Não se odeia a bosta

.

Nunca um Governo foi tão odiado. Nem o de Salazar.

Soares

*

Soares envelheceu mal. E com isso borrou parte de uma pintura que será das mais decisivas e ilustres na história da democracia em Portugal no século XX. A sua estouvada recandidatura à Presidência, em 2006, arrastando o eleitorado socialista para uma guerra fratricida com Alegre, abriu caminho à vitória – e até à reeleição – de Cavaco. Perante o que estava em causa, a subida de uma figura tão nefanda ao topo da hierarquia do regime, Soares mostrou completa ausência de sentido de Estado, de estratégia e de mero bom senso. Mais tarde, voltou a errar e a capitular face às golpadas que foram cercando Sócrates. Chegámos a ver Soares a dizer de Passos – em cima das eleições de 2011 – que o “bom rapaz” estava “bem-intencionado”, na prática validando os métodos usados pela direita para o derrube do Governo PS e a entrega de Portugal a um programa de empobrecimento radical e ao desmantelamento do Estado social. Last but absolutely not least, ninguém recorda sequer um vagido que Soares tenha largado perante a “Inventona de Belém”, só o maior aviltamento da responsabilidade presidencial de que há memória. Nos últimos meses, e se calhar também por causa do torpor emanado de Seguro, tem andado a fazer declarações cada vez mais rebarbativas contra Passos e o Governo, culminando nesta infelicíssima, tonta e indigna comparação com Salazar. O egocentrismo incontinente, seja em que idade for, é sempre mau conselheiro.

Ora, precisamente o que este Governo tem suscitado de um modo que causa perplexidade é o espectáculo da ausência de ódio perante o que foi despejando sobre os portugueses desde a primeira hora em que tomou posse. Tendo feito uma campanha eleitoral que recuperava o tema da “verdade com sabor a laranja” de Ferreira Leite e de Cavaco para consumar a pressão final sobre um alvo constantemente bombardeado com calúnias e suspeições, e tendo prometido o fim dos sacrifícios para o dia seguinte, o fim da imoralidade na Pátria e a chegada da gente séria aos negócios do Estado, o que se seguiu foi um vendaval de destruição. Destruíram o programa eleitoral com que foram a eleições. Destruíram a capacidade de recuperação económica das empresas. Destruíram a imagem de exemplarismo moralista e angelismo ético. Destruíram a qualidade de vida da classe média. Destruíram a esperança de ter uma profissão decente em Portugal para cada vez mais pessoas. Mas não só. Sendo um Governo que ostenta um ministro chantagista, um outro fanático, um outro bronco, uma outra alucinada, ainda por cima capitaneados por um primeiro-ministro inane cujo parceiro líder de coligação é um ministro fantasma, nem sequer se podem agarrar a um qualquer talento para a governação, estando aí os sucessivos episódios de conflitos internos e números da execução orçamental a mostrar que estamos entregues à fulgurante incompetência. Contudo, as sondagens foram mostrando até à asneirada da TSU um sólido apoio popular – ou, no mínimo, uma surpreendente resistência à erosão face à violação do contrato eleitoral e aumento drástico da austeridade – também ele confirmado pela percepção na imprensa e na rua. Mesmo o 15 de Setembro impressionou muito para além dos números pela postura tranquila da multidão. Como se tratava de uma manifestação genuinamente espontânea da base eleitoral do PS e do PSD, não surgiu pejada da retórica belicista e iracunda que fez a paisagem dos protestos contra os Governos socialistas. A paz social que, apesar dos pedreiros acabados de chegar, tem marcado a aplicação do Memorando por um Governo de mentirosos, irresponsáveis e estúpidos é um cristalino retrato de Portugal – esse país de secular miséria intelectual, demissão cívica e opulência sectária.

Sócrates foi odiado porque Sócrates foi a mais forte ameaça que a direita e a esquerda portuguesas enfrentaram após o 25 de Novembro. A direita não sabia que podia perder os anéis por erros próprios e ainda descobrir que havia alguém eleito sem disposição para ir ao beija-mão do seu poder. A esquerda não suportava que se conseguisse modernizar o país ao mesmo tempo que se reduzia a pobreza e se aumentava a qualificação de largos estratos sociais. O ódio que invadiu a sociedade de alto a baixo até 2011 misturava oligarcas desesperados a espumar por sangue com pulhas comprados por dois tostões e analfabrutos a comerem a ração da sua impotência na pocilga de uma comunicação social em permanente campanha de desgaste e difamação. O ódio era o único programa político que tinham à disposição. Mas a bosta não se odeia. A bosta pisa-se, quando andamos atarefados sem ver onde pomos os pés. A bosta lava-se, quando temos tempo e pachorra para a tarefa. A bosta deixa-se esquecida a desaparecer por si própria, quando estamos longe da sua pestilência. E é por isso que não há quem odeie Passos, Relvas, Gaspar, Portas, Álvaro, Teixeira da Cruz. Resta só saber o que vamos fazer com esta bosta.

82 thoughts on “Não se odeia a bosta”

  1. Quando Soares iniciou esta “Dinastia”, com os direitos que lhe davam o seu «anti-salazarismo», que são qualidades governativas naturalmente de gente capaz e inteligente, não adivinhava que lhe saía a carreira borrada.

    Soares teme que a sujeira da sua dinastia não o leve aos Jerónimos, por isso luta até à morte!

  2. tadinho do cromo inaugurador da desgraçada maior deste povo. bem pode estrebuchar , funeral como o do Cunhal não vai ter !!!!! é odioso , um Tartufo balofo para quase todos. aposto que nem percebeste que a infantil candidatura presidencial do homem foi pq ficou verde de inveja com o funeral do Cunhal. é , os homens são assim de parvos , até têm inveja de funerais. queria uma maré de gente ? vai ter , a rir-se de alivio de semelhante avestruz desaparecer. anormal que iniciou toda uma fraudulenta forma de fazer política .

  3. O Valupi continua com o seu quiproquo com Soares. Ainda não digeriu a candidatura do mesmo à Presidencia. E quanto a mim, por essa impressão psicológica de mal estar contra Soares, no meu ponto de vista erra completamente a análise que faz acima.
    Eu acho, ao contrário do Valupi, que é raro encontrar alguém que tenha envelhecido tão lúcido quanto Soares o é ainda hoje. E tinha razão quando se candidatou, pois se o poeta maior dos poetas menores aliado dos bloques, não se tem intrometido, também ele cheio de inflamação contra Soares, bem podia Sócrates ter escolhido um candidato ganhador ou o próprio Soares ter sido ganhador, e deste modo ter evitado a miséria actual em Belém.
    E a prova de que o “ancião”, como a direita logo o apelidou, ou a idosa idade fora de prazo como entendeu Valupi, não era caso para tanta aversão está que se mantém mil vezes mais lúcido e não precisou nascer duas vezes, basta-lhe a sua natural e invulgar intuição política temperada como aço pela longa experiência.
    E acho que o Valupi, novamente encandeado, é injusto quando diz que Soares não apoiou Sócrates. Nunca o vi fazer de manhoso, como Alegre ou Seguro, fazendo oposição nas costas de Sócrates. Pelo contrário viu-o sempre actuar publicamente em seu apoio. Se no caso das conspirativas escutas de S. Bento a Belém, não há prova de apoio também não há prova em contrário, o certo é que Sócrates e Soares se deram sempre bem.
    Quanto ao erro sobre avaliação de passos, ele na entrevista explicou como foi enganado, tal como a maioria dos portugueses: o homem é um nato dissimulador que até um velho sábio da política conseguiu burlar.
    Outro erro de avaliação da situação de Valupi está quando afirma que, para contrariar Soares, não há ódio a passos. E está tão convicto que se repete com a “perplexidade que é o espectáculo da ausência de ódio” ou “é por isso que não há quem odeie passos, relvas…”.
    Bem, para mim vale tanto a convicção de Valupi de que não há como a de Soares de que há. E pela minha constatação prática tudo aponta que seja Soares que estará mais perto da realidade. O ódio sério não se vê, pressente-se; o ódio provocado sente-se primeiro como cólera; o ódio contido não se grita, rebenta.
    Outro galo cantaria em Portugal se o idoso leão político Soares estivesse em Belém.

