Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Presumo que isto se refere à entrevista da Nanda.
Mas depois da gloriosa inauguração do Túnel do Marão que deixou a Direita à beira de um ataque de nervos (imagino o estado em terá ficado a Troika de Investigadores) é este o contra-ataque ??????
Que fraquinhos que eles estão, não acham ?
Já gastaram toda a nitroglicerina ?
A sério ? já não têm mais bombas para estoirar ?
Pois, parece que não !
Ah … e depois há ainda a suprema provocação de terem mandado para casa o José Veiga, com polícia à porta (nada de pulseiras), ao fim de 3 meses (nada de ficar quase1 ano na prisa) !!!
E até pode ficar livre se pagar uma caução de 1,2 milhões !
Parece que afinal o problema do Sócrates era ser um pelintra, e eles sempre o souberam ####
É rapazes, isto é que é “justiça”, hein !!
Sugere então o Jasmim que por detrás das declarações de FC estão os direitolas, como por aqui se chama a todos os que não juram por JS ou, pior, o MP? É tudo a mesma coisa, eu sei.
Com que então a Sr.ª Câncio julgava que l´appartement tinha sido arrendada a uns franciús?
Mas como é que o nosso caro Engenheiro permitiu que a sua ex laborasse em tão lamentável equivoco?
Isto por aqui está um bocado morto hoje. Cadê o Strummer, o Neves, a Olinda, o Ignatz, e tutti quanti?
Obrigado, José Lopes. Finalmente levantada uma ponta do véu que encobre a acusação em gestação! O Napoleão do Crime que fez tremer as instituições e lançou a matilha jornalhística na maior caça ao homem desde o assalto ao comboio-correio, vai portanto ser acusado de não ter revelado a uma ex-namorada que a casa da Paris onde nunca a levou, nem é do tempo do seu namoro, era propriedade do seu amigo Santos Silva. É verdade que, segundo parece, também nunca lhe disse o contrário, e nem sequer que a casa lhe tinha sido alugada por franciús ou outros quaisquer, mas não é preciso. Já basta o que basta. É absolutamente intolerável que um ex-primeiro-ministro não revele tudo sobre a sua vida presente e futura a todas as suas ex-namoradas. Julgamento e condenação já! Ah, não, esperem aí, primeiro é preciso acusação formal. Não se sabe bem porquê ou para quê, mas é um pro-forma necessário…
As duas grandes incógnitas do Twitter, com que raio de nomes tu e o Pacheco por lá andam .
Boa noite, gajo.
Pessoalmente continuo a tentar perceber o que é que a relação pecuniária entre dois amigos deveria ser considerada “no mínimo eticamente reprovável”.
demorou pouco tempo para aparecer aqui um nabo cheio de certezas.
“no mínimo eticamente reprovável”
Ênfase na expressão “no mínimo”. E “no máximo”?
A expressão “no mínimo eticamente reprovável” explica a indiferença da generalidade dos actores públicos às incidências do processo judicial. Não a justifica, nem deve permitir (no plano jurídico) “condenar ou absolver” Sócrates na praça pública, mas explica a indiferença. Ninguém (ou quase ninguém) está disposto a defender possíveis (discutíveis até no plano jurídico) incidentes processuais de um processo judicial a propósito de alguém que praticou actos “no mínimo eticamente reprováveis”, nomeadamente políticos no activo.
No plano ético, a condenação a Sócrates é generalizada. Resta esperar pela decisão no plano judicial. Embora possivelmente injusta, a contaminação no domínio público é inevitável.
O grande dilema de Sócrates, (e de Vara)é a subtileza política dos correlegionários políticos onde se envolveram ingenuamente, quando jovens.
Todos se isolaram dos dois como se tivessem lepra.
acho que a fernanda câncio perdeu, no mínimo, uma boa oportunidade de estar calada. o artigo da visão, supostamente escrito de livre vontade, amplamente divulgado e debatido na comunicação social antes de estar disponível ao público, já fez pior pela imagem e privacidade da autora do que o efeito a que se propunha. é conferir títulos imprensa, comentários, rádio e tv, um nojo completo. uma profissional da comunicação social deveria prever a merda onde se iria meter. este aqui do observador, que a autora gostou muito, é um bom exemplo: http://observador.pt/2016/05/11/fernanda-cancio-detencao-jose-socrates-enorme-choque-mim/
depois temos os nojentos do costume http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/cancio_desmente_socrates.html
a direita aplaude, os mais cínicos põem-lhe a mão no ombro e coitadinha-foi-enganada e os broncos aproveitam para insultar, do cunha/basófias à moura guedes, há para todos os gostos. até aquele embaixadorzeco de direita que se diz de esquerda já fez um poste a dizer: é pá não te conhecia pessoalmente, mas não disseste aquilo que escreveste e só faltou marcar um encontro para discutir o assumpto. portanto está tudo a correr bem, ninguém fala da sova que o costa deu ontém ao bábálú e entretanto a comunicação social vai preparando a cabeça do povo para o ministério público anunciar que deduziu acusação contra o sócras. portantes, tudo bués de oportuno e eficaz.
