Houve um tempo em que me fartei de votar no Fernando Nobre. Durou até há bocadinho. Depois de passamentos nos braços em cenários internacionais, hecatombes várias e esmagamento de civis, galinhas com pedaços de pão no bico perseguidas por crianças esfomeadas e o fálico agitar de um bisturi em direcção aos céus, a que se junta o anátema da classe política por atacado, concluo que estou perante uma mistela populista para intestinos grossos.
Ah, a pobreza, a pobreza e o seu nobre e solidário cavalgar
Lá assisti ao 1º debate das presidenciais
http://www.youtube.com/watch?v=rVZKAFhgGHQ
Nem mais nem menos. Estamos bem fornicados com o lote de candidatos que esta esquerda maluca nos arranjou…
O chouriço mouro do Belmiro de Azevedo ao serviço da filosofia “não-populista” do Valupi:
“A criação de riqueza decorre naturalmente de um processo em que as pessoas talentosas, experientes e transparentes estabelecem relações de confiança, são inovadoras, criativas e constroem riqueza. E a riqueza, dependendo do sistema em que se vive, é acumulada numa empresa, numa instituição, numa fundação, e é, ou não é, reinvestida. A parte menos importante é quem detém a riqueza, porque ninguém leva a riqueza para a cova. A riqueza acaba por se transmitir de várias formas, por vezes até de forma pouco ortodoxa. Uma pessoa que tem muito dinheiro e o estraga em grandes jantaradas, está a distribuir riqueza de uma maneira, aparentemente incorrecta, mas o importante é que se, se tem dinheiro a mais, que o passe para outro lado qualquer. Que o passe para as pessoas que o serviram, para os fornecedores dos equipamentos que ele utilizou, para o dono desse negócio. Portanto, o dinheiro tem é que circular, tem é que passar por um circuito virtuoso. O dinheiro é apenas um elemento para criar riqueza. A riqueza passa de mão em mão. O importante é que o dinheiro circule.”
Não gostei do “comedimento”, da “delicadeza”, da “tibieza”, do Comentário.
Esta gente tem de ser tratada doutra forma.
Desancada, até ficar com o esqueleto à vista!!!!!
ACÁCIO LIMA
Ó Cácio, essa de ficar com o “esqueleto à mostra” tem mais a ver com o Departamento de Radiologia, e, pensando bem nisso, até tem razão. Mais que a TV, a “Rádio” é que anda a entalar a malta toda.
E não se esqueça de tirar a puta da vírgula que meteu depois da palavra “tibieza”. Não faz lá falta, obriga a travagens desnecessárias e distrai o leitor. E porque fica mais solene sem esse chumbo intermetido que tanto prejudica a nitidez da sua foto.
Subscrevo totalmente as palavras do Tuby – mas, ouve lá, tu não eras fã do Alegre? Lamento, novamente, a ausência do Garcia Pereira.
Nao tenho tempo para ver televisão, contudo,a levar em conta o que dizes, essa performance de Nobre era previsível.
Espero uma campanha Alegre e quente com cavacos a arder.
Bem que podias mandar daqui umas axas…
Val, esta eleição do próximo PR é demasiado séria para brincarmos aos “espertos e eruditos” ao avaliarmos os candidatos existentes. M. Alegre, em quem não votei – eu votei Mário Soares – não é fiável – nem para o BE, quanto mais para o PS. Concordo consigo sobre o sobressalto que teria ao aguardar as decisões que aquela cabeça poderia tomar…! Mesmo como poeta já está “reformado”, “PUM”!
Mas, se de inicio julguei o Fernando Nobre uma hipótese possível, a verdade é que não tem o mínimo perfil mental de politico, muito menos de 1ª figura de Estado.
Quanto a Cavaco nem quero pensar que a direita – embora alguns “à contre-coeur” – lhe vai dar os votos para o eleger à primeira volta…!
Os outros dois candidatos, nem é preciso referir.
Lamento, como o JPCosta, a ausência do Garcia Pereira, que talvez tivesse a coragem de se assumir com lucidez e independência um Presidente à altura do momento politico que vivemos.
Então, como votar? Ah, não!, eu não vou “lavar as minhas mãos” da responsabilidade de escolher!
Bolas, eu também não gostei, mas escusavas ser assim com o pobrezinho…
E eu concordo em absoluto com as tuas, Da Costa.
E sim, já fui fã do Alegre.
Em tempos também fui fã dos Ramones, mas as coisas mudam e as miúdas começaram a gostar de outras músicas e uma pessoa deixa-se arrastar por estas mudanças provocadas passagem do tempo, sei lá…
(Mas confesso que dos Ramones só gostava mesmo por causa das garinas, eu estava mais na onda do Sting e assim.)
Pois imagino, não vi, estava no jantar.
Fosga-se, tanta pomba assassinada! Os caríssimos ainda acreditam no Pai Natal.
O cromo socratista do Valupi atira-se a Fernando Nobre com a verve bruta do paquiderme entre loiça. O que se estranha nesse ataque gratuito e desproporcionado é que a barragem de fogo vá para cima de alguém mediaticamente irrelevante. Trata-se de um bom sinal. Nobre arrisca-se a fazer à candidatura de Alegre o que Alegre fez à de Soares, há cinco anos: humilhá-la. É o mais certo até porque as vozes do Sistema Corrupto Partidocrata cantam o seu canto do cisne precisamente com asnos portentosos como o Valupi. Alegre merece estatelar-se. Anulou-se e desbaratou apoios mergulhando numa antítese política, entre o PS-Governo, um farrapo, e o BE, uma inconsequência protestativa.
Seja o que for Fernando Nobre, comparado com a concorrência é sempre uma tablete de chocolate (também uma mistela populista) que caíu na retrete. E parece-me que, mistela por mistela…
As garinas têm as costas largas. E ainda bem.