Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
22 thoughts on “O cherne foi buscar lã e saiu tosquiado”
O cherne queria continuar a mamar mas chegou cá e viu que não havia teta para ele.
Tentou esta habilidade e levou nos c… ! Jorge Sampaio não o poupou, e fez muito bem !
Deve estar com um melão que nem passa nas portas.
Mas ainda antes de levar com esta marretada do Sampaio já se tinha esticado todo ao comprido, ao mostrar todo o veneno por causa da inauguração do Túnel.
Queria ter sido convidado para ir cortar a fita com o Costa. O estupor.
Este traste “põe fim à carreira política” porque viu que outros, a quem decretaram a morte política, se calhar estão mais vivos que ele… e não consegue disfarçar a azia !!!
Jorge Sampaio, Iraque, evocações presidenciais in DOM 8 MAI 2016 | 21
«Costuma dizer-se que a memória é selectiva e que os relatos históricos são reconstruções narrativas, que não dispensam nem uma parte de interpretação nem alguma subjectividade. Até poderá ser assim, mas as chamadas fontes em história permitem colmatar lacunas e reconstituir factos passados. Posto isto, inspirado pela leitura dos semanários de fim de semana, atrevo-me a fazer uma breve revisitação dos anos 2002- 2003 deste século, determinantes que foram para o caos que hoje se vive no plano internacional. Refiro-me ao Iraque.
Sendo certo que já em 2001 estava na agenda internacional, e sobremaneira na americana, em Portugal, a questão do Iraque só emerge no quadro dos contactos que então mantinha com o primeiro-ministro no início de Setembro de 2002. Lembro-me, concretamente, de uma extensa conversa telefónica sobre a matéria, a 9 de Setembro, aquando do seu regresso de um encontro, na Sardenha, com congéneres europeus, durante o qual se teria desenhado com maior clareza a possibilidade, apoiada por ingleses, espanhóis e italianos, de uma intervenção no Iraque, mesmo sem mandato das Nações Unidas.
Recordo bem esta conversa não só por ter marcado a introdução da questão do Iraque na agenda interna, de que passou a ser um ponto recorrente, como por ter revelado ab ovo [de início] as diferenças de posição entre mim e o chefe do executivo. Este, para além de então ter esgrimido o argumento do interesse nacional, que seria o de preservar o elo atlântico no contexto europeu, mencionou ainda que lhe custaria ver certos países do lado dos EUA e Portugal com uma posição diferente — pensando porventura em Espanha —, não sem que, a rematar, me tivesse lembrado que cabia ao Governo a condução da política externa, um preceito constitucional que me não ocorreria desrespeitar, mas que me não impedia de emitir opiniões, um direito que a Constituição reconhece ao Presidente.
A convicção certa, com que então ficara, de que o Iraque se viria a tornar num factor de polarização PR versus PM, foi-se adensando e tornou-se evidente no nosso encontro semanal de 19 desse mês, depois de uma intervenção do primeiro-ministro no Parlamento. Mas, para mim, não era menos premente a necessidade de gerir esta divergência de forma adequada, sem a tornar num factor de vulnerabilização do funcionamento regular das nossas instituições.
O último trimestre de 2002 foi marcado pelo peso crescente da questão do Iraque, quer no plano internacional — fosse das Nações Unidas, em que se destaca a Resolução 1441 de 8 Novembro, ou da NATO, tendo-se realizado a Cimeira de Praga nessa altura —, quer no europeu, com declarações recorrentes no âmbito dos conselhos de assuntos gerais e das relações externas, reiterando o apoio à resolução e o apelo ao “desarmamento do Iraque no que respeita às armas de destruição maciça”. Mas a unanimidade que parecia subjazer a estas declarações foi-se estiolando à medida que nos bastidores se intensificaram indícios de que haveria uma iniciativa militar em preparação. Nesta lógica, a procura pelos EUA de apoios levou a uma clara polarização entre os parceiros europeus, ao arrepio das opiniões públicas europeias que manifestaram uma rara unanimidade contra um conflito armado.
