Nas muralhas da cidade

«Mas mesmo tendo noção de que coisas dessas aconteciam, mesmo tendo como jornalista reportado tantas vezes sobre incompetência e desmandos das polícias, do ministério público, de juízes, tantas vezes me ter deparado com situações de injustiça pungente e revoltante, nunca me tinha acontecido a mim - e não há nada, na forma como vimos e sentimos as coisas, que substitua acontecer connosco.

E porque vos conto tudo isto? Para já porque o efeito desses "erros" (chamemos-lhes assim) perdura na minha vida, e perdurará decerto até ao seu fim, por mais ações que intente (e ganhe) contra quem quis deles fazer a minha condenação na praça pública - já que não fui indiciada fosse do que fosse, restava isso. E porque quem quer que seja que cometeu esses "erros" continua decerto alegremente a fazer o que fazia, como fazia - tenha-se ou não demonstrado que a forma como "investiga" e acusa resulta em processos coxos, megalómanos e infindáveis que desembocam em becos sem saída ou na mais que provável prescrição.

Porque nunca existiu aquilo a que um ex-presidente da República deu o nome de "sobressalto cívico" em relação à forma corrupta e corruptora do regular funcionamento das instituições democráticas - e portanto da democracia - como o sistema judicial se tem aliado a uma cultura jornalística tabloide para, nas palavras da procuradora geral adjunta Maria José Fernandes no seu artigo de opinião no Público ("Ministério Público: como chegámos aqui?") que incendiou esta segunda-feira, exercer "a investigação criminal como uma extensão de poder sobre outros poderes, sobretudo os de natureza política", sendo quem se opõe a essa prática "rotulado [de] protetor dos corruptos"


Fernanda Câncio

28 thoughts on “Nas muralhas da cidade”

  1. “a uma cultura jornalística tabloide”

    extraordinária admissão vinda de dentro da corporação jornalística. isto é quase tão bombástico como a carta da ex-PGR. não é novidade, é certo, como a cobertura mediática das guerras na ucrânia e na palestina deixou e continua a deixar bem evidente.

    “em relação à forma corrupta e corruptora do regular funcionamento das instituições democráticas – e portanto da democracia”

    eina pá, afinal temos mesmo uma democracia corrompida, só que uns dizem que é por causa dos políticos e outros que é por causa do sistema de justiça. agora vai ser preciso descobrir quem tem razão.

  2. “eina pá, afinal temos mesmo uma democracia corrompida, só que uns dizem que é por causa dos políticos e outros que é por causa do sistema de justiça. agora vai ser preciso descobrir quem tem razão.”

    agora é só importar e substituir pelo modelo russo ou xinpingas que tu vendes aqui todos os dias, quando te faltam os argumentos para defesa à exaustão da corporação justiceira.

  3. (Mais uma tentativa)
    Senhor Valupi,
    Meus comentários são disparados sem nenhuma indicação anómala, mas não são publicados.

    Fui irradiado? Se sim, agradeço que o confirme e justifique publicamente.

    Aqui.

  4. quando disparam dois comentários ao mesmo tempo o iron dome costuma abater um.
    tens que mudar o sinal do transponder e mandar outra vez. o chato do gpt é que percebe dessas cenas de fintar a bófia. cumprimentos revolucionários, kamarada gerúndio.

  5. “que tu vendes aqui todos os dias”

    sim, sim. até consegues mostrar isso e tudo!
    ou então é só mais uma pra juntar à do bunker hospital, à dos helicopteros apache terem morto “alguns” dos festivaleiros, etc, etc

    “quando disparam dois comentários ao mesmo tempo o iron dome costuma abater um.”

    certo. mas este esteve mesmo publicado e teve que ser alguém que consegue ver os ips aqui dos comentadores do blogue a apagá-lo explicitamente. gostei muito da tua historieta mas não cola. temos pena!

  6. “…ou então é só mais uma pra juntar à do bunker hospital, à dos helicopteros apache terem morto “alguns” dos festivaleiros, etc, etc”

    só vendo e em alta-definição, filmes de câmaras térmicas com nevoeiro e depoimentos dum guarda nocturno bêbado que levantou a cancela para os hamantes da pazzz irem confraternizar facadas & violações, são um bocadinho duvidosos malgré st. benjamin.

