O suspiro da banqueira

A escassez de liquidez é global em todo o Mundo. Porquê? Porque nós estamos a assistir em todo o Mundo a uma coisa que se chama the great deleveraging, a grande desalavancagem. O que é que aconteceu? Nós estamos piores do que os outros, em todas as situações há melhores e piores e nós estamos intervencionados portanto estamos piores, não obstante, desde a década de 80 até 2010 houve um crescimento brutal do crédito, um credit boom em todo o Mundo. Em 1980 os países da OCDE tinham globalmente em termos de dívida 160% do seu PIB, dívida pública mais privada – chegam a 2010 e estão com 320%.

Explica-se muito pela China. Isto coincide com o período em que a China entra em força no mercado, em 1978, altura em que a China abriu aos mercados de capitais, permitindo algumas décadas de forte crescimento em todo o Mundo com produtos que vinham da China a muito baixo preço. Pensamos que esse período está a chegar ao fim e que o Mundo chegou à conclusão que viveu acima das suas possibilidades, que todos exagerámos um bocado na festa.

[…]

Eu sou engenheira e gosto muito de dados objectivos.

Isabel Ferreira, presidente do banco Best

__

Esta banqueira diz aquilo que qualquer profissional ligado à actividade económica repete para si e entre colegas. Porque são os tais dados objectivos passíveis de serem demonstrados com números e contas fáceis de fazer e de entender. Estamos perante um acontecimento global que rebenta indomável aquando da crise das dívidas soberanas na Europa, mas o qual decorre ao longo de décadas de uma forma que nem sequer teria sido racional combater por um país isolado, pois era uma dinâmica sistémica ubíqua. Foi este o fenómeno que a direita portuguesa explorou para fazer de Sócrates, de Teixeira dos Santos e do PS os tais monstros simultaneamente incompetentes, corruptos e loucos que nos tinham levado à bancarrota por causa de um TGV por construir, um aeroporto por planificar e muito rico dinheirinho esbanjado com doentes, crianças e desempregados em vez de ter ido aumentar a zona de conforto da gente séria.

Marcelino, o director da versão softporno do Correio da Manhã que conduz a entrevista, não quis tirar daqui nenhuma ilação para a situação em Portugal e fugiu rapidamente daqueles terrenos. Contudo, é delicioso o suspiro que se consegue ouvir no minuto 30, quando a Isabel começa a explicar que não se podia ter feito diferente do que se fez em Portugal, e por isso quase todos os países, de alguma forma, acabaram por ter as suas dívidas a aumentar enormemente. Nesse suspiro está uma calada e dolorosa tristeza por ver a elite da direita a transformar a política numa decadente caça às bruxas, promovendo os instintos mais baixos e irracionais num povo tão carente de educação e formação, só para chegar ao poder de qualquer forma e nem que para tal tivesse de afundar o País numa crise ainda mais grave do que aquela que já era gravíssima por causa das fragilidades estruturais e das condições externas. Nesse suspiro cabe também a absoluta inutilidade do voto entregue ao PCP e, particularmente, ao BE, forças de sectarismo demente que acabaram por servir os interesses dos supostos adversários ideológicos. É o suspiro de quem contempla a estupidez humana, tantas vezes registada na História, o lastro da animalidade que prefere a selva, que não sabe viver na cidade.

93 thoughts on “O suspiro da banqueira”

  1. “a absoluta inutilidade do voto entregue ao PCP e, particularmente, ao BE, forças de sectarismo demente que acabaram por servir os interesses dos supostos adversários ideológicos. É o suspiro de quem contempla a estupidez humana, tantas vezes registada na História, o lastro da animalidade que prefere a selva, que não sabe viver na cidade”.A gente sabe que eles comem criancinhas ao pequeno almoço val.E que um discurso semelhante ao teu vigorou na america latina há uns anos ,a´través dos senhores stroessner e videla.Foi com base nesse discurso que se cometeu um golpe de estado em 1973 no chile, e foi esse discurso que legitimou até 1990 esse mesmo golpe

  2. bem , este post tb não é lá muito inteligente , pois , apesar da “dinâmica sistémica ubíqua” ( olala , já parece o gil ) , como diz a sabedoria popular : mal de muitos , consolo de bobos.

  3. rr:
    sinceramente, também não acho muita piada ao anti-comunismo/bloquismo primário do Val, mas não achas que, por muito que se discordasse das medidas constantes no PEC4, a estratégia do resto da esquerda devia ter sido mais bem estudada? Ou achas que estamos a falar de meninos que não faziam ideia que estavam a encostar o Sócras à parede e que a única saída era a demissão? Crês que eles não sabiam da pressão externa (mais os merdas da direita, com os comentadores de serviço na CS ) que o PM estava a suportar para escancarar as portas ao FMI, e aquele foi provavelmente o único compromisso possível para ganhar algum tempo, talvez mesmo mudar as metas, como fez a Espanha?
    A mim, pareceu-me é que se estavam cagando para as medidas do pacote e mais preocupados com os votinhos que iam arrecadar com a queda do PS. Talvez pensassem mesmo que iam dar o golpe de misericórdia na concorrência, e que mesmo que ganhasse a direita ficariam na maior. Apenas um frio calculismo puro e duro, enganados pela almofadinha que os Média estrategicamente lhes concediam, deram uma de Mofina Mendes e,… voilá!
    Pois é. Foderam-se, foderam tudo e foderam-nos a todos.
    Não venhas com moralismos, sff.

