Os trapos e os velhos

Baptista-Bastos tem a idade dos meus pais. É uma figura que representa um jornalismo de compromisso político idealista e estilo romântico. É também um escritor com vasta obra. Faz parte do folclore das celebridades castiças, inócuas e identitárias com que muitos cresceram em corpo e alma.

Diz que foi despachado do DN como se manda fora um trapo velho, sem piedade nem paciência. A sua prosa gongórica, pelos vistos, não cabe no novo posicionamento do jornal. Muitos estranharam a decisão. Eu, pelo menos. Que pena não haver o hábito, ou a frontalidade, de ter o responsável, ou responsáveis, a dar conta das suas razões para a contratação ou exoneração de colunistas. O caso não levou ninguém a perder duas calorias públicas com ele (que eu saiba).

Como revela nesta crónica – Agora, aqui – não esteve muito tempo no desemprego como publicista, nem um dia. O Correio da Manhã tinha espaço e dinheiro para ele. E ele voou para lá sem hesitar, conformado ou feliz.

As razões que levam alguém a querer colaborar com o CM de forma a que o seu trabalho contribua para as vendas do jornal e que das vendas venha uma qualquer remuneração para si podem ser, e serão, as mais variadas. Eduardo Cabrita, Rui Pereira, Maria de Belém e António Costa já o fizeram recentemente. Não consta que estas pessoas tenham uma carreira política onde o sensacionalismo e o populismo, os assassinatos de carácter e as perseguições de ódio, tenham sido explorados por si ou a seu favor. Camaradas e (presumo) amigos seus foram e são vítimas delas nesse jornal, tal não impede, ou impediu, o seu contributo autoral para o sucesso dessa máquina de emporcalhamento da comunidade ao serviço de uma agenda política precisa e sistemática. Por que raio tinha o Baptista-Bastos de ser diferente?

Velho não é ter 80 anos. Agostinho da Silva tinha 84 anos quando gravou as Conversas Vadias. O que lá ficou registado mostra que ele foi o mais jovem de todos os participantes no programa, incluindo dois chavalos do Secundário. Adriano Moreira tem 92 anos e é a voz mais fresca e refrescante da direita e da cidadania portuguesas. Ser velho é desistir. Ser velho é já só se ter a si para dar importância a alguém.

Tu que sempre falaste do alto da montanha, reclamando essa pureza de ar e de vistas, agitando a bandeira da lucidez implacável, foste para o meio da porqueira a troco de uma manjedoura só com restos putrefactos. Estás velho, pá.

25 thoughts on “Os trapos e os velhos”

  1. E depois há os novos sem o mínimo pudor, aocom gente que calunia, abandalha, destrói o bom nome, arrasta na lama camaradas de partido. Refiro-me a Isabel Moreira e a sua prestação na RTP da “barca do inferno” ou lá que raio é aquilo. Nem quando a Moura Guedes lhe atirou à cara e a todos nós que Sócrates teve dois bons advogados para lhe roubarem o emprego na TVI: Marinho e Pinto e Pinto Monteiro. Exactamente o bastonário da OA e o PGR em exercício. Foi apenas capaz, a Isabel, de balbuciar qualquer coisa quase inaudivel, em vez de levantar-se e abandonar aquela barcaça de lama que despejava sobre um camarada de partido. Qualquer Moura Guedes esmaga uma Isabel Moreira que não se sente perante tais indignidades. Foi penoso e triste de constatar.

  2. tanto contorcionismo para encaixares o costa na fábula do bastos, já agora poderias fazer um ensaio com a participação da moreirita na extinta porqueira do crespo ou naquela performance circence do nilton no papel amestrada socialista. o bastos é um cromo que dá jeito ter à mão para crónicas táxistas.

  3. Ó Valupi…tu não podes escrever tanto logo depois de deitares abaixo uma garrafa de vodka!
    Deixa passar umas horas homem! Dorme uma sesta, dá uma caminhada…qq coisa.

    Assim, as pessoas que te lêm ficam a pensar que tu te estás a transformar num peru emproado que caga lérias á esquerda e á direita, faz juizos sobre toda a gente e se empaturra de verdades que depois vomita, de jacto, em todas as direcções.
    O que s+o resulta numa grande porcaria, como está bom de ver.

    As pessoas não sabem que estás só borracho que nem um russo amalucado.

