O que é isto?

Esta peça, assinada por três (!) jornalistas, é jornalismo? Se o for, então o jornalismo assumiu plenamente o carlosalexandrismo, essa escola de violações do Estado de direito onde profissionais que não pertencem ao Ministério Público abdicam dos seus deveres respectivos — como sejam os de respeitar os direitos dos arguidos e acusados em tribunal ou o código deontológico do jornalista — e passam a colaborar com os procuradores.

Veja-se como foi composto o título, o qual conta logo a história toda que se quer contar. Na primeira parte temos uma descrição supostamente testemunhal dos próprios jornalistas, pois não se endossa a imagem de um Escária desconfortável para outrem. Nem sequer se põem aspas no “desconfortável”, o título transmite verosimilhança máxima do ponto de vista editorial. Aqueles três jornalistas, mais a direcção do jornal que aprovou a edição, mais o accionista principal que nada viu de errado no que foi publicado, toda esta gente assume como facto consumado algo que não presenciaram e que é do foro subjetivo: alguém carimbou como “desconfortável” não se sabe o quê em Escária, e atribuiu aos “discos externos” a causalidade desse não sei quê no corpo de um cidadão, que assim passou a notícia no pasquim do Balsemão como notável indício de crime. O achismo elevado a método policial e processo judicial.

A segunda parte do título consegue a façanha de ser ainda mais debochada, pois nela se conta que os procuradores não têm como missão chegar à verdade, ou à realidade, ou à objectividade seja do que for, no caso o conteúdo dos tais discos. É ao contrário, eles “esperam encontrar mais indícios”. Ou seja, desejam, ambicionam, querem muito que Escária seja mesmo o criminoso que eles acham que é apesar de não terem qualquer prova disso, e apesar dessa vacuidade probatória ter levado o juiz de instrução a deixá-lo em liberdade mesmo com estupendas escutas para exibir. O título, com este remate, cumpre-se como claque de apoio à caçada do Escária, já culpado de crimes cujas provas estão algures. Basta continuar a devassar a sua privacidade — e de terceiros com ele relacionados como o outro fulano que aparece na foto — para as encontrar, disso nos informam os três magníficos jornalistas.

Diz-se que o jornalismo do Expresso é de referência. Concordo. Só lamento que a referência que mais gozo lhes dá seja a pulhice.

21 thoughts on “O que é isto?”

  1. Talvez até fique na história…. Quem sabe?
    Julgo que fui o primeiro gajo no nosso país, depois das últimas legislativas, a denunciar nas redes sociais que estava em andamento um golpe de Estado para espatifar este governo – e a democracia que temos – com a participação, coordenada, de Marcelo Rebelo de Sousa, órgãos de comunicação social e de grupos organizados no ministério público bem como a cumplicidade, amiúde militante, dos partidos da oposição, com especial realce para o PCP e BE.
    Admito também que terei sido o primeiro a alertar para o perigo do “acionista principal”, de nome Balsemão. Um oportunista, reaccionário, do mais manhoso que conheço do pós-Abril.

  2. sem duvida, fernando.
    até já lhe estão a fazer uma estátua em kiev e outra em gaza por ter conseguido com tanta antecedência ver a deturpação que a comunicação social faz, os obscuros interesses financeiros que serve e como isso pode ser desvantajoso para uma democracia saudável.
    se ao menos já estivesse vivo na altura da invasão ao iraque, centenas de milhares de vidas podiam ter sido salvas!

  3. “Talvez até fique na história…. Quem sabe?
    Julgo que fui o primeiro gajo no nosso país, depois das últimas legislativas, a denunciar nas redes sociais que estava em andamento um golpe de Estado para espatifar este governo..”

    “Admito também que terei sido o primeiro a alertar para o perigo do “acionista principal”, de nome Balsemão.”

    andar a xutar impronúnciável e a paivar teste com mortalhas mariana. o verstapen ficou 10 voltas lá para trás.

  4. não percebo nada de ossos, mas quando alguém diz que lhe descobriram discos no esterno, eu no lugar do escária tamém ficava desconfortável e pedia novas radiografias.
    põem estagiários nas urgências e a qualidade dos diagnósticos é o que se vê acima. os ésse-éne-ésses fazem pouco, reclamam muito e raramente acertam.

    * se não souberem o que é vão à inteligência artificial, foi lá que o impronunciado tirou o curso

  5. Também reparei nessa bosta e no facto de serem precisos três estarolas para esgalhar o artigo, eh! eh!
    É para manter o nível da acusação do mp.

