De par com a opção entre a inovação e o empobrecimento como modelos de desenvolvimento, a segunda opção de fundo que se coloca nestas eleições centra-se na defesa da segurança social, do Serviço Nacional de Saúde e da escola pública, garantias de uma sociedade decente assente no valor supremo da dignidade da pessoa humana.
DEFENDER OS SERVIÇOS PÚBLICOS, CONTRA A SUA PRIVATIZAÇÃO
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Num tempo em que a União Europeia está assolada por uma ideologia da austeridade, e num país onde a democracia foi instaurada pelo 25 de Abril, a bandeira do Estado social é a causa principal para separar a esquerda desta direita fanática e decadente, por um lado, e para unir toda a esquerda num ideal comum, por outro. Todavia, e apesar de contar com um primeiro-ministro e respectivo Governo que deram copiosos exemplos de ódio a um modelo político que uniu e desenvolveu Portugal ao longo de quatro décadas, o PS nem esse posicionamento consegue assumir com eficácia, como a campanha e esta carta expõem espectacularmente.
O que é o Estado social? Quem tem mais de 50 anos saberá responder de ginjeira, pois viveu em consciência a sua falta, esse sonho. Quem tem menos de 50 anos saberá cada vez menos, e pior, à medida que descermos na escala etária. Resultado: há uma imensa minoria que precisa de ser educada a respeito do que significa, e do que oferece, a democratização e qualificação dos serviços do Estado nas áreas da saúde, da educação e do apoio social. Isto é, há um trabalho de politização para fazer, se não for de mera educação ao nível da cultura geral, a respeito do conceito, história e futuro do Estado social.
Na carta onde o líder socialista nos fala das suas intenções para a defesa dos serviços públicos, alguém decidiu que seria indicado abrir o texto com o parágrafo que cito acima. Trata-se de um naco de prosa notável. Notável pela dificuldade na sua assimilação, pois começa por desviar as atenções para uma opção anterior, aqui irrelevante, e depois coloca a referência ao Estado social num cenário sem dramatismo político, onde não há vilões a ameaçarem a sua existência. O endosso para o “valor supremo da dignidade da pessoa humana” limpa a questão de pathos ideológico e partidário, convocando referentes que sugerem a doutrina católica ou, no mínimo, a herança cristã. O segundo parágrafo continua neste registo simpático, enciclopédico, esterilizado. Será preciso chegar a meio do texto para encontrar a mensagem que devia ser a primeira a comandar a carga: esta direita pretende desviar o máximo de recursos que puder do Estado social para o tecido empresarial privado, tal como ocorria no Portugal do Estado Novo. Isso é demonstrável com declarações, decisões e números. Mas a carta prefere o paleio para jornalistas que não toca a reunir entre as hostes.
Face ao que está em causa nesta reengenharia social do regime e da comunidade que os fanáticos só não levarão a cabo se não puderem, a passividade e desorientação do PS, incapaz até nisto de mostrar força, é algo que ninguém de ninguém teria há um ano previsto que viria a acontecer. Inacreditável.
Valupi
Por favor meta aqui para comentarmos a notícia do tiro no pé (ou na cabeça) que o Paulo Rangel acabou de dar quando falou naquela coisa de Verão.
O biltre CONFESSOU a INSTRUMENTALIZAÇÃO DA JUSTIÇA por este Governo.
Francisco Assis já reagiu, e bem, mas a Comunicação Social arregimentada tudo fará para abafar o “incidente”.
Cumpre-nos a nós fazer o estardalhaço que a Direita costuma fazer com coisas menores.
Só que neste caso nós trata-se de uma coisa MAIOR.
Uma análise na “mouche” da Prof. Estrela Serrano já está acessível no Blog “Vai e Vem”
https://vaievem.wordpress.com
excelente a análise que fazes – porque sabemos que por cá o Estado do bem estar social, como lhe chama a sociologia, e a democracia nasceram juntos e um não sobrevive sem a outra.
a expectativa frustrada de harmonização social que se vive não encontra, nessa carta, consolo – não me chega ao coração a garantia de que o próximo governo vai conseguir articular, como deve ser, a estabilidade entre os três princípios que regulam o estado moderno: o estado, o mercado e a comunidade .
é preciso fazer-nos lembrar, fazer-nos sentir no peito, ai como eu quero sentir no peito!, de que o Estado social vive sentado na ideia da compatibilidade e de complementaridade entre desenvolvimento económico e protecção social; entre acumulação de capital e legitimidade social e política de quem a garante. entre capitalismo e democracia.
”(…) os três princípios que regulam o estado moderno: o estado, o mercado e a comunidade (…)”
A Olinda está a decorar a cartilha.
Era essa mesmo a hierarquia?
O estado, o senhor mercado e, por último, a comunidade.
”(…) entre acumulação de capital e legitimidade social e política de quem a garante. entre capitalismo e democracia.”
Deduz-se daqui que a acumulação de capital e o capitalismo garantem a democracia.
Pergunta-se então: Se garantem, porque não garantem?
A ideia de que os capitalistas garantem o estado social, nomeadamente as pensões e reformas é velhaca. Porque ainda ninguém explicou o que foi feito das contribuições, que andam a ser investidas, consecutivamente, em ”produtos financeiros” dos capitalistas agiotas.
É uma grande tanga que deve serenamente ser desmontada.
A ideia de que o estado social é suportado pelos capitalistas é obscena. E só passa se ouvirmos o que diz a Olinda sem o confrontarmos com o que dizem os capitalistas.
É deplorável o populismo. Ou, melhor, popularismo.
Prenderam o cérebro do PS em Évora. Estavas à espera de que ?
A Direita sabia muito bem que cartadac tinha de jogar para tentar manter-se no poder depois de todas as patifarias que fez.
E jogo sujo ao nível de Putin! Daí a estranha aliança com os camaradas Jerónimos. Os extremos tocam-se.
Esta Direita radical simplesmente NAO QUER o Estado Social, quer voltar a caridadezinha supostamente cristã, mas que não passa de um embuste, mais uma forma de exploração humana.
Não há nada para discutir com está gente.
Eles querem aniquilar o Estado Social. Quem quer defender o Estado Social não pode votar nesta gente.
Pois é, sem vergonha, e todo o mundo feito bobo qual baratas tontas, Paulinho mudou de boné de feira e agora usa chapéu tirolês .
Cadê as encíclicas papais e a dita doutrina social da Igreja ?
O partido dito CDS agora é partido dito PP, sigla que significa Paulo Portas .
Cuidam mal de ler o carteiro da matina e não sabem nada do que deviam ter na mão . Pra jogar nas venta do ilustre Paulinho Estranhinho .
Mesma coisa com social democracia, tá toda a gente ainda meio confusa e desatinada sem saber o que fazer, não se pode obrigar a ser empresário mas se pode obstar a que seja explorador .
Como ?
Não é com simplexes não, é ao contrário .
Pois é, minha cara Olinda, mas seu Gorbachov fez caca e da grossa, destruiu o equilíbrio geo político económico e Chinecise fez o resto .
Agora capitalismo já selvagem condimentado com restos de comunismo falhado deu mistela furiosa e epidemia catastrófica, na Proletária floresce capitalismo selvático e na Capitalismónia sobrevive empreendorismo financeiro e economia de casino com rede de segurança, parece circo terciário, número do trapezista chinês do Circo de Moscovo, virou tudo ao contrário, e é global e viral, rendilhado do carvalho .
perfil anónimo do Manuel de Castro Nunes e desequilibrado da Fonseca (tomei a liberdade de corrigir o desequilíbrio) – se não há no casal ventoso podem sempre arranjar em outro casal qualquer. :-)
se estão a negar a história de que o estado social surgiu depois da segunda grande guerra como resposta às políticas destrutivas entre as classes trabalhadoras e os detentores do capital – uma concertação social tutelada pelo estado que faz a ponte entre as políticas públicas económicas e sociais então está na horinha de aumentarem a dose da droga.
A Olinda está equivocada, o estado social não é isso, a mesa de convénio entre a UGT e a coligação.
É a minha opinião, mas quem sou eu…
Essa deve ser a ideia de estado social que grassa na mesa de convénio entre Paulo Rangel e Paulo Portas.
Mas também já notei que a Olinda é muito casamenteira.
Por falar na II Guerra, note que o partido de Hitler se denominava Nacional Socialista, também reclamava a tutela do estado social. Estado social é ambíguo, como socialista, social democrata e até comunista. Ou cristão quando serve para encobrir a beatice dos lobos.
de facto, perfil anónimo do Manuel de Castro Nunes, és ninguém para alterar a história do nascimento do estado social. podes, no entanto, histudar um pouco. depois, sim, pegas na abordagem sociológica e pensas. depois escreves.
as políticas sociais mais não são do que as políticas públicas que decorrem dos direitos económicos e sociais dos trabalhadores e dos cidadãos em geral – população activa efetiva, crianças, jovens, desempregados, idosos, reformados, entre outros como os recibos verdes que têm andado fanados de direitos. e estas são traduzidas em despesas em bens e serviços consumidos pelos cidadãos, de forma gratuita, ou a preços subsidiados. tal é o caso da educação, da saúde, dos serviços sociais, da habitação, dos transportes urbanos, das actividades culturais ou atividades de tempos livres.
mais algum esclarecimento?
Tem toda a razão, Olinda, não sou ninguém para alterar a história.
Vou seguir o seu conselho, vou estudar, vou pegar na análise, pensar e depois talvez escreva.
E desde já peço perdão por ser tão ignorante.
Vou mesmo penitenciar-me e deixar de responder-lhe.
eehehhehhehehehhehe. Lá se vai o MÈTODO do COISO. Renversé par terre. Hum. Estuda-se umas coisitas na wikipedia e pimba, chapa aí para gaúdio dos gajos que se acotovelam em NADA.
Esta coisa da terminologia política é quase tão antiga quanto os interesses do homem ( lato sensu, claro).
O problema só surge quando as ditas cabeças pensantes se põem a pussytar como phd´s na coisa e, têm seguidores, um pouco como a trampa, deixa sempre cheiro…
fazes bem, perfil anónimo do Manuel de castro Nunes – querer aprender é excelente. no entanto, preferia bem mais que me tratasses por tu e me mandasses à merda. coisa de gente original. :-)
eheheheheheh. O MÉTODO foi completamente mandado abaixo.
Nem de direita, nem de esquerda.
O Estado Social é uma ideia óptima, mas que para funcionar precisa de muito dinheiro, que é coisa que não abunda e cada vez parece mais escassa.
Em Portugal a sua manutenção nos moldes actuais está (e irá causar) um enorme conflito de gerações.
Como não somos de revoluções, o que é que a “malta mais nova” faz?
Emigra!
Covem é lembrar que o dinheiro, não cai das arvores. Se queremos saude. educação e justiça de qualidade e gratuita, não adianta (por ser mentira) reclamar contra o aumento de impostos. Os narradores de quimeras podem prometer o que lhes aprouver; a cada cidadão cabe-lhe filtrar e concluir por si: Mas se acreditar em patranhas, não faça como os enganados do BES, não culpe os outros!!