A divisão europeia tornou-se óbvia com, por um lado, a tomada de posição conjunta de Chirac e Schröder (22 de Janeiro de 2003) sobre a oposição a qualquer acção militar sobre o regime iraquiano e a chamada “carta dos Oito”, publicada a 30 de Janeiro, que, na véspera, o primeiro-ministro me informara ir assinar, embora sem me mostrar o texto, mas que enquadrou com argumentos semelhantes aos que viria a expender no Parlamento a 31 de Janeiro — ou seja, basicamente, que para Portugal a neutralidade não era opção.
Entre Fevereiro e Março desse ano, convoquei o Conselho de Estado por duas vezes e todas as intervenções públicas que fiz, designadamente na Declaração ao país a 19 de Março, já depois da Cimeira das Lajes, deixei sempre clara a importância de preservar o papel do multilateralismo na construção da paz e na resolução dos conflitos, bem como o da desejável unidade e autonomia europeias em matéria de política externa.
Sobre a cimeira em si, e o processo que levou à sua realização nas Lajes — e não em Washington, Londres, Barbados e Bermudas —, a verdade é que a literatura internacional lhe dá pouca ou nenhuma importância e não tendo eu tido conhecimento dos preparativos, pouco posso dizer. No entanto, recordo aqui o telefonema que, pelas 7 da manhã de 14 de Março, recebi do primeiro-ministro, solicitando-me uma reunião de urgência. Para minha estupefacção, tratava-se de me informar que havia sido consultado sobre a realização de uma cimeira nos Açores, essa mesma que, nesse mesmo dia, a Casa Branca viria a anunciar para 16 de Março, daí a pouco mais de 48 horas. Não é preciso ser-se perito em relações internacionais para se perceber que eventos deste tipo não se organizam num abrir e fechar de olhos; e também não é necessário ser-se constitucionalista para se perceber que não cabe ao Presidente autorizar ou deixar de autorizar actos de política externa.
De qualquer forma, transmiti claramente que, tratando-se, como o meu interlocutor afiançava, de uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque, nada teria a opor. Em relação a tudo isto, muito mais poderia recordar, para além da fotografia conhecida que registou um dos momentos mais gravosos deste século, quer seja sobre o papel de Portugal na cimeira, sobre as conclusões da mesma ou ainda sobre tudo o que se seguiu e o início da guerra. Por falta de espaço, não o farei aqui hoje, mas poderá o leitor interessado por esta questão recorrer ao trabalho sério de Bernardo Pires de Lima, A Cimeira das Lajes (2013), cuja leitura vivamente recomendo.
À laia de conclusão, sublinho três pontos: o Presidente tem o direito constitucional a mostrar a sua discordância perante a condução da política externa e não está obrigado a acatar, sem intervenção e passivamente, decisões assumidas pelo Governo; no caso que aqui nos ocupa, entendo ter conseguido uma posição equilibrada, pois, por um lado, evitei de facto abrir um conflito institucional que em nada serviria o país, mas, por outro, ao me opor ao envio de tropas para o Iraque, afirmei decisivamente o papel efectivo do Presidente como comandante supremo das Forças Armadas. Quanto ao mais, quero reafirmar um princípio de natureza geral: é que na política como na vida importam tanto os resultados como os processos, pelo que a estratégia dos factos consumados contribui pouco para reforçar a confiança mútua que é o cimento dos laços sociais e do funcionamento das instituições em democracia.
Presidente da República, 1996-2006»
O Outro aldraba nas inaugurações, na Tecnoforma, na formação dos aeródromos, na Segurança social….. Este aldraba na questão do Iraque/cimeira dos Açores…. e sabe-se lá que mais…
De uma forma descarada…
Já não há pachorra !
Saíu escamado, quererá dizer …
Balsemão indicou o Cherne como seu successor no Clube de Bilderberg. Balsemão está velho e caduco, já nem sabe escolher, porque o Cherne nem para isso serve. Nem se percebe como a Univ. Católica (mais uma subsidiada pelo estado) o impõe como professor…
por que lhe chamas cherne, Val? ai que riso! :-)
Cá por mim, no que toca à criminosa — e desastrosa — invasão do Iraque, o aio não fica atrás do asqueroso. Diz que não sabia, que não lhe tinham dito? Pois sim. Mas não dizem todos o mesmo, quando toda a gente com QI acima de lagarta da couve podia e devia saber, quando só não via o que estava à vista quem não queria sequer olhar, quanto mais ver?…
Vai bugiar, Sampaio!
