João Adelino Faria está a fazer um péssimo trabalho na série de entrevistas da RTP aos candidatos presidenciais. Não só as suas perguntas são destituídas de relevância, sequer de interesse avulso, como a sua atitude acaba por afundar no esquecimento o eventual valor das declarações dos candidatos por causa do frenesim com que pressiona os entrevistados para que eles lhe dêem as respostas que gostava de ouvir. Quando isso não acontece, e não acontece logo a partir da primeira, entra em modo de roer a canela e insiste, insiste e insiste como se existisse alguma alma na assistência com a sobre-humana capacidade de perceber aonde pretende chegar. Não existe, sendo penoso o espectáculo produzido por um jornalista que se auto-intitula “Communication Specialist” no LinkedIn. Em sua justiça, diga-se que não estamos perante uma novidade. Quem vê o “O Outro Lado”, na RTP3, tem de levar semanalmente com a sua bicefalia de moderador e opositor aos comentadores, particularmente ao Pedro Adão e Silva (porque será? será do Guaraná?).
A sua falta de profissionalismo e módico tino com André Ventura merece destaque, em duas dimensões: o que tal episódio revela acerca do jornalismo português, e o que nos permite pensar acerca do Ventura como desafio a esse mesmo jornalismo. Na primeira, o jornalismo português, aqui representado por um profissional maturo e prestigiado com o privilégio e a honra de servir o canal público de televisão, mostra-se dominado por indivíduos que se concebem como vedetas que só têm de prestar contas ao seu círculo de relações. Foi assim que o Faria apareceu em frente do Ventura, com o fácies moldado por um sentimento de intensa antipatia que se manteve e agravou ao longo da entrevista em que assediou às escâncaras o candidato presidencial. Do outro lado, esteve um entrevistado intuitivo que aproveitou para se vitimizar e passar as mensagens que quis e lhe apeteceu. Na segunda dimensão, e juntando-se aos conhecimentos adquiridos com Miguel Sousa Tavares nas duas ocasiões em que entrevistou Ventura e se mostrou escandalosamente inepto para a função, ficou evidente que é estulto pretender vencer um aldrabão recorrendo a aldrabices. A conduta do jornalista da RTP que entrevistou um perigoso inimigo da democracia e dos direitos humanos foi uma farsa do ponto de vista deontológico, o que teve como consequência branquear e blindar a sua degradante retórica num bastião de ressentimento e irracionalidade que atrai alienados, iletrados e néscios.
Paulo Moura, a respeito do mesmo, fez um sugestivo exercício reflexivo que merece leitura – Por que razão Ventura desarma os jornalistas – onde aponta para a necessidade de se ter de evitar ser Ventura com o Ventura caso a intenção seja fazer jornalismo ou política decente. No fundo, o mesmo arcano princípio, fonte da civilização em que queremos viver, que nos manda não usarmos o mal para combater o mal. Este princípio, contudo, não tem muita popularidade entre a direita partidária e os jornalistas portugueses (salvo as devidas excepções). As nossas vedetas da imprensa escrita e televisiva violam com indiferença calejada o Código Deontológico do Jornalista e o próprio Estado de direito, valendo-se da sua teia de cumplicidades políticas e sociais, e da incontornável ambiguidade dos textos normativos, para usufruírem de um estatuto de impunidade. Lembre-se, para dar só um exemplo que ilustra na plenitude o que está em causa, como o irmão do actual primeiro-ministro justificou a emissão de interrogatórios da Operação Marquês, no que ficou como uma exploração voyeurística bestial (pun intended). Esses conteúdos não tinham qualquer novidade informativa mas foram para o ar em nome do “interesse público” – leia-se, o interesse do público, que é afinal tão-só o das audiências para o negócio gerido pelo mano Costa. Tal qual como a Cofina justifica todas as suas cumplicidades criminosas com agentes da Justiça que geram a caudalosa violação de direitos dos alvos. Agarram-se ao bom povo que precisa com urgência de pão, circo e corruptos a serem apertados pelos nossos heróis no Ministério Público.