  4. Vieira, muito acertado, mas é só questão de minutos para o rr te responder que “a culpa foi do bloco central que nunca quis alinhar com a verdadeira esquerda e ponto.”

  5. vieira: não me parece tão claro essa responsabilidade dos partidos mais á esquerda e vou exxplicar porque: o problema do pec iV é que no fundo era outron pacote de austeridade violento e liberal, com aumentos de impostos e cortres sociais.Digamos que a esquerda parlamentar ficou entalada,e foi como eleger a peste ou a sida.Para mim é controverso alguém de esquerda ter aprovado aquele pacoto, mesmo que houvesse esse risco do fmi vir.Na minha opinião, se o ps se tivesse esforçado e tivesse negociado o pacote com os partidos á esquerda, talvez o resultado tivesse sido diferente.Mas verdade seja dita, não o fez por 2 razoes:,1º estava á espera de apanhar a boleia da direita no sentido que esta aprovasse o pacote, portanto o ps não tinha interesse nenhum em negociar com os partidos á esquerda.2ºrazão: o pec IV, diz-se que foi cozinhado já com técnicos do bce, o que significa que já estavamos a ser intervidos de certa maneira.
    Uma ultima nota acerca de espanha: não me parece que essa tecnica de ganhar tempo tenha resultado no que quer que seja para espanhal, já que esta vai ter de seguir com a sua politica de austeridade da mesma forma que antes, e quando o governo pretendia elevar a meta do defice para 5,8 %, a europa pos-se logo a frente e rebaixou logo o objectivo par 5,3%.Ou seja o que a espnha conseguiu foi praticamente nada.Sinceramente podemos esperar, mas esperar por godot, se isso do tempo de espera for esperar que a europa mude de ideias, pois porque isso tão cedo não vai acontecer.É uma europa neoliberal,dominada pela direita da senhora merkel, e desculpa-me o politicamente incorrecto: é o resultado de um bloco central europeu entre o ppe e o pse.

  6. pois edie, uma esquerda que não corte, que nao liberalize, é uma esquerda velha e bafienta, sei disso.Sabemos que quem não se converteu ao centrismo social-liberal são uns arcaicos e imbecis.Sabemos que o sonho molhado dos partidos que se convertaram a terceira via, é ver a esquerda alternativa, se esta não lhes(esquerda dupont) servir de muleta

  7. “… tivesse negociado o pacote com os partidos á esquerda, talvez o resultado tivesse sido diferente.”

    ganha juízo, aqui ninguém está interessado no teu pacote. bota mini-saia e experimenta ali prós lados do técnico.

  8. Vieira,
    eu avisei: os pobrezinhos do bloco e do pc, sempre entalados entre propostas alheias à sua vontade, e perante a escolha de um mal maior e de uma mal menor (acho piada ele comparar as medidas do PEC IV à devastação escolhida)não tiveram outro remédio senão escolher o mal maior, pois claro.Não se percebe a posião do governo perante forças políticas que sempre, sistemáticamente se mostraram disponívies para encontrar uma saída.
    E depois vem o tal ponto final, que não concorda é vendido e tem sonhos molhados inconfesáveis. bocejo…

  9. Alguém diga ao rrelapso rrenitente que o totalitarismo já morreu. A alergia que tem ao adjectivo LIBERAL revela a família ideológica a que pertence – a grande peste do século que o pariu, chamada totalitarismo. Os nazi-fascistas levaram no focinho em 1945, o salazarismo e o franquismo apodreceram nos anos 70, o comunismo escafodeu-se em 1990.

  10. edie explica-me uma coisa: e o ps não tinha de dar o braço a torcer também e porque é que o ps não podia fazer mudanças no pec IV?

  11. ou então o seguinte edie: em vez de ser o mal menor, porque é que simplesmente o ps não podia transformar-se em bom?

  12. em que mundo vives, rr? no mundo dos milagres – contra um país , contra toda a oposição, contra o presidente, contra a união europeia, contra a economia e crise globais o ps tinha a obrigação não de evitar o desastre, como tentou contra todas as forças parlamentares, mas ainda virar o rumo do planeta, fazendo de portugal, essa grande potência econónica, vingar sobre tudo o resto. Touché, falharam nesse ponto…ponto.

  13. tudo isso é verdade.Dou de barato a crise economica tu acreditas na austeridade? pois eu não: nem na má nem na pior.O ps devia ter ao menos convidado os partidos da esquerda para se negociar mudanças no programa, não havia nada que impedisse que eu saiba.A partir dai a batata quente ficava na mao deles, e ai sim, se eles recusassem havia razões para critica-los.O ps não fez nada disso.

