O espaço vazio da política portuguesa

"O prolongamento, ou mesmo o agravamento, dos momentos difíceis não deve trazer consigo um inelutável aligeirar do controlo da constitucionalidade das normas. Pelo contrário, bem se compreende que, nos momentos de tensão e de dificuldades várias, a Lei fundamental assuma papel destacado, enquanto bitola delimitadora da margem de liberdade de que dispõe o legislador. E se a energia vinculativa de uma norma constitucional pode, em certos aspetos e com apertados critérios, esmorecer no confronto com um interesse público de relevância absolutamente indiscutível, ainda e sempre a criatividade do legislador terá de funcionar no quadro da Constituição."

Catarina Sarmento e Castro, juíza do Tribunal Constitucional, in Uma fundamental inaptidão (VIII, IX & X)

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Desde 2008 que a direita portuguesa, liderada por Cavaco e PSD e tendo no CDS o cúmplice para todo o serviço, vê no ataque ao Estado de direito a sua mais potente arma política. As principais causas dessa histórica novidade encontram-se na mediocridades das suas lideranças, na ausência de um projecto político que tenha algum pensamento que interesse às populações, e no contexto de graves e prolongadas crises financeiras, económicas e sociais, as quais promovem o aumento do populismo antipolíticos e anti-elites a toda a extensão do espectro ideológico. Sobra-lhes apenas a vontade do poder pelo poder, instinto primordial, o que conduz a uma cultura onde a disputa eleitoral se limita ao processo de destruição moral dos adversários e às mentiras obscenas num registo de duplicidade sistemática – em vez da afirmação e defesa de uma ideia com alcance comunitário, a essência da democracia como procura das melhores soluções de governo.

A fórmula resulta porque à esquerda, inclusive dentro de partes do PS, existe uma cultura simétrica. Quem se der ao trabalho de ler a propaganda do PCP, desde o 25 de Novembro de 1975, vai encontrar uma matriz que tem sido repetida obsessivamente até à actualidade: o regime está nas mãos do imperialismo capitalista, esta democracia é uma fantochada, só a verdadeira esquerda poderá libertar o povo, o PS está a mando dos reaccionários. Esta cassete foi sendo repetida por qualquer partido que se considere à esquerda do PS, só variando, em muitos casos nada, no léxico da retórica. Por exemplo, Louçã fez um aggiornamento ao discurso comuna por intuição publicitária, mas não lhe alterou os paradigmas e sua inviolável lógica. Também para ele o PS era um instrumento da direita, o que fazia com que as décadas de democracia que tínhamos gozado desde o 25 de Abril não passassem de uma ilusão que Louçã, assim que destruísse o Largo do Rato às mãos de uma mole de professores furiosos, se encarregaria pessoalmente de substituir pela luz ofuscante e pura da “esquerda grande”. Resulta daqui que não é junto destes iluminados que devemos procurar bravos defensores do Estado de direito, posto que eles consideram que o actual regime é corrupto, a começar pela Constituição que não impõe a ditadura do proletariado. E assim se explica a aliança entre a direita decadente e os comunas, abraçados nessa perseguição aos socialistas, o inimigo comum perante o qual a violação do Estado de direito se impõe como uma necessidade da guerra. Quando PSD, CDS, PCP e BE se voltaram a unir para aprovarem na Assembleia da República o crime de enriquecimento ilícito, em Fevereiro de 2012, tratou-se da formalização parlamentar de uma prática política contínua cujo alvo invariável é o resistente PS, bastião da ilustre e corajosa tradição política que não cede ao populismo do tempo nem ao sectarismo.

Acontece que o nosso Estado de direito tem um terceiro atributo decisivo que pertence ao seu conceito e à sua nomenclatura, o ser democrático. Isso filia-o na vanguarda civilizacional das democracias liberais; ou seja, vivemos juntos sob o modelo de organização do poder político que melhor estrutura e equilibra, dentro da nossa experiência histórica, a liberdade individual com os constrangimentos comunitários. Não surpreende, portanto, que projectos políticos de cariz marxista e/ou revolucionários, ou fascistas, não se identifiquem com a democracia liberal. Mas é espantoso assistir ao cortejo de figuras portuguesas, algumas graúdas e outras apenas arraia-miúda, que alimentam diariamente a antinomia de se consideraram representantes de uma direita não decadente e, em simultâneo, colocam as suas paixões e interesses à frente do Estado de direito. Seja pela linhagem conservadora ou liberal, passando pela democracia-cristã e personalismo, é inconcebível a justaposição de uma matriz onde o respeito pela Lei é pilar sine qua non da liberdade com a exploração da judicialização da política e a perseguição mediática difamatória e caluniosa – já para não falar nos crimes insidiosos e alarmantes cometidos pelo caminho, como acontece na violação do segredo de justiça. Aliás, esses mesmos seriam, e serão, os mais assanhados na defesa oportunista e hipócrita do Estado de direito calhando algum dos seus ser vítima da milionésima parte do que infligem aos inimigos. Fariam um berreiro infernal, chegando alguns, dados ao radicalismo na defesa dos seus valores, a sacrificarem a sua hora de almoço para irem vestidos de branco protestarem junta da casa dos deputados. Sim, veríamos cenas maravilhosas como essas desses maravilhosos paladinos da liberdade que, no entretanto, se têm embevecido a contemplar os adversários a serem linchados na praça pública.