  4. o soares não é um leão político . é uma hiena política , alimenta-se de restos , de restos do Salazarismo , dos restos daquilo e daqueloutro. e furioso que ficou com os cortes de subsídios à sua megalómana fundação : parece que ainda não percebeu que não temos dinheiro para monumentos à vaidade. e que nos estamos lixando para ele. é pena que no ps ainda não lho tenham dito , caridade tem limites :)

  5. Depois das boçalidades que, ocasionalmente, li no blog Aventar, sobre Mário Soares, nunca pensei que viria encontrar no Aspirina, semelhantes baixezas. E não, não sou admirador incondicional de Mário Soares. Que desconsolo!

  6. F Pessoa, explica lá melhor a tua opinião que eu fiquei na mesma.
    __

    jose neves, concordo muito com a tua última frase.
    __

    Manojas, de que falas?

  7. Ele não comparou Passos, ou sequer o seu governo, com Salazar, limitou-se a dizer que este governo é mais odiado pelo povo do que os de Salazar foram:
    ” Nunca um Governo foi tão humilhado e odiado pela pessoas como o atual, nem no tempo de Salazar…”
    Concordo.
    Quanto à candidatura, parece que foi a pedido de Sócrates e da direcção do PS para combater a de Alegre, essa sim completamente irresponsável , tanto que viabilizou a eleição do Tutankamon.
    É verdade que deixou Sócrates mais isolado ao considerar Passos um homem bem intencionado e ao não denunciar o golpe palaciano para o derrubar. Reconhece ter-se enganado ao dizer, na entrevista à TVI, que “considera que os portugueses agora até sentem que foram injustos com Sócrates”.
    Temos de ver que não é daqueles homens que nunca se engana e raramente tem duvidas e portanto cometeu os seus erros mas, tudo somado, estou-lhe infinitamente agradecido pelo que fez e continua a fazer pelo país.
    Que bom que seria se o actual líder socialista tivesse um cagagésimo da sua sabedoria e energia.

  8. Falo que, presentemente, a luta é contra esta direita que nos está a massacrar, contra o actual governo, contra o reaccionarismo. Mário Soares, goste-se ou não dele, é essa luta que está a travar. Mário Soares é uma referência do socialismo, da social-democracia, da democracia, que não se deve diminuir. Ninguém é perfeito, ninguém tem sempre razão.

  9. porra, com malhanços destes, não é preciso blogues de direita. Poupam-lhes o trabalho e eles agradecem, agora mais do que nunca, que a esquerda saia toda estraçalhadinha ainda antes de ir a votos. Agora é também o João Soares na berlinda. Foi só um dos melhores presidentes da câmara de Lisboa. E o pai o maior Político em Portugal desde o 25/4.

  10. O Sócrates é (foi) isso? Neste país? fantástico! E depois da dívida, das PPPs dos bancos não vai preso?

  11. não, moreira! estás a confundir as coisas, quem irá preso, se algum dia se fizer justiça, é o cavaco, pelos motivos que tu sabes e mais alguma coisa que entretanto se descubra.

  12. Eduardo J, que sentido faz comparar um regime que tinha polícia política, e que cometeu crimes de sangue e tortura, entre outras atrocidades contra a liberdade, com um Governo de um regime democrático num Estado de direito?

    Quanto a ter sido Sócrates a convidá-lo, caso seja verdade essa versão, o problema permanece inalterado: não devia ter aceitado.

    E concordo muito com as tuas últimas frases.
    __

    Manojas, estás a dizer que Mário Soares deve ser poupado a qualquer opinião desfavorável a seu respeito? Se é isso, não poderás estar mais longe do espírito, exemplo e ideário que Soares representa.
    __

    Luis Moreira, se queres prender Sócrates, faz alguma coisa por isso, mas não é nesta caixa de comentários que vais conseguir realizar esse teu belo sonho.

  13. Ó moreira, a dívida por si só não nos diz nada, não nos permite concluir nada de nada! A dívida é um passivo, que como todos tem um activo associado e é só mediante esta análise que se pode concluir alguma coisa. Por exemplo gostas de ir para o Algarve pela A2? Sem a dívida chegavas a Setubal e viravas à esquerda nos semáforos !!

    Já entrou no discurso ignorante que campeia os media e os comentadores que dívida é mau assim sem mais.
    Por exemplo pq é que quando quando o banco me deve dinheiro a isso se chama um depósito e quando é o estado que me deve a isso se chama dívida ????

  14. Às vezes consegues surpreender-nos, Valupi, e subscrevo o que sobre este teu post o José Neves, o Eduardo J e a Edie já disseram, mas, para te dar mais um indício de que o Soares está muito mais próximo do sentir geral do que tu, digo-te só que aqui o Joaquim Camacho, por exemplo, quando o Passos ou o Gaspar aparecem na TV, desliga o som na maior parte das vezes, depois de ouvir duas ou três frases, e só consegue mesmo ouvi-los até ao fim quando percebe que se trata de mais alguma aldrabice ou filha-de-putice de que precisa de estar a par. O simples som da voz deles soa-me como uma agressão quase física, e tu sabes o que uma pessoa normal tem vontade de fazer quando é agredida.

    Alguns chamar-lhe-ão ódio, outros raiva, eu por enquanto não sei o que lhe chame, mas, tendo vivido em total indignação e revolta o salazarismo e o caetanismo, digo-te que, para além de um profundo desprezo, o “desamor” que sinto por esta gente ultrapassa em muito o extremo desafecto que sentia pelos outros. Por acaso não estranhas a origem dos poucos aplausos que esta tua prosa suscitou?

    “A sua estouvada recandidatura à Presidência, em 2006, arrastando o eleitorado socialista para uma guerra fratricida com Alegre, abriu caminho à vitória – e até à reeleição – de Cavaco.” Esta tua “análise” vira o filme completamente ao contrário, a guerra fratricida foi da responsabilidade do Alegre e não o contrário. Foi ele que a desencadeou e alimentou, do primeiro ao último dia de campanha.

    Quando se tornou evidente que o Cavácuo se ia candidatar às presidenciais de 2006 e não havia candidato assumido à esquerda, muitos (eu incluído) viam no Manuel Alegre o melhor candidato possível da esquerda e desejavam que ele se candidatasse. Tivesse-o ele feito sem ambiguidades e teria ganho ao de Boliqueime com uma perna às costas. Mas, para desespero de muitos (mais uma vez eu incluído), o Alegre deu várias entrevistas a dizer que não estava nem nunca tinha estado nos seus planos de vida ser Presidente da República. Basta consultares a imprensa da época para confirmares isto. Parvo que sou, acreditei e desesperei. Eu e muitos mais. E apenas porque o Alegre afirmava não querer ser candidato é que o Mário Soares avançou, porque o campo da esquerda estava deserto e o burgesso avançava triunfalmente sozinho.

    Estava eu já relaxado, porque a candidatura do Soares cortava completamente o caminho ao de Boliqueime, e sou surpreendido com o Alegre a dar o dito por não dito. Foi ele que avançou depois do Soares, por inusitados despeito e inveja, e não o contrário. Foi ele o principal responsável pela vitória do bacoco deslumbrado. Se não tivesse andado armado em difícil a enganar toda a gente, afirmando um desinteresse que afinal era fingido, se se tivesse candidatado logo, sem ambiguidades, quando percebeu que muita gente o desejava, ganhava, repito, com uma perna às costas, o burgesso nunca lá teria chegado e, apesar dos defeitos que ele próprio, Alegre, tem, alguns inesperados, talvez não estivéssemos como estamos agora. E se quando o Soares avançou, por falta de comparência dele, tivesse sido coerente com as suas anteriores manifestações de desinteresse pela Presidência e tivesse deixado o velhote enfrentar o Cavácuo sozinho, o resultado seria o mesmo: o Marocas ganhava com uma perna às costas e o de Boliqueime estaria agora na Quinta da Coelha a lavar o rabo aos netos.

