Pacheco e Vidal, homens da luta

O Pacheco pode ser um estratega desastrado e não mais do que um bufão no grande tabuleiro das forças que moldam a política nacional, mas na blogosfera, este reino de irresponsabilidade e irrelevância, ele é um dos nossos maiores e mais queridos companheiros.

Leia-se esta maravilha, e constate-se como é verdadeiro o ditado: Politics makes strange bedfellows. Na sua obsessão iracunda, qualquer aliado serve desde que permita alimentar a paranóia. Por exemplo, o 5 Dias, um blogue onde escrevem esquerdistas, comunistas, revolucionários e taralhoucos, embora não necessariamente por esta ordem. Do actual elenco, o taralhouco-mor, Carlos Vidal, tem fascinado as boquiabertas audiências com a sua receita que mistura megalomania com megalitismo. Pelo meio, vai celebrando os ditadores onde encontra a segurança de um cosmo sem democratas a empatar. Ora, é deste caldo fascista que se faz o culto da violência que o Pacheco quer aproveitar – ah, como seria delicioso que um comuna qualquer agredisse Sócrates em nome dos espoliados pelo capitalismo… Que gozo, que satisfação…

O seu tour de force, o sinal da sua imparável demência, está aqui:

Não é que este estilo governamental corporativo-jugular não tenha também implícita uma incitação à violência, resultado do insulto sistemático contra as pessoas, mas os seus autores, uns anónimos empregados dos ministérios e outros da esquerda bon chic bon genre que gravita à volta da figura de Sócrates, abjurariam de imediato qualquer alusão à violência e ficam muito incomodados com o que lhes lembra o 5 Dias.

Estilo governamental corporativo-jugular?! Foda-se, senhores ouvintes. Este homem priva com a fina-flor dos políticos, jornalistas e poderes fácticos em Portugal. No entanto, vem para a rua de tocha na mão perseguir as sombras de dois blogues que têm como marca distintiva serem exemplos de liberdade de expressão e frontal combate político. A sua incapacidade para lidar com a inteligência e cultura cívica deles está a dar cabo do seu prestígio intelectual; o que resta, depois de um ciclo onde se perdeu um pensador e não se ganhou um cidadão. E é essa a maior violência a lamentar, entre todas as que o Pacheco assinou ou promoveu.
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Rogério analisa com perspicácia

9 thoughts on “Pacheco e Vidal, homens da luta”

  1. Um tipo a quem os jornalistas lambem o cu, que tem ao seu dispor quase todos os grupos de comunicação e o respeitinho da maioria da mediocridade nacional, tenta arregimentar mais ódio, todo o ódio que houver, uma mão, tudo por uma mão.Como sempre pensei é um tigre de papel (offset) que não resiste a uma chuvada. Basta haver algum contraditório que mostre o caricato das suas análises cuja linha se foi sedimentando nos media por puro mimetismo e devido à obscena concentração da comunicação social em mãos direitóides.
    O mérito foi e é o meio.

  2. Olha para o que digo e não o que faço:

    Pacheco Pereira, e aqui sublinho Pereira, porque Pacheco também o sou e que orgulho em o ser, julga-se o rei da sapiência e que o que pensa vale pela maioria da população portuguesa. Acresce-me dizer, não compreendo a atitude de Cavaco Silva não o ter escolhido para seu assessor. Se ele o fosse a situação portuguesa tinha melhorado e de que maneira. Era na relação com o governo; com a oposição, com os sindicatos, com o patronato, um sem fim, este iluminado, foi gerado e criado para promover o consenso.

    Faz-me lembrar um treinador que conheci e que primava pela correcção, pela disciplina, pelo apego aos treinos e jogos, o que era o contrário do que ele praticava quando jogador. Em conversa com ele referi-lhe isso, ao que me respondeu: sou assim porque conheço toda a podridão, estive envolvido nela e agora não vejo ninguém mais capaz de lhe dar luta se não eu.

    Querem melhor exemplo que Pacheco Pereira

  3. Carlos Vidal não conheço, nunca li a fundo os textos dele, mas irei corrigir essa deficiencia.Quanto ao Pacheco Pereira quem não o conheça que o compre .E o que é curioso é que até não desgostava de o ler, e de o ouvir aqui à uns anos.Mas a deterioração é tão grande que o fedor se espalha de tal maneira pelas intervenções actuais do bicho,que tudo o que ele diz ou escreve se tornar tendencioso,falso,enfim uma desonestidade total e mentirosa .O homem deve ter sofrido algum trauma na infância que se revela agora em tudo o que diz. Nunca fui de alimentar raivas e sempre tentei não tomar as aparencias pela realidade; mas , em relação a este cavalheiro não consigo deixar de não o gramar e não consigo esquecer as desonestidades e os insultos e calúnias sobre quem ele não grama e sobre quem se lhe opõe.Enfim, como dizia a minha avózinha, ele não é flor que se cheire

  4. vá lá val, uma posta sobre os resquícios de zé-fernandismo no público: “líder do ps ligado a gang”. o título supremo que estas almas e outras procuraram, em vão, nos últimos anos.

    quanto ao pacheco e ao vidal, são casos de demência pura e portanto hospício com eles. levam o meu desprezo mas temos de ficar com o olho aberto: gente dessa com poder é um perigo para a liberdade.

  5. Isto já são prendinhas de Natal para melhorar a nossa capacidade de entendimento da política nacional. Tal como o privilégio que nos foi concedido ontem de podermos assistir na televisão ao Daniel de Oliveira desvalorizar as intervenções do deputado Ricardo Rodrigues porque, digamos, só lhe reconhece as competências da escolaridade obrigatória. É bonito ver estas personalidades tirarem a máscara publicamente e assumirem-se como arautos da igualdade.

    A nossa política está porca, reduzida a elaboradas dissertações sobre incompatibilidades de feitio entre os intervenientes, conflitos pessoais e dos percursos individuais ou dos amigos com que se cruzaram. Um nojo. Entretanto, um rol de sumidades de algibeira acotovelam-se para também serem vendidas em qualquer loja de pechisbeque de esquina. Para não dizer mais uma mão cheia de asneiredo inconsequente fico-me por um, porca miséria que até faz dó.

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