No jornalismo o que parece é

Sobre a investigação judicial em curso não vale a pena dizer muito mais do que, no respeito pelos princípios elementares do Estado de direito, Lula é inocente até trânsito em julgado. Mas em política o que parece é. E, por estes dias, a conduta lulista não é muito diferente da dos coronéis corruptos que se eternizavam no poder para fugir à justiça. Em Portugal, por exemplo, onde vivemos tempos difíceis com um ex-primeiro-ministro indiciado por corrupção e outros crimes deploráveis para um servidor público, foram muito criticados em certos círculos o silêncio e a atitude distante de António Costa em relação à situação judicial do seu antigo chefe de partido, que fez sempre passar a narrativa de que está a ser vítima de um processo puramente político. Na verdade, e independentemente das motivações do agora chefe de governo, a consequência do distanciamento de Costa face ao processo contribuiu para a saúde do regime e prova que aprendeu com os erros cometidos no início do caso Casa Pia, enquanto líder parlamentar do PS. O que estas duas condutas revelam é, desde logo, a diferença entre uma democracia madura e consolidada e outra à beira do colapso, para gáudio dos saudosistas da ditadura militar.


Nuno Saraiva

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A nossa classe jornalística é muito pior do que a nossa classe política. Algo que não se discute em lado algum porque, lá está, os jornalistas não serão os melhores observadores do fenómeno. Excepções à parte, aquilo que ainda pode ser considerado “imprensa de referência” consiste numa agremiação de comadres que têm um dos trabalhos mais fáceis no mundo: escrevinhar ou palrar as suas opiniões acerca dos malandros dos políticos. Para além disso, e para isso se propagar, cuidam do alinhamento ideológico, partidário ou governativo (conforme as conjunturas e contextos) que os seus patrões estabelecem (explícita ou implicitamente) para os órgãos de comunicação em causa. E não é um acaso o facto de não haver qualquer meio onde se detecte um favorecimento do PS, sendo o contrário quase ubíquo. O DN é uma caixa de Petri deste regime que influencia decisivamente a opinião pública, a vivência cívica e os resultados eleitorais. Daí o interesse em analisarmos a tipologia mais assumidamente política da classe jornalística enquanto instituição, os “editoriais”.

Este exercício do Saraiva é um manual de falácias prontas a servir aos borregos. Cada uma das frases no bloco citado ou é oca ou consiste numa descarada deturpação. Em sintonia, formam a clássica canção do bandido. Vejamos.

"Sobre a investigação judicial em curso não vale a pena dizer muito mais do que, no respeito pelos princípios elementares do Estado de direito, Lula é inocente até trânsito em julgado."

Isto é um sofisma embrulhado numa tautologia. A tautologia consiste na equivalência entre os princípios do Estado de direito e a condição de inocente até trânsito em julgado. Acaso o autor acha que os seus leitores ignoram essa correlação? Pensará que está a dar uma novidade à populaça? Não, ele está é a querer justificar o seu silêncio sobre a “investigação judicial em curso”. Ou seja, Saraiva foge a ter de emitir opinião sobre partes da investigação. Quais partes? A frase seguinte dá a resposta.

"Mas em política o que parece é."

Uma frase oca, um bordão asinino, cuja utilidade é tão-só falaciosa. Serve-lhe para definir o que seja a “política” e, assim, poder falar das partes da “investigação judicial em curso” que lhe interessam neste momento. Pelos vistos, a Justiça brasileira no seu todo, e o actuação dos magistrados brasileiros neste caso, não pertencem à esfera da política ou não podem ser também avaliados politicamente seja quanto a actos, omissões ou consequências desses actos e omissões. Para o Saraiva, “política” é aquilo que os “políticos” fazem que dê para aparecer num editorial da sua autoria ou que seja pasto para explorações à canzana pelos tablóides e simpatizantes do estilo desde que possam atingir alvos da sua predilecção. A expressão “em política o que parece é” valida todas as campanhas negras, as quais, precisamente, chafurdam nessa lógica onde se espalham suspeitas, difamações e calúnias de forma a que os visados sejam vistos pela comunidade tal como são retratados pelos seus inimigos. As frases seguintes cumprem este plano.

"E, por estes dias, a conduta lulista não é muito diferente da dos coronéis corruptos que se eternizavam no poder para fugir à justiça."

Saraiva sabe que existiram “coronéis corruptos”, talvez por ter estudado o assunto, e que entre eles e Lula não há grandes diferenças. Como é que chegou a essa conclusão? Como é que ele se permite comparar um regime ditatorial fundado no medo e em assassinatos políticos com a possibilidade que a actual Constituição brasileira oferece a Lula de obter uma qualquer alteração no processo judicial onde é visado? Para censurar a sua opção adentro de uma democracia e do tal Estado de direito invocado é preciso ir buscar os coronéis? Que nome vamos dar a uma escola de jornalismo que segue estes critérios?

"Em Portugal, por exemplo, onde vivemos tempos difíceis com um ex-primeiro-ministro indiciado por corrupção e outros crimes deploráveis para um servidor público, foram muito criticados em certos círculos o silêncio e a atitude distante de António Costa em relação à situação judicial do seu antigo chefe de partido, que fez sempre passar a narrativa de que está a ser vítima de um processo puramente político."

Dos coronéis de pistola a cavalo no sertão saltamos para Sócrates e Costa. Mais uma vez, pagava para saber a quem se refere quando fala em “certos círculos” que terão criticado Costa pela forma como lidou com a prisão de Sócrates. Certos círculos? Vale tanto como dizer certos triângulos, certos rectângulos, certos trapézios. De quem fala? Esta forma de sugerir que está na posse de um conhecimento especial, ou quiçá de estar em diálogo cifrado com alguém capaz de o descodificar, também é algo que se aprende nas escolas de jornalismo ou vem com a tarimba? A ideia é a de usar uma expressão à prova de verificação para poder espalhar a mensagem. A mensagem é: Costa conseguiu evitar ser apanhado pelo corrupto Sócrates que anda para aí a fingir-se de vítima.

"Na verdade, e independentemente das motivações do agora chefe de governo, a consequência do distanciamento de Costa face ao processo contribuiu para a saúde do regime e prova que aprendeu com os erros cometidos no início do caso Casa Pia, enquanto líder parlamentar do PS."

A saúde do regime a que se refere o Saraiva deve ser aquela que, num ano eleitoral, mete o ex-primeiro-ministro e ex-secretário-geral do partido da oposição na prisão sem que se saiba porquê passado um ano e meio e lançando no espaço público uma selvagem campanha de violação de direitos, crimes a envolverem agentes de Justiça e a mais grave degradação do Estado de direito de que há memória em democracia. Como se trata de Sócrates, familiares e amigos, está tudo bem. Ele que não se tivesse metido na política e que não tivesse amigos ricos, é muito bem feito.

"O que estas duas condutas revelam é, desde logo, a diferença entre uma democracia madura e consolidada e outra à beira do colapso, para gáudio dos saudosistas da ditadura militar."

Sem dúvida, ó Saraiva. Entre o Brasil e Portugal há algumas diferenças de monta, vai sem discussão. Apenas não sei se concordo com a tua noção de maturidade e consolidação no que diga respeito a democracias.

85 thoughts on “No jornalismo o que parece é”

  1. Que ganda discurso da Dilma!
    Se pudesse amanhã embarcava pro Brasil para salvar a Revolução, como o Che. :))

    Boa desmontagem Val.
    Esse gajo do Dn e um tipo q todos os dias se olha ao espelho e obviamente não gosta do q ve. E um dos emasculados do jornalismo.
    A RTP estação publica passa o dia a transmitir propaganda anti-governamental brasileira. As outras vão a frente. As 3 irmãs.

  2. …e fazem talk shows com peças anti -governamentais baseadas nas escutas e do doc. enviado por Dilma, quando ela no discurso de ha pouco acabou de esclarecer isso mesmo. E o reviver do caso Socrates tendo o Brasil como espelho. Odio e manipulação a escorrer pelos ecrans de televisão.

  3. “A nossa classe jornalística é muito pior do que a nossa classe política”.

    Diria mesmo, muito mas muitíssimo pior.

  4. . basta ir ao” correio da manha”!uma boa parte desta gente,vende-se aos interesses do patrão e não só: aqui há uns anos,havia gente a vender-se por linha!

  5. Felizmente temos o Valupi, sempre atento, vigilante e disponível para desmascarar (toda) a classe jornalística, jornalista a jornalista, notícia a notícia! Que não lhe doam os dedos, que não se lhe canse a vista: Valupi para a ERC já!
    Só uma pergunta: afinal ainda há ou não jornais de referência? (o Avante não conta)

  6. A TV Record é a CMTV lá do sítio e mostra uns míseros milhares de direitolas na rua a protestar contra a Dilma !
    Isto num país com 200 milhões de pessoas !

  7. Distinto Valupi

    A direita, nos limites da defesa dos seus interesses, substituiu as tropas, descobrindo que os magistrados poderiam fazer melhor do que os coronéis. Sob o manto diáfano da legalidade, o que limpa a consciência de todos os jornaleiros, a contra-revolução tornou-se asséptica.

  8. Muito bem dito: “a direita descobriu que os magistrados poderiam fazer melhor do que os coronéis”. Só acrescento: se aliados à legião de jornalistas mercenários, além de eficazes são imbatíveis. A democracia encontrou a sua forma de levar a cabo golpes de estado.

  9. anonimo, o único jornal de referência em Portugal é a Dica da Semana. O resto é lixo e propaganda fascista.
    Se ainda não tinhas reparado ficas agora a saber.

  10. O Nuno Saraiva parece que apoia a ideia que a Dilma devia ter feito com Lula o mesmo que Costa fez com Sócrates.

    Isto é, “contas com o Jorge e Jorge na rua”

    Ou estarei enganado com o Nuno?

  11. A imunidade pelo cargo,estendida ao primeiro-ministro,foi criada para o Sócrates ,em 2007,para escapar a corrupção do caso Freeport.Não se esqueçam que os dois juízes relatores ,que tiveram o “atrevimento” de colocar 27 perguntas ao meliante,identificaram transferências efectuadas para a Ilhas Caimão,por meia dúzia de comparsas do golpe

  12. Ó tochamuças, e anónimo das 15, e quejandos que tais:
    Era tempo de parar com alarvices, mesmo para irresponsáveis da cidadania. Que a questão é muito séria, porra!

  13. O método dos pensadores de direita como esse e como todos os iguais em todos os jornais e blogs é seleccionar um conjunto de adjectivos e depois enjambrar umas frases para os encaixar. O objectivo não é distribuir conhecimento é distribuir adjectivos.

  14. Eu também vejo um idiota, mas não é o Saraiva, pelo menos neste texto, cujo significado é tão claro e tão simples que uma criança de sete anos consegue entendê-lo : o que se passa hoje no Brasil é a demonstração evidente que Costa fez muito bem em não se pronunciar sobre o caso Socrates, nem num sentido, nem no outro, o que é a unica forma responsavel de respeitar a presunção de inocência e a independência da justiça. Mais, o que se passa no Brasil, mostra que quem brinca com estes dois valores cria uma situação de ameaça para a democracia.

    Presumo que queiras dizer, la muito no fundo, que este principio vale nos dois sentidos e que devemos permanecer vigilantes tanto em relação aos abusos do poder executivo como aos do poder judicial.

    Nada no texto do Saraiva diz o contrario…

    Boas

  15. João Viegas, terias toda a razão, não fosse o caso, em Portugal, de os magistrados andarem a brincar com a justiça. Para quem quiser ver, os magistrados politizaram a justiça, tendo aprendido muito bem a lição com os políticos democratas do “centrão”, que foram usando, à vez, o poder judicial para as suas guerrilhas. Neste inicio do milénio, já com a lição bem aprendida, os homens da justiça decidiram tomar o poder judicial e tomar partido. Por a acaso, ou nada por acaso, tomaram o partido do mais forte, deixando claro que a cobardia oportunista, demonstrada durante a ditadura, fez caminho na democracia. Se quiser, João Viegas, continue na branda e costumeira inocência lusa , e repita muitas vezes, como os Costas deste país: “à justiça o que é da justiça”. E não se rale muito com inocentes serem perseguidos e metidos na prisão com ou provas ou sem elas, porque, agora, para os nossos magistrados basta a “ressonância da verdade” e o conluio da voz dos jornais e televisões (seus donos e seus caniches). No caso de Sócrates, nem precisaram de factos nem de provas para o prender pelo tempo que entenderam, torcendo as leis e prazos da justiça conforme as conveniência dos senhores magistrados.

  16. Cara Maria Abril,

    Ainda que v. possa ter razão em relação ao risco de instrumentalização da justiça, a pior forma de reagir é a que vemos no Brasil, com os resultados que estão à vista. E’ apenas isso que o Saraiva esta a dizer neste texto e esta carregadissimo de razão. Socrates é inocente e o processo que lhe foi movido é instrumentalização ? O futuro e a autoridade judicial encarregar-se-ão de o dizer… Em “presunção de inocência”, a palavra inocência aplica-se a todos, incluindo ao juiz. E se reparar bem, ha outra palavra na expressão, a palavra “presunção”. Não esta la por acaso…

    Mas, ao deixar a autoridade judicial actuar, não corremos o risco de permitir um abuso que nunca sera punido ? Talvez. Ninguém nega que existe este risco. Mas ha outros. Por exemplo, consta que existem graves abusos em matéria de corrupção e que em muitos casos os culpados não são apanhados nem punidos. No entanto, não andamos por ai com pistolas à cinta feitos Clint Eastwoods…

    Ja ouviram falar numa coisa chamada Estado de Direito ?

    Boas

  17. qual estado de direito, qual caralho! ganha juízo viegas, num país onde a justiça não cumpre a lei, táss cagando nos prazos, o segredo é violado ou evocado conforme dá jeito ou benefícios ao investigador, que investiga denúncias anónimas sem fundamento e ignora casos fundamentados para perseguir políticos de esquerda e proteger os de direita, é certamente um estado de direita, onde as leis não têm qualquer valor e o direito se transforma em auto de fé. depois aparecem gajos como tu a discutir vírgulas e cenários hipotéticos para convencer a malta que existe um estado de direito em portugal.

  18. “qual estado de direito, qual caralho! ” foi exactamente isto que a Dilma e o Lula pensaram. O resultado esta à vista… Ha muitas considerações sabias e ponderadas no teu comentario, Ignatz, falho é em ver quais são as que mostram que o Saraiva tenha escrito uma burrice…

    Boas

  19. Numa democracia, ou arremedo dela, a melhor forma de não chegarmos ao ponto de andar aos tiros uns aos outros é denunciar a podridão onde ela comece a alastrar, seja entre políticos, seja entre magistrados. E já é mais que evidente que a podridão passou dos políticos aos magistrados, tendo estes tomado partido por um dos lados. Fechar o os olhos ‘ é ser conivente com a podridão. Mas há quem goste, pensando que há-de escapar entre os pingos da merda que vai caindo.

  20. ò viegas, se não fosses envergonhadamente tendencioso e intencionalmente desinformado admitirias que o estado de direito já foi, não há volta a dar-lhe e a caldeirada de lula. sinceramente, vislumbras algum estado de direito no brasil e em portugal com estas cenas da justiça? e o que é que propões? que os visados fiquem quietinhos, não se mexam, aguardem em silêncio e não contestem as decisões judiciais? lê esta cena e deixa de ser cona.
    http://www.conjur.com.br/2016-mar-17/25-advogados-escritorio-defende-lula-foram-grampeados

  21. OK. Estado de direito, esta bem, mas so quando me convém e quando o juiz decide como eu quero… O que vocês estão a dizer é a posição classica dos populistas quando pretendem derrubar uma democracia. Ou melhor, o que estão a dizer é que o Antonio Costa devia assumidamente atirar-se ao poder judicial e nomear o Socrates presidente do STJ. E’ isso, não é ?

    Tenham juizo, pa. Tanto uma como o outro…

    Boas

  22. Da carta aberta de Lula, para o Viegas meditar. No Brasil, pelo menos quem se sente é filho de boa gente. Aqui a justiça e a comunicação social pode-se fazer tudo o que quiser a um político, desde que este seja de esquerda. E “os de esquerda” fazem coro com os de direita, enquanto se assam as vítimas na praça pública: à justi4a o que é da justiça. Pois claro.
    Foi assim com a Casa Pia, com o Freeport, com a Face Oculta, com o Marquês. Os processos onde aparecem os políticos da direita ou os seus amigos, como BPN e tantos outros, vão adormecendo nas gavetas e sobre os arguidos e investigados sempre se respeitou o segredo de justiça. Pois claro, suspeitos e arguidos de direita é outra coisa. De vez em quando lá deixam cair um ou outro para disfarçar. Siga a rusga!

    “Nas últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça.

    Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticado atos injustificáveis de violência contra minha pessoa e de minha família.

    Nesta situação extrema, em que me foram subtraídos direitos fundamentais por agentes do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se não fossem expostas publicamente por uma decisão judicial que ofende a lei e o direito.

    Não espero que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições pessoais e políticas.

    Mas não me conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5o. da Constituição, tornem-se objeto de juízos derrogatórios ​sobre meu caráter.

    Não me conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do levantamento ilegal do sigilo das informações.

  23. Pois. A unica coisa que esta reproduzida na imprensa (do mundo inteiro) acerca da intimidade do Lula é uma escuta telefonica que revela uma conversa de onde transparece muito claramente que houve uma nomeação politica motivada pelo proposito de fazer obstrução a providências judiciais.

    Tenho pena mas este simples facto faz desparecer o resto, porque é grave.

    Quanto ao resto, continuamos com uma conversa irresponsavel e de uma tremenda imaturidade politica, que leva em linha recta para a ditadura. Ha suspeitas razoaveis de abusos do poder judicial (quem é que nega que eles possam existir?), logo submetemos o poder judicial à tutela do executivo ?

    Quando acabarem de ver o que significam as palavras “inocência” e “presunção”, investiguem também a palavra “juizo”…

    Boas

  24. um juiz, pega numa escuta e faculta-a à comunicaçao social, para o povão ouvir,faz-me lembrar um determinado pais, onde também se fala o português!

  25. “Ou melhor, o que estão a dizer é que o Antonio Costa devia assumidamente atirar-se ao poder judicial e nomear o Socrates presidente do STJ. E’ isso, não é ?”

    quando o sócras foi preso o costa era presidente da câmara de lisboa, depois o presidente do stj é eleito por votação secreta das comadres e mesmo que o costa conseguisse mexer lá com um dedo não ganhava nada com isso porque o sócras não é juiz.

    o que o sócras deveria ter feito era pirar-se e regressar quando houvesse julgamento, como fez a miss felgueiras. tinha continuado a sua actividade profissional, que se fodesse o estado de direito e o correio da manhã.

    cá, a imunidade conseguia-se sendo conselheiro de estado do cavaco ou deputado, é só googlares dias loureiro & portas.

    ” O que vocês estão a dizer é a posição classica dos populistas quando pretendem derrubar uma democracia.”

    nota-se bem quem pretende derrubar a democracia em portugal e no brasil, o populismo justiçialeiro, a comunicação social manhólas e os pafúncios a quem tiraram o pote, lá e cá é a mesma fita, só que lá tem mais calor.

  26. “nota-se bem quem pretende derrubar a democracia em portugal e no brasil, o populismo justiçialeiro”

    Portanto vamos abolir o principio da independência da justiça, e até os proprios tribunais. No fundo para que servem ? E ja agora as eleições democraticas, não favorecem também os abusos do justicialismo ?

    Bonito

  27. não vamos nada abolir o princípio da independência da justiça, vamos é correr com quem não respeita a lei e com a parcialidade da justiça, começando nos juízes de caca e acabando na imprensa de merda.

  28. Boa ideia. E como é que vamos conseguir isso sem recorrer aos tribunais e, ao mesmo tempo, no respeito da independência da dita ? Conta, conta depressa, estou em pulgas !

    Boas

  29. “uma escuta telefonica que revela uma conversa de onde transparece muito claramente que houve uma nomeação politica motivada pelo proposito de fazer obstrução a providências judiciais”
    Errado. Essa escuta não revela isso (mas podia). Revela uma conversa banal. A sua publicação é que revela uma manobra política de quem se esperam apenas providências judiciais. O desmascarar das suas verdadeiras intenções justifica plenamente a decisão política que a engodou. O serviço à democracia já está feito.

  30. ò viegas, tou a ficar sem paciência para aturar corporativos armados em vanguardistas, mas vaí o fundamental:
    para começo, cumprimento dos prazos e controlo da produtividade (o sócras tentou isto e agora está a pagá-las) e depois controlo da qualidade processual e das sentenças. podes chamar-lhe avaliação de desempenho e quem não cumprir os mínimos vai coser processos ou levar no cu.

  31. “como é que vamos conseguir isso sem recorrer aos tribunais”
    Não esperando que no sistema de justiça estejam homens e mulheres melhor intencionados do que fora dela. Quanto menos melhor.

  32. Lucas Galuxo : “DILMA: Seguinte, eu tô mandando o “BESSIAS” junto com o PAPEL pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o TERMO DE POSSE, tá?!”. Isto, em Portugal, no Brasil ou na China, indicia claramente que eles encararam a hipotese de ser indispensavel mostrar a decisão para fazer frente a uma necessidade. Que outra necessidade, para além de uma ordem de justiça ?

    Ignatz : estas a desconversar (controlo ? isso é por recurso, tanto quanto sei) mas nem é isto que interessa. Eu não estou a negar que possa e deva haver medidas para melhorar a justiça, estou é a perguntar COMO é que fazes para as acatar. Não é com tribunais a funcionar numa base de independência ? E enquanto não mudam as regras, estamos autorizados a recorrer ao teu amigo Don Valupone para resolver alguma quesilia ?

    Boas

  33. Ah, e esta do coporatismo também ja cheira mal. Não sou juiz e não tenho nada a ganhar (ou a perder) com a prisão do Socrates, ou com a do Lula. Neste particular, sou como qualquer cidadão : tenho a ganhar com a sanção de delinquentes, incluindo juizes delinquentes se for o caso, tenho tudo a perder com a sanção de inocentes, mais ainda se eles forem sancionados por desempenhar a sua função.

    Boas

  34. Lucas Galuxo : o teu ultimo comentario é opaco. Estas a sugerir que é rezando que o problema se vai resolver ? Talvez. Eu, por mim, começava por respeitar as regras, especialmente aquelas cujo respeito pretendo exigir dos outros.

    Boas

  35. “Estas a sugerir que é rezando que o problema se vai resolver ? ”
    Estou. Que Deus me proteja de doenças e de tribunais.

  36. desconversar, porquê? não há controlo algum na justiça, fazem o querem e lhes apetece, autopreenchem umas fichas para fins estatísticos e mesmo assim aldrabam para darem ideia que trabalham. a justiça é uma bagunça, ninguém controla nada e ninguém é responsável por nada, ninguém viu, sabe ou é da sua competência e entretêm-se a anular decisões anteriores quando não estão em congressos a discutir vírgulas, ajudas de custo e pressões políticas. dass… só se pede que trabalhem de acordo com a lei e dentro dos prazos estabelecidos. quem não cumpre, rua. para isso têm de ser avaliados como deve ser, não é serem todos corridos a muito bom como a corporação faz.

  37. João Viegas, o senhor junta-se ao coro, da direita e da esquerda, que defende a intocabilidade dos magistrados na aplicação da justiça. Faz bem , e fecha muito bem os olhos ou não tem memória. Mas vou avivá-la. Lembra-se do que disseram a direita, os seus comentadores e a sua imprensa sobre o presidente do STJ Noronha do Nascimento e sobre o PGR Pinto Monteiro, quando estes não decidiram de acordo com os seus desejos de vingança e ódio contra o então PM Sócrates? Não apelo a movimentos de rua e, muito menos, à justiça pelas próprias mãos. Apelo somente ao respeito pela justiça por parte de todos e não só quando convém seja a quem for. Talvez por ter calado e ter sido um perfeito “Costa” Sócrates esteja, hoje, reduzido a um farrapo, condenado sem factos e sem provas. O exemplo de Paulo Pedroso não lhe serviu de nada. Fez de conta, fez de “Costa”.
    Desejo, sinceramente, João Viegas, que nunca venhas a provar da justiça que nos estão a dar a beber.

  38. João Viegas:
    “Portanto vamos abolir o principio da independência da justiça, e até os proprios tribunais. No fundo para que servem ?”

    Para NADA. Já temos o Correio Manholas e a sua TV a fazerem os julgamentos no estúdio de televisão. Os jornaleiros fazem o papel de juizes.
    Eu já vi isto, muita gente já viu isto, quando os procuradeiros e justiceiros virem isto vai ser tarde demais, e eles próprios também serão caçados.
    Depois vai acabar tudo à moda de Charlie Hebdo.

  39. Lucas Galuxo : li o artigo. Pago-lhe um almoço se me conseguir explicar em que é que isto é uma explicação convincente da frase “e só usa em caso de necessidade, que é o TERMO DE POSSE, tá”…

    Quanto ao resto, tenho pena mas continuamos com considerações perfeitamente irresponsaveis de cariz populista, precisamente do tipo das que se invocam para justificar a suspensão du Estado de Direito. Tirando a Ignatzolândia, v. conhecem um so pais democratico onde o controlo dos juizes esteja a cargo do poder executivo ? Então o quê ? Acham que seria mais eficaz com juizes eleitos, como nos EUA ? A sério ?

    Quanto ao facto do Socrates ter sido condenado, devo ter falhado algo. Onde esta a sentença ?

    Boas

  40. João Viegas,
    é assim tão difícil perceber? Em caso de necessidade, isto é, caso você não possa comparecer na Tomada de Posse (a sua esposa está com 40 graus de febre), você enviará o documento por si já assinado e eu o protocolarei na cerimónia. Mas mesmo que fosse outra a explicação ou não existisse explicação nenhuma, um juiz, que queira ser tratado como juiz, nunca poderia revelar em directo uma conversa privada do Presidente. Vamos ao Gambrinus.

  41. ò viegas, cariz populista são as declarações dos magistrôncios ao manhólas & limitada e movimentos de apoio ao calex & rotex. porque será que os casos da esquerda são investigados para descobrir um possível crime e os de direita são para encobrir crimes existentes e diluir culpas pelo sistema? já pensaste nisso ou andas muito preocupado a lamber as botas aos meretíssimos.

  42. Pois, deve ser isso. Sem mesmo falar na construção bizarra “para a gente ter, e so usa…” (das duas uma : ou é “para a gente ter e so usar” ou então “para a gente ter, e so usamos”, ou ainda “para a gente ter, e so se usa”), alguém explica qual era a pressa de ter o papel na hipotese estapafurdia contada no artigo ? Não era possivel regularizar a seguir, como é pratica usual em todo o lado ? E alias, alguém explica a precipitação sem recorrer ao medo de uma ordem do tribunal ?

    Portanto Gambrinus não sei. Gambozinos, talvez…

    Boas

  43. Ignatz : OK ! proposta de modificação da constituição da Republica :

    Artigo 203° : Quando julgam cidadãos de esquerda (alternativa : eleitores do PS), os tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei.

    Esta bem assim ?

    Boas

  44. Bolas, troquei a esquerda pela direita…

    Pois, as pessoas que formem a sua opinião. No Brasil, pelos vistos, acreditam massissamente na versão do Lucas Galuxo… Mas estão-nos a tentar convencer de quê, afinal ? Que a nomeação do Lula não tem a ver com o beneficio da imunidade ? Não estou certo, muito longe disso, que o Brasil saia realmente beneficiado se o poder passar para a oposição. Agora que esta jogada foi desastrada e estupida, não tenho a mais pequena duvida. Os principios não são so para decoração. E o facto que a direita os ignore não muda absolutamente nada à questão.

    Boas

  45. Ó Viegas, a nomeação de Lula foi uma manobra política de resposta a outra manobra política. Se ela não tivesse ocorrido, ainda teriamos dúvidas sobre o âmbito estritamente judicial da operação Lava-Jacto. Agora já não temos. Missão cumprida.
    Falta de princípios é duvidar da imparcialidade do Supremo Tribunal Federal é pensar que só há um juiz não corrupto no Brasil.

  46. Aqui vai uma opinião na Folha de S. Paulo.
    Com os cumprimentos de João Galamba que publicou na sua página do facebook.
    É pena que a “coragem” do PS só desperte quando os crimes contra o Estado de Direito ocorrem lá longe, à distância de muitas milhas oceânicas (Timor, Angola, Brasil) … quando é ao pé da porta, aqui na velha Lisboa, não vêm nada, estão ceguinhos …

    Então aqui vai:

    “O SUICÍDIO DE LAVA JATO”
    O juiz Sérgio Moro conseguiu o inacreditável: tornar-se tão indefensável quanto aqueles que ele procura julgar. Contrariamente ao que muito defenderam nos últimos dias, suas últimas ações são simplesmente uma afronta a qualquer ideia mínima de Estado democrático. Não se luta contra bandidos utilizando atos de banditismo.
    A divulgação das conversas de Lula com seu advogado constitui uma quebra de sigilo e um crime grave em qualquer parte do mundo. Não há absolutamente nada que justifique o desrespeito à inviolabilidade da comunicação entre cliente e advogado, independente de quem seja o cliente. Ainda mais absurdo é a divulgação de um grampo envolvendo a presidente da República por um juiz de primeira instância tendo em vista simplesmente o acirramento de uma crise política.
    Alguns acham que os fins justificam os meios. No entanto, há de se lembrar que quem se serve de meios espúrios destrói a correção dos fins.
    Pois deveríamos começar por nos perguntar que país será este no qual um juiz de primeira instância acredita ter o direito de divulgar à imprensa nacional a gravação de uma conversa da presidente da República na qual, é sempre bom lembrar, não há nada que possa ser considerado ilegal ou criminoso.
    Afinal, o argumento de obstrução de Justiça não para em pé. Dilma tem o direito de nomear quem quiser e Lula não é réu em processo algum. Se as provas contra ele se mostrarem substanciais, Lula será julgado pelo mesmo tribunal que colocou vários membros de seu partido, de maneira merecida, na cadeia, como foi no caso do mensalão.
    Lembremos que “obstrução de Justiça” é uma situação na qual o indivíduo, de má-fé e intencionalmente, coloca obstáculos à ação da Justiça para inibir o cumprimento de uma ordem judicial ou diligência policial. Nomear alguém ministro, levando-o a ser julgado pelo STF, só pode ser “obstrução” se entendermos que o Supremo Tribunal não faz parte da “Justiça”.
    A fragilidade do argumento é patente, assim como é frágil a intenção de usar um grampo ilegal cuja interpretação fornecida pelo sr. Moro é, no mínimo, passível de questionamento.
    Na verdade, há muitas pessoas no país que temem que o sr. Moro tenha deixado sua função de juiz responsável pela condução de processo sobre as relações incestuosas entre a classe política e as mega construtoras para se tornar um mero incitador da derrubada de um governo.
    A Operação Lava Jato já tinha sido criticada não por aqueles que temiam sua extensão, mas por aqueles que queriam vê-la ir mais longe. Há tempos, ela mais parece uma operação mãos limpas maneta.
    Mesmo com denúncias se avolumando, uma parte da classe política até agora sempre passa ilesa. Não há “vazamentos” contra a oposição, embora todos soubessem de nomes e esquemas ligados ao governo FHC e a seu partido. Só agora eles começaram a aparecer, como Aécio Neves e Pedro Malan.
    Reitero o que escrevi nesta mesma coluna, na semana passada: não devemos ter solidariedade alguma com um governo envolvido até o pescoço em casos de corrupção. Mas não se trata aqui de solidariedade a governos. Trata-se de recusar naturalizar práticas espúrias, que não seriam aceitas em nenhum Estado minimamente democrático.
    Não quero viver em um país que permite a um juiz se sentir autorizado a desrespeitar os direitos elementares de seus cidadãos por ter sido incitado por um circo midiático composto de revistas e jornais que apoiaram, até o fim, ditaduras e por canais de televisão que pagaram salários fictícios para ex-amantes de presidentes da República a fim de protegê-los de escândalos.
    O Ministério Público ganhou independência em relação ao poder executivo e legislativo, mas parece que ganhou também uma dependência viciosa em relação aos humores peculiares e à moralidade seletiva de setores hegemônicos da imprensa.
    Passam-se os dias e fica cada dia mais claro que a comoção criada pela Lava Jato tem como alvo único o governo federal.
    Por isso, é muito provável que, derrubado o governo e posto Lula na cadeia, a Lava Jato sumirá paulatinamente do noticiário, a imprensa será só sorrisos para os dias vindouros, o dólar cairá, a bolsa subirá e voltarão ao comando os mesmos corruptos de sempre, já que eles foram poupados de maneira sistemática durante toda a fase quente da operação.
    O que poderia ter sido a exposição de como a democracia brasileira só funcionou até agora sob corrupção, precisando ser radicalmente mudada, terá sido apenas uma farsa grotesca”

  47. Pois, claro. Não têm absolutamente nada contra a justiça e respeitam perfeitamente a idependência dos tribunais, apenas abrem uma excepção para o juiz que esta a investigar um caso em que existem (na sua opinião) indicios sérios de envolvimento do Lula e tomam uma medida perfeitamente politica, subtraindo o Lula à alçada dodito juiz. Tudo normal…

    A desculpa é, e sera sempre a mesma : o juiz tem motivos politicos ou esta a ser instrumentalizado. A prova é que ele publicou uma escuta com material que mostra… que o Lula estava a tentar obter rapidamente um meio de se ver livre dele.

    Ja leram o que a imprensa estrangeira diz sobre o tal juiz, por exemplo aqui http://www.liberation.fr/planete/2016/03/17/bresil-lula-l-icone-fracassee_1440361 ou aqui http://lemonde.fr/ameriques/article/2016/03/17/bresil-sergio-moro-le-juge-au-c-ur-du-scandale-petrobras_4885091_3222.html ou mesmo aqui http://internacional.elpais.com/internacional/2016/03/16/actualidad/1458166478_394268.html.

    Acho que consigo imaginar como seria uma boa justiça no vosso sabio conceito : uma justiça que não chateia ou, melhor ainda, que so chateia os vossos adversarios politicos.

    Ainda bem que os responsaveis actuais do PS têm um pouco mais de juizo. Esperemos que dure…

    Boas

  48. A operação LavaViegas está a correr bem. A obtenção de prova e mais q suficiente para o trânsito em julgado, apesar de as sextas feiras o trânsito ser mais chover no molhado.

    Reaça, tu tens um olho para extremos direitos do catrino, man!

  49. Ó Tozé

    Assim de repente …
    … prisão preventiva ilegal de cidadãos perpetrada por juízes … (COMPROVADO pelo facto de ao fim de mais de 1 ano não haver nem FACTOS, NEM PROVAS, NEM ACUSAÇÃO que justifiquem a imputação dos crimes à data da detenção e da prisão).
    ….violação do segredo de Justiça, transformada num negócio que movimenta milhões de euros, e é da responsabilidade de magistrados, juízes, jornalistas e afins … (o fedor a corrupção é nauseabundo).
    … um jornal e um canal de televisão que usurpam o direito de julgar e condenar cidadãos em directo exibindo peças de interrogatório e escutas telefónicas de processos que estão em segredo de justiça externo (neste último caso muitas conversas ainda por cima expõem terceiras pessoas que não são arguidas e cujo conteúdo nada tem de criminoso configurando o crime de violação de privacidade) …
    … etc, etc, etc …

  50. Viegas, Já vi o que a imprensa estrangeira diz, já, estava agora a pensar nisso. Estava, por exemplo, a ver a manchete do Financial Times, muito entusiasmada com a decisão do juiz que bloqueou a tomada de posse de Lula. Só que nesse anúnico faltam alguns pormenores:

    http://www.brasil247.com/pt/247/alagoas247/221717/Desembargador-denuncia-fraude-em-liminar-contra-posse-de-Lula.htm.

    O processo Lula dá um precioso contributo para compreender como funcionam os meandros da justiça e da formação da opinião pública, nos dias de hoje.

  51. É o que dá ser um país grande, 200 milhões !
    Pois é, 200 milhões são 20x mais difíceis de controlar que 10 milhões !
    Abençoada diversidade.

  52. Jasmim,devo concluir que não adianta argumentar com os viegas. Muito menos com a cobardia que deixa passar em claro os crimes que acaba de referir. Seja por que motivo for que o PS se cala, o facto é revelador de uma imensa cobardia e desamor à democracia. Estas coisas costumam pagar-se caro. A democracia vai pagar caro. O que se passa é mau de mais para uma democracia subsistir sem ser muito afectada. Carlos Cruz disse que foi o “cordeiro” da Casa Pia. Sócrates poderia dizer que o foi do Freeport, da Face Oculta e agora do Marquês. Mas isso que importa aos Pilatos?

  53. Caros,

    Isto tudo não responde ao essencial : houve, ou não houve, medida politica com vista a furtar-se a responder a um juiz ? E’ claro que houve e é incontestavel, por mais cambalhotas que v. dêem, que isto não pode conciliar-se de maneira alguma com o respeito que os responsaveis politicos, sobretudo ao mais alto nivel, devem ter e mostrar em relação ao poder judicial independente.

    O resto são lérias.

    O Clinton foi chateado por um juiz com obvias motivações politicas. Ainda que houvesse no dossiê umas partes mais escorregadias (ha sempre…), ele aguentou-se à bronca e não procurou fugir ao juiz. Fez bem e a opinião publica acabou por dar-lhe razão, re-elegendo-o e, da mesma feita, curando uma parte dos irresponsaveis que sonham com uma intrumentalização da justiça.

    Eis a unica forma de responder sem atirar borda fora o Estado de Direito a preetxto que esses juizes são uns malandros. Qualquer outra resposta equivale a aceitar bater-se no terreno lamacento em que ganharão sempre aqueles que dizem que, ao lado do juizes, os politicos são ainda mais malandros…

    Vocês não percebem isso. Nunca perceberam. E’ o charme deste blogue…

    Boas e ganhem juizo !

  54. Maria Abril

    Assim como diz o Paulista que a Operação Lava Jacto mais parece uma Operação Mãos Limpas … mas Maneta … e a Justiça portuguesa (e já agora a brasileira) não é Cega mais sim Vesga, o maior drama de todos é o dos Viegas que não são nem manetas, nem vesgos, são simplesmente néscios !
    Terrorismo, o nome de tudo isto é terrorismo.
    E vai ter resposta à maneira de Charlie Hebdo. E foram avisados.

  55. Ó Viegas

    A menos que o Brasil reconheça que o Supremo Tribunal de Justiça não faz parte do Sistema Judiciário Brasileiro, o tal juiz Sérgio Moro está a colocar-se em bicos de pés e a usurpar um poder que não tem, está a desrespeitar um tribunal superior. E assim sendo a Dilma não obstruiu a Justiça, nem o Lula fugiu da Justiça. A menos que no Brasil só exista UM Juiz !

    E só por curiosidade … o Bill Clinton não foi re-eleito depois desse miserável processo, era o 2º mandato.
    O Bill Clinton safou-se daquele procurador das trevas com um subterfúgio linguístico ao nível do carácter do dito procurador. Ele (Bill) não mentiu, nunca mentiu, porque ele nunca teve relações sexuais com a dita cuja “senhora” (até porque ela não era uma senhora), o que se passou foi que ela praticou com ele sexo oral e portanto ele não mentiu, … estás a ver o nível da argumentação ? Foi tudo muito elevado, ao nível do carácter do magistrado e do interesse do público em meter os narizes na vida privada dos outros.
    E o que fica para a História foi que Bill Clinton foi um grande presidente. Timor Leste deve-lhe a independência, e ninguém se lembra de como se chamava o estupor do triste procurador. Bem feita para ele.

    No fim o que vai contar é que os governos do Lula pela 1ª vez na História do Brasil retiraram 20 milhões de brasileiros da miséria, será isso que fica.
    E por cá, na porcalhota, veremos o que a História vai guardar.

  56. Jasmin,

    Podes dar as voltas que quiseres que não vais conseguir obscurecer o que digo, que é simples : o Clinton não virou costas ao magistrado que o indiciou. Isso faz toda a diferença.

    E é claro que a possibilidade de recorrer a outro juiz não responde minimamente à dificuldade. Ah e tal, o juiz de Lisboa indiciou-me, tudo bem mas prefiro responder ao do Porto, posso escolher ? Não que tenha algo a esconder, mas nunca fui à bola com ele…

    Ha um problema com a justiça em Portugal, e provavelmente também no Brasil mas, acredita, antes de ser um problema dos juizes, o problema é da maneira como as pessoas, ou a maior parte delas, concebem o papel e a função dos juizes.

    Imaturidade civica e imaturidade democratica, este é que é o problema…

    Boas

  57. “ou não houve, medida politica com vista a furtar-se a responder a um juiz ? ”
    Claro que houve. À justiça o que é da justiça, à política o que é da política. Se o juiz está a praticar política é ingenuidade fazer uma defesa estritamente jurídica. Seria uma atitude criticável se existissem sinais de que o juiz está apenas interessado na busca da verdade e em fazer justiça. Lula sabe e nós sabemos que, mais tarde ou mais cedo, vai ser preso, e o governo de Dilma cairá. Há tantos estadistas que já foram presos. Mas o seu carácter nobre e gesto combativo já mostraram o porquê, e é isso que é útil à construção da democracia íntegra. Cá estaremos para saber se a Lava-Jacto continua ou também declara missão cumprida.

  58. Outra coisa. É inacreditável ver juízes de um tribunal superior fazer comentários políticos a escutas de conversas privadas sem qualquer relevância criminal.

  59. O juiz investigar sobre factos relacionados com corrupção (concursos publicos falsificados a troco de financiamento de campanhas eleitorais) é um assunto politico completamente estranho à justiça e no qual é incomcebivel um juiz de direito meter o bedelho, é mesmo isto que estas a dizer ?!?

    Muito me contas.

    Boas

  60. Ó Viegas,
    em investigar factos relacionados com corrupção e punir os seus autores todos estão de acordo. Em libertar autores de crimes de corrupção, sobre os quais existem provas inquestionáveis, só para desses bandidos extrair palavras que permitam construir ressonancias de verdade, ou provas sem domínio do fato, como lá se diz, que atendem determinados objectivos políticos, não.

  61. Oh Lucas Galuxo,

    No caso do Clinton, a artimanha do juiz para encontrar algo que fosse da competência de um tribunal foi muito mais rebuscada (perjurio, etc.). No entanto que fez Clinton ? Tratou de arranjar uma forma disfarçada de tirar a competência ao magistrado ? Nada disso. No entanto, não era muito mais obvio neste ultimo caso que o mobil era completamente politico ? Então como é que explicas a diferença ?

    Isto é que é o Estado de Direito. Mas ja vi que para vocês o Estado de Direito não passa de uma americanice…

    Bom, agora gastei as pilhas. Bom fim de semana para ti e para os restantes inacios que ainda por ca andam…

  62. Aí Chico Buarque d`Holanda !
    É a Goldman Sacks a tentar colocar as patas no Brasil como colocou na Europa dos tristes !

  63. caramba, Val, que este debravar da besta dava um episódio bem fixe de uma novela com o coronel arturzinho da capitanga.:-)

  64. Ó Ignatz, olha que aquilo que o Chico da Holanda, explica foi o Fernando Henrique Cardoso mais o petróleo altíssimo que resolveu.
    O Lula apenas apanhou o comboio em velocidade e …estampou-se.
    O que o Chico sempre diz, é que estes 500 anos foi o azar do portuga, porque se fosse com a Holanda!

  65. É por estas e por outras que admiro os espanhóis e a coragem com respondem a poderes não votados :
    Dom Juan Carlos mostrou.
    O aclamado Garçon foi barrado na sua aventura justiceira no caso, sobre os ultras.
    Seja para a direita, esquerda ou outro qualquer sentido :

    -o voto do povo é quem mais ordena.

    E Lula teve cancro de laringe…
    Ah grande Lula!!!

    As tvs e jornaleiros excitados com manifes de 15.000 dos juízes à la alexander terão que mostrar as de apoio a Dilma para cima de quarto de milhão.

    O Brasil não é só samba ou carnaval.
    É muito povo que sabe estar vivo e atento.

  66. ò amónio, se foi o henrique cardoso e o petróleo, porque é que o tal cardoso está preocupado com a candidatura do lula à presidência, ainda tem 2 anos, a justiça, a burguesia e a comunicação social para explicar isso aos “pretos & pardos”.

  67. Porque como dizia ontem à noite um manifestante na Avenida Paulista: “se prenderem o Lula o Povo vai fazer com que isso dê merda, é melhor nem tentarem”. Acho que deve ser mais ou menos por causa disso.

  68. Ó ignatz, o Henrique Cardoso e todos os Brasileiros sabem que aquilo foi tudo para o Bèleléu.

    Infelizmente para nós portugas foi o Brasil e foi Angola para a miséria, por causa do petróleo e por causa da incompetência .

    A corrupção já faz parte da normalidade, nem conta para a crise, é apenas o pretexto para derrubar a rapariga Búlgara.

  69. No Brasil:
    Parece que há várias opiniões sobre o tal juiz, nem todas elogiosas. Há mesmo quem o defina como um corrupto da extrema direita que deixa escapar os corruptos da côr dele, como por exemplo o prefeito lá da cidade dele.
    http://rededante.blogspot.pt/2016/03/ex-conhecido-de-sergio-moro-mostra-uma.html

    Em Portugal:
    Neste momento, na CMTV, mais uma sessão de masturbação colectiva dos badalhocos do costume, desta vez a estranharem muito que o Joaquim Barroca pague prémios milionários ao melhor colaborador das suas empresas. Até se espumam todos. Frustrados desta vida que se vendem por uns míseros milhares quando há gajos a facturarem milhões. Ui a inveja, aquilo é inveja !

  70. o problema de escavar barrocas é encontrar ossadas das negociatas e financiamento psd nos últimos 20 anos. a novela do costume e o final de sempre, com o desenrolar dos acontecimentos ao ritmo da evolução dum cancro amigo e providencial.

  71. Pois parece que o CAlex ficou muito irritado com as respostas do Barroca. Deve ter sido por isso que a ele não o mandou para a choldra. Esse foi para casa, lembram-se ? são todos muito valentes mas o dinheiro fala sempre mais alto. Deve ser por isso que não acreditam na inocência alheia !
    Acabei de ouvir a escuta do Lula com a Dilma. Priceless. Nenhum crime e umas pérolas linguísticas de arrasar. Lula diz que vai enviar o acervo ao MP para eles enfiarem no cú. Diz que o Presidente do Congresso está fodido, o Presidente da Câmara está fodido, e que a Corte Suprema está acobardada. O que diria o Lula do António Costa e do resto da malta aqui do governo tuga, han ? e um colaborador da Dilma responde que logo viu que estavam a armar uma “putaria” qualquer contra o Lula, e que o Delcídio era um escroto. O que é que esse diria da fina flor lusa !!!

  72. É isso aí, Jasmim. O Juiz Sérgio Moro, numa decisão vil, mandou publicar escutas telefónicas entre os principais responsáveis de um partido político, e com a própria Presidente da República, para que a gente de má fé se impressione com a linguagem utilizada e tome a sua simpatia. Só a má índole nelas pode reconhecer algum indício de culpabilidade de crime ou algo mais do que o planejamento de estratégias de defesa política contra um ataque político.

  73. Brasil não tem bolor bafiento dum tal :

    – à política o que é da política à justiça o que é da justiça ?!?

    O Brasil fala que é tudo política de interesses golpistas e poder a todo o custo .
    É preciso Povo esclarecido para bem ordenar.
    Brasil de gentes de falas de síntese e cabeça aberta vai mostrando aos imperialistas bacocos como se chamam os bois pelos nomes.
    Pensavam os mãnhas de lá que faziam o trabalhinho como cá ?
    Por lá o Povo vem à rua mostrar que entende a tramóia anti-democrática dos justiceiros.

    Gosto mais de juízes agindo a céu aberto:
    – justiça lhes seja feita a tempo.

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