Uma sociedade envelhecida, inculta e com uma cidadania larvar, ou atrofiada, é pasto perfeito para estratégias políticas onde se cultive um populismo selecto e se tente canalizar o sofrimento, a frustração e a impotência para a diabolização de quem assusta esta direita cujo símbolo maior e perfeito é Cavaco. Reflectir sobre a importância do Estado de direito requer competências cognitivas e intelectuais um pouco mais sofisticadas do que aquelas necessárias para ler o Correio da Manhã ou aplaudir a anfibologia do Pedro. Quem utiliza a fragilidade e carências da comunidade para degradar o debate e o espaço público espera obter um ganho que só pode ser decadente posto que se limita a garantir o acesso ao poder sem passar pela legitimidade da vontade esclarecida do eleitorado. É o que a direita tem feito com a anuência, aqui, e a colaboração, ali, da esquerda. Razões para desistir? Não. Antes, a consciência calma e límpida de um espaço imenso que está por ocupar. Um espaço onde apetece morar ou, nessa impossibilidade, ir lá muitas vezes a passeio. O espaço da perene liberdade nascida do encontro de todos os que se queiram igualmente livres.

73 thoughts on “O espaço vazio da política portuguesa”

  1. Devemos insistir sempre, no caminho dos direitos e garantias constitucionais e da defesa da Constituição, que sempre que foi revista, foi arruinada, como bem nos lembramos; mas á falta de aneis, defendemos os dedos.
    O curioso é que os povos que vivem em regimes defendidos pelos arautos, vivem todos pior do que os que vivem nos tais antros de capitalismo selvagem!!! mas claro que não se devem tirar ilações disso, porque são contra a cartilha!!!

  2. a bimba porveio-se 3x e só descobriu à 4ª.
    o xtovão diz umas cenas assim & tal, mas falta-lhe o copo com 3 pedras gelo para impressionar as vazcomgrêllos.
    até o picolho faz melhor figura a rosnar ignoralhos.

  3. A IGNABICHATZ como sempre falando do que não sabe. É que ele também nada sabe de pandeiros e pandeiretas. O personagem consegue encontrar falos na lei fundamental…é a bitola da bicha.

  4. É isso porra!!!!! Faltava-me a palavra e não é que o cegueta lá se descaiu.
    É mesmo na pandeireta que ele apanha.

  5. Esta coisa de a política delimitar a constituição – leia-se Lei Fundamental! E esta coisa de os juízes do TC decidirem a Justiça, parte deles com nomeação política, sendo certo que alguns deles são teóricos da norma, desconhecendo, quanta vez, os golpes que com suas teorias, dão na legislação vigente e na justiça.

    A imparcialidade do magistrado judicial fica seriamente comprometida com a parcialidade política. Com notório reflexo na Justiça. Talvez, por isso, o 44 consiga que algum preceito seja declarado inconstitucional, se aplicado em certo sentido. Quem sabe, o que estipula sobre prazos… quem se trama? O cidadão, pois se o juíz fica de …mãos atadas!

  6. por falar no preso 44,puseram policia à porta do ricardo sem pulseira,para melhor se defender do ataque dos emigrantes em agosto.vai ser o bom e o bonito.vamos ter a força aerea o exercito ,a gnr a defender o dono disto tudo…. ao que chega a justiça e a direita neste pais.

  7. “O espaço da perene liberdade nascida do encontro de todos os que se queiram igualmente livres.”

    Mas que linda poesia, faz lembrar o discurso do tsipras quando ganhou as eleições. Depois foi o choque com a realidade.
    Em Portugal lá chegaremos, a função pública só se pode dar, não se pode tirar, os vigaristas que enriquecem sem explicações não podem ser incomodados, etc.

    Uma constituição que garante tudo e o diabo a sete, administrada por uma dúzia de personalidades, a maioria nem juízes foram, e que são escolhidos, na sua grande parte, pelas suas simpatias políticas. Estes são os veneráveis e infalíveis defensores da pátria.

