar o sistema politico já não é mau! Até ver “esta democracia” que apelidamos de ocidental, liberal, capitalista, burguesa, jacobina, maçónica, whatever… é a melhor forma de organização da coisa pública criada (inventada, realizada) nos ultimos 2 milhões de anos. bem, talvez nem tanto, mas pelo menos desde a invenção do vinho e da cerveja há mais de 15 mil anos.
Se for para dar uma pálida ilusão de igualdade humana e social também já cumprem um nobre ideário.
Se apenas servir para distribuir guitos e comendas aos apaniguados dos partidos está ainda assim a cumprir um desiderato, seja o de que qualquer sapiens está em igualdade para evoluir, prosperar, roubar, etc.
E mesmo que seja apenas uma forma esterilizada de sacar impostos ao people, em ultimo recurso podemos aceitar.
A alternativa a esta organização socio-politica será sempre muito pior do que a democracia aldrabada, idiota, telenovélica, que temos…
Ah! lá estamos de volta à importância dos eleitores. São, somos, o mais importante da civilização e se nos colocarmos à margem estamos a estender a passadeira a energúmenos da pior espécie (sim, são da nossa espécie…)
Ó Viegas… não podemos ser como a nêspera do primo.
é por andarem mitos a circular ,como os do ziggy aí de cima , que não saímos da cepa torta nem conseguimos encontrar um sistema equilibrado. se bem esta “democracia” seja legítima falta-lhe muiiiito para ser efectiva ( de onde julgam que surge a abstenção? , quando só 10 % dos eleitores votarem continua a ter legitimidade? sério?) logo , tem os dias contados , a não ser , claro , que reconheçam que falta discutir e mudar muita coisa para que seja a tal de Democracia.
dizer que isto é bom e bonito e o melhor do mundo é o mesmo que dizer que o comunismo na urss correu bué da bem e que devemos persistir , até sermos todos anjos, nessa utopia.
Ziggy,
O que acontece às nêsperas no dizer do Mario (que não era meu primo) não é nada, mas mesmo nada, ao pé do que pode acontecer à ironia incompreendida de um comentario…
Boas
poizé, deveriam ser todos obrigados a votar como na república popular democrática da coreia e garantir a eleição do herdeiro do trono sem votos contra.
Ah!… mitos da democracia…
ma friend Bobby, se porventura só 10% estiverem interessados em participar na escolha dos governantes estaremos muito mal. Ao contrário do que pareces acusar-me, não sou nada defensor da famigerada “democracia directa” dos comunistas e muito menos da escolha por directórios.
Também acho que se falharmos a transmissão da cultura democrática, ou se quiseres “democrática”, às novas gerações (pois… supostamente dentro de poucos anos estarei a engrossar a peste grisalha) é porque não estivemos à altura; e tudo aparentemente estava a nosso favor – desculpa o abuso de achar que és um democrata (e sem aspas)
Neste momento os partidos só servem para arranjar tachos para os amigalhaços.
Mesmo com a assembleia dissolvida a parvoíce das proibições pandémicas continua.
Dantes era preciso reunir a assembleia e haver acordo entre os partidos para decretar ou levantar proibições, mas agora, pelos vistos, os partidos não fazem falta nenhuma, porque a estupidez continua.
O que vale é que as eleições são já em Janeiro e se a Catarina vai experimentar o sabor amargo da sua traição, vamos ver se o Costa ao satisfazer o lóbi das farmacêuticas e dos médicos não vai também ter uma surpresa no dia das eleições.
não sou democrata , mas não te preocupes , acima de mim, só Deus , portanto também não sou fã de ditaduras ou ditamoles. detesto poder , nas suas mais variadas formas e máscaras.
detesto poder , mas adoro caramelos , ok? -:)
os partidos servem, ou deveriam servir, na pluralidade e na diversidade, na sua oposição sempre com vista à melhoria contínua, uma espécie de diagrama de ishikawa constante em si mesmos e entre si, para tornarem inteira a comunidade – para conquistarem o respeito do povo e do governo que é, quando muito, o administrador do condomínio.
servem pelo menos para uma ( dis)função : decidir medidas propaladas como necessárias para defesa da população duma ameaça imaginária em função das datas de eleições , retiram-se as medidas , continuem a ser necessárias ou não segundo as notícias dos merdia , para as pessoas poderem ir votar , voltam-se a por se algum vizinho as põe outra vez.