«Já agora, aproveito eu para deixar uma sugestão de leitura a Mariana Mortágua: The Believing Brain – From ghosts and gods to politics and conspiracies, how we construct beliefs and reinforce them as truths, de Michael Shermer. A tese do livro pode ser resumida assim: primeiro, nós formamos as nossas convicções; depois, vamos à procura dos argumentos que as sustentem. O nosso cérebro é uma máquina de produzir crenças (por uma excelente razão biológica e antropológica — é aquilo que nos permite viver em comunidade com milhões de pessoas que nunca vimos mais gordas), às quais nos afeiçoamos tanto que temos dificuldades em abandoná-las mesmo quando há evidências gritantes de que estão erradas (Galileu que o diga). É de tal forma forte a ligação emocional que nós estabelecemos com certas ideias, que o nosso cérebro distorce o mundo, se necessário for, só para proteger aquilo que tem como as suas crenças mais profundas.
É importante ter consciência deste mecanismo para que, imbuídos do melhor espírito científico, nos esforcemos por corrigir o excesso de crendice que de forma despercebida vamos impondo a nós próprios. O curioso nas escolhas de Mariana Mortágua é elas revelarem um desejo evidente de reforçar as próprias crenças e um manifesto desinteresse em contactar com ideias fora do seu quadro mental. Por isso, até podendo ser bons livros, são más sugestões de leitura para férias.»
Val podias ter identificado o animal, lá se foi o almoço…
então o sr. valupi já anda aqui a referenciar, como merecendo destaque, os artigalhos do jmt?
Temos que reconhecer que o JMT se esforça bastante em dar nas vistas, em chamar a atenção para a sua pessoa, e tem tido algum êxito.. O que ele quer são polémicas em que ele seja um dos protagonistas. O PR deu-lhe uma boa ajuda, sabe-se lá com que intenção, com aquela de o fazer comissário do 10 de Julho. Mas começa a desmascarar-se muito. Será que Mariana Mortágua lhe vai fazer a vontade, reagindo ao pretensioso e intencional artigo, ou alguém por ela? Oxalá que não. Deixem-no só com a sua prosápia.
…com a sua prosápia e os seus amigosa fedorentos.
João Miguel Tavares já explicou, penso eu (o Valupi corrija-me se eu estiver errado), que o caso Sócrates é excecional para ele, isto é, que todas as boas teorias dele têm uma exceção no que se refere a Sócrates. Sócrates é para ele, uma ideia feita, uma obsessão, algo que escapa à racionalidade. Ele tem uma ideia fixa, de que Sócrates é um nefasto corrupto, e essa ideia fixa, conforme ele próprio concede, está imune ao escrutínio racional.
Ou seja, Lavoura: o JMT não aplica a si mesmo o que recomenda à Mortágua. Ele não procura reforçar as suas crenças com tudo o que esteja de acordo com as suas narrativas,ao mesmo tempo que rejeita liminarmente todo e qualquer facto ou argumento que as possa questionar. É curioso, realmente. E obviamente ridiculo. Mas a isso o tipo deve ser imune.
JMT concede que a sua obsessão, a sua ideia fixa, irracional, sobre Sócrates, está imune ao escrutínio racional. Concede mesmo? É d’homem!
MRocha
o JMT não aplica a si mesmo o que recomenda à Mortágua
Exatamente.
É EXTRAORDINÁRIO!
Até um cretino pode sugerir um bom livro!