  14. deixo-vos aqui um artigo muito interessante, sobre o pec iV.Convido-te a leres edie

    Momento da verdade para a esquerda portuguesa

    Estamos habituados aos momentos de dramatização da política portuguesa. PS e PSD ameaçam que fazem ou deixam de fazer, anunciam a crise e o fim do mundo. Depois, a tensão passa e tudo volta ao normal. Os donos de Portugal ditam as opções fundamentais de política – desde a fiscalidade à legislação laboral, passando pelas políticas sociais, as privatizações, as parcerias público-privadas ou as concessões desastrosas – e os governos-gestores da alternância vão dando uns sinais mais à esquerda ou mais à direita, para dar a entender que não são essencialmente iguais.

    Em geral, esta ordem natural das coisas sugere que os partidos que se guiam fundamentalmente por princípios – e não tanto por oportunidades – não devem alimentar a dramatização, nem deixar que a sua acção seja condicionada pelas peças que outros encenam.

    O momento actual é diferente. O resultado desta encenação só pode ser o acelerar da degradação política e social. Se o governo cair, o vazio de poder e a incerteza face ao que virá conduzirão ao agravar da crise financeira – e todas as medidas de ataque aos direitos sociais e de entrega dos bens e serviços públicos à avidez dos rentistas terão uma legitimidade reforçada. Se o governo não cair amanhã, ficará com uma posição mais fragilizada do que nunca – dando espaço adicional para os avanços da direita (venha ela do Largo do Rato, da São Caetano à Lapa ou de Berlim).

    Uma proporção insólita de portugueses sente que o país se encontra num beco sem saída. O PSD, que não conteve a sua ânsia de poder num momento crítico e caiu na armadilha da dramatização do PS, não sairá a ganhar. O CDS de Portas está eufórico perante o afundamento dos partidos do centrão. Sócrates arrisca-se a ser visto como o líder de credibilidade questionável que, não obstante, não virou a cara às dificuldades (mesmo que não tenha feito mais do que lhe impuseram que fizesse; e mesmo que fale em nome dos donos de Portugal quando jura que não permitirá a entrada do FMI).

    E a esquerda? PCP e BE estão mais uma vez encurralados. Num cenário em que a situação interna e os constrangimentos externos deixam pouco espaço de manobra, não têm conseguido fazer muito mais do que anunciar que vem aí o desastre. Podem até ter razão. Mas para a maioria das pessoas, inclusive muitos dos seus eleitores, serão vistos ou como parte do problema (contribuindo para a ingovernabilidade) ou, pelo menos, como não sendo parte de qualquer solução.

    Mas PCP e BE poderiam dar um sinal diferente. Poderiam ter a iniciativa de se apresentar com uma plataforma comum, propondo ao PS um conjunto de condições mínimas para apoiar uma solução para a crise assente numa maioria de esquerda no Parlamento. Uma solução que mostrasse que existem outros caminhos possíveis, mesmo com todos os constrangimentos internos e externos.

    Dificilmente o PS de Sócrates estaria interessado ou capacitado para aceitar o que seriam as condições mínimas da decência – aumentar a progressividade do sistema fiscal, abdicar das mordomias e da distribuição de empregos e favores, renegociar as PPP e as concessões predatórias, e prosseguir uma estratégia credível de contenção orçamental (que só pode assentar na prioridade ao crescimento). Mas os portugueses ficariam mais convencidos que o país não tem de ser o que é – e o ónus ficaria nas mãos do PS.

    Sem esse sinal de uma alternativa possível e credível à esquerda, Sócrates conseguirá vitimizar-se, fazendo esquecer que as suas opções estiveram sempre ao lado dos grandes interesses instalados. PSD conseguirá o feito improvável de, estando na oposição no meio duma enorme crise social, não obter um resultado eleitoral que lhe permita governar sem depender de outros (possivelmente, inclusive do PS). Paulo Portas, esse gato de sete vidas, surgirá mais uma vez como a válvula de escape do regime, mesmo não tendo nada de diferente para oferecer.

    Conseguirá a esquerda estar à altura?

    Postado por Ricardo Paes Mamede

  15. já sabes, rr, que a paciência se esgota: devia ter convidado????? E não convidou????? E eles aceitaram????? Em que mundo vives, rr???????

  16. oh edie! não insistas, o gajo não existe. essa merda é clonada pelo vírus ds e têm o qg sediado num ip pago pelo psd.

  17. com os partidos da opisção, a não ser que saibas de algo que eu nao saiba.O que sei é que chegou ao parlamento e disse: ou aprovem isto ou eu demito-me

  18. A cassete Valupetas volta a tocar, e a socretinada de forma robótica volta a aplaudir e a delirar: «Mais, mais! Queremos mais (do mesmo)!», grita a socretinada. Valupetas agradece e repete até ao infinito o seu número de circo, sabendo de antemão que a sua audiência socretina vai, pavlovamente, reagir sempre da mesma forma. Um espectáculo hilariante, mas nada mais do que isso.
    Ler (na diagonal ou não) os posts do valupetas já se tornou numa perda de tempo, pois são tão repetitivos que um gajo antes de os ler já sabe em que consiste o seu «conteúdo» . Um gajo espreme os posts, e o pouco que consegue extrair deles é, invariavelmente, a conversa da treta do costume: «O Pinto de Sousa é o maior» e não tem qualquer responsabilidade na crise, pois por Amor fez tudo para nos salvar; foi alvo de uma «campanha caluniosa» por parte da «direita ranhosa»; e esta direita conquistou o poder porque teve o apoio da «esquerda imbecil e demente», que preferiu servir os interesses dos neoliberais em vez de dialogar com a «esquerda» liberal moderna. Aaaaahhhh…. Suspiro.