    O que pôs o Cavácuo na Presidência foi a vaidade e o despeito egoístas de Manuel Alegre, a campanha miserável que fez quase exclusivamente contra o Soares, a tolerância e bonomia com que tratou o burgesso e o sectarismo cegueta do cardume de idiotas úteis que o apoiou na merdosa aventura. Só de me lembrar da festa de vitória na sede de candidatura do Alegre, na noite em que o de Boliqueime foi eleito pela primeira vez, até me dá vómitos. Aquela cambada de idiotas festejava efusivamente, sorrisos rasgados de felicidade, até mesmo de êxtase, a grande “vitória”, pois para eles apenas o que consideravam uma humilhação do Soares, o terem mais votos do que ele, era importante. O facto de a vitória (sem aspas) ter sido apenas a do de Boliqueime, e de isso tornar absolutamente inevitável, com extrema clareza, a época desgraçada que se avizinhava, era para eles completamente secundário, não os aquecia nem arrefecia, a euforia era total, obscenamente orgástica.

    O umbigo inchado de um só homem influenciou negativamente a história deste país de um modo miserável e o resto é conversa. Bardamerda para o Alegre, considero-o como o principal responsável pelo que nos está a acontecer e nunca lhe perdoarei.

  15. Tivemos a Dinastia do Rei Fundador, agora temos a dinastia do Rei das Fundações, ou Rei Afundador.

    A História já está escrita por si só, e a «doutrina do anti-salazarismo» das figuras históricas desta Dinastia, da ultra esquerda à direita, foi tão miserável e irresponsável, que chegam a amenizar certos crimes do Estado Novo.

    Infelizmente!!!

    Temos que deitar fora o disco e não tocar mais a mesma, já chega de ouvir sempre os mesmos.

  16. o problema dos alegres e dos soares é quererem mandar no partido socialista não sendo secretários-gerais e acharem que o poder ainda se exerce como no século passado, quando as tipografias imprimiam cartões de visita. claro que ainda existe uma claque de botas de elástico que vive neste imaginário, pronta para ficar horrorizada e rasgar as vestes quando lhe vão aos mitos. enfim, mijam todos para esquerda (valha-nos isso) e cada qual mais alto que o outro, mas a prostata já não permite fazer desenhos na parede.

  17. oh camarada edie! ninguém pôs em causa a qualidade do produto, só constatei que ninguém o quer em lado algum e nem sequer referi os motivos. acho que na última tentativa perdeu contra socrates.

  18. pois também acho que aquela porta aberta do soares ao passos foi um erro crasso e inacreditável, quando já se sabia das maroscas para levar o país para os braços do fmi. vejo a candidatura à presidência de uma forma mais benévola, como uma loucura momentânea, naquele que foi o maior erro político do sócrates.
    o moreira não aprendido nada, coitado.

  19. Val, quanto ao Mário Soares eu fui bem claro quanto ao que ele representa. Quanto a toda esta discussão e a muitas outras que por aqui se dão, verifica-se que, infelizmente, a direita é muito mais unida do que a esquerda na defesa das suas aspirações. Sim, sei, é difícil, se não impossível, conciliar o centro-esquerda, a esquerda, a esquerda radical e a esquerda comunista. Ou seja, assim não vamos lá!

  20. assis, exactissimamente.
    __

    Manojas, estás a falar de assuntos que não se relacionam nem com o texto acima nem com o que te perguntei.

  21. Joaquim Camacho, totalmente de acordo. A lucidez de Soares dói.
    Caro Val, realmente não se pode comparar, até porque a conjuntura era muito diferente. No entanto, permite-me que te chame a atenção, relembrando Paxton na Anatomy of Fascism. que no século XXI nenhum regime se assumirá como tal. Ainda que a coberto do mais repugnante terrorismo social, do kitsch mais abjecto, embrulhado em vestes de “liberdade”, sempre tendo em conta os altos desígnios do país e o interesse colectivo. Dando de barato a repetição da História, uma incomensurável falácia, outra vez a eterna e malfadada conjuntura, penso que estamos no bom (?) caminho, basta recorreres a variados e lúcidos posts publicados aqui na pharmácia para veres onde está o perigo.

  22. não concordo com valupi,na parte que diz respeito a soares.este não apareceu a candidatar-se na primeira eleiçao de cavaco,por obra e graça do espirito santo e nem por sua livre vontade, se assim fosse, não tinha dito meses antes, que a sua carreira politica tinha acabado, argumento que MA utilizou até à exaustaõ em campanha.MS. aparece por que dentro do ps e fora do ps lhe pediram por considerarem e bem na minha opinião que MA naõ era candidato ideal do partido socialista,com se veio a provar no apoio em primeirissima mão por parte do BE. este partido é que derrotou MA quando fez dele por antecipaçao o seu candidato.não nos esqueçemos dos anos em que ele e helena roseta se manifestavam contra o partido,sem ter coragem para ir às reunioes dos orgãos para o qual foram eleitos, expor as suas divergencias. o governo Socrates teve no MA um adversario em muitos momentos.MS,não proferiu elogios a Pcoelho antes das eleiçoes,mas já depois da sua vitoria.esta atitude na minha opinião, deu-lhe agora legitimidadede para criticar o seu comportamento.nunca fui soarista e lembro-me muito bem do apoio que ele deu a hernani lopes. não gostei de o ouvir ainda há pouco tempo dizer que não havia mal nenhum que portugal pedisse apoio ao FMI,e falou da sua experiencia nessa materia,depois de um governo de vasco goncalves e anos mais tarde de um governo de direita que deixou um pais miseravel, ainda mais na miseria.hoje o pais que a direita esta´a destruir nada tem a ver com o pais que soares herdou.

  23. jafonso, podemos estar a caminho de muita coisa, mas o critério terá de ser sempre a tal lucidez que convocas. Eu assisti a manifestações de ódio por parte de homens que tinham amigos seus a serem presos e torturados pela PIDE, e por parte de pais que temiam que os seus filhos fossem morrer em África em nome de Salazar e Caetano. Comparar isso com o que se passa em Portugal em 2012 só se admite a quem não tenha memória ou esteja a perder o tino.
    __

    Nuno CM, se Alegre tivesse sido o candidato do PS em 2006, e perdesse, não o teríamos tido em 2011 contra um Cavaco em estado comatoso. Quanto a Soares, mandava o bom senso que, já que queria participar no processo, indicasse o seu candidato em vez de se ter feito à estrada só para prejudicar toda a gente menos o Cavaco.

    Quanto às declarações favoráveis de Soares a respeito de Passos, foram antes das eleições de Junho de 2011.