    Tb podes ligar um alcoolimetro ao teclado, que só liga se tiveres menos de 2g/l. Porque hoje devias ter prai umas 5 ou 6.

    E já vais com sorte se não levares outra malha antologica-blogosferica do Maradona…

    vai dormir e larga o alcool!

    Miguel

  4. Maria Abril, embora essa cena que descreves pudesse ter o desfecho que preferias, no campo das possibilidades, do que não podes acusar a Isabel é de falta de frontalidade e coragem. Aliás, como ela nesses aspectos de atitude nem sei se haverá mais alguém na política nacional do momento.
    __

    taxa driver, mas é o Costa que te paga ao comentário?
    __

    Miguel, estás a dizer que é mau, penoso ou de alguma forma negativo ser a inspiração de um texto do maradona, infelizmente cada vez mais raros? Mas de que planeta vieste tu aos trambolhões?

    E já agora, estás a falar e a queixar-te do quê?

  5. Valupi,

    Cada um se orgulha do que quiser… Eu curti ler o post do Maradona, tu parece que curtiste levar um arraial de porrada de antologia, porque serviste de “inspiração”… Tu é que sabes.

    E não me estou a queixar de nada. Considerando que te li tantas vezes com prazer, sinto-me no dever moral de te dizer quando fazes um post de merda como este.

    E na verdade, reparo (como te dizem aqui em cima) que os teus posts de merda envolvem sempre o António Costa. Fixação do caraças que te para o neurónio solitário.

    Em resumo, digo-te que esta verborreia moralista e altiva que caga-lérias a torto e a direito resulta de um nivel de alcoolémia acima do suportado pelo ser humano comum, porque alguem tem de te dizer. Mais ou menos como se diz a um amigo que tem a braguilha aberta, ou um macaco pendurado do nariz….

    Miguel

  6. Miguel, se curtiste ler o “post” do maradona fazes parte do grupo a que eu pertenço. Apenas não consideraria esse texto como uma malha antológica, vou assumir que leste poucos textos do maradona para estares agora tão entusiasmado. Ou então é porque o homem escreve só quando o rei faz anos.

    Também te revelas muito preocupado com o “arraial de porrada” que levei. Acho que devemos explorar esse assunto. Ora, conta lá: que arraial e que porrada foram essas? Ou não consegues explicar, só conseguirás repetir “arraial de porrada”? Força nisso, não te acanhes.

    Quanto ao presente texto acerca do Baptista-Bastos, acho que já percebi que não será um dos teus favoritos. O que ainda não percebi é do que estás a falar. Mas, também aqui, tenho a certeza de que vais ser capaz de explicar. Pareces-me muito dado à explicação.

  7. criticar seja quem for,provoca mais “ajuntamentos”,do que escrever textos abonatórios.batista bastos,actua sempre no mesmo registo,quem está no poder leva.os socialistas levaram com ele durante anos,mas aqui, os patrões nunca se cansaram do bb.fico contente que tenha arranjado emprego,só lamento que tenha sido num pasquim,ao serviço da direita!

  8. nestas merdas não há como baralhar para haver sempre uma ponta que possa salvar a asneira, vamos por pontos:

    . não tem mal algum escrever no cm ou ir à barca velha, o problema é o que se escreve ou diz, omissões graves incluídas.

    . misturar a rosete com cabrita, pereira e costa é má-fé e foi metido a martelo, o comentário político feito por políticos não tem nada a ver com crónicas de táxista.

    . o maradona não tem puto a ver com esta discussão e na minha opinião não tem razão, apesar dum texto com bués de piada. o burro do caralho nem para gerir a torcida verde serve e é pena que tenhas desistido deste ponto de vista a favor dos defaults.

    . acabei por não perceber o que é que querias dizer do baptista bastos.

    . “mas é o Costa que te paga ao comentário?”, fraquinho, fraquinho, mete mais tabaco nisso.

  9. ignatz, do que escreveste vou aproveitar a seguinte ideia: “não tem mal algum escrever no cm”

    Considero-a legítima e interessante. Mas desafio-te a esticares essa corda para ver se está presa a alguma coisa.

  10. Valupi,

    Só explico mais porque percebo que estás com os sentidos embotados. Amanhã quando acordares com dor de cabeça, perceberás que já tudo estava claro… mas aqui vai.