Teresa, olha que há explicações muito mais simples para o fenómeno (o meu, o do Pacheco creio que nem os deuses o conseguem explicar).
Caro anónimo das 10.33,
Gostei de ler a sua explanação, que está muito bem construída, mas que não esclarece o essencial: qual o normativo que explicita o que é éticamente aceitável/ reprovável na relação pecuniária entre dois amigos ?
“qual o normativo que explicita o que é éticamente aceitável/ reprovável na relação pecuniária entre dois amigos ”
Caro MRocha,
Eu não sou especialista em ética, que é uma disciplina muito importante do saber, logo direi apenas a minha opinião de leigo.
Não há nenhum normativo explícito, nem poderia haver um que fosse universalmente aceite (do meu ponto de vista). Cada um terá a sua perspectiva, fundamentada no seu conhecimento, na sua experiência de vida, na sua estrutura de valores …
E, do ponto de vista individual, isso resultará necessariamente numa avaliação diferente de indivíduo para indivíduo. E podemos argumentar contra ou a favor de uma determinada perspectiva (argumentar ou discutir é sempre muito importante), mas não tenhamos qualquer dúvida que nunca chegaremos a um normativo consensual.
O que podemos dizer que há (independentemente de ser ou não “correcta” do ponto de vista de cada um de nós), porque é claro e observável, é uma posição muito expressiva na sociedade neste sentido: um ex-primeiro ministro (para não dizer de um qualquer adulto profissionalmente activo) dispor a seu bel-prazer de quantias avultadas de dinheiro vivo (e outras benesses) de um seu amigo (ex-responsável por uma grande construtora que actuou enquanto o ex-primeiro ministro exerceu funções governativas) é “no mínimo eticamente reprovável”.
O facto de essa posição incluir pessoas de diferentes áreas políticas, com diferentes experiências de vida, muitos delas pessoas que consideramos, … não valida nenhum normativo nem um juízo crítico universal e absoluto. Mas não pode deixar de ser considerado quando cada um de nós constrói o seu próprio normativo e o seu juízo.
MR Rocha e anónimo, depois deste texto para aumentar as vendas de uma revista, já não pergunto qual o critério para classificar como eticamente aceitável/reprovável a relação pecuniária entre dois amigos de juventude. Já ficaria satisfeito em entender a diferença nas implicações éticas entre fazer férias a expensas de um namorado ou fazer férias a expensas de um amigo.
«um ex-primeiro ministro (para não dizer de um qualquer adulto profissionalmente activo) dispor a seu bel-prazer de quantias avultadas de dinheiro vivo (e outras benesses) de um seu amigo (ex-responsável por uma grande construtora que actuou enquanto o ex-primeiro ministro exerceu funções governativas) é “no mínimo eticamente reprovável”.»
Então o problema ético está no “bel-prazer” ( interpretação sua, suponho ) , no vulto do dinheiro ( qual seria o vulto adequado ? ), no facto de ser ” dinheiro vivo” ( se tivesse sido em cheque ao portador, teria sido mais ético? ), no ex-oficio do amigo ( qual o ex-oficio eticamente aceitável ), e não no eventual facto de quando o pediu não ter a mínima intenção de o pagar ?!
Quer dizer: depois de um excelente segundo parágrafo em que o caro anónimo elabora sobre a subjectividade circunstancial duma relação privada entre duas pessoas, conclui que no caso singular desta pessoa concreta afinal haveria de ter existido um normativo ético que corresponde ao de “uma posição muito expressiva da sociedade”?! Quer dizer então que a ética é a prática da maioria ?!
Mas que ganda bronca!
