O nosso amigo Eremita deu-nos recentemente o prazer da sua presença para batermos bolas displicentes à volta da problemática da imprensa, em geral, e do Observador, em especial. Chegou a deixar este desafio:
«Dá-me um exemplo em que o Observador tenha violado as boas práticas do jornalismo. O resto é conversa, Valupi. Venham os factos.»
Apesar de o Eremita se contentar com a ausência de erros ou mentiras factuais para considerar cumpridas “as boas práticas do jornalismo” – daí, uma discussão com ele nesta matéria não levar a um acrescento de inteligência para qualquer das partes – vou aproveitar a deixa e molhar a sopa numa peça deliciosa publicada no Observador, de Carlos Guimarães Pinto, que ainda está fresca e que versa precisamente sobre parte da conversa tida neste pardieiro aspirínico: A imprensa pode ser novamente sustentável?
A coisa é apresentada como um ensaio. E não há a menor dúvida de que o autor se ensaia. Começa logo pela promessa: «Como podem os jornais portugueses sobreviver à crise e manter-se independentes? Com subsídios do Estado? Com cedências ao entretenimento? Com assinantes que paguem?» Quem chegar ao fim da leitura vai descobrir que este Pinto não sabe responder às perguntas que levanta, e isso apesar do tempo perdido a recolher tabelas e gráficos repletos de palavras e números. Todavia, há um leitmotiv que não larga, uma mensagem que repete de alto a baixo na página recorrendo a diferentes vestimentas para o patego não estranhar a sanfonina. Esta: “Aqueles tipos da Global Media são uns perigosos socráticos que vão dar cabo da democracia e da liberdade no Ocidente”. Vejamos o modus faciendi deste arremedo de jornalismo.
i)
«A pergunta, sobre a qual se debruça este ensaio, ultrapassa as margens de uma análise estritamente económica: sem uma imprensa livre, a qualidade da democracia deteriora-se.»
E o que é isso de uma “imprensa livre” para o autor? Não está definido no texto. Talvez porque ele esteja a escrever só para quem já possua a hermenêutica a aplicar. Mesmo assim, arrisco concluir que por “imprensa livre” este Pinto se está a referir ao conjunto dos órgãos de comunicação social que não possam ser identificados por terem qualquer relação accionista com a Global Media. É o que o resto do lençol comprova.
ii)
«Apenas as injeções de capital da até então desconhecida sociedade macaense KNJ Global mantiveram o grupo [Global Media] à tona. Desconhecem-se as motivações da sociedade em causa para o investimento mas, olhando para os recentes resultados do grupo e para o volume insustentável de prejuízos, só por ingenuidade se poderá assumir que as motivações se prendem com a obtenção de retorno financeiro.»
O argumento reza assim: se um qualquer negócio regista prejuízos e continua a ter quem pague as contas, ficamos com carta branca para caluniar. Apliquemos essa lógica à Amazon, uma empresa cujo modelo de negócio passa por assumir décadas de prejuízos e lucros marginais. Este Pinto diria que só por ingenuidade não víamos o que ele via, que o Jeff Bezos é um desprezível socialista disfarçado de genial empresário. De registar, ainda, as suspeitas que este Pinto, o qual se pinta como liberal, lança contra sociedades de investimento que alega desconhecer. Ficamos nós, igualmente, com a suspeita de que a sua concepção de mercado livre se confunde ao nanómetro com o modelo da economia planificada dos sovietes. Só aí ele atingiria o descanso de tudo controlar, deixando de ter medo da iniciativa privada e do direito desta a meter o seu dinheiro onde lhe der na gana achem os Pintos deste mundo o que acharem.
iii)
«[...] o Público apenas sobrevive graças às permanentes injeções de capital do acionista de referência (a Sonae), sem as quais já teria cessado de operar há vários anos.»
