O Fraude explica

Os deputados do PSD e do CDS adoram insultar e ofender os adversários no Parlamento, insinuando abertamente que são corruptos e declarando sistematicamente que são mentirosos. Os deputados do PSD e do CDS atiram as cartolas e bengalas ao ar em júbilo apoteótico se um Presidente da República sectário for para o Parlamento fazer um comício a seu favor. Mas os deputados do PSD e do CDS não toleram e ainda menos suportam que um governante adversário sugira numa oração disjuntiva que um dos seus deputados possa estar condicionado por um período efémero de aguda estupidez.

Tanta energia gasta na ocasião só se explica pelas notícias da manhã. Nelas, o perfeito descalabro da estratégia de Passos fazia manchetes. E esse vexame, e pânico, de ter um líder com uma disfuncionalidade cognitiva permanente encontrou nas palavras de Mourinho Félix a milagrosa catarse para se poderem esquecer da realidade.

Alguns destes deputados, enquanto davam aos pezinhos e rosnavam que nem ursos, chegaram mesmo a esboçar um sorriso. O primeiro e único do dia.

9 thoughts on “O Fraude explica”

  1. yeah, é o que dá fazer psicanálise a leitões amaros à bairrada. a sondagem da católica explica isso e o que vem a caminho. não tirem de lá o passos que o pnr tem futuro.

  2. Receio que a tua análise, Valupi, sofra igualmente de uma, ainda que benigna, disfuncionalidade cognitiva temporária, já que a tese de que “os deputados do PSD e do CDS adoram insultar e ofender os adversários no Parlamento”, não sendo falsa, é uma falsa questão, que ilude, não duvido que involuntariamente, os verdadeiros objectivos da quadrilha Massamá/Caldas.

    O objectivo primeiro é a encenação artificial e constante de um clima de conflito que, com um pouco de sorte, e dependendo do peixe que venha à rede e da prestimosa colaboração de agendas político-mediáticas várias, conduza eventualmente a uma crise política que leve à queda de um governo e de uma solução governativa que a quadrilha, desesperada, vê cada vez mais como de pedra e cal, com a desgraçada consequência de um longo afastamento do apetitoso pote, sem fim à vista. Isto pensam eles de que, mas esperemos que não passe de wishful thinking.

    Daí a procura permanente de pretextos, por ínfimos que sejam, que lhes permitam exibir uma indignação artificial, canhestramente encenada, de pura contrafacção, que impeça qualquer debate de ideias digno desse nome e abandalhe ao máximo o ambiente. Tudo aquilo tresanda a falso. Não contentes com o serem uma quadrilha de aldrabões, exibem também, obscenamente, as duvidosas mas abundantes qualidades de bando de canastrões, grupelho atrevido de emplastros a assassinar Shakespeare. O agitar de fantasmas sobre tudo e mais um par de botas que se relacione minimamente com a Caixa Geral de Depósitos é apenas mais uma componente do pacote.

    Além disso, o abandalhamento permanente do ambiente na AR, que, como eles bem sabem, será gulosamente explorado pelas televisões que os trazem no coração, contribuirá com tremenda eficácia para o desacreditar da Assembleia, dos deputados, dos políticos, da política em geral. Esse é outro objectivo. Quanto mais desagradável e malcriado for o ambiente, melhor. Quanto mais degradante, confrangedor e constrangedor for o espectáculo encenado, mais asco as pessoas sentirão, mais se dissociarão e deixarão a política para coutada exclusiva da cambada que nela pretende actuar com o mínimo de escrutínio, o mínimo de pares de olhos a controlar-lhe os movimentos. E que sejam eles próprios objecto de asco é o lado para onde dormem melhor, desde que as vantagens associadas à falta de escrutínio estejam garantidas.

    No mesmo dia em que a quadrilha encenou um tsunami plastificado porque um secretário de Estado disse, de um deputado, que as suas afirmações revelavam “um profundo desconhecimento do RGIC ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária”, Maria Luís Albuquerque, do mesmo bando de canastrões, declarou que as afirmações do primeiro-ministro em entrevista à Lusa eram “sinal de grande ignorância ou até de iliteracia”. Alguém me explique, por favor, por que motivo acusar um de “profundo desconhecimento” é mais grave do que acusar o outro de “grande ignorância”. E, já agora, como é que chamar elegantemente estúpido a um é mais grave do que chamar arrogantemente analfabeto a outro.

  3. Eeheh é isso, o mind game do Mou Junior proporcionou uma sessão de terapia grátis no parlamento. Orange Friday.

  4. Hasta siempre Comandante!

    (Tendencias de negócio de curto prazo ou a vingança do capitalismo – venda de Thirts. Quando não podes com eles então lucra com eles)

  5. As vacas voam, até Marcelo já vê que sim.
    Esperemos que não venham a ser vacas sagradas, e um dia as vermos a passear pelos parques e praças alí para os lados do Martim Moniz.

  6. Durante 4 anos quantos bandos de pássaros, quero dizer vacas, poderemos ver esvoaçando sobre as nossas cabeças?

    Se de um pardal do telhado, já incomoda qualquer careca!…muito cuidadinho!

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