A situação não deixa de ser interessante. Por um lado, como se sabe, José Sócrates tinha o seu apartamento de em nome de Santos Silva para esconder que era ele próprio o proprietário. Mas por outro lado, como também se sabe, José Sócrates escondia que o apartamento estava em nome de Santos Silva para que se concluísse que era seu. Faz todo o sentido.
desculpem lá.o apartamento é meu! só que nunca ninguém me perguntou! por o dinheiro não falar,anda muito fdp armado em sério!
o marcelo quando ia passar férias ao brasil tamém pagava os salgadinhos por conta. que eu saiba ninguém investigou ou considerou se cumpria os mínimos éticos e o moço foi calmamente eleito presidente do condomínio. agora dá raves todos os dias, de manhã é infantário, à tarde mercado e à noite é reformados, para preparar a vaga de fundo que o há-de convencer a candidatar-se ao 2º mandato que já disse não fazer parte do projecto. o durão tamém passava férias no iate e na ilha do coutinho, mas tamém não tem problema, essas cenas éticas são só para a esquerda, os direitolos só precisam de nascer uma vez para serem éticamente correctos, mesmo que matem viúvas, escondam escrituras ou façam desaparecer os contratos que os afundam. deus é grande, tem agentes na terra para celebrar contratos de associação a troco de bulas que isentam o cavacal destas cenas.
MRocha de ontem e de hoje das 8:47 e seguintes, que eu me lembre nunca um PM ou um ex-PM português por mais exótico que eles fosse passou por um caso semelhante. E não, a “avaliação” ética que os indivíduos isolados, que os grupos e grupinhos ou que a opinião pública fazem sobre a generalidade das amizades pessoais não podem esquecer este facto.
Perguntar-me-ás, e então qual é a “avaliação” ética que a própria Fernanda Câncio faz hoje do assunto (de Sócrates/Santos Silva e da própria/Sócrates, esquecendo-me propositadamente de outros casos)?
A resposta ao primeiro par, se a entendi bem, está na própria persona criada publicamente por Sócrates (PM ou ex-PM e ex-futuro qualquer coisa): estranharia o facto e, inteligentemente, não deixaria de lhe perguntar as vezes que fossem precisas. O que ela parece sentir necessidade de dizer hoje é que não, especulando a posteriori sobre uma possível “avaliação” que fosse no momento chamada a fazer de si para si, que eticamente esta situação seria e que é reprovável. De acordo, não vejo que possa ser diferente.
Quanto ao segundo par, mais interessante, a situação decorre, azaradamente, por não ter percebido a tempo («foi uma surpresa», «não fazia a mínima ideia», etc.) o que alegadamente se estaria a passar. Mais, e se me é permitida uma leitura particular, quando ela sente necessidade de citar o telefonema com I. parece rever-se hoje em algumas das frases mais assertivas que lhe foram ditas. Em especial, e não poderia deixar de ser assim, reconheça-se que é seguramente bastante perturbador que uma mulher emancipada como a Fernanda Câncio seja hoje apresentada pelo CM como «sustentada» por um gajo e/ou pelo seu amigo.
«…dispor a seu bel-prazer de quantias avultadas de dinheiro vivo…»
Mas então o Sócrates ia ao cofre do Santos Silva sem ele saber ? Como ? Roubou-lhe a chave e o Silva não se queixou ? Que coisa éticamente tão estranha, de facto! E que pachorra que é preciso para conviver com gente sempre tão disponivel para condenar os outros em processos de intenção sumarissimos !
Val, sempre achei a F.C. uma profissional do jornalismo como eu o entendo, dando uma informação objectiva sobre os factos em análise e – quando caso disso – apresentando a sua opinião com a qual de modo geral eu concordava…
Quando vi a capa da Visão confesso que ainda pensei que era uma amostra enganadora do que F.C. teria escrito no texto completo…. Mas afinal, que tristeza! Ela embarcou na pior das soluções possíveis para justificar uma RELAÇÃO PESSOAL que – supomos – nada tinha a ver com politica!!!!
Assim, e porque ele o diz melhor do eu aqui iria repetir por outras palavras….E para refrescar os comentários com os que valem realmente a pena….aqui repito parte do que o Ignatz escreveu hoje aqui às 11.13:
” Ignatz
12 de Maio de 2016 às 11:13
Acho que a fernanda câncio perdeu, no mínimo, uma boa oportunidade de estar calada. o artigo da visão, supostamente escrito de livre vontade, amplamente divulgado e debatido na comunicação social antes de estar disponível ao público, já fez pior pela imagem e privacidade da autora do que o efeito a que se propunha. é conferir títulos imprensa, comentários, rádio e tv, um nojo completo. uma profissional da comunicação social deveria prever a merda onde se iria meter. este aqui do observador, que a autora gostou muito, é um bom exemplo:
Mendes, supões tu e supões mal (explicação, supra).