  24. Val, não vale invocar argumentos comparando afirmações que não têm comparação e até pertencem a conteúdos políticos ou filosóficos diferentes.
    A afirmação de Soares, “Nunca um governo foi tão odiado. Nem o de Salazar”, está tão somente a constatar um facto e não a fazer comparações de governo ou governação. A que propósito Val saca dos atributos políticos do salazarismo para comparar com os democráticos actuais? E acha Val que a democracia está-se cumprindo escrupulosamente moral e politicamente com este governo?
    Soares constata, ele e também muita gente hoje em dia, que o ódio a passos e a este governo é maior que o sentido contra Salazar e o salazarismo. E ninguém melhor que Soares está em condições, ou tem mais autoridade moral e política, para produzir tal afirmação, pois que passou metade de sua vida a combater e sofrer sob esse mesmo regime odioso de Salazar.
    E compreende-se a sua afirmação sob o aspecto histórico-económico. Para quem viveu o salazarismo este nunca constituiu, internamente, um retrocesso económico: foi sempre pobrezinho e remediado e qualquer migalha a mais era um avanço. Depois da guerra e da emigração em massa, e das remessas, até promoveu alguma insdustrialização e houve emprego e melhoramentos mínimos na vida das pessoas. A população teve sempre vida de burro e não conheceu outra. A iliteracia e incultura dominava e emigrantes haviam que tinha Salazar por grande político e governante ao ponto de julgarem e afirmarem convictos que a Place S. Lazare em Paris era a “Praça Salazar”. Salazar manteve os níveis de pobreza sempre baixos e o povo restringido à humildade e subserviência social permanente.
    Neste momento dá-se o contrário, um povo que conheceu níveis razoáveis de vida, de repente, surge um governo que se propôe o empobrecimento geral dos pobres e toda classe média em favor de uma elite financeira. Este governo quer pôr, a mata cavalos, o povo a passar de cavalo para burro. Estamos perante um retrocesso ao pior ou melhor do salazarismo e isso é imcomportável para gente mental e civilizacionalmente do nosso tempo e não do tempo de Salazar.
    E um retrocesso sobre uma população letrada, formada com conhecimentos técnicos, políticos e sociais como jamais, esta pode ainda não reagir mas a cólera e o ódio vão-se acumulando como jamais, como nem no tempo de Salazar. Se a democracia que vivemos não actuar conforme ao bom senso social vamos ver o que acontece; com ódio, ou pior ainda, sem ódio.
    Soares tem toda a razão na sua afirmação que Val usa, deturpando-a, para a sua crítica injusta.

  25. jose neves, fazer de Soares o proprietário da memória colectiva é um péssimo serviço que se presta à democracia e ao própria Soares. A verdade é a de que a afirmação de se odiar mais Passos do que Salazar é tudo menos um facto. Os factos são objectivos e oferecem-se à observação e à análise. Na declaração de Soares apenas temos uma subjectividade que não apresenta nenhum ponto de apoio para a sua demonstração.

    A possibilidade de a democracia, tal como tu a imaginas que não explicitaste o que seja, não se estar cumprindo na sua plenitude em nada permite a sua equivalência – mesmo que na forma de uma comparação lateral – com um regime ditatorial; e que, ainda por cima, mandava os seus filhos para uma guerra infame. Fazer essa ligação é uma ofensa, restando apenas saber se vem da ignorância, da estupidez ou da senilidade.

  26. nada do que disse foi contrariado,a não ser o timing das declaraçoes de soares sobre o trafulha, que tenho duvidas se tens razão.se ele tivesse dito antes eu tinha reprovado esse procedimento,mas lembro-me de ter comentado com os meus camaradas o seguinte: está a dizer isto (ele só o conhecia da jota) para depois o criticar se o justificar. soares sabe muito.quanto ao restante do teu artigo, assertivo como sempre.

  27. o funeral do cunhal foi acompanhado pelos funcinarios do partido ,das autarquias (cada vez menos) e dos sindicatos,à semelhança do congresso ,onde não se esqueceram da sua condiçao e arrumaram as cadeirinhas.Soares julgo que se está cagando se vai ou não muita gente.nesses actos funebres não nos importamos que o pcp tenha muitas vitorias!

  28. primo? mas que raio de familiaridades são estas? ainda pensei que ias entubar alguma coisa de jeito, que há nesse artigo muito material. Andas cansado?

    Explodir-me, eu?? Nã, gosto mais de ir à guerra e dá e leva, etc. Toma lá um retubanço meigo, para ver se entendes. estes são primos pelo lado das mães, parece.
    Põe som no máximo… LOL
    http://www.youtube.com/watch?v=M7QSkI6My1g

  29. linquei a página da cbs para veres o concerto de ontém no madison sq garden a favor das vítimas do sandy e não tenho culpa que não saibas trabalhar com aquilo, não tem 6 horas de concerto, mas dá para ver fatiado. se não gostas manda a conta do prejuízo e as minhas desculpas pela piadola com a primalhice por parte do eddie dder, que aparentemente não percebeste por eu andar cansado.

  30. ai, primo, andamos ambos gansados, q’isto da luta casna. Uns falham os links e outros falham no entedimneto das aparências e na ortofraguia (eu, então, na ortografia, quando torco os nomes e as letras, é mau sinal). A propósito, quem é o eddie dder, mais outro pirmo?

  31. Caro Val, depois dos elucidativos comentários sobre o assunto em análise pouco mais me resta para dizer. Soares fez alguma bosta? Claro, até eu que nunca tenho dúvidas e raramente me engano (onde é que eu já ouvi isto?), já fiz as minhas asneiras. Fiquemos por aqui. No entanto comparar Soares com qualquer outro político que o precedeu ou que lhe sucedeu, é comparar o “Já que te vais” do Tony Carreira com a Cantata BWV 180 de Bach “Schmücke dich, o liebe Seele”. Confesso que ouço frequentemente esta última, a título de exorcismo, sempre que penso na hipótese do truão, jongleur e traquinas do professor comentadeiro aceder à presidência da república, juntando-a avidamente ao conjunto de dickie toys e combóios Marklin que com toda a certeza guardará no sótão.

  32. jafonso, isso é inegável: Soares não tem comparação. É uma figura singular a quem devemos – em parte decisiva – a liberdade democrática.

  33. o melhor slogan de apoio a um político, porque ele é mesmo. Fixe. Provavelmente fiquei contaminada pelo contacto pessoal. cheirou a genuinidade, não a campanha falsa. Por isso é um político no sentido mais nobre do termo. E temos dívida com ele, até o valupi ali o diz. E velhos são os trapos. Olha o outro, uns anos mais novo, mas sem cavaco de ideia de jeito na cabeça, esclerosado que está, ainda com o mau carácter por cima. O povo escolhe cada merda, com franqueza…E escolhe não uma, não duas, nem três vezes, senhores…escolhe quatro vezes a mesma bosta. Havia o povo que lavava no rio, mas penso que hoje chafurda na merda.

  34. Soares é fixe. Esta ficou. Mas por algum motivo, o povo achou que o Cavaco esclerosado é mais fixe. E votou não uma, nem duas, nem três vezes, senhores, votou quatro. E mais mandatos houvessem. O povo que lavava no rio prefere agora chafurdar na merda. E eu estou aqui no meio por castigo kármico, só pode.

  35. prontos, primeiro fico umas dezenas de minutos à espera do comento, concluo que me enganei e não passou, depois é uma trabalheira para reformular em versão curta. Com tanta investigação na biotecnologia, não se podia introduzir aqui a aspirina de efeito rápido?

  36. Val,
    Repito, mas que raio tem a ver o facto de haver hoje mais ódio a Passos e ao seu governo que no tempo de Salazar, com o facto de neste haver guerra e os presos políticos e a ditadura e polícia política e outras barbaridades do Salazarismo?
    O ódio a um governo ou a alguém, tem certamente alguma relação com o modo de governar contra as pessoas mas, quanto a mim, isso não determina um maior ódio.
    Na vida prática o maior ódio surge entre pessoas que se amaram ou foram amigas intimas ou são familiares a nível de irmandade. O maior ódio nasce quando alguém que gostamos ou amamos nos engana, alguém em quem confiávamos nos trai. É o sentimento individual de ter sido traído que provoca o ódio ao extremo de vingança pelo sangue. O verdadeiro desprezo ou ódio nasce quando alguém nos faz a nós aquilo que nós pensamos nunca faríamos em caso algum.
    E o que se passa neste momento na alma de grande parte dos portugueses é um sentimento de traição pessoal, o tal que é fonte do ódio violento, do ódio puro e duro. Insisto, o governo actual está promovendo um empobrecimento forçado a uma classe que já sentiu o gosto de ter vivido desafogado, está promovendo o maior retrocesso social que nem Salazar promoveu. Ao povo empurrado para a miséria e perda de dignidade só lhe resta o ódio e desejo de vingança.
    O governo actual está violentando seres humanos e consequentemente está suscitando e alimentando um ódio violento, maior que em qualquer outro momento.
    Portanto, a observação de Soares, tem mais apoio factual que a tese contrária, no meu ponto de vista.