Hã?! Mas, bá lá ber, então o Público também tem prejuízos e só se aguenta por haver quem pague as contas?… Bom, o que vale é que, como explica este Pinto por omissão, aqui não temos de nos preocupar com eventuais ingenuidades. Está tudo bem, é a Sonae a meter o dinheiro. E a Sonae é fixe, é bué conhecida, o Público é bacano. Já lá estiveram a fazer das suas o Zé Manel e David Dinis, tudo malta observável, paradigmas do “jornalismo” que este Pinto admira. Donde, no pasa nada.
iv)
«Em 2015, o jornal diário i, que vinha acumulando perdas acabou fundido com o semanário Sol na Newsplex, resultando no despedimento de cerca de metade da redação dos dois jornais. De acordo com o maior acionista, Mário Ramires, o grupo Newsplex está hoje no “limiar da sustentabilidade”, mas, apesar do caminho percorrido, estes ainda são jornais com uma reduzida presença no mercado nacional.»
Quê?! Mas, caralho, então o i e o Sol também andam a ser levados ao colo pelos accionistas?… Isto seria grave se tivéssemos algum risco de ser ingénuos ao tentar perceber a situação desses jornais. Felizmente, este Pinto repete a fórmula usada com o Público, não dando o menor sinal de alarme. Creio que tal se deve à sua profunda convicção de que nesses dois casos as motivações dos accionistas são estritamente relativas à esperança, à certeza, de estarem no caminho do retorno financeiro. A única dúvida que persiste é a de saber se tal acontecerá antes ou depois do Olímpico do Montijo ganhar a Champions.
v)
«Entre os grupos de comunicação social que se focam na imprensa escrita em papel, apenas a Cofina se mantém numa situação financeira relativamente saudável. Esta saúde financeira é obtida, em boa parte, graças às vendas do Correio da Manhã, um jornal que revolucionou a forma de fazer notícias em Portugal e que é hoje o mais vendido do país, alimentando ainda um canal televisivo de notícias. Com um jornalismo agressivo, muitas vezes na zona cinzenta da ética jornalística, e com tendência a misturar informação e entretenimento, o Correio da Manhã consegue ter uma tiragem maior, por exemplo, do que todos os jornais do grupo Global Media juntos.»
Parece que a Cofina se encontra num estado interessante, descrito como “situação financeira relativamente saudável”, a acreditar no ensaio. Ora, desde o Einstein que é tudo relativo (excepção para a velocidade máxima da luz, ou nem isso segundo alguns malucos), pelo que não ficamos a saber o que se passa nas finanças da Cofina apenas recorrendo aos caracteres exibidos. Já quanto ao entusiasmo deste Pinto com o Correio da Manhã, aí ficamos logo com a informação completa. O tabloidismo foi uma revolução, declara triunfal, e as torrenciais violações do Estatuto e Código Deontológico dos Jornalistas, a que se somam os crimes da violação sistemática do segredo de justiça para certos alvos e seus danos nas vítimas, são coloridos a cinzento segundo os pardos critérios éticos deste Pinto. Eis o cenário onde volta a ir buscar a Global Media, agora para a espezinhar na comparação: se és decente, vais à falência; se és pulha, tens o povinho aos teus pés. Toma e embrulha, Global Media!
vi)
«Finalmente, existem dois grandes grupos de comunicação social que juntam imprensa escrita, rádio e televisão: a Impresa e a Media Capital. [blá, blá, blá] Ainda recentemente, o grupo liderado por Francisco Balsemão viu-se forçado a vender todas as suas publicações, com exceção do semanário Expresso, o que inclui as revistas Visão, Exame, Courrier Internacional, Caras, entre muitas outras. O grupo comprador, Trust in News, liderado pelo jornalista Luís Delgado, adquiriu estas publicações por 10 milhões de euros. Acresce a esta situação o facto de a Media Capital acabar de sair de um processo de venda que não foi bem-sucedido, tudo indicando que o acionista Prisa continua à procura de comprador.»