  6. um heterónimo anónimo do presidente apresenta queixa contra o ricardo araújo pereira:

    https://www.flash.pt/celebridades/nacional/detalhe/isso-e-que-era-bom-com-a-justica-a-perna-ricardo-araujo-pereira-nao-se-deixa-intimidar

    consequências imediatas: toda a gente vai a correr ver e rever o o boneco que o gajo fez do palhaço, publicidade à sic, araújo e ao visado.

    consequências a prazo:
    . publicidade e discussão do caso entre os afectados e os desinfectados
    . mais um caso para desviar as atenções daquilo que preocupa o dciap, a merda em que se meteu
    . o célinho vítimiza-se a pesar de já ter ultimamente ameaçado que quem falasse das brasileiras ia para tribunal, agora vai dizer que não nada do outro, que não pode fazer nada, é a lei e a justiça a trabalhar.
    . no fim, quando esgotar a mediatização do caso e o tribunal prestes a absolver, vem declarar ao público o perdão.

    lembram-se do caso do gajo que o queria matar e que ninguém ligou bóia cada vez que o gajo nos lembrava disso?

    o valentão das dúzias desvaloriza
    https://www.noticiasdecoimbra.pt/marcelo-rebelo-de-sousa-desvalorizou-ameaca-de-morte-mas-respeita-intervencao-das-autoridades/

    passado um ano prendem o maluco
    https://www.dn.pt/sociedade/homem-que-ameacou-matar-marcelo-condenado-a-medida-de-internamento-17350130.html

  7. ISTO?

    ISTO, É O EFEITO DO LIBERALISMO NA DEMOCRACIA.
    1 – Qual o efeito do Liberalismo na Democracia?
    2 – Pedindo uma ajuda à matemática, constata-se que o Liberalismo deslocou a força da gravidade para o centro (para o sítio isomorficamente simétrico entre duas partes).
    3 – O ponto-central de um sistema provoca (constrói) uma oscilação perpétua entre dois lados, o negativo e o positivo (entre o «mais» e o «menos», ou seja, + = -). Constrói dois lados. Transforma a Realidade num eterno prós e contras.
    4 – E, através dessa deslocação (definição) do critério de escolha e de decisão (moral, ética, ideológica, e outras do mesmo tipo lógico) para o centro, passa a valer tanto uma coisa como a sua contrária.
    5 – Com esta estratégia ideológica, o Liberalismo anula o valor de qualquer escolha ou decisão. Pois, tanto o «lado A» como o «lado B» passam a equivaler-se em valor.
    6 – Logo, quaisquer justificações do que quer que seja passam a ser iguais. Anulam-se. Cancelam-se.
    7 – A Liberdade passa a ser igual, tanto a de «quem quer fazer mal» como a de «quem quer fazer bem». A Liberdade do criminoso é igual à da vítima. A Liberdade do lícito é igual à do ilícito. A Liberdade do justo é igual à do injusto. E assim, sucessivamente para todas as outras coisas do mundo e da vida em sociedade que sejam formuladas numa dicotomia (esquerda/direita, culpados/inocentes, bem/mal, sim/não, etc.).
    8 – O “laisser faire, laisser passer” (isto é, a «lei do mais forte» veiculada pelo Liberalismo) alcança o zénite da sua perpetração.
    9 – Com o Liberalismo, a Democracia passa a ser um Joker. Serve para todos e quaisquer que a pronunciem, ou que anunciem que vêm em nome dela.

    O ISTO, É ISTO.

  8. 10 – E esta lógica contamina, do mesmo modo, obviamente, tudo o resto. Concretamente, a Liberdade, a Justiça, a Moral, a Ética, o Dever, a Escolha, a Decisão. E tudo o que necessita de ser assimetrizado para ser preferido.
    11 – Este assassínio da possibilidade de preferir, deixa o “laisser faire, laisser passer“ livre para fazer o que lhe aprouver o seu arbítrio.
    12 – E o ser-humano, perante a necessidade de criticar a Simetria (este uso da simetria pelo Liberalismo), recua e hesita. Pois ela é culturalmente considerada o equilíbrio e a harmonia.