    A “carga de porrada” de antologia, começa assim:
    ” incorria num tipo de ridículo que não era visto à solta desde os tempos do João Pereira Coutinho ou do Henrique Raposo, e quando estes eram ainda muito novos, mas agora com o bónus de apanharmos também com um tresandante cheirinho a azeite”
    Ridiculo equivalente a JPC e HR, quando eram novos e com cheirinho a azeite… não precisava de ter escrito mais. Já estavas no chão.
    Mas escreveu. Vai ler outra vez.
    Inclui pérolas como:
    “A ira a que a aguda falta de talento e deprimente falta de imaginação do Valupi tentou dar patine intelectual ”

    “Este raciocínio não está confinado a cavalgaduras como o Valupi, até porque o Valupi não seria capaz de ver o que quer que seja que não lhe tenha entrado nos cornos com as marteladas da vulgaridade;”

    “A proeza que o Valupi consegue no seu texto não é só a de expôr de forma completa e brilhante a sua singular capacidade de montar estendais de trivialidades, […] e reduzi-los a uma pasta de impropérios e burrices[…] ”

    “a figurazinha de estilo do mais atroz gosto a abrir; o prurido micro-burguês contra quem chocalha os relógios de ouro a que só recentemente pôde aceder; o nojo de classe a quem anda de gravata quando se calhar nem curso superior tem.”

    I rest my case.

    Relativamente ao BB… é gajo que destesto. Não a ele, que não conheço, mas detesto o que escreve. Há muito tempo, que tambem já estou a ficar velho.
    Agora, essa tua mania de post sim, post não, te içares ao pedestal da superioridade moral e ética e te pores a avaliar tudo o todos, com ar de juiz revelho cheio de certezas… Tresanda a inchaço do ego prestes a explodir.

    E eu, que te leio e sei que por tras desta verborreira está um gajo com dois dedos de testa, dou-me ao trabalho de te dizer…”Valupi, tens um macaco agarrado ao nariz!”.

    Não tens de me agradecer. Limpa e da próxima assoa-te bem, porque pareces estar rodeados de amigos que te deixam andar com isso ai pendurado o dia todo…

    e foda-se não me peças para explicar outra vez. Se ainda não percebeste lê outra vez quando te passar a zoeira.

    ab,
    miguel

  11. áa.. e o que raio tem o Maradona a ver com este post?

    a “carga de porrada” teve origem no último post que escreveste empoleirado no teu pedestal da virtude. Tal como este.

    é isso que tem a ver.

    miguel

  12. Miguel, conseguiste repetir o que o maradona escreveu, e louvo-te o esforço. Também conseguiste mostrar que gostaste muito do que o maradona escreveu, algo onde não estarás sozinho como já to fiz notar. Só te faltou mostrar onde está o arraial e a porrada. É onde? Na piada que ele tem, escreva sobre o que escrever? Raios, mas foi assim que ficou famoso! Ou será que não reparaste que essas imagens poderiam ser aplicadas em quem ele quisesse, quando quisesse, pelo que quisesse, posto que não têm relação alguma com o que escrevi, é apenas um registo de sátira e paródia?

    Quanto ao Baptista-Bastos, tendo em conta a tua assumida incapacidade para explicares melhor, vou concluir pela tua aversão a essa minha “mania de post sim, post não, te içares ao pedestal da superioridade moral e ética e te pores a avaliar tudo o todos, com ar de juiz revelho cheio de certezas…”

    Ok. Então, qual é a tua sugestão? Espaçar os “posts” dando origem a uma sequência de “post sim, post não, post não, post não, post sim”? Abdicar da “superioridade moral e ética”? Nunca mais revelar ter “certezas”? Ou sujeitar os textos à tua aprovação prévia e direcção editorial?

  13. Sujeitar os textos á minha aprovação prévia e editorial?!?!
    Era o que faltava!!

    Eu só te digo que tens o macaco pendurado.

    Assoar o nariz e mante-lo minimamento limpo, se não te importas, tratas tu!

    Ou, se preferires, podes deixá-lo ficar lá como prova da tua indiferença pela higiene nasal.

    Um gajo dá a mão, querem logo o braço… xiça!

    miguel

  14. “como desconfiava, a tua corda não está presa a nada.”
    os bonecos das caldas é que têm disso

    “Continuas a flutuar no espaço aos rebolões.”
    outros afundam-se

    para conversa de chacha o nhanha que te ature.

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