Eticamente reprovável é reclamar um critério diferente para apreciar duas situações idênticas. Por uma vez, o Correio da Manhã mostra coerência. Persegue Fernanda Câncio com a mesma justificação com que persegue José Sócrates, quer meter a colher na relação material entre duas pessoas.
Este processo já fez cair tantas máscaras. Chega a hora de ver a verticalidade de princípios mandada às urtigas em nome do salve-se quem puder e nós e os nossos amigos primeiro.
Descodificas, Lucas?
A Penélope descodificou.
Não descodificou, parte é de um princípio enganador (que lhe dá jeito).
A Penélope ainda não descodificou tudo, talvez por não querer amachucar mais a Câncio.
É que se é “eticamente reprovável” o Sócrates aceitar ir de férias pagas pelo amigo Carlos Santos Silva, também deve ser “eticamente reprovável” a jornalista FC ir de férias pagas pelo namorado Primeiro-Ministro.
Ó Fernanda, agora é que o Francisco Louçã podia vir a público colocar em causa a sua honorabilidade enquanto jornalista, não é ? Afinal para que diabo andou o Sócrates a travar duelos para defender a sua honra no Parlamento ?
E se é “eticamente reprovável” o Sócrates aceitar dinheiro emprestado do amigo Carlos, também deve ser eticamente reprovável a jornalista FC pagar um computador novo com o cartão de crédito do seu namorado Primeiro-Ministro, não acha ?
Jasmim, o que escreveste é de uma gaija muita piolhosa.
“Quer dizer então que a ética é a prática da maioria ?!”
Caro MRocha,
Eu tive o cuidado de dizer expressamente “O facto de essa posição incluir pessoas de diferentes áreas políticas, com diferentes experiências de vida, muitos delas pessoas que consideramos, … não valida nenhum normativo …”. Precisamente porque a ética nunca seria a prática da maioria, tal como (na minha opinião) a ética não é a lei.
O que eu quis dizer, perdoe-me se não foi claro, é que no julgamento ético individual de cada um de nós (nem todos, certamente) pesará a análise de “pessoas de diferentes áreas políticas, com diferentes experiências de vida, muitos delas pessoas que consideramos, …”. No julgamento ético individual de cada um de nós.
Tal como pesa, pelo menos no meu, o facto de os montantes serem entregues em dinheiro vivo e não por cheque. Ainda há pouco tempo se discutia porque é que determinadas pessoas utilizam offshores, ainda que isso não seja ilegal, e o facto de eles serem utilizados era mais do que suficiente para um juízo social crítico. Porquê? Porque a nossa experiência de vida nos diz que os offshores são utilizados muito frequentemente para ocultar a circulação e proveniência de fundos. Claro que esse julgamento, essa generalização, até pode ser injusto para outros casos específicos e, por si só, não tem relevância judicial (colocar dinheiro em offshores é legal).
O caso do “dinheiro vivo” versus “cheques” é exactamente igual. A nossa experiência de vida diz-nos que, em geral, quem opta por transacções em dinheiro vivo em vez de cheques pretende de alguma forma ocultar essas transacções. Tal é inclusivamente corroborado pelo facto de a Zona Euro ir inclusivamente acabar com as notas de 500 euros. É esse facto relevante para um julgamento judicial? Presumo que não. Mas contribui para o meu julgamento individual sobre a conduta ética de um ex-primeiro ministro, nomeadamente quando os montantes envolvidos são (para mim, pelo menos) avultados.
“Tal é inclusivamente corroborado pelo facto de a Zona Euro ir inclusivamente acabar com as notas de 500 euros.”
pois, podia era acabar com a mama das tributações diferenciadas entre estados da união que permitem ao pinguço e demais merceeiros fugir aos impostos, pôr o dinheiro ao fresco sediando os supermercados na holanda e chamar estúpidos aos clientes que pagam impostos.
Não Eric, é de uma senhora que paga sempre as suas contas, e não aceita presentes que não venham devidamente embrulhados e com um laçarote irrepreensível.
Desisto, a explicação pode ser simples mas nem assim lá chego
Presumo que isto se refere à entrevista da Nanda.