Vós ainda não percebestes que durão quando, antes ou logo depois, de ir tirar o seu curso especial para os states já era um “apanhado” pró-americano.
Veio dos states e com facilidade tomou conta do psd e depois de Portugal e depois, feito o frete sobre a guerra no Iraque, foi enviado para chefiar a Europa.
Veio dos states e já não era a pequena pessoa durão ex-ministro português mas uma figura guiada para ser figurão, com destino traçado, com poderosos apoios consignados, com prestações de serviços definidos e passos a dar bem calculados e pré-determinados.
Este durão, todo plasticina americana, já não era uma individualidade com pensamento e vontade própria mas tão só um artista integrante de uma companhia que representa em todos os palcos do mundo uma cultura de poder na sombra. Isto é, durão já não era apenas ele e a família, ele e o psd ou ele e Portugal mas ele a Europa e o o mundo; ele & cia no globo.
É neste contexto que deve ser lido todo o seu trajecto e actuação no exercício dos altos cargos políticos que ocupou.
Sampaio: «… tratando-se, como o meu interlocutor afiançava, de uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque, nada teria a opor.»
Mas será possível que já toda a gente se tenha esquecido da extrema transparência dos propósitos belicistas à outrance do tal «Eixo do Bem» de que o Barroso foi parte activíssima — a ponto de afirmar que tinha pessoalmente visto as provas insofismáveis das famosas Armas de Destruição Maciça?
Que o Sampaio faça agora de panhonha para disfarçar a sua cobardia perante os que cometeram o gravíssimo — e catastrófico para o Ocidente — crime de guerra de agressão em seu (e nosso!) nome, não me admira muito. E, bem vistas as coisas, vivendo nós no país em que vivemos, também não me admira muito que toda a gente seja subitamente acometida de amnésia galopante…
Droga de gente…
Gungunhana Meirelles, o teu ponto de vista retrospectivo é válido. Porém, sendo retrospectivo, não é conclusivo. É possível que a situação tenha aparecido a Sampaio exactamente como a relata pondo a responsabilidade em Barroso: como uma tentativa para evitar uma guerra que parecia altamente provável e iminente. Essa sua versão, tal qual a relata, onde inclusive detalha que não acompanhou o processo e foi confrontado com o seu anúncio em cima da data, é verosímil.
A propósito de nada, e sem relação alguma com o Iraque, mas tão só com os entusiasmos desta paragem blogueira: é curioso que tanta gente que costuma por aqui pairar tenha reparado que o Costa só foi uma vez a Évora (pelas boas festas), e tão pouca que o São Payo nunca lá pôs os cotos…
Valupi: «É possível que a situação tenha aparecido a Sampaio exactamente como a relata pondo a responsabilidade em Barroso»
Sim, filho. O cão ladra, eriça o pelo, arregaça a beiçola, mostra a dentuça, espuma baba raivosa… mas depois o dono qur tinha o poder de não lhe aliviar a trela diz «oh, tenho muita pena, julguei que era um inofensivo pincher, não sabia que era um pitbull vicioso»…
Quem lhe chamou cherne foi a esposa numa poesia que lhe dedicou antes de boas férias passadas numa paradisíaca ilha brasileira em Angra dos Reis coutinho’s property.
Este pode ter amigos com ilhas barcos, aviões, helicópteros e todas as off-shores do mundo, frequentar sua casa e ninguém se incomoda nem o prende para saber que anda a fazer em tão grada companhia e, se acaso, há propina pelo meio.
O outro, vai estudar para Paris com os filhos, vive em casa emprestada, anda a pé, veste ganga e blusão azul, escreve sobre o que sabe pensar, arranja emprego para se custear e é esventrado, escutado, detido, punido, vilipendiado anos a fio e, a helena manhosa ainda quer mais. Quer que desapareça.