    PS: RR, admiro a tua paciência para aturares a socretinada. Mas és um pouco inocente se esperas ter algum tipo de conversa com essa escumalha sem que não sejas insultado. Faz como eu: responde-lhes com a única linguagem que eles percebem, que eles ficam logo em sentido e até espumam. Não será surpresa nenhuma se já a seguir aparecer uma confirmação do que eu acabei de dizer.

  19. oh anoRRmal! trocas o nome, mas não mudas o sotaque, não resulta. isto quando se nasce burro é prá vida. já agora, fico feliz por gostares do programa com a edie, vou se não te desiludo.

  20. rr:
    Já estou a perceber porque é que o pessoal se passa contigo :D

    Se não te importas, vou simplificar o raciocínio para não me perder:

    O governo foi sufragado pela maioria (embora relativa) dos portugueses , assumiria a responsabilidade pelas medidas tomadas e sofreria as consequências democráticas. Era este que tinha que ceder?

    A dúvida era:
    Aprovar o PEC IV e levar com o PS mais uns tempos?
    Ou aproveitar, cavalgando a onda de contestação mediática liderada pelos “homens da luta” ( empregados do Balsemão), Continente, Pingo Doce e a borregada do costume, numa jogada arriscada para abocanhar o pote?
    E não é que decidiram fazer a experiência, na esperança de receberem dividendos eleitorais da sua demagogia, sonhando, talvez, com uma maioria negociada que lhes permitisse ter uns ministros em pastas de prestígio, à la CDS?
    FUDEU, NÉ?
    Baidauei, quanto à Espanha:
    Estás a dizer que mudar a meta do défice de 4,4 para 5,3 não é nada? (Até pode haver aqui uma estratégia combinada, mas isso é outra estória)

    Enfim, não vale a pena insistir contigo, pois não?
    Estou certo que terei mais sucesso se bater c’os cornos numa parede de tijolo…

  21. vieira, eu já expliquei qual era a questão de fundo e qual era a natureza liberal e austeritária do pec iV.Postei aqui um artigo do ricardo paes mamede que wxplica muuito bem o que se podia ter feito nesse capitulo do pec iV.Acrescento que uma negociação seria uma negociação, e se bem que admito que o pcp e o be tinham de negociar , também admito que o ps tinha que dar o braço a torcer.E a questão é que o ps não fez nada disso.
    A questão é que os partidos não são obrigados a votarem coisas em que nao concordam,o que é que custava ao ps dialogar com esses partidos e proceder-se a mudanças no sentido de suavizar o programa? qual era o problema disso?

  22. ds:
    Se estás farto da conversa do Val, tens bom remédio: Vai mandar postas no 31 da armada onde serás ovacionado de pé ( parece outra coisa, não é?)
    Com respeito à repetitividade, deixa estar que tu és um espetáculo de variedades. Resmas de argumentação fresca.
    Faz-me um favor:
    Não te importas de ir comer um cagalhão?

  23. Vieira, por acaso quando falei em gajos a espumarem nem estava a pensar em ti, mas estou a ver que carapuça da socretinice te serviu na perfeição. «Parabéns»!
    Quanto ao favor que me pedes, está feito: acabei mesmo agora de te ler\comer.
    Escusas de agradecer.

  24. Ó rr,
    eu também acho que o PS podia ter negociado, e daí? Não o fez e o pessoal deixa a casa arder?
    Nunca disse que o PS era um mar de rosas (quem diria…) mas, voltando á vaca fria: Quem achas que devia ter cedido? Uma maioria com responsabilidade governativa, ou uma oposição de esquerda que pretende evitar que uma direita ultra-liberal tome as rédias do poder ( como aconteceu, aliás)?
    Estamos pior do que se tivéssemos aprovado o PEC IV, ou não? ( reposta ao Mamede)
    Era previsível ou não?

    Até faz lembrar a Líbia:
    Para evitar que o governo mate centenas (comprovadas?) de cidadãos, a NATO bombardeia aquela merda toda até à pré-história chacinando milhares. É uma questão de principios.

    Como não acredito no Pai Natal, creio que foi vontade de abocanhar o pote, mesmo( e funciona nos dois casos).
    Desculpa lá.

  25. Pois é ds,
    Já não é a primeira vez que leio as tuas espirituosas e interessantíssimas postas, por isso, me deu vontade de entrar no teu tipo de dialética tão erudita.
    Não me leves a mal, mas a culpa também é tua pois quanto mais bitaites do tipo dos teus eu leio, mais Socretino me torno.
    Não te esqueças de limpar a boca, sff.