Mas depois da gloriosa inauguração do Túnel do Marão que deixou a Direita à beira de um ataque de nervos (imagino o estado em terá ficado a Troika de Investigadores) é este o contra-ataque ??????
Que fraquinhos que eles estão, não acham ?
Já gastaram toda a nitroglicerina ?
A sério ? já não têm mais bombas para estoirar ?
Pois, parece que não !
Ah … e depois há ainda a suprema provocação de terem mandado para casa o José Veiga, com polícia à porta (nada de pulseiras), ao fim de 3 meses (nada de ficar quase1 ano na prisa) !!!
E até pode ficar livre se pagar uma caução de 1,2 milhões !
Parece que afinal o problema do Sócrates era ser um pelintra, e eles sempre o souberam ####
É rapazes, isto é que é “justiça”, hein !!
Sugere então o Jasmim que por detrás das declarações de FC estão os direitolas, como por aqui se chama a todos os que não juram por JS ou, pior, o MP? É tudo a mesma coisa, eu sei.
Com que então a Sr.ª Câncio julgava que l´appartement tinha sido arrendada a uns franciús?
Mas como é que o nosso caro Engenheiro permitiu que a sua ex laborasse em tão lamentável equivoco?
Isto por aqui está um bocado morto hoje. Cadê o Strummer, o Neves, a Olinda, o Ignatz, e tutti quanti?
Obrigado, José Lopes. Finalmente levantada uma ponta do véu que encobre a acusação em gestação! O Napoleão do Crime que fez tremer as instituições e lançou a matilha jornalhística na maior caça ao homem desde o assalto ao comboio-correio, vai portanto ser acusado de não ter revelado a uma ex-namorada que a casa da Paris onde nunca a levou, nem é do tempo do seu namoro, era propriedade do seu amigo Santos Silva. É verdade que, segundo parece, também nunca lhe disse o contrário, e nem sequer que a casa lhe tinha sido alugada por franciús ou outros quaisquer, mas não é preciso. Já basta o que basta. É absolutamente intolerável que um ex-primeiro-ministro não revele tudo sobre a sua vida presente e futura a todas as suas ex-namoradas. Julgamento e condenação já! Ah, não, esperem aí, primeiro é preciso acusação formal. Não se sabe bem porquê ou para quê, mas é um pro-forma necessário…
As duas grandes incógnitas do Twitter, com que raio de nomes tu e o Pacheco por lá andam .
Boa noite, gajo.
Pessoalmente continuo a tentar perceber o que é que a relação pecuniária entre dois amigos deveria ser considerada “no mínimo eticamente reprovável”.
demorou pouco tempo para aparecer aqui um nabo cheio de certezas.
“no mínimo eticamente reprovável”
Ênfase na expressão “no mínimo”. E “no máximo”?
A expressão “no mínimo eticamente reprovável” explica a indiferença da generalidade dos actores públicos às incidências do processo judicial. Não a justifica, nem deve permitir (no plano jurídico) “condenar ou absolver” Sócrates na praça pública, mas explica a indiferença. Ninguém (ou quase ninguém) está disposto a defender possíveis (discutíveis até no plano jurídico) incidentes processuais de um processo judicial a propósito de alguém que praticou actos “no mínimo eticamente reprováveis”, nomeadamente políticos no activo.
No plano ético, a condenação a Sócrates é generalizada. Resta esperar pela decisão no plano judicial. Embora possivelmente injusta, a contaminação no domínio público é inevitável.
O grande dilema de Sócrates, (e de Vara)é a subtileza política dos correlegionários políticos onde se envolveram ingenuamente, quando jovens.
Todos se isolaram dos dois como se tivessem lepra.
acho que a fernanda câncio perdeu, no mínimo, uma boa oportunidade de estar calada. o artigo da visão, supostamente escrito de livre vontade, amplamente divulgado e debatido na comunicação social antes de estar disponível ao público, já fez pior pela imagem e privacidade da autora do que o efeito a que se propunha. é conferir títulos imprensa, comentários, rádio e tv, um nojo completo. uma profissional da comunicação social deveria prever a merda onde se iria meter. este aqui do observador, que a autora gostou muito, é um bom exemplo:
http://observador.pt/2016/05/11/fernanda-cancio-detencao-jose-socrates-enorme-choque-mim/
depois temos os nojentos do costume
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/cancio_desmente_socrates.html
a direita aplaude, os mais cínicos põem-lhe a mão no ombro e coitadinha-foi-enganada e os broncos aproveitam para insultar, do cunha/basófias à moura guedes, há para todos os gostos. até aquele embaixadorzeco de direita que se diz de esquerda já fez um poste a dizer: é pá não te conhecia pessoalmente, mas não disseste aquilo que escreveste e só faltou marcar um encontro para discutir o assumpto. portanto está tudo a correr bem, ninguém fala da sova que o costa deu ontém ao bábálú e entretanto a comunicação social vai preparando a cabeça do povo para o ministério público anunciar que deduziu acusação contra o sócras. portantes, tudo bués de oportuno e eficaz.
Teresa, olha que há explicações muito mais simples para o fenómeno (o meu, o do Pacheco creio que nem os deuses o conseguem explicar).
Caro anónimo das 10.33,
Gostei de ler a sua explanação, que está muito bem construída, mas que não esclarece o essencial: qual o normativo que explicita o que é éticamente aceitável/ reprovável na relação pecuniária entre dois amigos ?
“qual o normativo que explicita o que é éticamente aceitável/ reprovável na relação pecuniária entre dois amigos ”
Caro MRocha,
Eu não sou especialista em ética, que é uma disciplina muito importante do saber, logo direi apenas a minha opinião de leigo.
Não há nenhum normativo explícito, nem poderia haver um que fosse universalmente aceite (do meu ponto de vista). Cada um terá a sua perspectiva, fundamentada no seu conhecimento, na sua experiência de vida, na sua estrutura de valores …
E, do ponto de vista individual, isso resultará necessariamente numa avaliação diferente de indivíduo para indivíduo. E podemos argumentar contra ou a favor de uma determinada perspectiva (argumentar ou discutir é sempre muito importante), mas não tenhamos qualquer dúvida que nunca chegaremos a um normativo consensual.
O que podemos dizer que há (independentemente de ser ou não “correcta” do ponto de vista de cada um de nós), porque é claro e observável, é uma posição muito expressiva na sociedade neste sentido: um ex-primeiro ministro (para não dizer de um qualquer adulto profissionalmente activo) dispor a seu bel-prazer de quantias avultadas de dinheiro vivo (e outras benesses) de um seu amigo (ex-responsável por uma grande construtora que actuou enquanto o ex-primeiro ministro exerceu funções governativas) é “no mínimo eticamente reprovável”.
O facto de essa posição incluir pessoas de diferentes áreas políticas, com diferentes experiências de vida, muitos delas pessoas que consideramos, … não valida nenhum normativo nem um juízo crítico universal e absoluto. Mas não pode deixar de ser considerado quando cada um de nós constrói o seu próprio normativo e o seu juízo.
MR Rocha e anónimo, depois deste texto para aumentar as vendas de uma revista, já não pergunto qual o critério para classificar como eticamente aceitável/reprovável a relação pecuniária entre dois amigos de juventude. Já ficaria satisfeito em entender a diferença nas implicações éticas entre fazer férias a expensas de um namorado ou fazer férias a expensas de um amigo.
«um ex-primeiro ministro (para não dizer de um qualquer adulto profissionalmente activo) dispor a seu bel-prazer de quantias avultadas de dinheiro vivo (e outras benesses) de um seu amigo (ex-responsável por uma grande construtora que actuou enquanto o ex-primeiro ministro exerceu funções governativas) é “no mínimo eticamente reprovável”.»
Então o problema ético está no “bel-prazer” ( interpretação sua, suponho ) , no vulto do dinheiro ( qual seria o vulto adequado ? ), no facto de ser ” dinheiro vivo” ( se tivesse sido em cheque ao portador, teria sido mais ético? ), no ex-oficio do amigo ( qual o ex-oficio eticamente aceitável ), e não no eventual facto de quando o pediu não ter a mínima intenção de o pagar ?!
Quer dizer: depois de um excelente segundo parágrafo em que o caro anónimo elabora sobre a subjectividade circunstancial duma relação privada entre duas pessoas, conclui que no caso singular desta pessoa concreta afinal haveria de ter existido um normativo ético que corresponde ao de “uma posição muito expressiva da sociedade”?! Quer dizer então que a ética é a prática da maioria ?!
Mas que ganda bronca!
