Árbitro e ponta-de-lança, no mesmo jogo? Sim, é possível. Veja-se um exemplo ex cathedra:
«O chefe de Estado, que tinha sido questionado sobre a possibilidade de a procuradora-geral da República, Lucília Gago, vir a ser chamada ao parlamento sobre as buscas à sede nacional do PSD e à residência do anterior presidente do PSD Rui Rio, não quis comentar diretamente este caso nem as declarações feitas a esse propósito pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. Sem analisar a atuação dos diferentes órgãos neste caso, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o que está em causa é que a Constituição funcione bem, que o Estado de direito seja respeitado e que haja confiança nas instituições por parte dos cidadãos".
"E os cidadãos tanto podem perder a confiança se se convencerem que há instituições que vão longe de mais na sua forma de atuação, como que há instituições que aparecem como querendo fugir a um controlo, a um escrutínio, ou a verem-se envolvidas em querelas acerca dos limites das suas competências. Tudo isso exige uma coisa fundamental que se chama aplicação da Constituição com bom senso", defendeu. Segundo o Presidente da República, a posição que lhe compete é "a de árbitro e, portanto, não só não causando problemas na separação de poderes, como estando acima dos outros órgãos de soberania, ou que não são de soberania, porque lhe cabe muitas vezes em última análise ser o fusível de segurança em relação a todos".»
PR pede bom senso e que poderes político e judicial não deem sensação de guerra
O actual Presidente da República é uma nulidade no que respeita à problemática da Justiça. Não se lhe conhece qualquer opinião a respeito, no que contrasta com o seu passado de comentador e, especial e fundamentalmente, com o seu currículo como jurisconsulto e lente de Direito. Aparentemente, os ares de Belém não são inspiradores para reflexões acerca de matérias tão esconsas e escabrosas, daí as declarações acima.
Declarações onde não se encontra um vestígio de preocupação, de mero incómodo, com essa modalidade na desportiva da prática de abusos e de crimes sistemáticos por magistrados e agentes da Judiciária. Daí ser um discurso completamente abstracto e centrado em si, despejando platitudes com uma única finalidade: contribuir para que os crimes continuem sem interrupções nem limites.
A interpretação autêntica das suas palavras foi dada pelo órgão oficial do marcelismo, aqui: Marcelo avisou PSD que discutir casos judiciais favorece o Governo. A notícia é de um desplante afrontoso, explicitando o óbvio, isso de os crimes na Justiça favorecerem os interesses da direita portuguesa. Dominando a comunicação social e os sectores criminosos da Justiça e das polícias, a direita anda há praticamente 20 anos a tentar derrotar o PS através de ameaças, perseguições, devassas e golpadas com recurso aos totalitários meios postos ao serviço de magistrados e agentes das autoridades. Ainda ninguém o fez, que saiba, mas o tratamento estatístico dos crimes de violação do segredo de justiça que deram origem a ataques contra o PS desde o caso Freeport, a que acresce a tipologia das informações dadas aos jornalistas, estabelece um padrão que até uma pedra da calçada consegue entender e ficar a cismar.
Marcelo é o tal árbitro que se concentra em interromper o jogo de uma das equipas, marcando-lhe faltas e exibindo frenético e incontinente os cartões amarelo e vermelho. Ao mesmo tempo, faz claque pela outra equipa, puxa por ela, não quer que cometa o que surge destacado no pasquim do Balsemão, o “erro táctico brutal” de interferir com os crimes da Justiça portuguesa. E, calhando estar perto da baliza do adversário e a bola ir parar-lhe aos pés, este árbitro transforma-se instantaneamente em ponta-de-lança e tenta marcar golo. Não apenas pela gana de vencer a equipa adversária, uns nojentos, mas também pelo gozo de poder correr para os braços da multidão, sentir na pele a adoração popular pelo goleador-matador.
É um vício. O vício do jogo viciado.
“Ainda ninguém o fez, que saiba, mas o tratamento estatístico dos crimes de violação do segredo de justiça que deram origem a ataques contra o PS desde o caso Freeport, a que acresce a tipologia das informações dadas aos jornalistas, estabelece um padrão que até uma pedra da calçada consegue entender e ficar a cismar.”
e estás à espera de quê para o fazeres? ou se calhar é mais fácil teorizar conspirativamente se não existirem dados objectivos onde ancorar qualquer opinião sobre um dado assunto.
mas experimenta assim, meu : convoca os amigos do ps e invade o supremo tribunal para protestares contra a ditadura judicial em portugal, bandeiras da NATO em punho. ia ser lindo de se ver!
Boa análise, sem tergiversacoes. Assim, vale a pena fomentar a discussão; continue, aproveite-se a maré, que o Estado de Direito agradece.
