Os trabalhadores e o povo pedem ao PCP para mudar a cassete

O PCP determinará a sua intervenção política estando sempre assente num primeiro e principal compromisso com os trabalhadores e o povo, e não com qualquer governo ou qualquer política.

Jerónimo de Sousa

O PCP não se compromete com Governos nem com políticas, só com os trabalhadores e o povo. Muito bem. É assim mesmo. Ninguém quebra a muralha de aço. Mas qual povo e quais trabalhadores? Não me lembro de alguma vez tal ter sido perguntado a Jerónimo de Sousa ou a qualquer outro secretário-geral comunista.

Será que o simpatiquíssimo avô Jerónimo se está a referir aos mesmos trabalhadores e ao mesmo povo que em quase 50 anos de eleições livres nunca quiseram o seu defensor-mor a governar? Ou será que para o PCP o único povo e os únicos trabalhadores que lhe interessa são os que votam no PCP?

Esta frase é um nó cego populista, que ainda por cima já não corresponde à práxis da Soeiro Pereira Gomes, justamente louvada por se comprometer com Governos e com políticas. Arrisco então supor que a conservação de uma retórica arcaica não está a defender os melhores interesses dos trabalhadores e do povo, seja lá quem for essa gente.

18 thoughts on “Os trabalhadores e o povo pedem ao PCP para mudar a cassete”

  1. os trabalhadores e o povo são os mais de 50% de abstencionistas e votantes diversos . se calhar julgavam eram os 2 milhões que votaram ps? e os outros 8 milhões?

  2. Que alguns confiem em teorias científicas, sempre à prova e sempre postas em causa, não deve tirar o sono aos “grandes democratas “….
    Quem por elas se bateu e sofreu não aprecia a vaga dos Kautsky impacientes por mais notoriedade e poder…

  3. A cassete de Jerónimo decorre do eterno discurso sobre a “vanguarda” dos trabalhadores. Não tem votos, mas é e será sempre a “vanguarda”, conceito ideológico não sujeito ao escrutínio das urnas. Matéria de fé, portanto.

    O poder que resta ao PCP no quadro da democracia parlamentar que abomina é maximizado quando o PS forma um governo minoritário e precisa do apoio ou da abstenção comunista. O PCP tenta aparecer então como o partido que faz a diferença e ao qual se ficam a dever as medidas do governo consideradas favoráveis aos trabalhadores, e apenas essas. Para isso, tem de desresponsabilizar-se de todas as outras políticas do governo e de as combater no espaço público. Como quem diz: as “boas” medidas devem-se a nós, as “más” são culpa do governo, que está feito com a direita.

    Enquanto existirem, os comunistas não vão sair deste joguinho patético, até porque têm medo de hipotecar o seu passado “glorioso” e de perder a sua identidade. Para o PS, o remédio é fingir que não sabe isso e entrar no jogo, que é o que o pragmático Costa tenta fazer.

  4. Se chamam “joguinho patético ” às várias hipóteses da dialética ,então não levarão a mal que vos chamem ” frívolos jornaleiros ” , colhidos na feira da Malveira…

  5. Assino por baixo.
    As declarações de Jerónimo Sousa sobre os incêndios foram descabidas, populistas e próprias de qualquer chegoso.
    Não esperava.

  6. Efectivamente, o que Jerónimo de Sousa afirma pode sintetizar-se no seguinte;
    O PCP ao estar sempre com o povo e os trabalhadores e, não se comprometendo
    com qualquer Governo ou políticas destes … nada faz por quem diz defender!
    Assim, irão mais uma vez perder a Câmara de Almada … pelas promessas nunca
    cumpridas isto, apesar dos grandes anúncios (cidade da água, centro de artes)!!!

  7. O PCP abomina a democracia parlamentar, diz o politólogo….
    Lembro-me da revolução cruenta e mortal que o PCP executou contra o parlamento português …
    Aqueles vermelhos não descansam enquanto não acabarem com o último burguês…
    Bardamerda !!!

  8. Ò camelo :
    Tira as aspas ao ” glorioso ” !
    A ” glória ” só existe na social -femocracia ?

  9. O certo e o errado nunca estão só de um lado, mas é óbvio que o PCP necessita urgentemente de se rejuvenescer. Os Jerónimos do partido já há muito que o deviam ter entendido e realizado, libertando-se das frases feitas e dos rancores antigos que já pouco ou nada dizem ou convencem. E que esse rejuvenescimento não prescinda de uma leitura muito atenta e estudada das teorias e conselhos de Karl Marx, que ainda não deixaram de ter razão.

  10. Bardamerda para ti, Samuel.
    Terás tido notícia da entrevista com Oriana Fallaci, em junho de 1975, em que Cunhal declarou que Portugal nunca iria ter uma democracia parlamentar ao estilo ocidental? Eu levei a sério o que ele disse e não esqueci.
    Sou tão politólogo como tu, a diferença é que tenho memória.

  11. O que Cunhal poderá ter dito não o fez nem o tentou. Lê uma descrição neutra do 11 de Março e do 25 de Novembro… A Fallaci fartpu-se de escrever : é impossível que as tenha acertado todas !

  12. Para que se saiba, eu estava num centro de trabalho do PCP, chamado para auxiliar na defesa a um ataque que a Direita ia realizar nessa noite. Havia pessoal,armamento e munições para varrer a praça em frente as vezes necessárias : quando a coisa aqueceu e já tínhamos na mira os mais cativos dos atacantes, veio a ordem : abandonar o local !!! Obedecemos, a disciplina não consente alternativas.
    Se o PCP sonhasse com a tomada violenta do poder ,a História seris outra!
    Logo, não sejam molinhos, medrosos.
    A vida é dura e tem que ser encarada com verdade e só com a verdade.

  13. O PC é um partido que não se desvirtua. Tão ortodoxo como a Igreja católica. Concordo com o Manojas. É possível, mas é preciso trabalhar.

  14. “Havia pessoal, armamento e munições para varrer a praça em frente as vezes necessárias : quando a coisa aqueceu e já tínhamos na mira os mais cativos dos atacantes, veio a ordem : abandonar o local !!!”

    tinham morrido assados lá dentro ou levavam um tiro cá fora quando fugissem do fogo.

    “Obedecemos, a disciplina não consente alternativas.”

    quem tem cu tem medo e o materialismo dialético dá as justificações.

    “Se o PCP sonhasse com a tomada violenta do poder ,a História seris outra!”

    tinha sido uma guerra civil que teria corrido mal ao pcp e o cunhal sabia disso, ameaçou enquanto pôde e recuou quando foi obrigado a isso. era um gajo inteligente, não era burro como tu.

    “A vida é dura e tem que ser encarada com verdade e só com a verdade.”

    esse slogan perdeu a cola com os movimentos pela liberdade.

    tamém queriam que eu desse a vida pelo partido comunista. mandei-os foder e fiquei do lado de fora a assistir, junto aos dirigentes que depois deram ordem para abandonar o local. outras sedes foram armadilhadas porque não houve ninguém que quisesse ficar lá dentro e quem lhes defendeu o património dos assaltos e do fogo foi o pessoal do mfa.

  15. Um dia contarão a verdade que, quem esteve lá conhece e mantém no recato.
    As anedotas palradoras poderão continuar a exercer o mister de vender meias na feira da Malveira,incomodando os profissionais .

  16. “Um dia contarão a verdade que, quem esteve lá conhece e mantém no recato.”

    bonita eufrásia para um epitáfio, a verdade de quem martela factos históricos reconhecidos, o conhecimento de quem diz coisas sem sentido e a modéstia quem passa certidões de incapacidade a quem discorda.

    factos, meu? bota aí o que sabes ou viveste de experiência própria, largas umas caganitas sem sentido e depois recolhes à clausura do mosteiro da verdade. a superioridade moral dos gajos “tocados” pelo cunhal revela uma coisa, viveram perto dum homem inteligente que nunca perceberam e fizeram dele um mito para reprodução de mitinhos que agora usam na lapela para terem prioridade nas caixas de supermercado e nas filas para a caparica.

  17. Também tu regurgitaràs o que a direita extrema te inculcou, a avaliar pelo que debitas, não será novidade nenhuma !
    Chapinha aí no 7. o círculo !!!

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