  9. Mais uma vez a manipulação mental do “impronunciável” a partir do uso do jogo de palavras, ou palavreado.
    Aqui, neste caso, a dicotomia usada pelo maestro do “HÁ-DE VIR do fundo dos tempos” para nos dizer do ódio que tem à democracia, é, para usar uma linguagem normal, o conhecido baloiço de jardim constituído de uma tábua apoiada ao centro num eixo móvel.
    O teorizador do impronuncianismo diz que é uma dicotomia onde “O ponto-central de um sistema provoca (constrói) uma oscilação perpétua entre dois lados, o negativo e o positivo (entre o «mais» e o «menos», ou seja, + = -). Constrói dois lados. Transforma a Realidade num eterno prós e contras.”
    Mas o caso posto, na prática da vida corrente, não se põe da maneira teórica como dá a entender e, tal como já referi uma vez, também neste caso os dois lados entre apoio central pode ser visto como uma “harmonia dos contrários” hieracliteana e não como um movimento oscilante permanente oposto dado que, a tábua, tal como a “subida ” ou “descida” da estrada que é sempre a mesma, também aqui a tábua é única e sempre a mesma.
    Logo, se num conjunto de 20 pessoas, se se puser 15 de um lado e 5 no outro lado do eixo não há qualquer movimento oscilante e muito menos uma “oscilação perpétua”
    O nosso sábio da teoria do impronuncialismo já aqui propôs uma eleição para saber se os portugueses queriam como presidente um XI Jiping para acabar com esta, segundo ele, desgraça dicotonómica que adoece e mata a democracia. Ora, o regime de terror do XI que encerra, faz desaparecer ou mata os opositores democráticos ao regime de presidente vitalício (Deus na terra para os súbditos chineses), um dia, que há-vir de um tempo humano mais ou menos recente, terá que prestar contas perante o povo revoltado ou face a um golpe palaciano ou outro tipo qualquer de ajuste de contas.
    A história conta-nos que tem sido assim com quase todos os ditadores alçados a deus na terra.

  10. Se for 15 de um lado e 5 do outro, passa a ser uma preferência.
    Impossibilita a oscilação.
    Logo, como referi, a assimetria quebra a oscilação perpétua e pendular.
    É necessário que seja uma simetria, para poder oscilar infinitamente. E é esse mecanismo ideológico (e físico) que o Liberalismo inculca.

  11. O que é maior ditadura e tirania?
    Um sistema ideológico que impossibilita a preferência?
    Ou, um sistema ideológico que obriga a uma preferência?

    Logo, apenas num sistema pós-humano (um sistema fora da fase da evolução que o Impronuncialismo designa por «Humanidade»), um sistema não dominado por essa mentalidade dual e dicotómica, é que se poderá resolver o problema.

    ISTO É, após uma transformação evolutiva, que consiga passar da fase 4 para as duas fases seguintes.

  12. «Um sistema ideológico que impossibilita a preferência?
    Ou, um sistema ideológico que obriga a uma preferência?»

    Pergunto ao “impronuncionável”; qual o sistema ideológico ou não ideológico ou em qualquer grande ou pequeno caso da vida corrente, por mais indiferente, representutivo ou dispensável que seja, que não obrigue a uma “preferência?
    Então eu, tu, ele, todos, e em todas as circunstâncias não tomamos sempre, e a todo o momento, decisões sob o efeito de uma escolha, uma preferência? Não tenho sempre de pensar numa ideia melhor? Num caminho melhor? Num transporte melhor? Em todas as ações que pratico, no dia a dia e a todo o momento, não tenho que decidir e, nesse instante, não sou obrigado a fazer um juízo de valor sobre o caso para decidir?
    Claro, uma maioria democrática de um lado e uma minoria do outro do balouço quebra a oscilação (nunca há oscilação perpétua dado a existência de atrito) mas não se torna um sistema “invariante”, pois, é a existência de dicotomia que, sob o estatudo dialético previsto entre os dois lados torna o sistema o dinâmico e nunca um sistema “invariante” como são os regimes de partido único com presidentes vitalícios.
    Mas, eu percebo, perfeitamente, a preferência do “Impronunciável” por Xi Jiping ou até pelo pelo Un da Coreia do Norte dado que estes tentam, na terra, ser os imitadores do indizível ou impronunciável, isto é dos inumanos, isto é, do homem espiritual que “HÁ-DE VIR do fundo dos tempos.”

  13. «Um sistema ideológico que impossibilita a preferência?
    Ou, um sistema ideológico que obriga a uma preferência?»

    Pergunto ao “impronuncionável”; qual o sistema ideológico ou não ideológico ou em qualquer grande ou pequeno caso da vida corrente, por mais indiferente, representutivo ou dispensável que seja, que não obrigue a uma “preferência?
    Então eu, tu, ele, todos, e em todas as circunstâncias não tomamos sempre, e a todo o momento, decisões sob o efeito de uma escolha, uma preferência? Não tenho sempre de pensar numa ideia melhor? Num caminho melhor? Num transporte melhor? Em todas as ações que pratico, no dia a dia e a todo o momento, não tenho que decidir e, nesse instante, não sou obrigado a fazer um juízo de valor sobre o caso para decidir?
    Claro, uma maioria democrática de um lado e uma minoria do outro do balouço quebra a oscilação (nunca há oscilação perpétua dado a existência de atrito) mas não se torna um sistema “invariante”, pois, é a existência de dicotomia que, sob o estatudo dialético previsto entre os dois lados torna o sistema dinâmico e nunca um sistema “invariante” como são os regimes de partido único com presidentes vitalícios.
    Mas, eu percebo, perfeitamente, a preferência do “Impronunciável” por Xi Jiping ou até pelo pelo Un da Coreia do Norte dado que estes tentam, na terra, ser os imitadores do indizível ou impronunciável, isto é dos inumanos, isto é, do homem espiritual que “HÁ-DE VIR do fundo dos tempos.”
    E que, obrigam sempre, a uma “preferência” de servidão e servos.

  14. 1 – NÃO É VERDADE:
    O “invariante”, numa Democracia dominada pelo Liberalismo, é a oscilação perpétua entre dois lados. Porquê e para quê? Para que nenhum dos lados consiga dominar o sistema Liberal (“laisser faire, laisser passer”).
    1.1 – A «verdade da preferência» está numa escala estatística maior.
    A «preferência» numa escala pode não corresponder à que ocorre noutra.
    Por exemplo, um jogador de casino faz milhões de escolhas de preferência diferentes, mas a máquina na qual as faz possui um mecanismo que aprisiona todas essas preferências numa determinada lógica programada a priori. Por exemplo, ao fim de quase 50 anos de «25 Abril», a oscilação mantém-se entre PS-PSD (independentemente de num determinado ano haver uma ligeira diferença entre os lados). Ou entre «Republicanos e Democratas» nos EUA. Ou, durante os últimos 200.000 anos, as dicotomias entre os seres-humanos.
    1.2 – Portanto, numa escala estatística maior do que a de um determinado contexto ou época «a verdade da preferência» é diferente.
    Milhões de actos de preferência podem não quebrar a preferência que está a uma escala maior, e subordina todas as variações dentro de um Conjunto. Nesse caso, há um sistema ideológico (ou físico) que impossibilita a preferência. Apesar do jogador, apostador ou eleitor ter feito a sua preferência. Há outros sistemas ideológicos em que há uma obrigatoriedade de uma preferência (por exemplo, a Fé numa religião ou numa ideologia).

    2 – NÃO É VERDADE:
    A dialéctica entre dois lados oscilantes não confere ao sistema qualquer dinâmica, que não seja a de permanecer sempre no mesmo sítio. Gira perpetuamente à volta de si-mesmo, oscilando entre dois lados como um pêndulo, impedindo a dinâmica do avanço, da transformação e da evolução.

    3 – NÃO É VERDADE:
    Oscilar é ficar imóvel no mesmo sítio, permanentemente às voltas sobre si-mesmo.
    Nos exemplos dados (China e Rússia) há vários partidos, que concorrem às eleições. Esses dois países são multi-étnicos e multi-religiosos, a uma escala muito maior do que Portugal, e da maioria dos países europeus.
    A diferença é esses dois países respeitarem a vontade dos eleitores (da maioria assimétrica que prefere um lado). E não estarem subordinados à ideologia Liberal, que obriga a que haja uma simetria, através da qual a preferência é impossibilitada e anulada. Para que os accionistas das sociedades anónimas transnacionais possam governar as Pessoas e Nações acima do escrutínio do voto (da preferência). Nesses dois países a vontade dos eleitores é respeitada, e não impossibilitada por um poder liberal e transnacional acima do resultado do escrutínio do voto.

  15. “Nos exemplos dados (China e Rússia) há vários partidos, que concorrem às eleições”

    “A diferença é esses dois países respeitarem a vontade dos eleitores (da maioria assimétrica que prefere um lado).”

    “Nesses dois países a vontade dos eleitores é respeitada, e não impossibilitada por um poder liberal e transnacional acima do resultado do escrutínio do voto.”

  16. “A diferença é esses dois países respeitarem a vontade dos eleitores”

    “Nesses dois países a vontade dos eleitores é respeitada”

  17. É fácil de comprovar.

    Aqui na Europa, a maioria dos eleitores chumbou o Tratado de Maastricht.
    Mas o Liberalismo obrigou a tantas eleições quantas fossem necessárias para forjar (através dos Media, e de chantagens económicas do FMI e Banco Mundial) a derrotar da preferência dos eleitores.
    No «25 de Abril» foi o mesmo. Só após 1 ano de ocupação das rádios, televisões e Media é que foram a eleições.

    E, nestes conflitos na terra que designam por «Ucrânia» desde 1991, e na Palestina, os Media de cá são proibidos de divulgar as notícias dos Media do outro lado.
    Até proíbem autores, artistas e músicos que fazem parta da História da Cultura Mundial.

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