Um texto assertivo e que mostra que o rei vai nu
falando do que lhe convém e quando lhe convém
já o rei da vivenda gaivota fazia o mesmo ,a direita sabe que tem os justiceiros na palma da mão e não lhe convém levantar pó , um Marcelo que fala de tudo e um par botas até percebe de futebol é ele o avançado e o árbitro da direita que
não se preocupe com a violação do segredo de justiça e descrédito da mesma é inadmissível .
se tem algum jeito, um presidente a abusar e a explorar o real colectivo nessa adição de sabotar a democracia em chuteiras. eu não sei do quê que a família está à espera para metê-lo no banco com pantufinhas a emborcar scones e chá, sinceramente, não percebem a progressiva degeneração da sua inteligência moral.
“ataques contra o PS desde o caso Freeport”
Por onde andavas tu aquando da coisa da Pia, o grande ensaio geral, pai e mãe de todos os ataques, matriz primordial (passe a redundância) de tudo o que a justiça meretriz desde então pariu, em conluio com a meretriz merdiática e ao serviço da meretriz direitola que os pariu a todos? Fauda-ce, pá! Não bastava o embotamento sensorial que te impede de perceber quem te coça as amígdalas a partir do Sul, agora até a memória se te escafedeu?! Meu, tens mesmo de mandar analisar o chá que a organização defensiva te dá a beber!
ó pá , num estudo sobre fugas ao segredo de justiça , assim a olho , diria que chegariam à seguinte conclusão:
havendo fugas ao segredo de justiça nos mais variados casos, casos que os media julguem ser altamente restáveis , como os que atingem bola ou gente famosa ou crimes como o da rosa grilo ou rui pnto , este só se torna problema quando atinge políticos , nomeadamente políticos do ps e psd.
tal marcelo, qual soares
O Circo ma(r)celo,
“O curioso, até estranho, nesta sequência de audições dos partido pelo Presidente da República, é nenhum, da esquerda à direita e da direita à esquerda, lhe ter dito “Fica desde já V. Exa. a saber que só aqui marcamos presença por deferência, respeito institucional, porque não cabem nas competências do Presidente da República audições aos partidos com assento parlamentar a propósito do final da legislatura, assim como não cabe ao Conselho de Estado fazer pontos da situação sobre o estado da Economia, situação social e política, relatórios de comissões parlamentares de inquérito e o mais que der na sua presidencial gana, e disso sabe muito bem V. Exa., uma vez que é professor de direito constitucional”. Mas não o dizem e o circo continua.”
Encontrado na blogosfera
Yo
“num estudo sobre fugas ao segredo de justiça , assim a olho” só se for a olho do cu
podes ser, se o olho do cu o faz feliz, seja.
https://pt.restaurantguru.com/Frango-Sinatra-Quinta-do-Conde
Aqui está um post digno de um bom comentarista tipo Marcelo.
Isto é, gratuito e ôco.
parece que o inglês de praia do saloio de mação não dava para chamar um taxi mas o gajo achava que o google translator servia para tera-processos porque ao fim duma página já toda a gente dormia.
https://www.sabado.pt/ultima-hora/detalhe/20230720-1514-jose-ranito-nomeado-procurador-europeu-de-portugal
Parece que todo mundo anda distraído!Jà esqueceram a entrevista dada pelo agora eliminado
concorrente ao cargo de Procurador Europeu? que tinha no seu baú de memorias muitos podres
de juízes, comentadores, políticos,etc. etc.! Mostrando assim, estar nas tintas para as queixas
que fossem apresentadas contra a sua “meretíssima” pessoa!
Na altura falou-se das “gorgetas” recebidas por ilustres catedráticos por pareceres sem utilidade,
cujo valor de “mercado” era na ordem dos 50.000,00 euritos, dizia-se um dos grandes Mecenas
era o DDT na altura, mais conhecido por Dr. Ricardo Salgado!!!
“Parece que todo mundo anda distraído!”
andam a disfarçar, assobiam para o lado e esperam que o calor do verão evapore os fortes indícios de ser um escroque com cobertura legal para chantagear. fazem-se umas escutas ilegais, inventa-se um crime, informa-se a comunicação social, detém-se para averiguações em prime-time, põe-se a ana sophia loren a entrevistar o advogado do sportém e se não assinarem a confissão ficam arrecadados até mudar a opinião duma das partes. aqui chegados, mais chantagem sobre chantagem, não se pode politizar a justiça porque o estado de direito vai para o galheiro, o gajo deve ter escutado toda a gente, a comunicação social precisa de matéria prima, sem estas cenas o aldrabé não progride e a direita não ganha eleições.
escusam de agradecer.