  26. Obrigado pelo elogio, Vieira. Mas penso que estás a exagerar quando dizes que quanto mais me lês mais socretino te tornas. Os comentários que aqui deixaste mostram que não precisas de mim para ascenderes a essa condição, principalmente quando afirmas que cabia à «esquerda imbecil» (de que o Pinto de Sousa sempre quis manter-se afastado, tanto ideologicamente como nas políticas concretas a seguir) evitar que a direita «reformista» (como diz o Relvas, seguindo a propaganda do «mestre» anterior)chegasse ao poder. Este teu «argumento» mostra bem que o teu pensamento é uma mera reprodução da conversa da treta socretina.
    Responsabilizas-me pela tua socretinice, assim como responsabilizas a «esquerda imbecil» por a direita estar no poder, mas a verdade é que tens é que agradecer ao valupetas pela primeira situação, e à governação do Pinto de Sousa pela segunda situação. Não te enganes, e manda mais «cagalhões» desses que eu estou a gostar.

  27. de quem acho que é a responsabilidade vieira? de todos meu amigo: estariamos melhor do que agora sim,mas o facto de um partido governar não signfica que os outros tenham que concordar com oq ue esse governo faz.Isto não são os tempos absolutistas do Luis XIV.Portanto volto a reiterar: para mim , o ps se tivesse negociado o pacote com a sua esquerda tinha evitado que o pec tivesse sido chumbado.Por que verdade seja dita, era um plano da troika sem ela cá estar.Se o pec IV tivesse sido suavizado e se tivesse diminuido as medidas gravosas para as classes baixas ele não tinha sido chumbado.Mais: negociar o pec com os partidos da esquerda, seria até uma forma estrategica de enconstá-los a parede e testá-los, atirando para eles a batata quente da responsabilidade.Mas como isso não aconteceu, logo a responsabilidade fica bem menos clara.É pena

  28. Que se lixe a natureza liberal e austeritária do PEC IV, qualquer coisa era melhor do que o FMI de portas escancaradas por Portugal adentro.
    O que rr e esquerda ” revolucionária” não percebem é que puta que pariu as ideologias, o que interessa é o povo e o país , e se para salvar o povo e o país tendes de baixar as calcinhas a um partido mais centrão, para que os partidos direitões não fodam ainda mais esta treta, então que seja. Isto sim tinha sido patriotico. E já agora inteligente : ainda podiam ter lucrado com o acordo no futuro próximo. Pior que uma direita oportunista é uma esquerda burra. Não faltam das duas por cá .

  29. Já agora, em relação ao ” o ps se tivesse negociado o pacote com a sua esquerda tinha evitado que o pec tivesse sido chumbado.” , diga-me rr, que parte do video que linko abaixo não percebe ?
    E ainda têm a lata de vir dizer que o PS não quis negociar?! Ora tenha santa paciencia, felizmente há ainda muito boa gente com memória que se lembra muito bem deste video.Deste e muitos outros, é só procurar.

    http://www.tvi.iol.pt/videos/13402736

  30. Então e devia ter feito o que, rr ? Formar uma romaria á sede do PCP e do BE, de preferencia de joelhos, cabecinha baixa e a pedir por favor?
    Mostre-me que resposta positiva e indicadora de querer negociar foi dada por esses partidos?
    Quem não quer vêr a mais não é obrigado , mas poupe-nos a areia para os olhos.

  31. No que me diz respeito, eu já percebi há muito que tanto o Pinto de Sousa, como o Valupetas, como o Gato Vadio, ou como a socretinada em geral, seguem o princípio ideológico do «puta que pariu as ideologias». O que se estranha é todos eles continuarem a afirmar-se de esquerda (se bem que alguns já preferem usar a palavra centrista como forma de se «identificarem» e «situarem» politicamente).
    Mas esta coisa do «puta que pariu as ideologias» esconde uma orientação ideológica (de que, pelos vistos, os gatos vadios não se apercebem), pois tal «princípio» mais não é do que uma variação de um outro que se impôs no discurso político há uns anos atrás: aquele «outro» principio que proclamava, e proclama, que a distinção entre a esquerda e direita já não faz sentido. Porque esta moda do «centrismo» moderno não comprometido ideologicamente tem as suas raízes nesse discurso. Discurso esse que, convém lembrar, começou a ser ouvido e difundido pelos partidos de direita.
    Segundo o Gato Vadio «o que interessa é o povo e o país», e, nessa medida, se isso exige «baixar as cuecas» a um partido mais centrão, então era isso que a «esquerda imbecil» devia fazer, pois isso é que seria «patriótico». Ou seja, o discurso negativo do «puta que pariu as ideologias», acaba por afirmar-se positivamente apelando ao «patriotismo» e ao «interesse nacional», surgindo assim uma «nova» ideologia capaz de orientar a governação. E que nova ideologia é esta? È aquela ideologia que vai especificar melhor, e através de medidas concretas, em que consistem essa coisas vagas e abstractas do «patriotismo» e do «interesse nacional». Ora, como já antes o Pinto de Sousa dizia, e como agora diz o Passos, o «interesse nacional» consiste em, e passa por, cumprir os PECs (primeiro) e os planos da troika (agora). O interesse nacional é, portanto, seguir as directrizes neoliberais (sejam os seus executores os tipos da «esquerda» moderna reformista, ou os tipos da direita moderna, também reformista).
    Mais: tendo em conta que «o que interessa é o povo e o país», e tendo em conta que ser patriótico passa por «baixar as cuecas a um partido mais centrão», não se entende porque é que o Gato Vadio, e todos os «centristas», andam tão revoltados com um governo de direita (perdão, de centro-direita… perdão, do centrão… perdão, mais centrão) que na sua propaganda de todos os dias nos garante que tudo o que faz é feito a pensar no futuro do povo e do país e na defesa do «interesse nacional». Por que é que o Gato Vadio rejeita ser «patriótico» e rejeita «baixar as cuecas» nestas condições e não quer seguir o «imperativo moral» que começou por defender?
    Pois é: a «direita é oportunista» e a «esquerda é burra». Só falta acrescentar uma coisa: que os «centristas», ou «esquerda» moderna, são simultaneamente burros e oportunistas. São burros quando copiam a direita, e são oportunistas quando se dizem de esquerda. Ou são oportunistas quando copiam a direita, e são burros quando se dizem de esquerda.

  32. vadio, areia para os olhos é o ps culpar a esquerda, por todas as desgraças que lhes acontecem.São sempre os outros que teem que se mexer e servir a vossa majestade.e tu sinplesmente não conseguiste refutar o que eu disse.O ps pos-se a jeito de a coisa correr mal, ao não negociar o pec iV, se conseguisse fixe, se não conseguisse, pelo menos retirava os argumentos aos outros.Mas não, o ps esperou que mais uma vez a direita aparasse os golpes de barriga e fudeu-se.

  33. vadio, areia para os olhos é o ps culpar a esquerda, por todas as desgraças que lhes acontecem.São sempre os outros que teem que se mexer e servir a vossa majestade.e tu sinplesmente não conseguiste refutar o que eu disse.O ps pos-se a jeito de a coisa correr mal, ao não negociar o pec iV, se conseguisse fixe, se não conseguisse, pelo menos retirava os argumentos aos outros.Mas não, o ps esperou que mais uma vez a direita aparasse os golpes de barriga e fudeu-se.Agora não venham é imputar aos outros responsabilidades que são inteiramente vossas

  34. É isso mesmo, é… É sabido que o pessoal «moderno» há muito tempo que abandonou as «missas». Prefere a vida dos «centros comercias» e todo o mundo plastificado e articial da publicidade e do consumismo do «mastiga e deita fora». O Pinto de Sousa é um reflexo disso mesmo.

  35. pois, tá bém, mas o pessoal não tem culpa que tenhas comprado bilhetes para um espectáculo que foi cancelado pelo gorbachev, vai ser difícil arranjares alguém que te fique com eles. se disseres que são prá madonna talvez enganes alguém, se bem que esse público tamém já é difícil de enganar. há pr’aì uns gajos a martelarem o script dessa porra mas a realidade é teima em adaptar-se.

  36. Tanto palavreado para quê? O Louçã explicou tudo, no título de um dos seus escritos: «À ESQUERDA DO POSSÍVEL». Querem síntese mais bem conseguida?

    Mais palavras para quê, com estes idiotas (e não só cretinos) dos “marchistas”?

  37. oh anoRRmal! monta uma banca à porta do pavilhão atlântico, anúncias cachorro quente e quando o cliente se aproximar avias-lhe o sacristão ds a declamar hayek. agora evangelizas em parceria com o gajo ou partilham o computador para reduzir os custos?

  38. O socretino das múltiplas personalidades está sempre a «surpreender»: agora até já recomenda um livro do Louçã, para sustentar o seu apoio ao Pinto de Sousa e ao seu «centrismo» desideologizado! A confusão que anda pela sua cabeça!
    Uma busca rápida na internet conduz-nos à seguinte sinopse do livro: «o mundo alimenta sem custo a exigência de justiça, desenhando assim a intransigência de uma esquerda que não se juntou aos coros da coligação da Guerra do Golfo, que não se deslumbrou com o euro-optimismo nem cortejou com o fim das ideologias».
    Isto só é mesmo uma síntese que dá razão ao «sr. Porreiro, pá!» e seguidor do princípio «Puta que pariu as ideologias» em cabeças alucinadas e que já nem sabem o que dizem.

  39. fónix! não se pode falar do loção de censura que os gajos começam logo a fazer-se explodir, o corpo de intervenção e os piquetes da cgtp estoiram-lhes os últimos neurónios. lá foi o acordo com gerómino pró galheiro.

  40. posso falar, mas noto que te dá jeito responderes com uma pergunta a despropósito. não te vou dizer que a ugt não é controlada pelo ps como a cgtp é pelo partido comunista, mas que isso do conadá são trocos comparado com os acordos mário nogueira/crato e da santa aliança be + pcp + ppd + cds. vai ser difícil justificarem a merda que tem feito aos parvos que votam na causa, cá pra mim o resultado das próximas autárquicas não dá para um lugar de estacionamento na cave da assembleia e o louceiro recolhe ao convento.

  41. a cgtp vive das percentagens que cobra nos processos de indemnização dos trabalhadores das empresas falidas e da chantagem que fazem com o estado, portanto não corta, quanto mais direitos, mais impossíbililades, mais falências, mais lucro dá. vives na lua e o limite é o céu, deve ser complexo da vanguarda do proletariado e do campesinato das hortas biológicas de penthouse.