A situação não deixa de ser interessante. Por um lado, como se sabe, José Sócrates tinha o seu apartamento de em nome de Santos Silva para esconder que era ele próprio o proprietário. Mas por outro lado, como também se sabe, José Sócrates escondia que o apartamento estava em nome de Santos Silva para que se concluísse que era seu. Faz todo o sentido.
desculpem lá.o apartamento é meu! só que nunca ninguém me perguntou! por o dinheiro não falar,anda muito fdp armado em sério!
o marcelo quando ia passar férias ao brasil tamém pagava os salgadinhos por conta. que eu saiba ninguém investigou ou considerou se cumpria os mínimos éticos e o moço foi calmamente eleito presidente do condomínio. agora dá raves todos os dias, de manhã é infantário, à tarde mercado e à noite é reformados, para preparar a vaga de fundo que o há-de convencer a candidatar-se ao 2º mandato que já disse não fazer parte do projecto. o durão tamém passava férias no iate e na ilha do coutinho, mas tamém não tem problema, essas cenas éticas são só para a esquerda, os direitolos só precisam de nascer uma vez para serem éticamente correctos, mesmo que matem viúvas, escondam escrituras ou façam desaparecer os contratos que os afundam. deus é grande, tem agentes na terra para celebrar contratos de associação a troco de bulas que isentam o cavacal destas cenas.
MRocha de ontem e de hoje das 8:47 e seguintes, que eu me lembre nunca um PM ou um ex-PM português por mais exótico que eles fosse passou por um caso semelhante. E não, a “avaliação” ética que os indivíduos isolados, que os grupos e grupinhos ou que a opinião pública fazem sobre a generalidade das amizades pessoais não podem esquecer este facto.
Perguntar-me-ás, e então qual é a “avaliação” ética que a própria Fernanda Câncio faz hoje do assunto (de Sócrates/Santos Silva e da própria/Sócrates, esquecendo-me propositadamente de outros casos)?
A resposta ao primeiro par, se a entendi bem, está na própria persona criada publicamente por Sócrates (PM ou ex-PM e ex-futuro qualquer coisa): estranharia o facto e, inteligentemente, não deixaria de lhe perguntar as vezes que fossem precisas. O que ela parece sentir necessidade de dizer hoje é que não, especulando a posteriori sobre uma possível “avaliação” que fosse no momento chamada a fazer de si para si, que eticamente esta situação seria e que é reprovável. De acordo, não vejo que possa ser diferente.
Quanto ao segundo par, mais interessante, a situação decorre, azaradamente, por não ter percebido a tempo («foi uma surpresa», «não fazia a mínima ideia», etc.) o que alegadamente se estaria a passar. Mais, e se me é permitida uma leitura particular, quando ela sente necessidade de citar o telefonema com I. parece rever-se hoje em algumas das frases mais assertivas que lhe foram ditas. Em especial, e não poderia deixar de ser assim, reconheça-se que é seguramente bastante perturbador que uma mulher emancipada como a Fernanda Câncio seja hoje apresentada pelo CM como «sustentada» por um gajo e/ou pelo seu amigo.
«…dispor a seu bel-prazer de quantias avultadas de dinheiro vivo…»
Mas então o Sócrates ia ao cofre do Santos Silva sem ele saber ? Como ? Roubou-lhe a chave e o Silva não se queixou ? Que coisa éticamente tão estranha, de facto! E que pachorra que é preciso para conviver com gente sempre tão disponivel para condenar os outros em processos de intenção sumarissimos !
Val, sempre achei a F.C. uma profissional do jornalismo como eu o entendo, dando uma informação objectiva sobre os factos em análise e – quando caso disso – apresentando a sua opinião com a qual de modo geral eu concordava…
Quando vi a capa da Visão confesso que ainda pensei que era uma amostra enganadora do que F.C. teria escrito no texto completo…. Mas afinal, que tristeza! Ela embarcou na pior das soluções possíveis para justificar uma RELAÇÃO PESSOAL que – supomos – nada tinha a ver com politica!!!!
Assim, e porque ele o diz melhor do eu aqui iria repetir por outras palavras….E para refrescar os comentários com os que valem realmente a pena….aqui repito parte do que o Ignatz escreveu hoje aqui às 11.13:
” Ignatz
12 de Maio de 2016 às 11:13
Acho que a fernanda câncio perdeu, no mínimo, uma boa oportunidade de estar calada. o artigo da visão, supostamente escrito de livre vontade, amplamente divulgado e debatido na comunicação social antes de estar disponível ao público, já fez pior pela imagem e privacidade da autora do que o efeito a que se propunha. é conferir títulos imprensa, comentários, rádio e tv, um nojo completo. uma profissional da comunicação social deveria prever a merda onde se iria meter. este aqui do observador, que a autora gostou muito, é um bom exemplo:
Mendes, supões tu e supões mal (explicação, supra).