Cherne será por ter olhos de besugo mais salientes quando engorda desmesuradamente pela descompensação de fazer a mala para o clube dos donos disto tudo e arredores que lhe oferecem umas horitas em sabe-se lá que tipo ensino para disfarçar ser um eterno pendura.
O ricardo costa bem podia dar-lhe plano mais favorável.
O lombo do cherne está imenso e arrasou a pose pretendida pelo n’éspresso nés nada e sic ( já tradução de doença enjoativa).
Não fosse o Aspirina B a revolta não teria alívio.
E o cavaco foi nao foi culpado de nada?
É bem provável que o “cherne” tenha sido comido com gosto e o próprio tenha gostado. Resta saber o que o Rui Ramos e seus sucedâneos vão escrever para a História.
Se o militante nº1 o indicou para o substituir no tal clube, está explicada a tentativa
tosca do ricardito da graxa em promover o “Cherne” para mais com o anúncio de que
deixava a política! Já hoje, o careca do DN, em editorial procurava limpar um pouco
a borrada que foi essa entrevista, atribuindo dotes ao entrevistado que, este nunca
sequer pensou que poderia possuir e, atreve-se a dar-lhe conselhos!
É a engrenagem da direita no seu melhor, andam com os andores às costas e pensam
que enganam o bom do Zé Povinho!!!
:-) obrigada primaveraverão, desconhecia o da garoupa. para mim tem os miolos de um chicharro. :-)
Olinda, linda Olinda!!!!
Não ofendas o chicharro, que grelhadinho é um petisco supimpa.
Já o Burroso, nem grelhado nem ao natural, que aquilo é peixe miúdo e rasca, que nem para isco serve.
Sampaio é o maior rolha português.
Sempre sabe dizer tudo sem dizer nada.
Sampaio é um gozão do caraças!
“O Cherne” e um poema de Alexandre O’Neill, desta lista o 4o.
O cherne queria continuar a mamar mas chegou cá e viu que não havia teta para ele.
Tentou esta habilidade e levou nos c… ! Jorge Sampaio não o poupou, e fez muito bem !
Deve estar com um melão que nem passa nas portas.
Mas ainda antes de levar com esta marretada do Sampaio já se tinha esticado todo ao comprido, ao mostrar todo o veneno por causa da inauguração do Túnel.
Queria ter sido convidado para ir cortar a fita com o Costa. O estupor.
Este traste “põe fim à carreira política” porque viu que outros, a quem decretaram a morte política, se calhar estão mais vivos que ele… e não consegue disfarçar a azia !!!
Jorge Sampaio, Iraque, evocações presidenciais in DOM 8 MAI 2016 | 21
«Costuma dizer-se que a memória é selectiva e que os relatos históricos são reconstruções narrativas, que não dispensam nem uma parte de interpretação nem alguma subjectividade. Até poderá ser assim, mas as chamadas fontes em história permitem colmatar lacunas e reconstituir factos passados. Posto isto, inspirado pela leitura dos semanários de fim de semana, atrevo-me a fazer uma breve revisitação dos anos 2002- 2003 deste século, determinantes que foram para o caos que hoje se vive no plano internacional. Refiro-me ao Iraque.
Sendo certo que já em 2001 estava na agenda internacional, e sobremaneira na americana, em Portugal, a questão do Iraque só emerge no quadro dos contactos que então mantinha com o primeiro-ministro no início de Setembro de 2002. Lembro-me, concretamente, de uma extensa conversa telefónica sobre a matéria, a 9 de Setembro, aquando do seu regresso de um encontro, na Sardenha, com congéneres europeus, durante o qual se teria desenhado com maior clareza a possibilidade, apoiada por ingleses, espanhóis e italianos, de uma intervenção no Iraque, mesmo sem mandato das Nações Unidas.