What?! Mas, ó deuses e santos nos acudam, o Balsemão também não sabe como vender papéis pintados com tinta e cenas parecidas? E continua a meter dinheiro no Expresso apesar dos pesares?… Hum… naaa… É o Balsemão, gente séria. Ele até tem um cartão laranja para apresentar se alguém duvidar da sua seriedade. Aliás, se houvesse algum perigo para a “qualidade da democracia”, com isto de o accionista estar a suportar um projecto mediático falido, este Pinto seria o primeiro a avisar. E ele aqui nem pia. O mesmo para a Media Capital e a Prisa acerca das suas peripécias financeiras, tudo bons rapazes (à mistura com boníssimas raparigas, como a saudosa Manuela Moura Guedes e o seu cristalino “jornalismo”).
vii)
«as empresas cujo foco de negócio é maioritariamente a imprensa escrita apenas sobrevivem graças a injeções de capital de acionistas, cuja boa-vontade pode não ser sustentável no tempo ou pode até ter motivos que interfiram com a independência dos seus jornalistas.»
Cá está a tese na sua formulação sintética. Tem a graça da simplicidade. Este Pinto faz a papinha toda aos seus leitores. Ou os accionistas que investem na imprensa escrita vão perder dinheiro por boa-vontade, ou os accionistas são os da Global Media, e isso implica interferências na independência dos seus jornalistas. É simples. Tem graça. É uma papinha caluniosa para alimentar borregos.
viii)
«No caso do Observador tem sido difícil atingir um saldo positivo em termos operacionais, o que é expectável nos primeiros anos de existência. Apesar de não ter a estrutura pesada de jornais mais antigos, também acumulou perdas nos primeiros quatro anos de existência. Por forma a cobrir o investimento inicial e as perdas dos primeiros quatro anos, os acionistas já injetaram cerca de 5,2 milhões de euros no jornal. A expectativa do Conselho de Administração é que o jornal atinja o break-even no próximo ano, o que seria um bom indicador de sucesso do modelo.»
O Observador está munido de directores, gestores e administradores que não brincam em serviço e que, acima e antes de tudo, são alérgicos a socialistas. É por isso que, como explica este Pinto, se podem dar ao luxo de acumular perdas nos primeiros quatro anos porque o El dorado está à vista, é já para o ano. Faz lembrar o Passos Coelho, et por cause, quando a cada novo empobrecimento fanático do País vinha cantarolar que a “recuperação” começava no ano a seguir. São optimistas, claro. Mas, convém repetir, o que eles não são é socialistas que interferem na independência dos seus jornalistas. Eles seguem outra estratégia, só contratam jornalistas com quem não seja preciso fazer essas porcarias socráticas, já chegam prontos para todo o serviço.
ix)
«Como foi escrito acima, há dois grandes grupos de comunicação social, Media Capital e Impresa, que têm como principal fonte de receitas os seus canais de televisão, que beneficiam de um subsídio indireto do Estado sob a forma de acesso exclusivo à televisão digital terrestre. Este acesso exclusivo vale dezenas de milhões de euros. É graças à vantagem competitiva trazida por esse acesso exclusivo que esses canais podem manter grandes audiências e alimentar todo o grupo. Outra forma de subsidiação pública é através de contratos de publicidade com entidades públicas ou empresas privadas próximas dos centros de decisão políticos. De uma forma ou de outra, os decisores políticos mantêm assim os dois grupos de comunicação social na sua dependência. Ou seja, o financiamento público já existe de forma encapotada, mas tem como único efeito a restrição da concorrência e não o oposto. Dificilmente aumentar esse financiamento traria mais independência e qualidade na informação.»
Ui, a Media Capital e a Impresa mamam subsídios do Estado que lhes permitem suportar os custos dos seus impérios mediáticos falidos… Escândalo para um puro liberal antixuxas como este Pinto? Que nada, pá. Como tem a misericórdia de explicar, o único problema nesta situação diz respeito à “restrição da concorrência”. De resto, como essas empresas estão na posse da gente séria, a sua independência mantém-se intocável face ao Estado e respectivas pressões malignas. Claro, se o mesmo acontecesse com a Global Media seria o fim do mundo em cuecas, porque nesse grupo só há bandidos socráticos e mafiosos chineses.