Eticamente reprovável é reclamar um critério diferente para apreciar duas situações idênticas. Por uma vez, o Correio da Manhã mostra coerência. Persegue Fernanda Câncio com a mesma justificação com que persegue José Sócrates, quer meter a colher na relação material entre duas pessoas.
Este processo já fez cair tantas máscaras. Chega a hora de ver a verticalidade de princípios mandada às urtigas em nome do salve-se quem puder e nós e os nossos amigos primeiro.
Descodificas, Lucas?
A Penélope descodificou.
Não descodificou, parte é de um princípio enganador (que lhe dá jeito).
A Penélope ainda não descodificou tudo, talvez por não querer amachucar mais a Câncio.
É que se é “eticamente reprovável” o Sócrates aceitar ir de férias pagas pelo amigo Carlos Santos Silva, também deve ser “eticamente reprovável” a jornalista FC ir de férias pagas pelo namorado Primeiro-Ministro.
Ó Fernanda, agora é que o Francisco Louçã podia vir a público colocar em causa a sua honorabilidade enquanto jornalista, não é ? Afinal para que diabo andou o Sócrates a travar duelos para defender a sua honra no Parlamento ?
E se é “eticamente reprovável” o Sócrates aceitar dinheiro emprestado do amigo Carlos, também deve ser eticamente reprovável a jornalista FC pagar um computador novo com o cartão de crédito do seu namorado Primeiro-Ministro, não acha ?
Jasmim, o que escreveste é de uma gaija muita piolhosa.
“Quer dizer então que a ética é a prática da maioria ?!”
Caro MRocha,
Eu tive o cuidado de dizer expressamente “O facto de essa posição incluir pessoas de diferentes áreas políticas, com diferentes experiências de vida, muitos delas pessoas que consideramos, … não valida nenhum normativo …”. Precisamente porque a ética nunca seria a prática da maioria, tal como (na minha opinião) a ética não é a lei.
O que eu quis dizer, perdoe-me se não foi claro, é que no julgamento ético individual de cada um de nós (nem todos, certamente) pesará a análise de “pessoas de diferentes áreas políticas, com diferentes experiências de vida, muitos delas pessoas que consideramos, …”. No julgamento ético individual de cada um de nós.
Tal como pesa, pelo menos no meu, o facto de os montantes serem entregues em dinheiro vivo e não por cheque. Ainda há pouco tempo se discutia porque é que determinadas pessoas utilizam offshores, ainda que isso não seja ilegal, e o facto de eles serem utilizados era mais do que suficiente para um juízo social crítico. Porquê? Porque a nossa experiência de vida nos diz que os offshores são utilizados muito frequentemente para ocultar a circulação e proveniência de fundos. Claro que esse julgamento, essa generalização, até pode ser injusto para outros casos específicos e, por si só, não tem relevância judicial (colocar dinheiro em offshores é legal).
O caso do “dinheiro vivo” versus “cheques” é exactamente igual. A nossa experiência de vida diz-nos que, em geral, quem opta por transacções em dinheiro vivo em vez de cheques pretende de alguma forma ocultar essas transacções. Tal é inclusivamente corroborado pelo facto de a Zona Euro ir inclusivamente acabar com as notas de 500 euros. É esse facto relevante para um julgamento judicial? Presumo que não. Mas contribui para o meu julgamento individual sobre a conduta ética de um ex-primeiro ministro, nomeadamente quando os montantes envolvidos são (para mim, pelo menos) avultados.
“Tal é inclusivamente corroborado pelo facto de a Zona Euro ir inclusivamente acabar com as notas de 500 euros.”
pois, podia era acabar com a mama das tributações diferenciadas entre estados da união que permitem ao pinguço e demais merceeiros fugir aos impostos, pôr o dinheiro ao fresco sediando os supermercados na holanda e chamar estúpidos aos clientes que pagam impostos.
Não Eric, é de uma senhora que paga sempre as suas contas, e não aceita presentes que não venham devidamente embrulhados e com um laçarote irrepreensível.
Desisto, a explicação pode ser simples mas nem assim lá chego
Val, O Justiceiro de palavra em punho. :-)