Recordo bem esta conversa não só por ter marcado a introdução da questão do Iraque na agenda interna, de que passou a ser um ponto recorrente, como por ter revelado ab ovo [de início] as diferenças de posição entre mim e o chefe do executivo. Este, para além de então ter esgrimido o argumento do interesse nacional, que seria o de preservar o elo atlântico no contexto europeu, mencionou ainda que lhe custaria ver certos países do lado dos EUA e Portugal com uma posição diferente — pensando porventura em Espanha —, não sem que, a rematar, me tivesse lembrado que cabia ao Governo a condução da política externa, um preceito constitucional que me não ocorreria desrespeitar, mas que me não impedia de emitir opiniões, um direito que a Constituição reconhece ao Presidente.
A convicção certa, com que então ficara, de que o Iraque se viria a tornar num factor de polarização PR versus PM, foi-se adensando e tornou-se evidente no nosso encontro semanal de 19 desse mês, depois de uma intervenção do primeiro-ministro no Parlamento. Mas, para mim, não era menos premente a necessidade de gerir esta divergência de forma adequada, sem a tornar num factor de vulnerabilização do funcionamento regular das nossas instituições.
O último trimestre de 2002 foi marcado pelo peso crescente da questão do Iraque, quer no plano internacional — fosse das Nações Unidas, em que se destaca a Resolução 1441 de 8 Novembro, ou da NATO, tendo-se realizado a Cimeira de Praga nessa altura —, quer no europeu, com declarações recorrentes no âmbito dos conselhos de assuntos gerais e das relações externas, reiterando o apoio à resolução e o apelo ao “desarmamento do Iraque no que respeita às armas de destruição maciça”. Mas a unanimidade que parecia subjazer a estas declarações foi-se estiolando à medida que nos bastidores se intensificaram indícios de que haveria uma iniciativa militar em preparação. Nesta lógica, a procura pelos EUA de apoios levou a uma clara polarização entre os parceiros europeus, ao arrepio das opiniões públicas europeias que manifestaram uma rara unanimidade contra um conflito armado.
A divisão europeia tornou-se óbvia com, por um lado, a tomada de posição conjunta de Chirac e Schröder (22 de Janeiro de 2003) sobre a oposição a qualquer acção militar sobre o regime iraquiano e a chamada “carta dos Oito”, publicada a 30 de Janeiro, que, na véspera, o primeiro-ministro me informara ir assinar, embora sem me mostrar o texto, mas que enquadrou com argumentos semelhantes aos que viria a expender no Parlamento a 31 de Janeiro — ou seja, basicamente, que para Portugal a neutralidade não era opção.
Entre Fevereiro e Março desse ano, convoquei o Conselho de Estado por duas vezes e todas as intervenções públicas que fiz, designadamente na Declaração ao país a 19 de Março, já depois da Cimeira das Lajes, deixei sempre clara a importância de preservar o papel do multilateralismo na construção da paz e na resolução dos conflitos, bem como o da desejável unidade e autonomia europeias em matéria de política externa.
Sobre a cimeira em si, e o processo que levou à sua realização nas Lajes — e não em Washington, Londres, Barbados e Bermudas —, a verdade é que a literatura internacional lhe dá pouca ou nenhuma importância e não tendo eu tido conhecimento dos preparativos, pouco posso dizer. No entanto, recordo aqui o telefonema que, pelas 7 da manhã de 14 de Março, recebi do primeiro-ministro, solicitando-me uma reunião de urgência. Para minha estupefacção, tratava-se de me informar que havia sido consultado sobre a realização de uma cimeira nos Açores, essa mesma que, nesse mesmo dia, a Casa Branca viria a anunciar para 16 de Março, daí a pouco mais de 48 horas. Não é preciso ser-se perito em relações internacionais para se perceber que eventos deste tipo não se organizam num abrir e fechar de olhos; e também não é necessário ser-se constitucionalista para se perceber que não cabe ao Presidente autorizar ou deixar de autorizar actos de política externa.
De qualquer forma, transmiti claramente que, tratando-se, como o meu interlocutor afiançava, de uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque, nada teria a opor. Em relação a tudo isto, muito mais poderia recordar, para além da fotografia conhecida que registou um dos momentos mais gravosos deste século, quer seja sobre o papel de Portugal na cimeira, sobre as conclusões da mesma ou ainda sobre tudo o que se seguiu e o início da guerra. Por falta de espaço, não o farei aqui hoje, mas poderá o leitor interessado por esta questão recorrer ao trabalho sério de Bernardo Pires de Lima, A Cimeira das Lajes (2013), cuja leitura vivamente recomendo.