    Um post que tira grandes conclusões sobre meia dúzia de inquirições feitas as sumidades do constitucional, mas que não questiona sobre a constitucionalidade de tanta outras coisas que são feitas em Portugal e que condicionam todo o seu futuro. Por exemplo, é constitucional o estado proporcionar aos seus cidadãos dois sistemas de saúde ? Porque é que o cidadão A, que calha de ser funcionário público, tem acesso a adse, e o cidadão B, também português mas empresário e pagador de impostos, tem de ir ao mxrdoso sns.

    Enfim, lixo intelectual.

  8. Os IGNARALHOS as usual, bem preocupados porque se esquecem da terminologia que está associada à sua profissão – a de BICHAS.

    Meus caros,

    Não vos achincalheis mais: tende pena de vós.

    O CASTRETA CASTRADO falou numa alegada diferença de tratamento judiciário, foi? Não percebi, cara aventesma. Explicai-vos ou tentai fazê-lo, que com as questões que lhe tenho colocado ou melhor APOUCADO (Deus me perdoe), já confirmei ad nauseam que você de espingardas e tiros nada percebe. Tente com uma fisga, mas veja primeiro alguns links internéticos, não vá magoar-se e requerer novamente a constituição de assistente…

    Não tem de avisar que abandalha, então, só o seu CASTRETA CASTRADO nick nos diz de como o seu portador é um bandalho. Sirva-se, meu caro, de mais um fardinho de palha, que me parece muito anémico, por ora.

  9. Ó FART (inho) – ele/tu – o IGNABICHATZ. Deves estar com as patas doridas, pá…btw, escolheste bem o nome: quando te decides aparecer – depois de teres aparecido – só consegues o «punzinho», não é? Não se ouve. Será que és a Bufa de que falavas ontem? Ora pensa, lá, ó toca – pandeiros?!

  10. Nada disso sr Manuel Nunes
    Vamos é continuar a dissertar sobre o método investigatório do Procurador Rosário no caso Socrates.
    Parece que isso deixa o cegueta muito incomodado.
    Falemos pois.

    Tínhamos ficado no motorista!
    O motorista preso preventivamente durante 1 mês, e depois com pulseira mais outro mês. Entretanto as malas cheias de dinheiro “faleceram” e lá voltou o homem para o anonimato de onde nunca devia ter saído. A coisa não pegou.
    Depois passaram-se para o Santos Silva. Como ele parecia de aço tentaram ir pela mulher dele. E agora parece ser o Barroca. A montagem cénica é sempre a mesma.
    E não me esqueço que tentaram envolver o próprio Sócrates na montagem cénica mas ele é rebelde, um arguido indomável, e recusou a pulseira.
    Se a tivesse aceitado a está hora a construção cénica seria a de que “a prova estaria consolidada, o próprio Socrates teria confessado, e acusação só não teria saído ainda para não perturbar as eleições porque a Justiça portuguesa é muito séria”!
    E com este cenário teriam o PS completamente amarrado!
    Mas o arguido é um cavalo selvagem e não se deixa domar!

  11. o presidôncio mais a cricas foram ao alentejo inaugurar o alqueva, uma obra lançada pelo bolicoiso e acabada por este governo. vi agora na rêtêpêhum. amanhã há carros eléctricos e depois vão inventar o magalhães, uma cena informática para putos.

  12. Muito oportuno, Caríssima Jasmim.
    Vamos abandalhar de outra forma. Vamos fazer de contas que o cegueta não está cá, já morreu, e vamos falar sobre métodos investigatórios.
    Tenho a certeza de que o cegueta vai ter uma apoplexia e o aspirina tem que ir para as urgências.
    Volto já.

  13. Ignatz
    E também foram eles que meteram o birabentos nos montes e por isso é que agora somos exportadores de energia e já não precisamos do pitroil!
    E ELES é que vão fazer a reforma da Segurança Social, ELES!

  14. basico,só podes ser filho (não é que estavas a pensar…) de pequeno patraõ,que esfola os seus poucos funcionarios até o tutano,mas ainda quer mais liberdade para ir mais fundo na exploração. fica a saber que o que eu pretendo para o meu pais é simples: uma democracia onde patroes e empregados convivam pacificamente sem exploraçoes,sns decente para tratar todos os portugueses sem excepção e um ensino não elitista onde todos possam seguir a via que sonharam sem constrangimentos de nenhuma especie.pergunto: é muito meu reacionario de merda!

  15. Val, só venho dizer que ler este texto – sobretudo o último período em que concordo absolutamente em que não se pode desistir do ideal de ter esperança – e fazer por isso todos os dias – na melhoria da inteligência e compreensão dos portugueses… !

  16. Fifi, para tua informação, eu não preciso de explorar ninguém para ser rico.

    Quanto aos teus desideratos, fica tu sabendo que eles são perfeitamente razoáveis. Infelizmente, a realidade não é razoável, a realidade é inconstitucional.