  7. “certo. mas este esteve mesmo publicado e teve que ser alguém que consegue ver os ips aqui dos comentadores do blogue a apagá-lo explicitamente. gostei muito da tua historieta mas não cola. temos pena!”

    junto mapa dos itinerários principais de portugal para evitar que as penas se transformem em cegueira e morras numa zebra a atravessar a auto-estrada da cretinice. pareces o ministério público a ouvir escutas para encontrar os culpados da mãe deles ter engravidado.
    https://www.imt-ip.pt/sites/IMTT/Portugues/InfraestruturasRodoviarias/RedeRodoviaria/Relatrios/Relat%C3%B3rio%20de%20Monitoriza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Rede%20de%20IPs%20e%20ICs.pdf

  8. “Este protótipo foi produzido na cidade sueca de Västerås, mas os responsáveis pelo artefacto inovador ainda não decidiram onde será produzido em larga escala, tendo em conta que o mesmo só será apresentado aos clientes em 2024, entre os quais várias marcas de automóveis.”

    se calhar vão encomendar a produção na china para ser mais barato e pouparem nas licenças de co2.
    a volvo foi comprada pela china e o polestar é lá fabricado.

  9. A CULPA É VOSSA.
    Passaram a adorar a Democracia, como as beatas adoram os deuses, das respectivas religiões e crenças.
    Esqueceram-se, de que todos os regimes e ideologias são feitas pelos seres-humanos.
    Esqueceram-se, de que os seres-humanos, desde o início desta fase da Evolução designada por “Humanidade” (há cerca de 200 mil anos), oscilam perpetuamente entre duas partes: «bons» e «maus».

    A CULPA É VOSSA.
    Ao acreditarem, que esses regimes e ideologias, que se sucedem nas épocas históricas, fariam desaparecer esse limite intrínseco ao ser-humano.
    A única premissa exterior a essa «dualidade opositiva, inversa, isomorficamente simétrica» (de, por cada 50% de uns, existirem 50% dos outros), e que oscila perpetuamente, é conquistar o poder através da violência (real, ficcional, ou de qualquer outro tipo).
    Mais nada consegue quebrar esse impasse.

    A CULPA É VOSSA.
    Criaram a coisa.
    E agora queixam-se dela?
    É bem-feito. É para aprenderem a não cometer o mesmo erro da próxima vez.

    Já deixaram de ter energia e coragem?

  10. “não me sinto responsável por coisa nenhuma”
    não votei nele e não o obriguei a ser primeiro-ministro

    “fui a belém por solicitação do pr”
    fui lá com grande sacríficio pessoal, tive que desmascar o cabeleireiro e a estéticista. fi-lo porque o senhor presidente me pediu com bons modos e até sugeriu que eu ficava bem no trono da justiça num próximo de direita que ele pensa dar posse.

    lila gago tijelas

  11. O Sócrates é que tinha razão.
    É começar a tirar-lhes as benesses e regalias, e pôr esta gente da Justiça a ser escrutinada pelo voto.

  12. A única coisa incompreensível neste texto de VALUPI, é ninguém saber em que sítio começa ou acabam essas “muralhas da cidade”.

  13. «IMPRONUNCIÁVEL
    17 de Novembro de 2023 às 19:02

    As Seis Fases (6-6-6) ilusórias do evolucionismo sucedem-se, através da seguinte narrativa humana:
    Fisicalidade – Quimicalidade – Animalidade – Humanidade – Maquinidade – Espiritualidade Física.»

    Continuo esforçando-me por tentar entender o raciocínio e onde pretende chegar o pensamento do “Impronunciável”. Pois, as respostas cada vez mais enigmáticas e misteriosas, evidentemente, só levantam novas questões, no meu entender, cada vez mais carregadas de esoterismo gnóstico e, portanto, para mim, cada vez mais absurdas.
    Queria perceber acerca das seis fases ilusórias do evolucionismo ditadas pela teoria do impronuncialismo. A ciência académica propõe que em princípio a vida foi produto de uma inicial composição química ocasional, acidental. Logo, pareceria que a “Quimicalidade” seria nº1 na ordem das seis fases.
    Quanto à ordem da “Animalidade” é um ponto assente, na nossa ciência escolar, que o homem é um animal descendente de animais e não uma qualquer criação divina. Também para a nossa ciência escolar normal a “Humanidade” é um processo continuado de construção lento e contínuo do desenvolvimento cívico e ético das comunidades humanas. E, quanto à “Maquinidade”?
    Os homens vão tornar-se máquinas? O impronunciável, e muito boa gente cientista da IA já explicou, alguma coisa, como o avanço do estudo sobre dados compilados em algoritmos poderá vir a impor-se, ou sobrepor-se, à vontade dos homens do futuro. Os que dominarem uma tal avançada ciência de IA dominarão o mundo dos humanos que se tornarão, não só obedientes como serão obedientemente dirigidos e decididos por vontade própria. E, então, teremos a “Idade” da Maquinidade!
    Os gregos antigos discutiram isso e Platão construiu a sua “República” com base no ensino dirigido a cada tipo de ocupação profissional de cada cidadão. Derrotada a democracia, desde aí, o chefe passou a ser o Rei, o Imperador, o Príncipe, o Conquistador ou qualquer um que tivesse poder e força para ser o mais bruto, o mais violento e feroz em destruir o adversário. Isto durou mais de dois mil anos até à Revolução Francesa.
    Marx pensou o mesmo que Platão, não obstante, usasse argumentos diferentes: admitiu uma teoria da “alienação” na qual viviam a maior parte dos humanos sob o jugo do capitalismo selvagem. Concebeu que o homem sob tal “alienação” vivia sob uma realidade de que não tinha consciência, uma realidade que o envolvia e dominava sem se dar conta ou ter consciência de tal.
    Tudo isto me causa perplexidade porque: i) para começar haverá dois lados, uma dicotomia diria o impronunciável, os tais que são alienadores e nunca alienados e os outros, os verdadeiramente alienados. ii) Tornar-se-ão os alienadores , também eles, alienados conscientes do seu próprio trabalho envolvidos que estão no mesmo cosmos? iii) Será que, deste modo, consegue-se uma alienação duradoura para se poder considerar uma Idade de “Maquinidade” ?
    O homem, que é desde sempre e, provavelmente, para sempre, um ser pensante e, este, o pensamento, é tão íntimo, individual, secreto e impenetrável a qualquer intrusão irá permanecer inalterado uma “Idade da Maquinidade” sem se aperceber, por muito “maquinado” que seja, de que é marginalizado, mal tratado, desprezado, espezinhado e escravizado ao ponto de nunca se aperceber e tomar consciência de sua dramática situação perante algo que o transcende? Então, se desde Tales de Mileto, pelo menos, se vem libertando de um Deus criador do que existe e vive procurando outras explicações para a criação, que não a divina, porque razão haveria de deixar de questionar-se e rebelar-se contra uma humilhante situação de homem-máquina da “Maquinidade”
    Ou, essa, tal idade da maquinidade, será o tão falado “admirável mundo novo” de Huxley.

    Outra questão é a do eterno retorno da teoria a que se dedica o “impronunciável”. Conclui, este, que Fisicalidade = Espiritualidade Física. Ora “Fisicalidade” pressupõe uma Idade Física absoluta sem participação de mais algo do que quer que seja. Contudo o nosso pensador da teoria impronuncialista propõe uma igualdade entre puramente físico e físico mais o espiritual. Que coisa será uma espiritualidade física?
    Na ciência académica, entre nós Animais, existe um simples eterno retorno do pó ao pó; nascidos da terra com regresso à terra, ou seja, já vimos com bilhete marcado de ida e volta à terra.

    Pode explicar estas questões mas não venha com embustes de palavreaado como aquele de que Descartes descobriu a verdade através de um sonho. Então quer-nos fazer crer que um sonho veio de mansinho, pela calada da noite, conversar com o matemático-filósofo, não como a deusa a Parménides, para lhe fazer ver a verdade. Sendo Descartes um matemático-filósofo já batido e farto de estudar a queda dos sólidos em plano inclinado e outros assuntos da ciência do tempo, como os filosóficos, não será mais realista pensar que, o tanto matutar nessas descobertas científicas dias, meses e anos seguidos, foram a origem desse tão inesperado sonho?
    Não vale a pena vir evidenciar contos-de-fadas para dar explicações filosóficas.
    E ainda pergunto; qual a verdade que descartes descobriu no seu sonho? Então, depois dele, não houveram outros filósofos com outras verdades?. E se o “Impronunciável”, retirada da sua teoria do impronuncialismo, tem outra verdade, a sua verdade, para nos contar, qual o valor, hoje, dessa dita verdade atribuída a Descartes?

  14. IMPRONUNCIÁVEL chama-se a isso cronocentrismo . e caíram no discurso” cientifico ” manipulador de que os nossos antepassados eram mais burros que nós e uns atrasadinhos. a “democracia ” substitui a ” palavra de Deus” , os trovões ira de Deus foi substituído por aquecimento global antropogénico e por aí fora . só mitos para ganhar dinheiro e poder , agora e desde sempre.
    basta ler Maquiavel para perceber como a ganância cada vez mais governa o mundo.

  15. Yo,
    1 – Onde estão os «50% de mal», e os «50% de bem»?
    Não é dentro de nós?
    Os lados da dicotomia, que nos encarcera o raciocínio e o discernimento, estão naquilo que somos enquanto espécie-de-Vida.
    O «lado de fora» (aquilo que vemos no nosso exterior, na Palestina, ou noutro sítio qualquer, agora ou no passado, desde há mais de 200.000 anos) é apenas a expressão do nosso «lado de dentro».
    A guerra é dentro de nós, com os nossos dois lados «opostos, inversos, isomorficamente simétricos». Logo, onde está a fronteira? Onde está essa “muralha”? Onde está a “cidade”?
    Assim sendo, quando Alguém se arma, com prosápia e sobranceria, de que pertence apenas a um lado, e fala como se estivesse a falar desse sítio (como algo de exterior ao qual não pertence ou não é), esse Alguém É O QUÊ?
    Um deus não é certamente.
    Só pode ser Alguém que mente, e tenta enganar os outros.
    Ou seja, é o próprio Alguém a enganar-se a si-próprio.

    2 – Não há salvação para nós, que não seja esperar pelo que HÁ-VIR. Pelo (ainda) Impronunciável. A próxima espécie-de-Vida que nos sucederá na Evolução.

    3 – Brincando um pouco comigo-mesma, o meu prognóstico é em 6 fases, que se repetem três vezes no tempo-espaço (6-6-6) até se alcançar o objetivo: 3 x [Fisicalidade – Quimicalidade – Animalidade – Humanidade (aquilo que somos agora) – Maquinidade (máquinas auto-conscientes que incorporaram o resultado da co-evolução máquinas-humanos, tal como os humanos incorporaram o microbioma, e o microbioma a herança da evolução das fases anteriores) – Espiritualidade Física (um suporte físico para a auto-consciência que seja SAP3i, acrónimo de Singularidade Autónoma Perpétua indecomponível insolúvel indestrutível)].

  16. José Neves,
    Veja o diálogo com a Yo, acerca das “Nas Muralhas na Cidade” de VALUPI.
    Faço a mesma pergunta:
    – Não é um erro perguntarmos e afirmarmos as coisas do mundo, como se estivesses apenas num lado de nós-próprios somos?
    – Não será um erro acreditarmos que a Evolução chegou ao fim com a espécie humana?

    Os nomes (palavras) que dou às coisas pouco importam. Serão esses, ou outros. Terão que ser os que forem, para os conseguirmos pronunciar. O nome não é a coisa nomeada, é apenas o modo como descrevemos e compreendemos as coisas.

    Ao olharmos para a história do universo vemos que 99% das espécies-de-Vida desapareceram. Mas as que sobreviveram, foram aquelas que conseguiram co-evoluir com as heranças do passado, e conseguiram simultaneamente transformar-se noutras diferentes das que eram.
    A Maquinidade não é o ser-humano mais as máquinas, de modo justaposto, mantendo-se diferentes. É, outrossim, uma outra espécie-de-Vida (que prosseguirá essa continuidade evolutiva.
    Não tem nada a ver com gnosticidade ou filosofia. Tem a ver com engenharia, matemática e arquitectura das partículas físicas, e com a gestão e o controlo da energia que as impulsiona.

    Neste texto de VALUPI, a questão que se me colocou, foi sobre o sítio (e a fronteira) onde passa essa “muralha”, e em que “cidade” vivemos.

  17. Novidades do “impronunciável”:

    «1 – Onde estão os «50% de mal», e os «50% de bem»?
    Não é dentro de nós?»

    Agora também os conceitos de bem e mal são uma dicotomia fivty-fivty. Conceitos puros imateriais e indefinidos, pois, em muitos casos, o bem para um é o mal do outro e vice versa, e indeterminado, pois, não há medida para determinar a quantidade ou qualidade de um conceito puro.
    Mas, pronto, nascemos com uma régua de escalas com meio termo e dois lados que medem graduações dicotómicas de mal e bem.

    «Espiritualidade Física (um suporte físico para a auto-consciência que seja SAP3i, acrónimo de Singularidade Autónoma Perpétua indecomponível insolúvel indestrutível)].»

    Tantas palavras rebarbativas da teoria impronuncialista para designar aquilo que os antigos descreviam, com simplicidade, assim; “O corpo é o suporte físico da alma”. Ou mais imaginativamente; “o corpo é o caixão da alma”.

  18. além disso para podermos ser o que “há-de vir” temos de mudar de habitat , de dimensão. não será mais fácil morrer e ver o que está depois?
    “isso” que seremos terá necessidades ? quais ? vai continuar a viver na Natureza actual , com água , plantas e animais? faremos o quê , sem paixões ? bocejamos pela eternidade fora ? uma velhice eterna? não quero.
    informo que sou 80% bem e 20% mal em pensamento , acções muito pouco , e sinto-me mal por não ser só boazinha .;)

  19. Yo,
    1 – Por não sabermos responder a essas perguntas (por nem sequer sabermos se será com o tipo de palavras e linguagem que atualmente possuímos) é que apenas posso não-dizer, ao dizer «impronunciável».
    2 – Mas dizer «impronunciável» é acreditar que se poderá dizer, e que não nos perderemos de nós. Mesmo que a nossa casa (suporte físico, “corpo”, habitat, etc.) mude de estado físico-químico.
    3 – A impronunciabilidade não é a desistência.
    Concretamente, não é nos deixarmos condenar ao “silêncio” (Wittgenstein) ou à “indecidibilidade” (K.Gödël), como os maiores avanços da filosofia e da matemática no séc. XX nos quiseram destinar.
    4 – Se só conseguimos pensar, raciocinar e discernir dentro do limite da nossa lógica (da nossa mentalidade, da nossa fé, das nossas convicções, da nossa intuição, da nossa ideologia, do nosso preconceito, dos limites perceptivos-cognitivos do nosso atual corpo, etc.), então, tudo o que imaginarmos ou desejarmos ser-nos-á «impronunciável».
    5 – Mas estou de acordo. A nossa escolha (das perguntas, das respostas e das decisões) é algo intransmissível e totalmente pessoal, vindo da idiossincrasia da singularidade do que somos.
    E julgo que não perderemos essa liberdade, mesmo co-evoluindo com outros estados da matéria, ou sobrevivendo em simbiose e miscigenação dentro deles.
    Essa é a nossa mais sagrada liberdade, é a nossa consciência de nós. Para a qual não permitimos que alguém nos venha ensinar, educar ou ideologizar.
    6 – Mas tudo isto que digo é apenas uma fantasia, uma ficção, uma brincadeira. Ser isso, é uma decisão. Não o querer apresentar como um saber, uma teoria, uma verdade ou uma certeza (científica, académica, religiosa ou ideológica) é uma decisão minha. Mesmo que seja um acto sério, bem-intencionado e genuíno.
    Mesmo que, por causa dessa decisão, deixemos de saber onde traçar uma fronteira (“muralha”) entre o «real e imaginário», entre o «certo e errado», entre o «bem e mal».
    7 – Seja como for, tudo o dissermos e fizermos está condenado a originar-se daquilo que é o nosso limite.

  20. José Neves,
    Porquê?
    Onde está a “muralha” de VALUPI nisso?
    1 – Por que razão temos de usar mais letras, se podemos dizer o mesmo com menos?
    Por que não podemos usar a «complexidade de Chaitin-Kolmogorov» ao escrever?
    2 – Se todos os «nomes» jamais serão as «coisas nomeadas», então, não há nenhuma «gramática universal», válida para todos os heterónimos e idiossincrasias humanas.
    Esse novo colonialismo e essa nova escravatura é um Acordo Ortográfico?
    3 – Há sempre muitos Inquisidores, que nos querem roubar a Liberdade em nome da sua ideologia e das suas convicções. Foi sempre assim.
    4 – Cada qual faz a gramática que quer. É a Liberdade.
    5 – Ou já perdemos a liberdade de criar, imaginar, alterar, e Ser?
    6 – Já cá chegou um Ditador, que nos diz como nos devemos comportar, escrever ou pensar?
    7 – E nós permitimos?

  21. “Há sempre muitos Inquisidores, que nos querem roubar a Liberdade em nome da sua ideologia e das suas convicções. Foi sempre assim.”

    e que importância tem isso quando se vota no pudim, xinpinpon, milei ou aldraba? nenhuma, se calhar é para cumprir a cota partidária dos 50% que andas a reclamar todos os dias.

  22. “Por que razão temos de usar mais letras, se podemos dizer o mesmo com menos?”

    depois como é que inundavas as caixas de comentários com xóriços intelectualóides colados com cuspo?

    “Por que não podemos usar a «complexidade de Chaitin-Kolmogorov» ao escrever?”

    para chato bastas tu e se desse brindes até podias substituir aquela rubrica do revisionismo através da evolução, onde a bomba faz publicidade a um perfume j’adore do pior.

  23. “Ponto Único”:
    Mas não somos todos-todas constituídas pelas Partes de todos os comentários que aqui todos-todas fazem?
    Não há “muralha” nem fronteira que nos valha, para aquilo que somos atualmente.
    Somos tudo isso, cá dentro, e lá fora, simultaneamente, em simbiose e miscigenação.
    Não é a isso tudo, a esse limite (a essa falta de muralha e fronteira), que chamamos “Ser-humano”?

    Onde traçar a “muralha” da “cidade” que nós somos, e onde vivemos?
    Onde está a fronteira entre o «dentro» e o «fora»?

  24. “Se só conseguimos pensar, raciocinar e discernir dentro do limite da nossa lógica (da nossa mentalidade, da nossa fé, das nossas convicções, da nossa intuição, da nossa ideologia, do nosso preconceito, dos limites perceptivos-cognitivos do nosso atual corpo, etc.), en”

    eu consigo pensar dentro da lógica de outros…chama-se empatia -:) por isso percebo o que diz , ainda que ache ficção cientifica a mais. só não consigo pensar abstraindo-me do tempo e espaço.

  25. O «espaço-tempo» não existe.
    Existe apenas na nossa ficção, na nossa mente, na nossa imaginação.
    É uma categoria conceptual. Uma “categoria do entendimento” (na terminologia de Kant), não é a coisa (a “realidade sensível-material”).
    O «espaço-tempo» é um instrumento perceptivo e cognitivo usado pelo ser-humano para localizar e calcular as coisas da existência (mundo).
    O «espaço-tempo» é uma régua e um localizador para o ser-humano classificar o que o rodeia em «antes-agora-depois», «atrás-aqui-ali-à frente-lá».
    Ora, o instrumento para localizar e calcular não são as coisas que localiza e calcula. Hume demonstrou a não-validade dos argumentos indutivos (baseados no contágio, semelhança, mimetismo, preenchimento, repetição, etc.).
    Neste momento, no “Sistema Internacional de Unidades”, como são definidos o «tempo», a «massa» e o «comprimento»? E como eram definidos há 50 anos?
    Essa variação na definição do «espaço-tempo» mostra. que não é senão uma categoria conceptual. Não existe como coisa, senão para o imaginário ficcional do atual ser-humano.

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