À laia de conclusão, sublinho três pontos: o Presidente tem o direito constitucional a mostrar a sua discordância perante a condução da política externa e não está obrigado a acatar, sem intervenção e passivamente, decisões assumidas pelo Governo; no caso que aqui nos ocupa, entendo ter conseguido uma posição equilibrada, pois, por um lado, evitei de facto abrir um conflito institucional que em nada serviria o país, mas, por outro, ao me opor ao envio de tropas para o Iraque, afirmei decisivamente o papel efectivo do Presidente como comandante supremo das Forças Armadas. Quanto ao mais, quero reafirmar um princípio de natureza geral: é que na política como na vida importam tanto os resultados como os processos, pelo que a estratégia dos factos consumados contribui pouco para reforçar a confiança mútua que é o cimento dos laços sociais e do funcionamento das instituições em democracia.
Presidente da República, 1996-2006»
O Outro aldraba nas inaugurações, na Tecnoforma, na formação dos aeródromos, na Segurança social….. Este aldraba na questão do Iraque/cimeira dos Açores…. e sabe-se lá que mais…
De uma forma descarada…
Já não há pachorra !
Saíu escamado, quererá dizer …
Balsemão indicou o Cherne como seu successor no Clube de Bilderberg. Balsemão está velho e caduco, já nem sabe escolher, porque o Cherne nem para isso serve. Nem se percebe como a Univ. Católica (mais uma subsidiada pelo estado) o impõe como professor…
por que lhe chamas cherne, Val? ai que riso! :-)
Cá por mim, no que toca à criminosa — e desastrosa — invasão do Iraque, o aio não fica atrás do asqueroso. Diz que não sabia, que não lhe tinham dito? Pois sim. Mas não dizem todos o mesmo, quando toda a gente com QI acima de lagarta da couve podia e devia saber, quando só não via o que estava à vista quem não queria sequer olhar, quanto mais ver?…
Vai bugiar, Sampaio!
Vós ainda não percebestes que durão quando, antes ou logo depois, de ir tirar o seu curso especial para os states já era um “apanhado” pró-americano.
Veio dos states e com facilidade tomou conta do psd e depois de Portugal e depois, feito o frete sobre a guerra no Iraque, foi enviado para chefiar a Europa.
Veio dos states e já não era a pequena pessoa durão ex-ministro português mas uma figura guiada para ser figurão, com destino traçado, com poderosos apoios consignados, com prestações de serviços definidos e passos a dar bem calculados e pré-determinados.
Este durão, todo plasticina americana, já não era uma individualidade com pensamento e vontade própria mas tão só um artista integrante de uma companhia que representa em todos os palcos do mundo uma cultura de poder na sombra. Isto é, durão já não era apenas ele e a família, ele e o psd ou ele e Portugal mas ele a Europa e o o mundo; ele & cia no globo.
É neste contexto que deve ser lido todo o seu trajecto e actuação no exercício dos altos cargos políticos que ocupou.
Sampaio: «… tratando-se, como o meu interlocutor afiançava, de uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque, nada teria a opor.»
Mas será possível que já toda a gente se tenha esquecido da extrema transparência dos propósitos belicistas à outrance do tal «Eixo do Bem» de que o Barroso foi parte activíssima — a ponto de afirmar que tinha pessoalmente visto as provas insofismáveis das famosas Armas de Destruição Maciça?
Que o Sampaio faça agora de panhonha para disfarçar a sua cobardia perante os que cometeram o gravíssimo — e catastrófico para o Ocidente — crime de guerra de agressão em seu (e nosso!) nome, não me admira muito. E, bem vistas as coisas, vivendo nós no país em que vivemos, também não me admira muito que toda a gente seja subitamente acometida de amnésia galopante…
Droga de gente…
Gungunhana Meirelles, o teu ponto de vista retrospectivo é válido. Porém, sendo retrospectivo, não é conclusivo. É possível que a situação tenha aparecido a Sampaio exactamente como a relata pondo a responsabilidade em Barroso: como uma tentativa para evitar uma guerra que parecia altamente provável e iminente. Essa sua versão, tal qual a relata, onde inclusive detalha que não acompanhou o processo e foi confrontado com o seu anúncio em cima da data, é verosímil.