x)
«Se a alternativa do financiamento público parece ser má, uma segunda alternativa seria aceitar que a imprensa escrita terá sempre que depender de financiamento de acionistas com variados interesses (que podem ir do puro altruísmo à vontade de controlar a informação) – restando regular para que esse financiamento e motivações sejam transparentes para os leitores. Em boa parte, isto pode ocorrer por autorregulação. Por exemplo, recentemente, num artigo no Público, João Miguel Tavares levantou questões e suspeitas sobre o interesse do grupo macaense KNJ em investir na Global Media. Já o Correio da Manhã, do grupo Cofina, revelou escutas sobre esse mesmo grupo, ligando-o a José Sócrates e à sua rede de influências. Os consumidores que tenham tido acesso a estas notícias certamente saberão interpretar aquilo que é escrito nos órgãos da Global Media à luz daquilo que leram.»
Há accionistas que perdem dinheiro por altruísmo, um refinado e esterilizado angelismo capitalista. E depois há a Global Media que pretende controlar a informação, defenestrar a Joana Marques Vidal e impor mil anos de terror. Ocasião em que este Pinto vai buscar uma reputadíssima autoridade em matérias económicas, financeiras, mediáticas e judiciais cá do burgo, o famigerado caluniador profissional João Miguel Tavares. Pois parece que esse senhor levantou suspeitas sobre os macaenses, talvez por não ter gostado do cheiro dessa rapaziada. Igualmente, o distinto e admirável Correio da Manhã é convocado para se ampliar uma das suas especialidades, isso de conseguirem ligar diariamente José Sócrates à origem, volume e dinâmica da criminalidade mundial. Como diz do alto da sua honestidade intelectual, trata-se apenas de um “exemplo” que ocorreu ao autor. Podiam ter sido outros os exemplos, óbvio, mas calhou ser este onde volta a avisar a malta para os perigos que a “rede de influências” de Sócrates aliada às máfias chinesas representa para a segurança e identidade da Grei. Pelo que, conclui impante de razão, calhando os “consumidores” consumirem desta droga, certamente conseguirão tripar com mais facilidade ao lerem “aquilo que é escrito nos órgãos da Global Media”. E quão mais marada for a droga, mais delirante será a interpretação, fica a promessa.
xi)
«Também recentemente, a propósito do caso de poluição ligado à Celtejo, vários órgãos de comunicação social chamaram a atenção para o facto de a Celtejo e o Correio da Manhã partilharem um grande acionista, o que, tal como no caso anterior, fará com que os leitores tenham um cuidado especial ao ler as notícias sobre a Celtejo que saiam no Correio da Manhã.»
Cá está, este Pinto não é caluniador, sectário, sequer preconceituoso. Aqui o vemos a atacar o Correio da Manhã a propósito da Celtejo, avisando-nos para ter o maior cuidado ao lermos alguma coisa no pasquim a respeito desse exclusivo assunto que não deixa dormir os portugueses e ameaça os pilares do regime. Apesar da sua boa vontade, talvez estejamos perante um caso de excesso de zelo. É que o Correio da Manhã tem feito um esforço sobre-humano para quase nada noticiar a respeito da Celtejo. Pelo que se torna inglório estar sempre com cautelas quando a autocensura dessa rapaziada nos resolve o problema. O esgoto a céu aberto na comunicação social abafa o esgoto a céu aberto no Tejo. Uma pulhice lava a outra. Abre a pestana, Pinto.
xii)
«O Observador também se expos a esse escrutínio tornando pública a lista de acionistas desde a sua fundação. Ou seja, se os grupos de comunicação social forem independentes uns dos outros, o próprio processo de concorrência levará à autorregulação e à descoberta dos interesses dos financiadores – desde que os acionistas sejam conhecidos. Havendo diversidade suficiente, os leitores poderão sempre filtrar aquilo que leem. O ideal seria que esses interesses fossem declarados à partida, mas num país onde até é raro os órgãos de comunicação social identificarem a sua tendência ideológica (apesar de, em muitos casos, ser bastante evidente), dificilmente se esperaria que isso acontecesse.»
Pelos vistos, temos de descobrir os “interesses dos financiadores” se quisermos tomar um pequeno-almoço descansado na companhia de umas notícias matinais. Infelizmente, este Pinto não consegue revelar quais sejam os interesses dos accionistas do Observador. O que torna mais difícil descobrir quais os filtros a aplicar calhando lermos e ouvirmos o que se publica com a sua chancela. Uma coisa parece certa: o Observador tem uma tendência ideológica. Será o antisocratismo?
xiii)
«O Correio da Manhã utiliza essas sinergias de tal forma que por vezes se torna difícil perceber onde está a fronteira entre o entretenimento e a informação. Mas é também graças a essa estratégia que preserva a sua independência económica e editorial, algo de que poucos órgãos de comunicação social de relevo se podem orgulhar.»
Não há qualquer dúvida para este Pinto, o Correio da Manhã é um caso de orgulho nacional. Eles difamam, caluniam, mentem, perseguem, cometem crimes, objetificam as mulheres, vendem voyeurismo, espectacularizam a violência, acicatam os mais baixos instintos da populaça mas… fónix… resistem independentes cercados por socráticos e chineses mafiosos. Que orgulho, que inspiração, para a indústria da calúnia!
xiv)
«O valor económico da imprensa vai muito para além daquilo que o consumidor está disposto a pagar. Parte desse valor económico resulta das externalidades positivas para a sociedade como um todo e para a saúde de uma democracia. Mas, ao contrário de outros bens com as mesmas características, a imprensa perderia essas externalidades se fosse financiada pelo Estado. Percebe-se rapidamente porquê: a imprensa também tem valor económico para quem procura controlar aquilo que é publicado. Empresas, partidos políticos e grupos de pressão têm um grande interesse em controlar aquilo que é publicado na imprensa. A forma mais simples de o fazerem é ter na sua dependência (direta ou indireta) um conjunto de órgãos de comunicação social, permitindo controlar aquilo é ou não divulgado.»
Este é o argumento mais interessante que o ensaio oferece para a posteridade. Carece é de uma rápida descodificação que vou oferecer aos incautos. Será mais ou menos isto: a “saúde da democracia”, e a “sociedade como um todo”, tem a ganhar quando “empresas, partidos políticos e grupos de pressão” dominam “aquilo que é publicado na imprensa”, daí termos de impedir o Estado de estragar esses negócios onde os privados passam a “controlar aquilo que é ou não é divulgado”. Percebido? Talvez não, pelo que faço nova tentativa: este Pinto acha que a imprensa deve ser controlada pelos seus amigos políticos, e só pelos seus amigos políticos. Se ainda existirem dúvidas, o ponto seguinte vai desfazê-las.
xv)
«À medida que as fontes de financiamento passam de quem tem interesse em consumir informação para quem tem interesse em controlá-la, a quantidade, qualidade e diversidade da informação tenderá inevitavelmente a diminuir. A existência de concorrência interessada aliviará em parte o problema de conflitos de interesses, mas dificilmente será suficiente para garantir uma comunicação plural como aquela que é essencial existir em democracia.»
Os incautos tenderão a achar que o autor está realmente preocupado em garantir “uma comunicação plural” por causa do seu supino cuidado com a democracia. Acontece que ele escreveu um pretenso ensaio onde de forma maníaca explora o medo dos ignaros, diabolizando um grupo de comunicação social que lhe aparece como um alvo fácil para espalhar o seu ódio ao PS. É daqui, desta intenção, que vem também a defesa do Correio da Manhã e seus métodos degradantes e criminosos para obter notoriedade e audiências. Este Pinto chama a essa estratégia que emporcalha o espaço público e atrofia a comunidade de “concorrência interessada” embora não nos diga em quê. O que, realmente, dá que pensar: em que estará interessado quem faz do sensacionalismo, da demagogia, do populismo, dos assassinatos de carácter e da violação da lei um império mediático?
