Moedas vai tirar alguma vantagem eleitoral do caso da partilha de dados pela CML? Não vejo como. A questão da segurança dos cidadãos é altamente relevante, em várias dimensões políticas e cívicas, mas, para além de entrar no esquecimento muito em breve e deixar Medina moralmente intacto, não tem em si mesma tracção popular para alterar votos no eleitorado socialista nem conta para qualquer mecanismo de inibição no eleitorado não socialista que está agradado com a pessoa e a obra de Medina (como as sondagens mostram).
Outro corvo crocitaria se Moedas tivesse aproveitado a ocasião para mostrar talento político. Para tal, teria de surpreender a malta – até chocar os seus generais, tenentes e broncos de serviço – apresentando-se como estadista. E, como estadista, poderia mesmo mostrar solidariedade para com o actual presidente da Câmara de Lisboa, a quem ele reconheceria total inocência no campo das intenções à volta desta infeliz anomalia da lei, ou da sua interpretação, ou do arbítrio dos serviços, ou de tudo à mistura. Caso fosse por este caminho, Moedas chamaria a atenção da sociedade e gerava uma expectativa positiva no eleitorado susceptível de vir a acreditar nas suas promessas e dar-lhe o voto.
Não foi. Surgiu banal, oportunista, eleitoralista, hipócrita. Agradou aos seus generais, tenentes e broncos de serviço, claro. Mas foi ignorado por aqueles que acham ser a política um concurso de boas ideias para a cidade, não uma rixa entre facções suburbanas (pun intended). Para cúmulo, o lapsus linguae no Fórum TSF exibe um candidato que se permite ser gozado como patareco. Alguém lhe devia tentar explicar que nada do que tem visto a direita portuguesa fazer após Sá Carneiro, Lucas Pires, Adriano Moreira e Freitas do Amaral (seres que parecem mitológicos comparados com a actual direita decadente) é exemplo para arrepiar caminho e surgir competitivo no páreo com Medina. Por outro lado, se continuar a representar um papel para que não tem jeito, antecipam-se novos momentos desopilantes. Ficaremos sempre a ganhar.
Não se pode exigir a um burro sendeiro, que se transforme num cavalo puro sangue Lusitano
Que não subsistam dúvidas: a partilha de dados com países como os EUA ou Israel não tem, na sua gravidade, comparação possível à da partilha de dados com a Rússia, a China ou a Venezuela. A equivalência de gravidade aqui propalada por alguns, a pretexto duma alegada ética de princípios, cai, com estrondo, por terra, se houver a coragem de perceber a verdadeira natureza política de Israel e dos EUA: democracias de fachada e regimes opressivos de facto. Enquanto na Rússia, na China e na Venezuela – alvos de eleição da manipulação mediática ocidental – vigoram regimes intransigentes na defesa dos seus interesses soberanos e que são vias legítimas de democracia.
Oh Josué assim não chegam lá. A China,. Venezuela e a Russia é que são democracias plenas?! Valha-me Santo António que hoje é o dia dele e pode ser que me ouça.
Muito bem Josué! Basta ler o seguinte texto cujo link é este: https://resistir.info/eua/kuzmarov.html
para ficar completamente esclarecido das políticas Norte-Americanas ao longo dos anos, que são do meu conhecimento, principalmente no Chile, Iraque e outros tantos países, apenas pelo objectivo de manter os EUA no controle económico e militar do planeta (nem mais, do planeta). E mais não digo, para quê?
Agora quanto ao Moedas – ainda há quem acredite num homem que no governo da Troika privatizou os CTT e pôs a presidir esta empresa a sua própria mulher???
Obrigado Valupi.
Porque não tratar o Moedas como a direita tratou e trata Sócrates ?
Espalha-se firmemente que o Moedas é homosexual e nomeia-se um amante; logo se afirma que o Moedas é um garanhão e nomeia-se um rancho de amantes femininas.
Se nada nos diferenciasse da direita troglodita, o espetáculo teria inúmeras sessões ….
Eu quero dar aqui a minha opinião sincera e isenta. Esta norma administrativa de mandar para as embaixadas o nome dos promotores das manifestações existe ou não existe?! É sempre aplicada quer as mesmas sejam ou não a favor do país em causa? Se não quem é que decide se se faz a comunicação ou nao e baseado em que tipo de critérios? Se os serviços da CML, explicarem tudo isto sem tentarem desculpar-se e sem serem pressionados para não dizerem verdades inconvenientes estão a fazer um mau serviço a democracia. Agora uma coisa foi o Presidente da Câmara que assinou a respectiva correspondência ou enviou o e-mail? Isto passa-se desde sempre ou só se tornou conhecido agora porquê? As próximas autárquicas é que vieram destapar um erro de uma norma que ninguém se lembrava ser pura delação feita a embaixadas de países como a China, Israel, Rússia e Venezuela onde a liberdade de expressão não é um direito ? São muitas as interrogações pois se alguém tiver respostas agradeço.
“Cinismo e vacuidade” comentário do Prof. Galopim de Carvalho na sua Página de Facebook.
oh tia! o que é que isso interessa?
.1 – conheces alguém que tenha sido prejudicado com essas comunicações? caso afirmativo especifique o que é que aconteceu.
.2 – achas que os serviços secretos andam a dormir e que o kgb ou a cia estão à espera dos emails da câmara de lisboa para identificar dissidentes que organizam manifestações.
.3 – as televisões passam imagens dos manifestantes nas televisões e nunca vi ninguém reclamar por aparecer na pantalha, pelo contrário todos reclamam mais tempo e mais imagens dos protestos.
.4 – este caso aconteceu no principio do ano e só agora se lembraram de fazer notícia porque dá jeito ao moedas e a uns parvos de esquerda que curiosamente apoiam o putin.
.5 – até lá aguarda pela auditoria que o medina deve revelar lá para setembro para facturar com as asneiras da direita.
.6 – o galopim está xéxé, diz que é oportunismo e cinismo, mas acha que o medina deveria cumprir os objectivos da campanha de direita, demitia-se para permitir a eleição do moedas.
o que me espanta são os espantados com as partilhas. se calhar acham que o nome que damos ao sistema de governo modifica a cultura do Poder. e que existem SIS para jogar à sueca lá dentro das instalações
mais me chateia a microsoft se ter apoderado do meu pc , gaita.
Caro Mjp:
Democracias puras, fala-me delas !
Onde estão, como são constituídas, se se podem apalpar ou não. Orgânicas, diretas , muitas, tantas democracias ! Todas diferentes e querem pó-las no mesmo saco ! Democracias puras, que grande malha !
Democracias puras, que ignorância !
Diz bem, há quem tenha imaginado que o pequeno Moedas ex-comissário
europeu gestor de milhões, teria ganho outra “gravitas” mas, tal não acon-
teceu dado pertencer ao grupo dos pequenos anões políticos do PSD, como
o agora comentador Maduro uma “estrela” internacional que não consegue
brilhar cá no burgo … grandes e vastos currículos para fracas e pobres ideias!!!
Ponto prévio: Fernando Medina não presta. É um oportunista arrogante e malcriado, um arrivista indigno e sem princípios, um passa-culpas cobarde que faz tudo e mais um par de botas para se manter à tona, nem que para isso tenha de assentar as patas em cima de dezenas de afogados. O Medina só está onde está porque o Costa saiu de onde estava. Seria incapaz de votar em Fernando Medina, fosse para o que fosse, nem mesmo para chefe da equipa de limpeza das retretes públicas de Lisboa.
Fernando Medina, como oportunista e arrivista sem princípios nem dignidade, disse o que disse sobre José Sócrates, há muito pouco tempo, para capitalizar política e eleitoralmente à direita. Foi por isso muito justamente criticado neste pardieiro, mas parece que esse nojento e indigno comportamento se perdeu miraculosamente nas brumas da memória. Tudo esquecido, tudo perdoado. Infelizmente para o próprio Medina, esqueceu-se ele também da velha sabedoria histórica de que Roma não paga a traidores e a recompensa que esperava esfumou-se em menos de nada.
Quanto aos méritos do Moedinhas, como candidato à Câmara de Lisboa, não chegam sequer aos calcanhares dos de um Rato Mickey. Os seus verdadeiros “méritos”, como membro destacado da quadrilha de Massamá, são bem conhecidos e, em condições normais, seriam suficientes para lhe tirar quaisquer esperanças. Mas eis que entra em cena o factor Medina, que se arrisca a ficar na História como o cretino que levou o PS a perder a Câmara de Lisboa para o Rato Mickey.
Como (ainda) estamos em democracia, estou indeciso entre o candidato da CDU e a candidata do Bloco, mas, por enquanto, mais inclinado para o João Ferreira. Não me admiraria, porém (pelo menos tenho esperança), se o factor melanina, com grande peso potencial em Lisboa, desse a Beatriz Gomes Dias uma vantagem inesperada que, somada à votação de João Ferreira, ajudasse o Moedinhas a enfiar as esperanças no olho do cu e remetesse o Medina arrogante e malcriado para a sua verdadeira dimensão.
Valupi, essa do “Medina moralmente intacto” é ironia, não é? Os pedidos de desculpas formais do tipo não são para levar a sério e provam que, em questões de moral, é tão versado como eu em lagares de azeite. O empenho que dá às entrelinhas em que, sem margem para dúvidas, se antevê o descarregar de todas as culpas para cima dos “serviços” mete nojo. E não estou a desculpar os serviços, que foram inqualificavelmente incompetentes. Porque os “serviços” são pessoas, e neurónio e meio bastava para perceber que a comunicação de dados pessoais a qualquer embaixada (da Rússia, Israel, EUA, Venezuela ou Burkina Faso) era inadmissível, e essas “pessoas”, mesmo se, estupidamente, acreditassem ser essa a sua obrigação legal ou formal, tinham também a obrigação, porque pessoas são e não máquinas, de perceber que tal comunicação era moral e politicamente inaceitável, levantando sem demora a questão superiormente. E ao Medina, como responsável máximo, há muitos anos, por todos os serviços, competia aproximar-se deles, ouvir os que lá trabalhavam, perguntar-lhes o que achavam que precisava de correcção, encorajar sugestões. Ao que parece, limitava-se a pavonear a peida e a berrar, de vez em quando: “Eu é que sou o presidente da junta… perdão, da câmara!”
E essa outra coisa da “obra de Medina” é o quê? A Torre das Picoas? A tentativa da Torre de 60 Metros da Portugália? A cobertura acéfala que deu a todos os devaneios “arquitectónicos” do ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado, que, depois de formalmente ter deixado de o ser, manteve todo o poder e influência que tinha quando o era?
Quanto à possibilidade de o Moedinhas poder alguma vez mostrar estofo de estadista, é anedota para divertir o pessoal do pardieiro, não é? E pô-lo a “reconhecer total inocência no campo das intenções” ao Medina é anedota dentro da anedota, só pode!