A propósito de nada, e sem relação alguma com o Iraque, mas tão só com os entusiasmos desta paragem blogueira: é curioso que tanta gente que costuma por aqui pairar tenha reparado que o Costa só foi uma vez a Évora (pelas boas festas), e tão pouca que o São Payo nunca lá pôs os cotos…
Valupi: «É possível que a situação tenha aparecido a Sampaio exactamente como a relata pondo a responsabilidade em Barroso»
Sim, filho. O cão ladra, eriça o pelo, arregaça a beiçola, mostra a dentuça, espuma baba raivosa… mas depois o dono qur tinha o poder de não lhe aliviar a trela diz «oh, tenho muita pena, julguei que era um inofensivo pincher, não sabia que era um pitbull vicioso»…
Quem lhe chamou cherne foi a esposa numa poesia que lhe dedicou antes de boas férias passadas numa paradisíaca ilha brasileira em Angra dos Reis coutinho’s property.
Este pode ter amigos com ilhas barcos, aviões, helicópteros e todas as off-shores do mundo, frequentar sua casa e ninguém se incomoda nem o prende para saber que anda a fazer em tão grada companhia e, se acaso, há propina pelo meio.
O outro, vai estudar para Paris com os filhos, vive em casa emprestada, anda a pé, veste ganga e blusão azul, escreve sobre o que sabe pensar, arranja emprego para se custear e é esventrado, escutado, detido, punido, vilipendiado anos a fio e, a helena manhosa ainda quer mais. Quer que desapareça.
Cherne será por ter olhos de besugo mais salientes quando engorda desmesuradamente pela descompensação de fazer a mala para o clube dos donos disto tudo e arredores que lhe oferecem umas horitas em sabe-se lá que tipo ensino para disfarçar ser um eterno pendura.
O ricardo costa bem podia dar-lhe plano mais favorável.
O lombo do cherne está imenso e arrasou a pose pretendida pelo n’éspresso nés nada e sic ( já tradução de doença enjoativa).
Não fosse o Aspirina B a revolta não teria alívio.
E o cavaco foi nao foi culpado de nada?
É bem provável que o “cherne” tenha sido comido com gosto e o próprio tenha gostado. Resta saber o que o Rui Ramos e seus sucedâneos vão escrever para a História.
Se o militante nº1 o indicou para o substituir no tal clube, está explicada a tentativa
tosca do ricardito da graxa em promover o “Cherne” para mais com o anúncio de que
deixava a política! Já hoje, o careca do DN, em editorial procurava limpar um pouco
a borrada que foi essa entrevista, atribuindo dotes ao entrevistado que, este nunca
sequer pensou que poderia possuir e, atreve-se a dar-lhe conselhos!
É a engrenagem da direita no seu melhor, andam com os andores às costas e pensam
que enganam o bom do Zé Povinho!!!
:-) obrigada primaveraverão, desconhecia o da garoupa. para mim tem os miolos de um chicharro. :-)
Olinda, linda Olinda!!!!
Não ofendas o chicharro, que grelhadinho é um petisco supimpa.
Já o Burroso, nem grelhado nem ao natural, que aquilo é peixe miúdo e rasca, que nem para isco serve.
Sampaio é o maior rolha português.
Sempre sabe dizer tudo sem dizer nada.
Sampaio é um gozão do caraças!
“O Cherne” e um poema de Alexandre O’Neill, desta lista o 4o.
http://www.truca.pt/ouro/obras/alexandre_oneill.html
prontes, está aqui o relato do cherne antes de ir bronzear ao tom dela.
http://www.tsf.pt/arquivo/2002/portugal/interior/mulher-de-barroso-sobe-ao-palco-para-vender-o-seu-peixe-760400.html
Penso que cherne já foi.
Virou sapo.
Momentos de bom riso neste magnífico blogue de gente de fino humor e muito cultura.