Resta só esclarecer que não espero ter convencido o Eremita acerca da qualidade do “jornalismo” do Observador. Ele que arraste esse madeiro às costas se tem gosto nisso. O ponto é outro, é o de que não nos devemos furtar à discussão com os sectários. Precisamente por causa da democracia – isto é, por causa daqueles que precisam de ouvir e ler quem defende a liberdade.
conheci um tipo, morreu, que mantinha um jornal local aberto ,com trabalhadores e tudo, sem vender quase nada, porque lhe dava jeito para o tráfico de armas , o seu principal negócio . não fazia ideia que a amazon tb servia de lavandaria .
esses números da amazon não serão fake? estou a entrar ainda mais em parafuso posto que….
https://observador.pt/2018/07/27/amazon-supera-pela-primeira-vez-os-2-mil-milhoes-de-dolares-de-lucro-num-trimestre/
e prontes , vendam tudo ao Bezos :) das duas, uma: ou tem toque de midas ou lava dinheiro á brava no Washington Post -:)
https://www.geekwire.com/2016/jeff-bezos-effect-washington-post-profitable-set-hire-dozens-journalists-2017/
Não tinhas o direito, Valupi, de vergastar de forma tão implacável e desumana o sozinhito! E acaso paraste para pensar dois segundos nos problemas ambientais que a tua prosa provoca? Já imaginaste os rios de sangue que o coitado anda inevitavelmente derramando lá na porra do deserto (ou gruta, sei eu lá!) onde punheteia a sua gloriosa (mas atenta) solidão? Tens tu o direito de provocar a irremediável extinção dos últimos exemplares daquela raríssima subespécie de baratas que apenas aí subsistem e serão irremediavelmente genocidadas pelo hemático e tóxico dilúvio?
Não há direito, porra! Nem torto, diga-se de passagem.
Só a respeito do suposto virtuosismo do CM.
Ignorar que o CM tem uma divida ao estado de milhões de euros, que configura concorrência desleal e que a mesma foi aligeirada em milhões durante o governo de Passos Coelho, não permite uma analise seria.
https://shifter.sapo.pt/2017/09/correio-da-manha-divida-cofina/
Ignorar que o caso Celtejo não diz respeito somente ao CM mas inclui um terceiro partner que e a Justiça e a sua falta de punição (ou punição ridícula e ineficaz) aos crimes ambientais, faz pensar dado o alinhamento do grupo Cofina a nivel de conteúdos com a agenda da PGR.
Mas nada dito conta para não estragar a ficção de um artigo que diz coisas que já foram ditas milhões de vezes e que se conclui
antes de iniciar. Mas esta muito na moda escrever longos texto para dizer nada, mais pose do que substancia.
Os conteúdos premium do observador, são no entanto, ironicamente, uma boa medida, é que são uma forma de defender os leitores mais distraídos da alucinação mas desgraçadamente invertem a noção de valor . Só para heavy users.
Cá fico ansiosamente à espera do break-even da firma Carrapatoso, Ramos & Fernandes (o casal fundador mais o pau de cabeleira). Aposto nisso para lá colocar as minhas economias a render.
Joe Strummer, o comum dos mortais não sabe nada dessas dívidas dos vigaristas da Cofina ao fisco e à Segurança Social no valor de mais de 13 milhões de euros. A informação que linkaste é antiga. Como está isso neste momento?
Julio, também não sei mas gostava de saber, alias esta informação já foi linkada aqui no blog varias vezes. Deduzindo que esta era a fotografia há cerca de um ano não acredito que tivesse sido anulada ou significantemente reduzida.
https://www.jn.pt/artes/media/interior/grupo-correio-da-manha-deve-135-milhoes-ao-fisco-8775460.html
O “jornalismo” que o grupo Cofina pratica é uma constante chantagem sobre os atores politicos, seria interessante saber como evolui este caso.
Porreiro “cherry-picking”, pá. Será que algum dos teus camaradas de blog e comentários leu o texto original? Já tinha percebido que isto aqui funciona como terapia de grupo, mas há limites.
realmente, fui ler o artigo do CGP e é preciso estar muito tocado para ler subtextos antisocrates e retirar as conclusões desta posta de pescada. larga o tintol, V.
Eremita, as citações falam por si. Compreendo o teu embaraço.
Sim, Valupi. Até decidi não sair à rua amanhã. Um grande abraço.