Ventura também fala em nome do povo, como tantos em todos os tempos e lugares. Segundo tem partilhado connosco, parece que o povo detesta ciganos, não-caucasianos e estrangeiros. O povo também não vai muito à bola com o Serviço Nacional de Saúde, a Constituição, os pedófilos e os ovários, e talvez tenha uma assolapada paixoneta por nazis infiltrados nas polícias e por empresários no ramo do armamento, vai-nos contando sempre que pode. Às tantas, o Adelino Faria terá ficado naturalmente zangado por ter de partilhar um estúdio de televisão com uma personagem muito mais sabedora do que ele a respeito do que o povo pensa e quer, e daí não ter resistido a mostrar-se agastado, mauzão. Acontece que tamanho descontrolo obteve precisamente o efeito contrário ao que (supomos) pretendia obter. Alguém, na RTP ou fora dela, tem de explicar a este “especialista em comunicação” que para lidar com o Ventura a partir de uma posição de superioridade interrogativa não há instrumento mais eficiente do que esta singular pergunta: “Como sabe?”. É que não adianta fantasiar que se vai convencer um único apoiante do Ventura recorrendo a argumentos racionais ou exibindo como troféus as suas contradições, aberrações e promessas de violência. Essa fatia da sociedade está perdida, é inútil querer dialogar com ela a partir do jornalismo (mas não o será a partir da política, outros os processos mentais à disposição).
O que precisamos que o jornalismo faça na cara dos populistas é que se cumpra como jornalismo – isto é, que seja metodologicamente empático, profundamente analítico e implacavelmente curioso.
Caro Valupi:
Se se fizer a pergunta “como sabe”?, o tipo irá apresentar dados de estudos feitos à população que atestam que 67% ou 88% dela não gosta dos ciganos, é contra a despenalização da IVG, e acredita que, mesmo vendo a lua redonda no céu, a terra é plana de certeza. É muito complicado conversar com tipos que apresentam a tríade negra – psicopatia, maquiavelismo e narcisismo-, associado (ver poste da criatura) a complexo de Messias (Deus deu-me a espinhosa missão…..etc). Mesmo mostrando nas entrevista o quão acéfalo é o seu modo de putativamente pensar, 600 a 800 mil portugueses atiram a razão sempre para o seu lado. Desmontar isso leva anos.
Com os melhores cumprimentos
Américo Costa
Eu penso que a comunicação social, se quisesse, utilizaria o mesmo estratagema que usa com o governo (socialista):
Basta deixar de dar visibilidade ao indivíduo e passar resumos das declarações já filtradas, narradas por um jornalista em tom ironico, dando ênfase a alguma gafe, deturpando cirurgicamente certas frases, apresentando imagens deste em situações que possam ser ridicularizadas, rosto crispado, etc.
Junta-se a isto um bando de comentadores a arrasar as poucas ideias que conseguirem passar, umas acusações de ilegalidades cometidas, corrupção, pedofilia, o que for (é indiferente se são verdadeiras ou não) e fica criado um caldo onde dificilmente o Venturinha não se afogará.
Ora o que eu acho é que a CS não está interessada em desmanchar o que é (alguém referiu e bem) o Braço Armado do PSD.
Não é preciso ser “Comunication Specialist” para saber isto, lóle.
O AF só engana quem está distraído porque basta vê-lo no programa “O outro lado” par ver o tipo de “jornalista” que é.
Confesso que o modo como a língua do Venturinha humedece incansavelmente a secção inferior da beiça, segundo sim segundo não, qual minhoca louca, me deixa todo molhadinho. Ah, Venturinha, Venturinha, a tua linguinha mais parece uma ventoinha!