  42. esta gaja parece da lci. tás enganada, o psd colabora com os comunas na farra, alguns até pagam dízimo para que a merda seja feita na concorrência, vê lá se o alex tem problemas na mercearia. o que vos esquenta é a dimensão picniqueira do tijolo não dar para mamarem na teta sindical. sou liberal nos costumes e conservador dos princípios democráricos, rejeito totalitarismos de esquerda e de direita, entendeste ou queres um ecrã a cores para veres o boneco.

  43. pera lá que me esqueci de dizer que tenho votado ps e que me revejo na política do socrates enquanto houve lurdes rodrigues e correia campos, o resto foram consequências do que foi possível fazer. e tu és o quê? comuna envergonhado que vota no bloco e disfarça com demagogia.

  44. não te perguntei o que não és? isso já sabemos que não és nada e que tens horror a quem é qualquer coisa. assume-te maria!

  45. quanto ao correia campos afirmei a minha concordância com o trabalho que fez enquanto ministro e tou-me cagando para bocas de circunstância. agora podes ir para a puta que te pariu que já estou farto de aturar nhônhas.

  46. vai lá ter com o coelhinhos e com o portas.Vai lá aturar o salazarinho do gaspar,e o alvaro.Passa bem,e adeus ó vai-te embora.Não tens é mais argumentos

  47. (também estava espantada com a tua resiliência, e depois dizes que eu é que tenho paciência para aturar malucos, isto sem ofensa para os verdadeiros malucos, que espero tenham, entretanto chegado em forma de clip…)

  48. com este desalinhamento da servideira, até parece que estou a falar do rr, mas era contigo, anoni…embora esta de o gajo dizer que tu te chegas ao passos e ao portas e ao gaspar seja mesmo uma grandesíssima falta de argumento, só para ver se a conversa começa outra vez do princípio…Eu penso que temos um cérebero que serve para coisas melhores do que dar troco a esta trampa…muito, muito sinceramente. E quando damos troco, como tenho feito em algumas vezes, estamos a cometer um crime de amesquinhamento contra nós próprios…

  49. ehehe! os fanfarra ciorcale já eu vi ao vivo… mais de meia hora depois de terminado o último encore, os gajos não conseguiam parar e como apagaram as luzes do palco, mas não da plateia, vieram tocar para o meio de nós, mais copo e mais fanfarra, a coisa nunca mais acabava. Estiveram a pontos de ter uma audiência super entusiasmada mas em coma alcoólico (menos eles, que têm muita resiliência). Experiência inesquecível. os outros (Gogol) também são ciganos mas punks e também prestam sentido tributo aos copos. Eu é mais bolos, needless to say…
    http://www.youtube.com/watch?v=5fmZCve025Q

  50. adeus ó vai-te embora

    __

    Atenção: este nome “edie” não corresponde à nossa amiga edie, usual comentadora.

    Este tipo de apropriação de um nome alheio deverá ser sempre denunciado pelos visados caso se sintam lesados. Se persistir a intencional confusão, os comentários em causa serão apagados.

    Valupi

  51. bem, hoje acertas em todas. Juro que nõ é para armar aos cucos, mas a minha experiência no french quarter – isto que aqui puseste é uma amostra- fez-me sentir que já não sabia de que terra era…mas fez-me sentir que só podia ser daquela…
    depois aqui o Preservation Hall(o mais velhinho de todos), a cheirar a caruncho, com as tábuas prestes a partir-se sob os nossos pés (não há cadeiras) …viagem no tempo à maneira do Woody Allen…
    http://www.youtube.com/watch?v=b7M8ZkQma3I

  52. Ou seja, o discurso negativo do «puta que pariu as ideologias», acaba por afirmar-se positivamente apelando ao «patriotismo» e ao «interesse nacional», surgindo assim uma «nova» ideologia capaz de orientar a governação. E que nova ideologia é esta? È aquela ideologia que vai especificar melhor, e através de medidas concretas, em que consistem essa coisas vagas e abstractas do «patriotismo» e do «interesse nacional”

    O interesse nacional e o patriotismo são toda e qualquer acção que nos levasse a estar melhor do que estamos agora.Tudo indicava na altura que , seguindo o caminho que se seguiu estariamos pior. E de facto estamos. Não era necessária ideologia para perceber isso mas tão somente olhar á volta e entender que a vida não é só o nosso pequeno mundo de convicções, dogmas e pensamentos circulares.
    E sim, ceder quando o resultado é melhor para uma maioria, mesmo que prejudicial para os nossos interesses privados ( neste caso a manutenção da vossa “ideologia impoluta” ) será sempre a decisão mais acertada para todos.
    A esquerda revolucionária ( ideológica se quiserem) tomou a decisão mais acertada para aquilo que julgava ser a sua sobrevivencia. Quem se fodeu foi o povo. E sobre isso não há como dar a volta.

  53. a gente faz assim gato vadio: explica-me as medidas do pec iV, e explica lá tamb+em qual seria a nossa actual situação se aquilo tivesse sido aprovado.Impressiona-me quem ainda acredita na austeridad

  54. Já agora, lá porque a “ideologia” de esquerda revolucionária morreu ( e só quem a ela se agarra ainda não percebeu que está morta) não quer dizer que não possa aparecer por aí nada de novo, o que não falta no mundo actual, e em parte por culpa do neoliberalismo exacerbado, são ideias novas a fervilhar.
    Criar uma ideologia e achar que aquela vai permanecer imutável e com adeptos até ao fim dos tempos é, como dizia aquele que não se pode mencionar, “brincadeira de criança”.
    Só os cepos e os burros é que não se adaptam , não se renovam e não se apercebem da passagem do tempo.

  55. gato vadio: o problema é que a modernidade trouxe coisas inaceitáveisLLamento dize-lo, mas nao acho que a modernidade e reformas liberais sejam 2 valores que estão de maos dadas.Não acredito no neoliberalismo .

  56. Este “rr” é um pobre náufrago cerebral, que ainda valeria a pena tentar resgatar, mas seria um trabalho deveras penoso. Haja alguma alma caridosa que se atire à água.

    Quanto à espectral identificação “ds”, já não passa de um cadáver mental por identificar, numa vala comum demasiado saturada e putrefacta. Alguém que o avise de que pode continuar a dizer o que bem entender, que já ninguém dá por ele. Descansa lá e deixa-nos viver em paz…

  57. Gato Vadio, quando dizes que o caminho seguido nos conduziu a uma situação económica pior, o mesmo pode ser dito acerca das medidas e dos PECs aplicados pelo Pinto de Sousa. O caminho seguido, a que te referes, consiste na austeridade e em fazer cortes nos mais diversos serviços e direitos sociais, o que não se distingue em nada do rumo seguido pela governação do Pinto de Sousa (e que se iniciou bem antes da crise internacional). Portanto, se o «interesse nacional» é toda a acção que recusa este tipo de politicas «reformistas» e de «ajustamento», para seres coerente com essa definição tinhas também que dizer que a governação do Pinto de Sousa foi contra o «interesse nacional». Se ao contrário insistires na ideia de que o Pinto de Sousa só procurou defender o povo, o interesse nacional, ou a saúde financeira do país, então tens também que reconhecer que os «centristas» do PSD só pretendem fazer o mesmo.
    A vida não se reduz «ao nosso pequeno mundo de convicções», dizes tu. A começar pelas tuas, digo eu. Até porque as tuas convicções passam simplesmente por essa ideia ingénua segundo a qual um governo do Pinto de Sousa seria muito diferente e muito melhor do que um governo liderado pelos PSDs. A verdade é que tal como o Pinto de Sousa costumava ser elogiado pela Merkel e pelo Sarkozy pelas medidas (neoliberais) «corajosas» que andava a aplicar, também agora o Passos é elogiado pelo seu esforço e empenho e pelas mesmas personagens. Diferenças? «Cadê elas»?!
    Assim, volto a dizer o mesmo: o «imperativo moral patriótico» que dizes defender e que passa por ceder em benefício da maioria deves começar por aplicá-lo a ti próprio, antes de exigires o seu seguimento por parte dos outros. E o que isso quer dizer é que deves apoiar este governo porque está empenhado em melhorar (e não piorar) o futuro de todos nós, por um lado, e porque a maioria do povo português decidiu em eleições que um governo do Passos era preferivel a um governo do Pinto de Sousa, por outro lado. O teu «interesse privado» de teres um governo liderado pelo Pinto de Sousa, não pode estar acima nem da vontade do povo, nem acima da resolução dos problemas financeiros do país.
    Finalmente, essa tua conviccção de que há muitas «ideias novas a fervilhar» no mundo actual, é também uma convicção ingénua. Porque o mundo actual é o mundo neoliberal, e aquilo a que se assiste é ao contrário: à assimilação por parte de partidos ditos de «esquerda» das velhas ideias liberais, e à sua aceitação do mundo actual como ele é (e as duas coisas estão intimamente ligadas). Tu dizes que só os burros pensam que as ideologias são imutáveis, e não reparas que o que acabas por estar a defender é a imutabilidade do mundo, na medida em que para ti as «boas ideologias» são aquelas que se adaptam à realidade. E a qual realidade? Àquela que existe e que ninguém pensa em mudar: a realidade neoliberal. Portanto, até podem aparecer uns tipos quaisquer a anunciar uma nova «esquerda», uma «esquerda» moderna, mas isso não quer dizer que tenha nascido uma nova ideologia. Como eu disse atrás, no mundo consumista e do «mastiga e deita fora» em que vivemos, aparecem todos os dias produtos «novos», mas que não passam de produtos velhos vendidos numa embalagem diferente: mais colorida, mais dois em um, mas no fundo mais nada.

  58. O maluquinho das múltiplas personalidades continua a delirar, a alucinar, e a dizer coisas sem sentido. Alguém que o avise de que não é por ele pensar que o Louçã defendeu a «esquerda» socretina, e a sua orientação ideológica, que isso é verdade. E alguém que o avise, também, que não é por ele pensar que eu não lhe disse isso, ou por pensar que nem reparou no que eu disse, que isso faz dele um tipo menos idiota que nem sabe o que diz.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *