Alberto João Jardim contrapôs dizendo que “eles [Sócrates e Portas] é que são muito parecidos, eu não tenho nada a ver, nem com um, nem com o outro”.
E acrescentou, à margem da inauguração da primeira fase da reabilitação do Bairro de São Gonçalo erigido em 1943 durante o Estado Novo, que “além de serem muito parecidos são cúmplices, porque o dr. Portas absteve-se na Lei de Finanças Regionais, foi cúmplice na roubalheira que o engenheiro Sócrates fez à Madeira”.
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Como o vídeo comprova caso restasse alguma dúvida, Jardim ao falar da parecença com Portas está a convocar o boato da suposta homossexualidade de Sócrates lançado pela campanha de Santana para as eleições de 2005. Estaremos perante um exercício de estilo, diria Cavaco mais dado à promoção de boatos doutro calibre, e perante um novo capítulo da Política de Verdade, diria Ferreira Leite azougadamente. Aguardemos curiosos para ver o que dirão os eleitores da Madeira.
Entretanto, urge chamar à pedra Santana Lopes. Que eu recorde, e apesar das evidências, este homem nunca foi interrogado por algum jornalista a respeito da origem desse boato que até metia o Diogo Infante à mistura. Poderá não ter nada de nada de nadinha de nada a ver com o seu lançamento, clarinho. O que já não poderá negar é ter cavalgado o tema da vida familiar e relacional de Sócrates, porque existem documentos que o registaram. Assim, eis-nos perante a inferência clássica onde se identifica o suspeito principal pela vantagem obtida ou procurada com o dano em causa.
Há milhares de anos que se sabe serem os mais hipócritas aqueles que mais reclamam possuir superioridade moral e ainda aqueles que mais perseguem terceiros em nome de valores que alegam representar e defender. A nossa direita partidária actual, debochadamente decadente, está tomada por este tipo de bípedes. Daí as infrenes campanhas de assassinato de carácter que lançam com a indiferença com que outros descascam castanhas assadas na rua.
Santana sempre cultivou com gosto a imagem do playboy que um dia viria a mandar nesta merda toda. Quando o poder lhe caiu no regaço bruscamente num Verão muito passado viu-se que a primeira vocação era a acertada, mas tal não terá impedido de se jogar a cartada final: o macho lusitano contra o rabeta no armário. A calúnia pegou de estaca junto dos mais broncos e dos mais fanáticos.
Observar Jardim a violar sucessivos limites de respeito próprio não é grave. Ele é um animal ferido de morte, não tem nada a perder nesta última fase do seu percurso. O que é grave é ter um partido dirigido por pessoas que dão a Misericórdia a Santana, mas que não têm misericórdia alguma para dar àqueles que continuam a esperar que a política se faça com decência.
Bom artigo e não podia estar mais de acordo.
“Há milhares de anos que se sabe serem os mais hipócritas aqueles que mais reclamam possuir superioridade moral e ainda aqueles que mais perseguem terceiros em nome de valores que alegam representar e defender”.
Dito lapidar. Da semana. Do mês. Coisa bíblica. Nosso Senhor. Podemos é estar a pensar em pessoas diferentes, tu quando escreves e eu quando leio.
E porquê dar tanto relevo em português vernáculo (sem ipsis verbis – o meu latim cada vez está melhor – para confirmação nos links) às alegadas tendências na sexualidade de homens de Estado acima (salvo seja) de qualquer suspeita? Agradeço o arejamento torpe em relação ao Portas que sempre pensei ter sido capitão da equipa de ráguebi na Universidade.
Aos poucos, as tuas repetidas citações sobre sexo em propaganda e difamação vão-me empurrando para o campo daqueles que confundem a liberdade com amor latrineiro, mas como já matei o bicho antes de escrever estas linhas, é possível que seja disso.
“os paneleiros não merecem misericórdia”
…e muito menos a presidência da dita
Eu pensava que eles eram parecidos apenas na marca dos fatos e dos sapatitos que usam.
Santana sempre foi mais próximo de Portas, até frequentaram as mesmas festas na Lapa, onde os comboios costumavam fechar. O que há mais por ai nas revistas e festas de “famosos” são “playboys” por fora e bichas por dentro.
Para além do folclore disto tudo (sem ofensa para o folclore mesmo) há uma questão de fundo: aquilo já não é um jardim, é uma estação de compostagem de resíduos. Ao que isto chegou…
brilhante! Mas Valupi, vê lá um dia se, para descansares, não é melhor enterrar isso tudo, como fazem os gatos.
Embora o Jagua aqui, um riscado, que ainda não tem um ano, ficava 5 minutos a arranhar a pedra para ver se enterrava, muito compenetrado, e depois ia à vida. Mas depois já entendi: é que foram os gatos que inventaram as massagens e a acupunctura e eu não sabia.
É verdade que esse D.Juan de meia tigela que é agora o “Misericordioso”, andou a alardear o que o Val referiu e serviu-se de alguns seus lacaios, como é o caso de um actual paineleiro (que à segunda-feira à noite no Dia Seguinte vomita e destila ódio por tudo quanto é poro e a quem até me custa referir o nome, mas pretende defender a “instituição”), que andou, na altura do boato a propalá-lo aos quatros ventos e nunca ninguém se dignou julgar esses espécimes de políticos, que tendo estado comprometidos, anteriormente com a situação de rebaixamento (para não dizer outra coisa) da causa pública e com a falta de carácter que demonstraram nas suas actividades (há aí um caso antigo com esse dito cujo paineleiro de que ninguém já fala, mas que foi abafado porque na altura o seu grande amigo o tal “Misericordioso” estava na mó de cima, mas pode ser que ainda venha a tornar-se assunto. O mundo dá muitas voltas.
QUOUSQUE TANDEM ABUTERE, CATILINA, PATIENTIA NOSTRA?!
É, esse boato foi o inicio da longa caminhada de crucificação de Sócrates que atingiu o clímax com a “boca” mais recente – o ex-primeiro ministro deixou o país na bancarrota. Temo que também pegue de estaca.
Não concordo com a frase “direita partidária actual”. Ainda o 25 de Abril estava fresco e já andava Sá Carneiro a conspirar no governo de Adelino Palma Carlos, nomeadamente em relação à descolonização. E os senhores do PPD (acho ofensivo aceitar a designação de PSD – Partido Social Democrata ) não mudaram. O que se alterou foi a situação politica com, pela primeira vez desde os Cravos, um governo, uma maioria e um presidente ppd’s.
São eles no seu esplendor. Mas vai acabar mal,não tenho dúvidas, é só uma questão de tempo.
Val,
há tempos não publicaste aqui um post sobre as revelações em livro do marketeer político brasileiro que participou nessa campanha do PSD, revelando toda a montagem do caso Sócrates-Diogo Infante? Curioso é que ninguém da CS nesta terra tenha pegado nisso. Ou melhor, nada curioso, perfeitamente expectável…
§,
Da acupunctura não sabia, mas das massagens foi-me revelado há bem pouco tempo. Nem queria acreditar. Os miaus detectam os nós e pontos de tensão e com as almofadinhas fazem umas pressões mágicas. Vê lá se ensinas o teu a fazer isso… O da minha professora de yoga faz . Parece que é do melhor.
Muito bem!
Eu tenho uma memória de um texto a dar a entender que o brasileiro em causa nem acreditou à primeira vista. Foi de um rapaz que trabalhou numa agência de publicidade e contou a verdade aqui no Blog. Foi ignóbil…
E cismo: isto é política?
edie, foi aqui:
https://aspirinab.com/valupi/a-verdade-politica-da-politica-de-verdade/
gostei de reler o post e os comentários…tudo como dantes, though…
Lembro-me de um homossexual in-the-closet, casado (com uma mulher), que em 2005, nas semanas antes das eleições, andava todo contente a espalhar o boato infamante sobre a suposta homossexualidade de Sócrates, entre outras mentiras que ele sabia ou suspeitava que eram mentiras, mas que o ódio (já então) lhe fazia espalhar. Não resisti a perguntar-lhe: “E isso de ser homossexual, se fosse verdade, era mau?” Já não me lembro bem, mas acho que o tipo fez um sorriso esverdeado.
O que parece evidente é que o principal visado com este post é o Portas…
Em mil e troca o passo, o Candal escreveu um manifesto português suave onde falava de coisa nenhuma. Pacheco Pereira, em acção canalha, disse que o deputado socialista estava mandando uma indirecta, sugerindo que Portas era maricas. Nada se concluía do texto de Candal sobre a alegada orientação sexual de Portas, mas Pacheco Pereira, juntando o útil ao agradável, dizia que o outro chamara paneleiro ao Portas, o que era falso, e espalhava a notícia.
Val faz o mesmo neste post, espalha merda, como uma ventoinha ou como um Pacheco Pereira. Vd. Supra como classifiquei a acção de PP.
nm, não percebeste ponta dum corno, como é habitual…(bocejo)
pois não, edie, tu é que a sabes toda.
O post limitou-se a decifrar, e bem, a insinuação do ordinarote do Funchal – o tal que disse há dias que se tinha arrependido de ter assinado o seu contrato de casamento, vá lá saber-se porquê, talvez pelas novidades de que o palhaço abdicou por via disso, se bem que há muitos casados tementes a deus que navegam pelo offshore de proa e de ré, longe de mim insinuar seja o que for, que ainda levo com o rolo da massa das putas virgens indignadas.
João Afonso Machado e nm, larguem o vinho.
Edie, estou com t-shirt antiga que este aqui não tem os dois cavalos marinhos a fazer coiso.
Eu não ensino nada ao Jagua, ele lá vai e eu aprendo é com ele. E depois quando eu me quero levantar é que vem a acupunctura. Eles sabem tudo que maravilha, e rica vida.
Val: quem abriu a garrafa foi você. E ainda não a fechou.
oh, decifração, oh, abstémice, que justifica tanta filho-da-putice. o paneleiro é o outro que eu sou só certeiro e a minha boca é mais santa que a dele.