Américo Costa, a revista “Sábado” (curiosamente, ou então não), tem aqui um exemplo do que está em causa:
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/as-verdades-e-as-mentiras-da-entrevista-de-sousa-tavares-a-andre-ventura
Trata-se de usar a realidade, e suas potenciais interpretações, contra uma versão da mesma que é abertamente contrária à democracia e aos direitos humanos. Obviamente, haverá sempre quem queira votar no Ventura, ou repetir as suas mensagens, pelas mais desvairadas razões e motivações. Isso é incontrolável, felizmente. Mas o jornalismo precisa de evitar ser concorrente do Ventura pelo lado político e moral para precisamente o conseguir expor moral e politicamente com toda a nitidez e amplitude.
O resto, é com a consciência e liberdade de cada um.
No meu entender há muito que deixaram de existir Jornalistas, o que temos são
meros “profissionais da comunicação social” que, na maior parte dos casos ver-
dadeiros despachantes de fretes aos “patrões” ou, na pior das hipóteses limitam-
-se a ser o velho “his master voice” … resumindo, “mercenários” com o álibi das
bocas que precisam de alimentar!
Lamentavelmente, a RTP tem sido um verdadeiro “paraíso” para essa gentalha,
a direção de informação vai de mal a pior, sem qualidade e pior, não passa pela
cabeça do careca, mandar uma equipa à Ucrânia para entrevistar a família e conhe-
cidos do assassinado no aeroporto de Lisboa pelo pessoal do SEF!?!
O EUROPEU-DO-SISTEMA ANDA A CAGAR EM CIMA DOS IDENTITÁRIOS… PORQUE OS IDENTITÁRIOS ESTÃO A SER COBARDES!
—»»» IDENTITÁRIOS NÃO SEJAM COBARDES: REIVINDIQUEM DISTÂNCIA/SEPARATISMO DO EUROPEU-DO-SISTEMA!
(separatismo-50-50)
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Õ europeu-do-sistema está perfeitamente identificado: há quatro séculos que (em conluio com investimentos da elite financeira) anda a instigar ódio sobre o investimento Identitário:
– no passado acusava os autóctones Identitários de «infiéis a Deus»;
– no presente acusa os autóctones Identitários de «racistas».
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Nota 1:
INVESTIMENTO IDENTITÁRIO VERSUS INVESTIMENTOS DA ELITE ECONÓMICA
–» Os Identitários investem em filhos no sentido que eles tenham boas condições de vida… quer trabalhem (ou não) como mão-de-obra servil.
–» A elite económica faz/possui investimentos… tendo em vista negociatas de índole esclavagista (negociatas de abundância de mão-de-obra servil), e negociatas de índole colonialista (negociatas que envolvem a substituição populacional de autóctones).
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Nota 2:
NACIONALISTA EUROPEU: O IDIOTA ÚTIL (DESCARTÁVEL) DE SERVIÇO
1- o nacionalismo é repudiado quando… prejudica as negociatas de índole esclavagista e de índole colonialista.
2- simultâneamente, a traição do nacionalista europeu ao IDEAL IDENTITÁRIO [o Direito/Liberdade dos autóctones terem o SEU espaço, e de prosperarem ao seu ritmo]… para se venderem… à elite económica, interessada em negociatas de índole esclavagista, de índole colonialista,… é considerada uma herança, um legado, universalista!?!?!
{fónix, a hipocrisia do europeu-do-sistema não conhece limites}
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–»» Urge o SEPARATISMO IDENTITÁRIO!!!
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Nota:
Os Separatistas Identitários não estão interessados nos ‘tiques-dos-impérios’ dos nacionalistas, nem em nenhuns tiques-dos-impérios… mas sim, em LIBERDADE, isto é:
– todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» inclusive as de rendimento demográfico mais baixo, inclusive as economicamente menos rentáveis.
Leia-se: Os ‘globalization-lovers’, UE-lovers, etc, que fiquem na sua… desde que respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa: SEPARATISMO IDENTITÁRIO!
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