  37. jose neves, prova-nos que há hoje mais ódio a Passos e ao seu Governo do que no tempo de Salazar.

    Também te faço notar que ignoras no teu raciocínio os crimes, a ditadura e a guerra que são inerentes ao regime salazarista. Só por essa omissão já estás no campo da má-fé ou da alucinação.

  38. A sabedoria inesgotável de Soares adquirida no livro sagrado da doutrina «anti-salazarista»,
    é tão sublime que podemos segui-lo cegamente e seremos salvos.

    Se não fosse essa doutrina sagrada, como estaria tanta gente aqui a bater na mesma tecla?

  39. Val, estás a confundir o momento formal do anúncio da candidatura do Soares com as movimentações que o pressionavam havia muito nesse sentido, sendo um dos motivos as negas do Alegre. Não sei se existem links para essas negas, em que muita gente acreditou, mas que elas existiram, ai isso existiram. Só quando começou a assistir ao amadurecimento da candidatura do Soares é que o Alegre, com o comboio a sair da estação, teve medo de o perder e mudou radicalmente de agulha, recauchutando o “não” em “sim”. O próprio link que apresentas, logo na legenda, aponta nesse sentido: “Manuel Alegre reconheceu ONTEM PELA PRIMEIRA VEZ que está disponível para ser candidato.” Que parte de “ONTEM PELA PRIMEIRA VEZ” é que não entendes?

    O José Neves explicou bem a diferença entre os sentimentos provocados pelo salazarismo e o ódio, ou a raiva, que a quadrilha do pote desperta no país inteiro e receio que só a teimosia te impeça de perceber o que ele diz. No fascismo tínhamos pouco, mas havia uma pressão constante para se conseguir mais e melhor, aproveitando todas as fraquezas do regime, todas as abertas, todas as oportunidades, apesar da PIDE, do medo da prisão e da tortura. Nessa altura também havia greves e manifestações, e não só as organizadas pelo PCP. O salazarismo limitava, condicionava, as melhorias, mas, mesmo com polícia política, não o conseguia totalmente. A quadrilha do pote não só nos quer tirar tudo o que arrancámos ao fascismo como nos deixou, do dia para a noite, sem roupa, sem comida, sem esperança, sem nada. E, não tendo com isso resolvido problema nenhum, ainda tem o descaramento de pensar que é possível que a deixemos impunemente ameaçar-nos logo em seguida que, não podendo confiscar-nos mais roupa porque já estamos nus, nos vai arrancar a pele, provavelmente para fazer porta-moedas destinados a exportação.

    Estamos nas mãos de uma quadrilha de infantilóides e incompetentes com a sensibilidade social dos cornos de um búfalo africano e que nos tira tudo, sem deixar nada. É isso que provoca o ódio e é isso que Mário Soares sente e exprime. Eu percebo que receies o espectro da anarquia nas ruas, das multidões descontroladas, da violência generalizada que acaba por não resolver nada, mas dou-te uma novidade: eu também. O problema é que esta jagunçada está a empurrar o país inteiro para isso. Queiras ou não, há indignação, ódio, raiva, chama-lhe o que quiseres, e completa ausência de um vislumbre de esperança, de solução. Isto não vai acabar bem. O salazarismo não conseguiu dar conta do recado com a PIDE e esta cambada julga possível, sem máquina repressiva equivalente, fazer-nos muito pior? Estão a sonhar ou quê?

    No DN, onde trabalhei 35 anos, apareceu uma vez a PIDE para controlar uma movimentação dos tipógrafos e prender alguns. Quando se soube da chegada dos pides, as luzes foram apagadas pelos trabalhadores e a pidalhada esteve em risco de ser agarrada à mão e atirada pelas janelas, literalmente. E assistiu-se a coisas interessantes, como por exemplo o jornalista João Coito, salazarista convicto, tomar abertamente o partido dos tipógrafos contra os pides. Apesar de tudo, ainda havia salazaristas com vergonha e com honra, coisas que esta cambada de jagunços e parvenus não faz a mínima ideia do que sejam.

    “Eu assisti a manifestações de ódio por parte de homens que tinham amigos seus a serem presos e torturados pela PIDE, e por parte de pais que temiam que os seus filhos fossem morrer em África em nome de Salazar e Caetano. Comparar isso com o que se passa em Portugal em 2012 só se admite a quem não tenha memória ou esteja a perder o tino.” (Valupi dixit)

    — O que é que tem a ver o cu com as calças? Porra, Valupi, eu fiz quase quatro anos de tropa, entre 1968 e 1971, e estive dois anos em Angola. Tive amigos e conhecidos que morreram na guerra. Vais dizer-me que sabes melhor do que eu o que então se passava e o que eu próprio sentia? Levei porrada de criar bicho em manifestações, como no 1.º de Maio de 1973, vi a minha escola (o ISPA) fechada pela polícia, obrigando-nos a um “exílio” em Económicas, que se tornou uma espécie de segunda casa onde planeávamos os passos a dar para fazer frente à repressão. Suei frio inúmeras vezes a distribuir panfletos que me podiam levar à António Maria Cardoso. Eu e muitos milhares. O que sabes tu disso, para além do que te contaram? E que autoridade tens para decretar que pessoas que viveram as duas épocas não sabem o que estão a comparar?

    E onde é que o José Neves ou fosse quem fosse defendeu aqui que o Soares é o “proprietário da memória colectiva”? Vês alguém a canonizar o homem, que como toda a gente sabe não é pobre em defeitos? Mas acaso isso implica negar-lhe o direito a também ter memória? Já devias ter percebido que, em grande parte até por mérito teu e dos outros proprietários do blogue, os comentadores do Aspirina são, na maioria, seres com o salutar hábito de pensar e argumentar, mesmo quando se enganam, e com pouca queda para a burrice e a cobardia moral. Seguidores de iluminados ou caudilhos não abundam por estes lados.

    “A verdade é a de que a afirmação de se odiar mais Passos do que Salazar é tudo menos um facto. Os factos são objectivos e oferecem-se à observação e à análise. Na declaração de Soares apenas temos uma subjectividade que não apresenta nenhum ponto de apoio para a sua demonstração.” (Valupi dixit)
    “jose neves, prova-nos que há hoje mais ódio a Passos e ao seu Governo do que no tempo de Salazar.” (Valupi dixit)

    — Onde é que está escrito que o teu “odiómetro” é melhor ou está mais afinado do que o do José Neves, o da Edie, o do jafonso, o do Eduardo J ou o meu?

  40. oh escalrracho! tem dó, pareces uma jónette de esquerda a divulgar o teu passado de luta antifascista. nos próximos episódios ainda vamos ficar a saber que o 25 abril foi ideia tua a meias com o do coito.

  41. Joaquim Camacho, estava à espera de muita coisa, e continuarei à espera de muitas mais, mas não de professos soaristas a virem dizer que no salazarismo vivíamos melhor – seja em que parâmetro for, seja segundo que critério for – do que no regime democrático e em 2012.

    De facto, o fanatismo – e a cegueira de que depende e promove – não conhece limites nem fronteiras.