    Tu queres um sns bom e igual para todos, o estado não aposta nisso e sempre quiz uma adse de luxo para os seus funcionários.

    Tu queres um sistema de pensões bom é igual para todos, o estado promove um sistema de pensões de luxo para políticos e para os seus funcionários, e um sistema manhoso para os outros.

    Tu queres uma realidade onde patrões e funcionários cooperam sem explorações, só tens de ver o caso das empresas de referência onde isso acontece. Os empregadores de referência em Portugal são privados. O mau empregador e o público, evenenado pelos sindicatos, pelo pcp, escudados em supostos direitos constitucionais.

    Tu queres escolas de referência, não elitistas, mas achas bem que o Mario Nogueira continue a destruí-la e a defender uma escola que só serve os interesses corporativos dos professores. Não é a toa que os bons resultados e as melhores médias de entrada nas universidades sejam de escolas privadas.

    Conclusão, reaccionário és tu, burranga que só defendes quem enterra um país com 900 anos.

  17. Os estupores agora querem “desnatar” a segurança Social.
    Uma coisa que já nem os americanos aceitam. Até o Obama pretende fugir disso e aproximar-se do Estado Social europeu. Estes cretinos querem caminhar em direcção ao Neo-Liberalismo radical de uma América que já não existe porque FALIU.
    Estes estupores sim, estes é que deviam IR PRESOS.

  18. O idiota Jasmin, mostra aí, com números e factos, em que é que os EUA mudou o seu sistema de pensões durante o mandato do Obama.

  19. XUXAS. São XUXAS. Que se vai fazer com XUXAS? oqueie, sempre há trabalho para a Justiça, etc, etale.

  20. E quando os burrangas começam a falar uns com os outros, hum? Broeiros, autênticos! Verdadeiros ENCARDIDOS. E votam, e votam, o que é GRAVE. Isso é GRAVE. Imaginem estes gajos com perfis tipo tsipras e varouficalhos, já viram? é o tsunami – como aconteceu com os abris de 74. Era só ideais, e vejam no que deram os ideais da esquerdalha mal criada, mal educada, mal formada, invejosa, barulhenta.Aquilo era só direitos. Acabaram a vender portugal. Cambada de COMUNAS, exploradores, XUXAS. Pelos frutos se conhece a árvore – ó pó 44, Vara, e outros, e outros que hão-de vir.

    PASTEM.

  21. Boa, cegueta! Bravo! Vinte valores!
    Estás a ameaçar os xuxas com a justiça por serem xuxas.
    Reconheces portanto, como adepto e defensor do senhor procurador, que José Sócrates está preso por ser xuxa!
    Boa, cegueta! O senhor procurador agradece.
    És um anormal!
    Eu já venho gozar contigo mais um bocado. Isto é divertido.

  22. Aos que querem igualdade, ouvi: recusar-me-ia a sentar ao lado de gajos ORDINÁRIOS, VIS, como aqueles que aqui se têm publicado ao som de impropérios que bem os descrevem. Quanto mais estudar no mesmo sítio que tal gentinha…Ó pás, bão sonhando, bão.

  23. CASTRADO CASTRETAS, oq ue tu dizes é fruto da tua imaginação de ESPANTALHO no meio do campo à procura de bezerros. Se pensas que te vou esclarecer, queda-te esperando. Gozares-me, é definitivamente impossível. GOZADO és tu e nem dás por isso ou dás e foges com essas mãozinhas de menina que não pode apanhar sol. VAI PASTAR, Ó PRUNES.

    ANDA CÁ DIZER O QUE SÃO AS PROPRIEDADES ESTRITAS DA CONFISSÃO, DA DENÚNCIA E DAS CONFIDÊNCIAS AO OUVIDO NÃO SEI DE QUEM. E MOSTRA AÍ O TEU REQUERIMENTO DE ASSISTENTE. Estruma-te pá, estás a fossilizar-te, hein?

    BTW, esqueci-me de te juntar ao rol dos que dão trabalho à justiça. Pelos vistos és arguido, hum? Com um TIR em cima ( de certeza que não tens pulseira única e que quando viajas, o SIRENE não te observa de cima abaixo? hum?

    bá baie fazer a histórica da pulga que nunca te largou a careca, pá.

  24. “… recusar-me-ia a sentar ao lado de gajos ORDINÁRIOS, VIS…”

    pois, deve ser por isso que não sais daqui

  25. ”como aqueles que aqui se têm publicado ao som de impropérios que bem os descrevem”
    Cegueta.

    Ai… filho… não te batas tanto.
    Vou fazer-te uma proposta. Estou preocupado contigo. Assim vais morrer apoplético. Antes de eu te partir o focinho.
    Não seria justo. Vamos fazer as pazes, um cessar fogo?

  26. Inácio!
    Quando eu aqui cheguei, vocês já cá estavam.
    Podes explicar-me como veio o cegueta aqui parar?
    Como é que um palhaço destes aqui veio parar? Foi convidado pelo senhor Valupi?

  27. É Óbvio que José Sócrates está preso por ser socialista !
    Imaginem a tourada que seria hoje se ele pudesse falar livremente, ao ouvir o bandalho do Paulo Portas assumir a paternidade de uma reforma da Segurança Social que foi efectuada pelo Governo do Sócrates em 2007 !

    BURLISTAS !
    VERGONHA !
    Querem privatizar a Segurança Social para acabar com ela. Tal como querem acabar com um seguro público de saúde que se chama ADSE para empurrar as pessoas com posses para os seguros privados. Tal como querem dar cabo da escola pública e do SNS.
    Esta gente é perigosa e tem de ser liminarmente corrida. ONTEM era TARDE.

    E Portugal vai ser uma das 10 economias mais competitivas do mundo !!!!!!!!!
    LATA !

  28. E com isto, Manuel Castro Nunes,
    não prosseguimos a nossa dissertação sobre os métodos investigatórios do Sr Procurador Rosário no caso Sócrates …!

  29. Caríssima Jasmim.
    Vamos então continuar a dissertar sobre os métodos de investigação do senhor procurador. A dissertar, diz bem, um mero exercício de retórica, um exercício especulativo, porque os métodos do senhor procurador merecem ser estudados e analisados à luz da doutrina.
    Vamos ao Perna. Tenhamos em conta que o Perna era o elo fraco da cadeia, era vulnerável, era fácil manipular o Perna, tinha antecedentes.
    Porque razão o senhor procurador mandou deter o Perna e o Santos Silva quando José Sócrates ainda estava em Paris? Vamos passar por cima daquela narrativa, aquele suponhamos, que a advogada de Santos Silva divulgou, que ninguém contestou, mas que, na verdade, não serviu para nada.
    O que poderia ter acontecido quando Sócrates tomou conhecimento de que Santos Silva e o Perna tinham sido detidos? Se Sócrates se considerasse culpado, o que seria natural seria que fugisse. Seria mais natural que fugisse então do que após ter sido detido, interrogado e constituído arguido. O próprio procurador alegaria ao juiz que, conhecendo o suspeito tanta gente bem posicionada lá fora, com tantos apoios que tinha, o suspeito poderia fugir mesmo já depois de constituído arguido. É o primeiro fundamento alegado para a prisão preventiva.
    Isto é, se o encadeamento da agenda das diligências do procurador tivesse provocado a fuga de Sócrates, o caso estava arrumado, ou terminava logo o primeiro ”round”.
    Alegaria agora o cegueta, se para tanto lhe chegasse a arte e a manha, que Sócrates não fugiu porque sabia disso e por essa razão, se fugisse pareceria logo culpado. Mas se ele era culpado isso seria irrelevante, teria duas alternativas, ou parecia ou era, fosse ou não fosse. Aguardaria o desfecho como foragido ou manietado na prisão.
    Há ainda uma terceira hipótese. Sabendo-se culpado, Sócrates entregou-se. Depois, após os primeiros interrogatórios, verificou que o procurador estava a construir castelos no ar. Então pensou: eu sou culpado, mas vamos jogar este jogo. É quase uma hipótese verosímil.
    Bem, mas tenhamos em conta que, se Sócrates se considerasse culpado, entregava-se sem saber o que Santos Silva e Perna teriam confessado.
    Sem dúvida que a detenção de Santos Silva e de Perna e a notificação de Sócrates em Paris se enquadram no modelo de investigação interactiva que descrevi e propus.
    Vamos então ao Perna.
    Se a polícia, a PJ por exemplo, em fase de inquérito e antes de os resultados serem presentes ao MP, tivesse detido dois suspeitos do mesmo crime numa mesma cela, o mínimo que poderíamos dizer seria que se tratava de uma acareação irregular. Processualmente não teria relevância nem poderia constar nos autos, mas provocaria algo que poderia orientar a investigação.
    Porque razão, por ordem do juiz ou em resultado de outra determinação, Santos Silva e Perna, que do ponto de vista estrictamente processual deviam estar proibidos de contactar entre si, foram encarcerados na mesma cela sob vigilância interactiva da Polícia Judiciária. Que terá acontecido ou que esperava o procurador que acontecesse entre os dois? Sinceramente muitas vezes pensei: aquilo até pode acabar numa tragédia.
    Mas sobretudo eles estavam na mesma cela para que Sócrates soubesse.
    Eu imagino o procurador a pensar:
    ”Talvez que os dois juntos, não sabendo o que se passa com o Sócrates, comecem a avaliar o risco de resistir à confissão na iminência de o Sócrates já ter confessado. E comentem isso entre eles. Pode ser, até, que o Perna perca as estribeiras.”
    Vão acusar-me de ser malicioso e de estar a transferir para o procurador a minha malícia e o meu espírito retorcido para o procurador.
    Mas deixe-me, Caríssima Jasmim, prosseguir por este atalho pejado de escolhos.
    Nem que seja para fazer o cegueta perder as estribeiras. Pode ser que ele revele, entre gafanhotos e gritos histéricos, mais alguma coisa.
    Agora vou espreitar para ver se o cegueta anda por aqui e vou dormir.
    Amanhã continuamos.

    Nota: Agora, que releio para corrigir, é que constato que isto é uma seca. Intragável.

  30. A esta hora é que eu gosto de escrever no aspirina.
    Já foram todos dormir. E amanhã, quando acordarem às dez da manhã, já eu ando a trabalhar à quatro horas e carreguei e espalhei três ou quatro metros cúbicos de terra.
    Então venho aqui e anda o cegueta, ainda estremunhado, na ressaca, engasgado com as caralhadas.

  31. Não é seca nenhuma!
    Eu também já fiz uma dissertação semelhante na altura em que esses factos estavam a ocorrer.
    Continue. Gosto de saber que não sou a única para quem certas questões soltas têm de ter uma resposta. Eu não gosto nada de comer a palha que me servem, e ainda menos sem qualquer tempero. No mínimo gosto muito de mastigar, remoer, e é nessas lucubrações que dou por mim a acertar mais que certos jornalistas com fontes privilegiadas.
    O Perna foi usado e deitado fora depois de se ter concluído que não serviu para nada.

    PS: eu acho que eles pensavam que o Sócrates não teria a coragem de se meter no avião e vir para Lisboa. Devem até ter ficado irritados com o desplante ! aquela viagem marcada para o Rio de Janeiro uns dias depois, tudo tão fácil, e o chato do gajo não fugiu ! uma porra, foi o que foi !

  32. E depois o Perna não sabia nada … e o Carlos Santos Silva também não piava … e vai daí tentaram número de tentar pressionar o homem através da mulher …

  33. Essa é talvez a história cujo sentido e propósito é mais difícil de desmontar.
    Tal como tem sido narrada, é demasiado grosseira. Já não pega. Isso pegava no tempo da pide, levar a mulher ao parlatório com choraminguices. ”Diz-lhes o que sabes, confessa, por mor do nosso tonico que fica sem pai.”
    Havia alguém que eles queriam que se convencesse que Santos Silva estava sob grande pressão. E não era o Sócrates.
    O propósito era sem dúvida desconsiderar o Santos Silva e apresentá-lo como um sujeito pusilâmine. Para quem?
    Essa história parece mais uma armadilha para o procurador.

  34. IGNARALHOS, é mais do que óbvio que de quando em vez me disponho a doutrinar-vos. Regra geral, o meu expressivo nickname é sempre mencionado nas vossas cabeçorras e tentais imitar-me.

    Claro está que não acompanhais, porque para isso, é preciso ser inteligente, ter visão, capacidade de observação, todos esses atributos que nunca alcançareis. p.e. não preciso de recorrer a disfarces «niqueiros» para me pronunciar sobre as matérias que vão desfilando nem escrevo para moi – même.

    Isto posto, seus ORDINÀRIOS, VIS, NOJENTOS de trato, XUXAS, continuem a PASTAR e aprendam com as lições que por aqui têm tido de moi, do BÁSICO e do PIMPAUMPUM.

  35. Ehehehehe. E o CASTRADO CASTRETAS com as PUSSYtações dele about 44. Toma uma injeção na língua pá, talvez essa diarreia alegadamente da pensadura páre, pá. Ouve, as mulherzinhas é que discutem assim como tu fazes »ai vizinha, eu acho assim e assim», alvitrando, misturando, inventando, sobre o que desconheces.
    E não fales contigo pá, dás mau nome aos historiadores.
    Fazes bem, amanha bem o estrume logo pela madrugada, toma conta dos repolhos do rodrigues, mas toma banho de mangueira pá.

  36. Eu bem sei. Que o teu verdadeiro nome é cegueta e o teu nickname é Toino das Gamelas.

    São os três da vidairada. Có có, ranhet’e facada.

  37. ó menina Jasmim, a menina não sabe que presentemente, a ADSE já está mais cara que muitos seguros de saúde privados em Portugal ?
    Um horror …
    Eu já tentei sair mas não consigo encontrar o formulário próprio, que lá no sítio da ADSE diz ser indispensável preencher para pedir o cancelamento da inscrição.
    Se o tiver, envie-me por favor.
    Poupava-me a maçada de ter de me deslocar ao Tasco do Cidadão e misturar-me com aquela gentinha toda que cheira menos bem.
    Isto dos seguros privados de saúde em Portugal não será lá muito de confiar.
    Olho para um conhecido meu, o visconde do Lavradio, que foi director da Associação Portuguesa de Seguros, um aristocrata portanto, e cheira-me a renda.
    Post-Scriptum : não ligue ao que diz o sr. Básico.
    Em matéria de ADSE, não percebe nada. Só disse falsidades.

  38. basico,quando “entregas” o ensino ao mario nogueira,(um grande fda puta) já estou a ver o que pretendes.um salazar.folgo imenso em saber que não exploras ninguem para ser rico.

  39. Valupi;

    Passo por cima dos comentários(?) de bosta dos salazarentos do costume para aplaudir o seu excelente texto. Nem mais.
    O Manuel Castro Nunes e Jasmim Silva, grandes e esclarecidos comentadores arrasam, com elevação, os latidos dos salazarentos . Ainda vale a pena passar por este Blogue.

  40. Caríssimo Corvo Negro.
    Insisto e reitero em que só aqui vim e aqui permaneço por causa do cegueta.
    Depois, verifiquei que é canja ser elevado aqui. Basta fazer dieta e beber mais água do que vinho.
    Obrigado.

  41. Perdão, senhor Valupi.
    Mas agora fiz uma aposta com o cegueta e vamos ver quem é o mais elevado.
    O meu General não quer entrar?
    A propósito, hoje na messe não há nada, mas na associação dos castelos há açorda.

  42. As reais academias eram tascas criadas por suas magestades para que o intendente pudesse vigiar a plebe com um só golpe de vista.

  43. Uma espécie de aspirina. Diz-se por aí que foi o SIS que implementou os blogs políticos, do 31 da armada ao corporações.

  44. e a OPUS DEI.

    diz qu’abriu um restaurante bom lá prós lados do coiso.

  45. fifi (antes Nuno cm)

    Chamas grande fda puta a Mário Nogueira e a este “actor de teatro” que pelos serviços prestados ao grande capital durante 18 anos o passolas lhe oferece mais um tacho.

    GOVERNO DÁ CARGO A JOÃO PROENÇA

    Proença Novo assessor da agência diz ao CM que a “vida sindical acabou” e quer captar investimento Partilhe A partir de segunda-feira, João Proença, engenheiro químico de formação, e líder da UGT durante 18 anos, será um dos assessores de Pedro Reis na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), tutelada pela Presidência do Conselho de Ministros….

    Já tiveste que fazer um interregno e uma plástica para continuares a deitar faladura na farmácia. Modera a linguagem que já és avó e além disso não tens graça.

  46. Muito me dizem.
    O Proença vai trabalhar com o cegueta!

    Aixenderaixp’rondercaraixlhoenderetenderceteraixpuaixtaenderque. Os pariuaixender.

  47. AMADOS,

    Carreguei sem o desejar sobre uma tal expressão «Corvo Negro». Aquilo ficou verde e, em obediência à minha fidelidade à cor sportinguista, fui novamente ver a cara do aludido Corvo. Logo me lembrei de autores de tomo da literatura portuguesa, que descreviam estes «novos da sociedade portuguesa» como encardidos. A partir do momento em que lhes deram boca, ei-los que logo almejaram sentar-se à mesa educada de OUTROS, educados, formados no SABER, no BEM ESTAR.
    Só me ocorrem os burgessos invocados por um outro não menos interessante autor que voltou modernamente à carga sobre tal «estirpe».
    Claro, presente também, o punho levantado, com as mangas arregaçadas, a pedir a terra para o povo e, que, após bem escovados pela esquerdalha clássica e moderna, entregaram a terra à Europa, com a assinatura socrática de um que sempre quis ser rico, mas não saía da Covilhã e quis ter amigos ricos e não passavam de caixas das instituições bancárias – em quem declarou ao mundo que não confiava.

    Portanto, dizia eu, o corvo é a ilustração dos manganões que gostavam de ser educados e formados mas não passam de broeiros, muito abaixo,digo, do nível dos galegos de há longos anos atrás.

    Como desconhece «educação», ignora o sentido de elevação. Ele o prova com seus ilustres dizeres «O Manuel Castro Nunes e Jasmim Silva, grandes e esclarecidos comentadores arrasam, com elevação, os latidos dos salazarentos . Ainda vale a pena passar por este Blogue.»

    E, em jeito de elevação – lá veio o seu derivativo que se apresenta sob várias indicações de loucura, desequilíbrio e «elevação» ( com menos interferências do IGNARALHATZ), «patear» o seguinte:
    «A puta vai trabalhar com os que a pariram.»

    O derivativo, bem está de se ver – é o CASTRADO mental CASTRETAS, esbugalhado das vagens, que muito gosta de falar e escrever para ele próprio.
    Yeah. VIVA SALAZAR e AMÉRICO THOMAZ ( tenho-me esquecido deste…e do Marcello CAETANO).

  48. Adelino, eu só fiz uma plástica para deixar de parecer o sectário e palerma que era quando me chamava nuno cm. Agora sou outra pessoa, mudei de sexo, sou a fifi, mas isso não quer dizer que não continue a ser o mesmo idiota de sempre. Para mim o Nogueira é um fdp que boicotou o governo do melhor PM de Portugal, ao contrário do Proença que foi um sindicalista sério e que participou activamente na alteração da lei laboral projectada pelo governo actual.
    O Proença, como outros ilustres socialistas democráticos (como o Vara, o Penedos, a Lurdes, ou o 44), foi um político impoluto e competente, e por isso é natural que até o PSD reconheça o seu trabalho e que lhe tenha dado um tacho. Só os fdp e medíocres como o Nogueira é que não veem o sindicalismo como um meio para outros voos.

  49. Manuel de Castro Nunes

    Paixpenderl qufuxaixdrinixcufuxlaixdouver aixjufuxdaix.
    Couverntinixnufuxais chaixvender enderstaix prouverxinixmaix.

    Gostava de te dar a chave, mas acho que o “general” já deve estar a utilizar os serviços secretos militares para pôr tudo em “pratos limpos”

  50. Compreendido, camarada.
    O Chaves? Esse?

    pendeerseiaixquenderesaixsendejaixtinhaixmorridenver.

  51. Caríssima Jasmim.
    Esta coisa parece estar a serenar, o cegueta boceja e já está a ver a bola na televisão acompanhado pela garrafa de boubon, o senhor general ressona porque amanhã toca-lhe hastear a bandeira ao toque do clarim da alvorada, o pimpampolas morreu, o senhor valupi foi à china e deixou agendada a entrada automática dos posts até ao fim da época balnear. É a hora mais apropriada para continuarmos a discorrer, retórica e alegoricamente, sobre a investigação interactiva.
    Estou já a trabalhar no próximo ramalhete literário e a juntar-lhe uns condimentos para que, se o cegueta lhe quiser meter os dentes, lhe fique a literatura colada ao céu da boca.
    Mais loguito venho.

  52. Manuel Castro Nunes

    Quem eles queriam que pensasse que o Santos Silva estava sob grande pressão era …o procurador ? bem, por essa linha de raciocínio só se essa cena foi montada pelo Correio da Manhã !
    Mas para ir por aí eu teria de pensar que o Procurador mandou o Santos Silva para a cadeia só porque sim, e eu acho que ele o fez para o pressionar a trair Sócrates.
    A outra hipótese é a cena do Santos Silva com a mulher a pressiona-lo ter sido montada para pressionar o Barroca !!!!
    Porque não?

  53. Caríssima Jasmim.

    Essa é a questão, Caríssima Jasmim, essa é a questão.
    Esta operação Marquês não se consegue entender sem partir do pressuposto de que o procurador se encontra sob grande pressão.
    É um caso com muitos intervenientes, profundamente politizado, em que todos estão sob grande pressão, mas sobretudo o procurador.
    Que interesse poderia ter o procurador em que Santos Silva cedesse à pressão da mulher?
    Mas pense noutra coisa. Seja de quem for que tenha partido a iniciativa de pressionar a mulher de Santos Silva, teria que ser alguém que estava conclusivamente convicto de que Sócrates é culpado e Santos Silva cúmplice. Não teria sentido de outra forma.
    Pergunto-lhe eu, Caríssima Jasmim. Acha que o procurador está tão convicto da culpa de Sócrates e da cumplicidade de Santos Silva, que implementasse essa diligência com a forte probabilidade de não ter sucesso e ela ser divulgada pela comunicação social?

  54. Espero que a Caríssima Jasmim, no quadro deste relacionamento profundo, embora virtual e remoto, quase de cumplicidade, mobilize a sua astúcia para distinguir, no que escrevo, aquilo que de facto nos interessa dos disparates que vou metendo à sucapa para irritar e azucrinar o cegueta. O cegueta, o nosso General, o pimpampolas e outros.
    Por exemplo. Quando estou a teclar com a mão direita, estou a dirigir-me a si. Quando estou a teclar com a mão esquerda estou a despistar o cegueta.
    Espero que saiba distinguir.
    O senhor procurador sabe.

  55. Como alguém disse na altura em que se soube essa historia da “pressão” sobre a mulher de Santos Silva “há muita gente a trabalhar para a acusação”.
    Presume-se também que a defesa não se limite à interposição de Recursos para vários tribunais …aliás conforme demonstrou na iniciativa de desmontagem da cena chamada PROTAL.

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