Nobre, a salsicha

Houve um tempo em que me fartei de votar no Fernando Nobre. Durou até há bocadinho. Depois de passamentos nos braços em cenários internacionais, hecatombes várias e esmagamento de civis, galinhas com pedaços de pão no bico perseguidas por crianças esfomeadas e o fálico agitar de um bisturi em direcção aos céus, a que se junta o anátema da classe política por atacado, concluo que estou perante uma mistela populista para intestinos grossos.

16 thoughts on “Nobre, a salsicha”

  1. O chouriço mouro do Belmiro de Azevedo ao serviço da filosofia “não-populista” do Valupi:

    “A criação de riqueza decorre naturalmente de um processo em que as pessoas talentosas, experientes e transparentes estabelecem relações de confiança, são inovadoras, criativas e constroem riqueza. E a riqueza, dependendo do sistema em que se vive, é acumulada numa empresa, numa instituição, numa fundação, e é, ou não é, reinvestida. A parte menos importante é quem detém a riqueza, porque ninguém leva a riqueza para a cova. A riqueza acaba por se transmitir de várias formas, por vezes até de forma pouco ortodoxa. Uma pessoa que tem muito dinheiro e o estraga em grandes jantaradas, está a distribuir riqueza de uma maneira, aparentemente incorrecta, mas o importante é que se, se tem dinheiro a mais, que o passe para outro lado qualquer. Que o passe para as pessoas que o serviram, para os fornecedores dos equipamentos que ele utilizou, para o dono desse negócio. Portanto, o dinheiro tem é que circular, tem é que passar por um circuito virtuoso. O dinheiro é apenas um elemento para criar riqueza. A riqueza passa de mão em mão. O importante é que o dinheiro circule.”

  2. Não gostei do “comedimento”, da “delicadeza”, da “tibieza”, do Comentário.

    Esta gente tem de ser tratada doutra forma.

    Desancada, até ficar com o esqueleto à vista!!!!!

    ACÁCIO LIMA

  3. Ó Cácio, essa de ficar com o “esqueleto à mostra” tem mais a ver com o Departamento de Radiologia, e, pensando bem nisso, até tem razão. Mais que a TV, a “Rádio” é que anda a entalar a malta toda.

    E não se esqueça de tirar a puta da vírgula que meteu depois da palavra “tibieza”. Não faz lá falta, obriga a travagens desnecessárias e distrai o leitor. E porque fica mais solene sem esse chumbo intermetido que tanto prejudica a nitidez da sua foto.

  4. Nao tenho tempo para ver televisão, contudo,a levar em conta o que dizes, essa performance de Nobre era previsível.
    Espero uma campanha Alegre e quente com cavacos a arder.
    Bem que podias mandar daqui umas axas…

  5. Val, esta eleição do próximo PR é demasiado séria para brincarmos aos “espertos e eruditos” ao avaliarmos os candidatos existentes. M. Alegre, em quem não votei – eu votei Mário Soares – não é fiável – nem para o BE, quanto mais para o PS. Concordo consigo sobre o sobressalto que teria ao aguardar as decisões que aquela cabeça poderia tomar…! Mesmo como poeta já está “reformado”, “PUM”!
    Mas, se de inicio julguei o Fernando Nobre uma hipótese possível, a verdade é que não tem o mínimo perfil mental de politico, muito menos de 1ª figura de Estado.
    Quanto a Cavaco nem quero pensar que a direita – embora alguns “à contre-coeur” – lhe vai dar os votos para o eleger à primeira volta…!
    Os outros dois candidatos, nem é preciso referir.
    Lamento, como o JPCosta, a ausência do Garcia Pereira, que talvez tivesse a coragem de se assumir com lucidez e independência um Presidente à altura do momento politico que vivemos.

    Então, como votar? Ah, não!, eu não vou “lavar as minhas mãos” da responsabilidade de escolher!

  6. E eu concordo em absoluto com as tuas, Da Costa.
    E sim, já fui fã do Alegre.
    Em tempos também fui fã dos Ramones, mas as coisas mudam e as miúdas começaram a gostar de outras músicas e uma pessoa deixa-se arrastar por estas mudanças provocadas passagem do tempo, sei lá…

    (Mas confesso que dos Ramones só gostava mesmo por causa das garinas, eu estava mais na onda do Sting e assim.)

  7. O cromo socratista do Valupi atira-se a Fernando Nobre com a verve bruta do paquiderme entre loiça. O que se estranha nesse ataque gratuito e desproporcionado é que a barragem de fogo vá para cima de alguém mediaticamente irrelevante. Trata-se de um bom sinal. Nobre arrisca-se a fazer à candidatura de Alegre o que Alegre fez à de Soares, há cinco anos: humilhá-la. É o mais certo até porque as vozes do Sistema Corrupto Partidocrata cantam o seu canto do cisne precisamente com asnos portentosos como o Valupi. Alegre merece estatelar-se. Anulou-se e desbaratou apoios mergulhando numa antítese política, entre o PS-Governo, um farrapo, e o BE, uma inconsequência protestativa.

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