  42. Val, outra vez a utilizar a retórica sofística da deturpação dos raciocínios e opiniões de quem contradiz, utilizando o método da comparação “lateral”, como o próprio confessou atrás. E daí partir de seguida à acusação insultuosa de má-fé, alucinação, estupidez, senilidade, coisa inesperada de quem se quer exigente democrata mas é, talvez, mais democrata radical, (só por essa omissão já estás no campo da má-fé ou alucinação) radicalississimamente.
    Pedir que prove se hoje há mais ódio a Passos que houve a Salazar é outro óbvio sofisma de retórica, pois, também eu posso fazer a mesma pergunta a Valupi trocando os sujeitos.
    Muitos aqui já explicaram claramente que o valor de ódio não tem medida física e depende essencialmente do grau da ofensa sofrida. E actualmente a ofensa deste governo ao povo é mais humilhante que nunca, porque agora nos roubam o fruto de uma vida inteira de trabalho duro. E o grau de ódio provocado em alguém também tem a ver com a forma como se engana, como o outro nos levou ao engano, com a ratoeira ou conto do vigário montado para nos ludibriar e, neste aspecto, os “mozartianos” foram exímios conspiradores mas, igualmente a provocar ódio .
    O ódio e sua graduação não tem propriamente a ver com o regime ser mau ou bom mas sim com a alteração brusca do regime de bem estar para um regime de pobreza e miséria, com a passagem brusca de cavalo para burro, como é o caso actual.
    O ódio é muito maior quanto nos roubam aquilo que sentimos, com orgulho, fruto de nosso esforço duro e trabalho honesto.
    Os crimes, a ditadura, a guerra.
    Val, os crimes foram selectivos e não provocaram ódio generalizado num povo amordaçado, desinformado e analfabeto onde até o regime granjeava alguma simpatia como entre os emigrantes que eram contra as greves em França, as mesmas que lhes permitiam obter melhores salários.
    A ditadura teve todos esses atributos horríveis apontados e outros subjectivos mas não menos gravemente importantes, como garantias e liberdades. Nunca teve, contudo, a ousadia de provocar um retrocesso brusco no nível de vida das pessoas, até porque já de si, era difícil tirar miséria à miséria existente. Pelo contrário, a ditadura teve sempre o bom senso, segundo o ponto de vista da ditadura, de melhorar a vida acrescentado migalhas à miséria. E até fez nascer e crescer, leve e cautelosamente por necessidade, uma pequena burguesia, origem da actual classe média.
    Da guerra. Val, jamais poderia omitir a guerra pelo simples facto que participei dela 28 meses no seu início e sempre no seu epicentro; zona de Nambuangongo. Desde há muitos anos confraternizamos anualmente para conviver. Nunca tinha ouvido da parte dos antigos Soldados protestos de raiva tão fortes como ouço hoje em dia. Foram, na maior parte emigrantes posteriores à guerra, amealharam uns bens a trabalho forçado lá fora, e agora vêem esses bens em risco, senão por si pelos seus filhos que têm de socorrer.
    Aprendi que, para além do criminoso que é enviar jovens aldeões para um teatro de guerra mal preparados e desconhecido, também é uma escola de solidariedade humana sólida incomparável. A comunhão permanente de vida ou morte iminente, torna-nos muito mais homens e menos mesquinhos. Confere-nos uma força humana racional e moderada que nos permite enfrentar a vida prática quotidiana com outra mentalidade e capacidade. Dá-nos aquela moderação que Platão só encontrava na virtude e Aristóteles no meio-termo.
    E lembro que, no Oráculo de Apolo em Delfos, além da célebre frase “conhece-te a ti próprio” que deu origem ao pensar próprio e à filosofia, os sete sábios também lá gravaram na pedra, “Nada em Excesso”.

  43. jose neves, constato que não estás em condições de demonstrar a existência de um ódio a Passos que se manifeste superior – seja lá por que medida for – ao ódio a Salazar. Pelo que só me resta acreditar em ti para descobrir a verdade, visto que me garantes estar eu errado. Acontece que a última coisa que pretendo fazer nesta conversa é começar a concordar com aqueles que, na sua cegueira alucinada, se dispõem a branquear o salazarismo só para manterem acefalamente o respeitinho a qualquer bacorada que saia da boca de Soares.

    Tem vergonha.

  44. Val, decepciona-me o facto de melhor não saberes do que recorrer ao insulto gratuito e despropositado quando és apanhado com as calças na mão da completa falta de razão. Classificares-me como “professo soarista” (foda-se!, vade retro, cruzes canhoto) com base no que escrevi revela autismo ou cegueira sectária e só por isso não chega a insulto. Mas é lamentável que desças a esse ponto.

    E persistir na tentativa de insulto atribuindo-me a afirmação de que “no salazarismo vivíamos melhor” só poderá, em alternativa, ser explicado por dois garrafões de cinco litros, seguidos por três garrafas de whisky, quatro de vodka e seis de cachaça. Quando digo que a quadrilha do pote “nos quer tirar tudo o que arrancámos ao fascismo”, qual destas três palavras – “ARRANCÁMOS AO FASCISMO” – não consegues entender? E ainda sobre as posições dos teus críticos, em que é que a tua afirmação de que “se dispõem a branquear o salazarismo só para manterem acefalamente o respeitinho a qualquer bacorada que saia da boca de Soares” se coaduna com a minha opinião, aqui expressa, de que “o homem, como toda a gente sabe, não é pobre em defeitos”?

    Afirmar que os que de ti discordam, com argumentos, “se dispõem [na sua cegueira alucinada] a branquear o salazarismo” suscita-me apenas uma reacção: espero que alguém perto de ti tenha dinheiro para a taxa moderadora e te leve rapidamente à urgência do hospital mais próximo, pois deves estar perto do coma alcoólico. E já agora leva contigo o coliforme parvalhatz, chihuahua bully hiperactivo e bilioso, para te aquecer os pés na sala de espera. Isto se conseguires abstrair do fedor que dele emana, claro.

    Passar bem.

  45. Já agora, quando te passar o coma alcoólico, gostava de saber qual o decreto-lei que estabelece que o teu “odiómetro” é melhor e mais rigoroso do que o meu ou de quem de ti discordou.

  46. pode ter causado polemica a afirmaçao de soares, mas na minha opinião no atual contexto faz sentido .nós, reagimos com mais violencia para com quem nos tira algo que é nosso, do que com aqueles que nada nos dá mesmo com a obrigaçao moral de o ter feito.A reaçao dos portugueses tem sido muito mais violenta (a liberdade tambem ajuda) com os roubos do actual governo,do que a maioria dos portugueses antes de abril,que por incultos e por já estarem habituados à fome e à miseria,ficavam todos contentes, quando o dono de uma empresa,dava por mes a gente pobre, e que não trabalhava na empresa 25 tostoes à mae e o mesmo a cada um dos filhos.a fila era enorme. 25 tostoes era quase o salario/ dia de milhares de trabalhadores.

  47. Joaquim Camacho, folgo em saber que não és um professo soarista. O mundo irá rejubilar com essa notícia. Quanto ao resto, continuas a alinhar no branqueamento do salazarismo, fazendo comparações à prova de honestidade intelectual.

    Tem vergonha.
    __

    Nuno CM, estás a dizer que o salazarismo gerava menos ódio porque os portugueses de então eram completamente miseráveis e já se tinham habituado à sua miséria, pelo que conviviam com indiferença com a ditadura, os crimes, a indigência. Faz, então, um favor a ti mesmo: relê o que escreveste, depois consulta uma qualquer história do Estado Novo que não venha de um reaça, depois adquire uma luzes do que foi a luta antifascista em Portugal e depois volta a ler o que escreveste.

    Tem vergonha.

  48. A tua rede neuronal, Valupi, funciona exactamente como a daqueles discípulos do Jerónimo de Sousa, modelo Bernardino Il-Sung Soares, para quem qualquer crítica, por mínima que seja, qualquer pingo de mijo fora da cartilha do partido, é “anticomunismo primário”. Para desacreditar quem os contraria, são até capazes de os acusar de uma qualquer desgraça que aconteceu antes de eles nascerem. A tua formatação é igual e não te digo para teres vergonha porque já me convenci de que não é palavra que exista no teu dicionário.

    Vou-me embora, vou partir, mas tenho esperança de que não me acuses, entretanto, de ter matado o Jota Cristo com pontapés nos colhões, ou ainda apanho com o DIAP em cima dos cornos.

  49. Valupi, estás ao nível do coliforme hiperactivo que diariamente te faz broche nesta caixa de comentários. Recuso-me a descer esse degrau.

  50. oh escalrracho! quando tiveres uma ideia que não tenha sido gamada na ronda da bloga de referência, enfeitada com retorcidos bacocos da tua autoria, avisa para tratarmos dos broches que apoquentam a tua pornografia. entretanto vê lá se te enxergas no meio dessa adjectivação gratuita e piadola barata.

  51. Val,não preciso ler. eu vivi mais 25 de fascismo (40 meses de tropa com 28 em angola) fui vitima desse regime em termos escolares e militares. não fiz comparaçoes, disse o que é uma evidencia.qualquer mortal,reage com mais agressividade quando é roubado,do que quando é injustiçado na sua vida.falei na liberdade,onde hoje é mais facil sermos do reviralho.afirmo com convicção, que por medo,analfabetismo e falta de oportunidades (praticamente não havia industria só na cintura industrial de lisboa)os portugueses na sua maioria acomodaram-se em termos politicos à situaçao mesmo de miseria.Se não houvesse a guerra colonial,que mexeu com os milicianos como eu, e com os do quadro (só ao fim de varios anos), mais a pressaõ internacional que aumentou, não sei se o 25 de abril tinha chegado.não me envergonho do meu passado.nunca fui um alinhado na escola na vida militar e na grande empresa onde trabalhei.recebo de ti liçoes de bom portugues,mas de antifascismo nada me tens a ensinar.terminas muito mal o teu texto.a intolerancia não é apanagio dos democratas. Nota: não vi reaçao tão violenta como a tua às palavras de mario soares.

  52. Não val(e) a pena insistir mais porque o imutável ser valupi já puxou da sua finíssima e apuradíssima balança de justiça para pesar o pensamento e;

    Ao Mário Soares a justiça de Valupi sentenciou: ignorância, estupidez e senilidade. E declarador de bacoridades.

    Ao Joaquim Camacho sentenciou a justiça valupista: branqueador do salazarismo, limpa-cú de Salazar, sem vergonha.

    Para o nunoCM sentenciou a valupista justiça: sem vergonha e sem luzes de anti-fascismo

    Para jose neves sentenciou a valupista justiça: sem vergonha, branqueador do fascismo, useiro de má-fé e alucinado.

    Para jafonso sentenciou a sacrosanta justiça valupista; sem memória e a perder o tino.

    Todos os argumentos aqui expostos, evidentes e sentidos pela população, não servem para convencer Valupi, contudo, Valupi com o encartolado argumento de que “A bosta não se odeia”, conclui perenptoriamente que, “É por isso que não há quem odeie Passos, Relvas, Portas, Álvaro, Teixeira da Cruz”.

    E uma pergunta: porque será que ninguém dos blogers do Aspirinas entrou nesta discussão? Nem que fosse para defesa do Valupi!

  53. jose neves, depois de tudo o resto, só faltava mesmo essa última pergunta, que, parece-me, estás a usar como argumento a teu favor. Diz-me lá como é que pelo meu silêncio podes deduzir se estou a favor ou contra os argumentos do Valupi ou de qualquer outro autor do blogue, nesta ou em qualquer outra caixa de comentários?

    Mas já que tens tanta curiosidade, digo-te que ainda não consegui digerir bem tudo o que aqui se disse. A começar pela, no mínimo, infeliz tirada de Soares e a acabar na tua pergunta.

  54. E como contraria o coliforme hiperactivo a afirmação de que “diariamente te faz broche nesta caixa de comentários”? Elementar, meu caro Watson: fazendo imediatamente mais um broche! E lá fica ele alvoroçado, olhos brilhando, cauda abanando, língua pingando e esganiçadamente ganindo: “Queres que engula ou que deite fora?”

  55. José Neves, escapou ao infalível e implacável raciocínio justiceiro a infeliz coincidência (e insignificante pormenor) de a sanha anti-soarista primária provir geralmente de dois sectores: dantes era apenas o PCP, nos últimos anos juntaram-se-lhe os idiotas úteis que se babam pelo Alegre.

    Não poderia nunca imaginar, o burocrata Estaline, os adeptos surpreendentes que a sua brilhante forma de pensar conseguiria recrutar, quase um século depois de o seu reinventor dar o peido final. Les beaux esprits…

  56. oh escalrracho! se pensas que te vou ajudar nos dialogos para mais um filme do sá leão ou que deixo de comentar as estilosas asneiras com que brindas diáriamente o auditório aspirina, podes tirar o cavalinho da chuva. já que estás apaixonado pelos meus broches, aproveito para te lembrar que os mesmos têm sido várias vezes objecto de censura aqui na casa, enquanto que o teu hardcore não tem destes problemas e até já te vi no quadro de honra. esta é para engolires a seco.

  57. Joaquim Camacho, no teu último (mas não necessariamente o derradeiro) comentário que me dirigiste, fazes referência em código a broches e a degraus. Tenho a dizer-te que registo o retrato do teu mundo interior, mas que não tenho tempo a perder com ele. Pelo que se continuares nessa exposição da tua gloriosa pessoa (e não pagas mais por isso, isto aqui do blogue é que é um perfeito serviço público) ficarás a falar sozinho no que à conversa comigo diga respeito.
    __

    jose neves, que eu saiba, os bloggers do Aspirina não têm andado metidos noutras discussões com alguma frequência ou intensidade que sirva de critério para este banal disparate com que nos entretemos nesta caixa de comentários. Mas se estás a sentir a sua falta e os queres convencer a entrar na tua claque, força nisso e pede ajuda.

    Quanto ao que dizes antes da pergunta final, estás a disparatar. Recordo-te só que não fui eu que me lembrei de comparar Passos e Salazar. Caso Soares, no seu afã de insultar e ofender o actual Governo, tivesse dito que este era o Governo mais odiado desde o 25 de Abril, provavelmente não estaríamos aqui a gastar caracteres. Embora continuasse a ser uma afirmação tonta – tendo em conta o ódio organizado e estratégico que invadiu a sociedade contra Sócrates, o qual em nada se compara, antes pelo contrário, com o que temos visto apesar de tudo o que PSD e CDS já fizeram e querem fazer aos portugueses – não teria trazido uma comparação que é irracional e, por isso mesmo, leva os seus apoiantes sem sentido crítico para um chorrilho de irracionalidades.

    Como é óbvio, não se pode comparar o ódio apenas pelo que se vê da janela. É por isso mesmo que as comparações com figuras extremas – como Salazar, Hitler e o Diabo – são usadas amiúde na Internet e em registo escrito sempre com o mesmo efeito: espalhar a demência e branquear o passado por ligação ao que pensamos presentemente do alvo do ataque. Tudo isto é comum, é até inevitável, mas não deve ser perdoado a Soares. Precisamente por Soares ser tão importante para a História de Portugal e para a comunidade que somos e queremos ser.

  58. Valupi, andas tão entusiasmado a apontar o argueiro no olho do vizinho que não vês o eucalipto que se te colou à testa. A minha referência “em código a broches e a degraus”, como a classificas, feita em Dez 15th, 2012 at 14:47, foi claramente precedida, e justificada, pelo insulto gratuito que me dirigiste 19 minutos antes (Dez 15th, 2012 at 14:28), acusando-me preto no branco de “andar a limpar o cu a Salazar”. Por isso o velho dilema da precedência do ovo sobre a galinha, ou vice-versa, nem chega a ter cabimento aqui, pois o meu vernáculo foi reacção ao teu e não o contrário, o meu deboche surgiu apenas para repudiar o teu e sem ele não existiria. A cronologia é facilmente verificável, pelo que, se acaso tens um espelho aí em casa, sugiro que o uses.

    E porque o estilo debochado e gratuitamente insultuoso da sugestão de que ando a “limpar o cu a Salazar” me surpreendeu vindo da tua parte é que afirmei, e reitero, que descias assim ao nível do coliforme hiperactivo que nesta caixa de comentários outra coisa não sabe fazer, passando o tempo a insultar, a denegrir e a chamar nomes a toda a gente, arrotando sobre tudo e mais um par de botas, num frenesim malcriado e enjoativo. Reincidira, aliás, como sempre sem qualquer provocação minha, duas ou três vezes, antes da tua derrapagem lexical, e daí o a-propósito da inclusão da personagem na minha reacção.

    Como apesar de sectário não és estúpido, estás farto de saber que deves ser, neste blogue e respectivas caixas de comentários, provavelmente o único bípede que o coliforme não insulta constantemente, como que suplicando-te sofregamente um sinal de reconhecimento da sua miserável existência.

    Nas várias discordâncias que mantive contigo, com outros autores do blogue ou com comentadores, recorri frequentemente, como toda a gente, à ironia, mas nunca ao insulto gratuito. O estilo pingue-pongue e infantilóide do “ora agora insulto eu, ora agora insultas tu” repugna-me. É fácil (por isso o parvalhatz o utiliza), é barato e não leva a nada, pelo que só aqui o usei uma meia dúzia de vezes, esfregando-o no focinho do coliforme invejoso em esporádicas reacções às dezenas de mijadelas com que ele me emporcalha as calças de cada vez que aqui apareço (eu e tudo quanto mexe). Não me envergonho, porém da imodéstia de reconhecer que os meus insultos gozam de uma eficácia que está completamente fora do alcance do pobre neurónio solitário, e gripado, do chihuahua bully desgraçado.

    E outra coisa te digo: seria pesporrência da minha parte tentar adivinhar que retrato é que a referência ao “cu de Salazar” e respectiva higiene faz “do teu mundo interior”. Quero admitir que possa ter sido uma simples derrapagem, óleo ou areia na estrada, ventos laterais fortes, mau tempo no canal, eu sei lá.

  59. oh escalrracho! assume-te, não te desculpes comigo porque amanhã será com outro e por aí a fora até ficares sózinho ao espelho a ler a tua prosápia. se não gostas de contraditório, experimenta coser peúgas, sempre és mais homem.

  60. Pode ser que não esteja nos melhores dias mas continuo a não perceber porque é que o Valupi insiste em dizer que Soares comparou Passos a Salazar ou os governos de um e de outro.
    Podia te comparado? Podia! Mas não comparou.
    Cá vai de novo.
    Do DN de 12/12/2012:
    “Em entrevista à TVI24, o ex-Presidente da República assegura que “nunca um Governo foi tão humilhado e odiado pelas pessoas como o atual, nem no tempo de Salazar, porque esse sabia manejar as coisas de outra maneira”. Soares considera que este Executivo tem a habilidade de pôr tudo contra eles”, mesmo os “mais ricos e poderosos”, “as Forças Armadas, as forças de segurança e até a Igreja” “.
    Não consegui ler a parte em que ele compara Passos e o seu governo com os governos de Salazar.

  61. Joaquim Camacho, se a referência a broches de não sei quem justifica-se por eu ter utilizado uma imagem para ilustrar o sentido dos teus argumentos numa conversa comigo, deixo aqui um público louvor pelo alcance da tua lógica lateral.
    __

    Eduardo J, és capaz de ter toda a razão. E, vai na volta, muito provavelmente a oração “nem no tempo de Salazar” não quer dizer “nem no tempo de Salazar”. Aliás, estou em crer que a referência de Soares a Salazar, a ter existido (coisa que me parece cada vez mais inverosímil), não remete necessariamente para o tal Salazar malandreco que mandou nisto há um par de botas. Há Salazares a dar com um pau, como é sabido, e então na América Latina nem se fala, pelo que não devemos ser precipitados nas inferências.

    Acima de tudo, importa reconhecer que qualquer português – mas, especialmente, Mário Soares – tem todo o direito de remeter a um qualquer aspecto do Estado Novo para qualificar o actual Governo. Sei bem, e agora sim, que não foi isso que Soares fez, mas poderia ter feito. E teria sido muito bem feito, porque é o que estes malandros do Governo merecem.

  62. “Limpar o cu”, escrito pelo Valupi, é uma imagem. “Fazer broche”, escrito por mim, não é uma imagem! Se a minha lógica “lateral” merece o “público louvor” que generosamente lhe atribuis, esta tua lógica, que mais do que lateral ou vertical me parece “multidimensional”, merece o Nobel da Física.

    A lógica que te permitiu acusares-me (e a outros) de branqueamento do salazarismo permitir-me-ia acusar-te a ti de branqueamento do Passos e sua quadrilha do pote. Acaso o fiz? Nã senhor, tal não me passaria pela cabeça, atendendo ao que de ti conheço, expresso em dezenas de escritos. Sendo embora muito menos o que de mim conheces, os comentários que aqui deixo deveriam ser mais do que suficientes para não avançares, com alguma leviandade, para acusações injustas e desajustadas da realidade. E o mesmo se aplica a todos os comentadores a quem acusaste do mesmo pecadilho.

    Na análise das declarações de Mário Soares estás, porém, bem acompanhado. Na sua homilia semanal, o Marcelo Lava-Mais-Branco Rebelo de Sousa sentenciou assim: “Registo como Mário Soares reabilita, pelo menos em termos relativos, Salazar. Fica registado para a História.”

    Aqui vai o link para o oficiante aldrabilhas:

    http://www.tvi.iol.pt/noticia/aa—videos—politica/marcelo-opiniao-mario-soares-salazar-salazarismo-tvi24/1402473-5796.html

  63. Joaquim Camacho, é óbvio que tu és uma pessoa que dá muita importância à tua pessoa. Não virá daí grande mal ao mundo, suspeito convictamente. Contudo, devias fazer umas pausas nos teus acessos de desonestidade intelectual, nem que fosse só para descansares um bocadinho.

  64. Teste de escolha múltipla:

    a) O valupi bateu no fundo.

    b) O valupi é uma fraude auto-infligida.

    c) O valupi é uma fraude tout court.

    d) O umbigo do valupi está em processo de supernova.

    O Diabo que escolha, por mim marcava-as todas e percebi finalmente por que motivo há por aqui quem te chame valupetas. Podes ficar com a taça.

  65. oh desonesto intelectual! podes aumentar a lista dos defeitos que mesmo assim lê-se melhor que as tuas piadolas cópia/pasta.

  66. Val,na nossa vida e a minha já vai longa,todos temos momentos infelizes.este foi o seu momento de infelicidade. (também tem esse direito) mas a sua arrogancia intelectual e mau perder,impedem-no de ter a humildade para pedir desculpa a quem insultou.Nota:a minha ausencia,é por motivo de saude de familiares proximos.

  67. oh longa vida! se queres ver a via láctea tens que espreitar pelo outo lado do telescópio. ainda bem que avisas, já andava preocupado, até já tinha pensado se não andavas a fumar escalrracho ou outra erva doninha.

  68. Joaquim Camacho, creio então que concluímos a nossa conversa. Felicidades.
    __

    nuno cm, não percebo do que falas, porque não explicas que insultos são esses e a quem, pelo que não me dás a oportunidade de os justificar ou desmontar a tua apreciação, mas se estás preocupado com o perder e ganhar é porque estás num outro campeonato que não o meu. As melhoras para os teus familiares.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *