David Dinis escreveu o seu último editorial no Público – O que aqui vos deixo – e os leitores interessados no destino desse jornal têm boas razões para festejar. Ao contrário do que o seu paupérrimo auto-elogio intenta, este director só poderá reclamar louros pelas “newsletters personalizadas” (sic). O resto foi a tentativa, infelizmente conseguida, de continuar a linha editorial do José Manuel Fernandes na fase da vingança contra Sócrates e o PS. Um Observador disfarçado de “jornalismo de referência” para cobrir mais uma área de pretensa influência social e política a favor do PSD e restante malta, terá parecido boa ideia à Sonae em 2016 depois da impotência de Bárbara Reis para salvar o projecto. Ideias com eficácia para conquistar leitores dispostos a pagar pelo serviço é que nicles batatóides. Pelos vistos, fartaram-se da receita. Uma receita onde o sectarismo e a cultura da calúnia, ora de forma sonsa no registo do David Dinis ou descarada e sistemática pelo teclado dos caluniadores profissionais, foram o que de mais memorável se regista nestes quase dois anos.
Assim, parabéns a quem compôs a página da edição digital onde podemos descobrir o que é que o Sr. Dinis realmente deixa no jornal. Até para um mau entendedor esta sintaxe gráfica não oferece qualquer dúvida.
O Dinis atribui-se o mérito de as vendas em papel terem subido 14% nas primeiras três semanas após o DN ter saído de cena. Ora “recuperar leitores” por falta de comparência do concorrente não é coisa de que se possa gabar, tanto mais que o Público de papel também estava em queda de receitas, como o DN de papel. O que o Público tinha de vantagem sobre o DN era o dinheiro da Sonaecom, cujos accionistas pelos vistos não se importam de perder uns milhões todos os anos.
Anda aí na Netfix uma série croata que ficciona bem o que se poderá andar a passar nos bastidores dos nossos jornais : “The Paper – Novine.”